quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Queima de combustíveis fósseis mata 1,2 milhão/ano

Queima de combustíveis fósseis mata 1,2 milhão de pessoas por ano.

Poluição do ar por combustíveis fósseis mata mais pessoas por ano do que cigarro.

Um estudo concluiu que o "vício em combustível fóssil" degrada a saúde pública. Em todo mundo, a queima de carvão, petróleo e gás natural mata 1,2 milhão de pessoas por ano.

A pesquisa relata aumento das mortes por calor, fome e doenças infecciosas à medida que a crise climática se intensifica. Afirma que os governos continuam a dar mais subsídios aos combustíveis fósseis do que aos países mais pobres, que sofrem os impactos do aquecimento global.

[O relatório Health at the Mercy of Fossil Fuels, do grupo Lancet Countdown, sobre saúde e mudanças climáticas, foi feito por cerca de 100 especialistas de 24 instituições e publicado na véspera da Cúpula do Clima, no Egito]. "A crise climática nos matando. Prejudica não apenas a saúde do planeta, mas também a saúde das pessoas em todos os cantos do mundo – por meio da poluição, diminuição da segurança alimentar, dos maiores riscos de surtos de doenças infecciosas, do calor extremo, das secas e inundações”, alertou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

“Vício em combustível fóssil” mata milhões de pessoas em todo o mundo.

O estudo revela ainda que só nos Estados Unidos são registradas 11.800 mortes devido à poluição do ar.

"A nossa saúde está à mercê dos combustíveis fósseis", disse Marina Romanello, pesquisadora de saúde e clima da University College of London e diretora executiva da Lancet Countdown.

O relatório, que acompanha 43 indicadores de saúde e clima, incluindo a exposição ao calor extremo, conclui que as mortes relacionadas às temperaturas elevadas nas populações mais vulneráveis – bebés com menos de um ano de idade e adultos com mais de 65 anos – aumentaram 68% nos últimos quatro anos em comparação com o período de 2000 a 2004.

“As ondas de calor não são apenas muito desconfortáveis, elas são letais para pessoas com vulnerabilidades”, afirmou a pesquisadora.

Poluição de combustíveis fósseis é responsável por uma a cada cinco mortes no mundo.

"Estamos vendo um vício persistente em combustíveis fósseis, que não está só aumentando os impactos das alterações climáticas na saúde, mas que agora soma-se a outras crises simultâneas que estamos enfrentado globalmente, incluindo a pandemia da covid-19, a crise do custo de vida, a crise energética e a crise alimentar, desencadeadas após a guerra na Ucrânia", acrescentou Marina.

"Descobriu-se que a combustão de gás em carros a carvão em centrais termoelétricas provoca asma nas crianças e problemas cardíacos. Prescrever um inalador não vai resolver a causa de um ataque de asma para um menino que vive próximo de uma estrada, onde os carros produzem poluentes perigosos, e as alterações climáticas aumentam a fumaça de incêndios florestais, pólen e poluição por ozono", disse a médica.

O professor de medicina da Universidade de Calgary Courtney Howard, que não fez parte do estudo, afirmou que o relatório da Lancet mostra o aumento das mortes por poluição do ar e calor, alertando que as pessoas "continuam a ter o comportamento habitual, apesar dos danos conhecidos".

"Até agora, o nosso tratamento ao nosso vício em combustíveis fósseis tem sido ineficaz", concluiu.

Reduzir a poluição evita 14 mil mortes por ano.

Os investigadores explicaram ainda que as cerca de 1,2 milhões de mortes por ano em todo mundo por pequenas partículas no ar baseia-se em "imensas evidências científicas", de acordo com a professora da Harvard School of Public Health Renee Salas. Biodieselbr)

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