Queima de combustíveis fósseis mata 1,2 milhão de pessoas por ano.
Poluição do ar por combustíveis fósseis mata mais pessoas por ano do que cigarro.
Um estudo concluiu que o
"vício em combustível fóssil" degrada a saúde pública. Em todo mundo,
a queima de carvão, petróleo e gás natural mata 1,2 milhão de pessoas por ano.
A pesquisa relata aumento das
mortes por calor, fome e doenças infecciosas à medida que a crise climática se
intensifica. Afirma que os governos continuam a dar mais subsídios aos
combustíveis fósseis do que aos países mais pobres, que sofrem os impactos do
aquecimento global.
[O relatório Health at the Mercy of Fossil Fuels, do grupo Lancet Countdown, sobre saúde e mudanças climáticas, foi feito por cerca de 100 especialistas de 24 instituições e publicado na véspera da Cúpula do Clima, no Egito]. "A crise climática nos matando. Prejudica não apenas a saúde do planeta, mas também a saúde das pessoas em todos os cantos do mundo – por meio da poluição, diminuição da segurança alimentar, dos maiores riscos de surtos de doenças infecciosas, do calor extremo, das secas e inundações”, alertou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
“Vício em combustível fóssil” mata milhões de pessoas em todo o mundo.
O estudo revela ainda que só
nos Estados Unidos são registradas 11.800 mortes devido à poluição do ar.
"A nossa saúde está à
mercê dos combustíveis fósseis", disse Marina Romanello, pesquisadora de
saúde e clima da University College of London e diretora executiva da Lancet
Countdown.
O
relatório, que acompanha 43 indicadores de saúde e clima, incluindo a exposição
ao calor extremo, conclui que as mortes relacionadas às temperaturas elevadas
nas populações mais vulneráveis – bebés com menos de um ano de idade e adultos
com mais de 65 anos – aumentaram 68% nos últimos quatro anos em comparação com
o período de 2000 a 2004.
“As ondas de calor não são apenas muito desconfortáveis, elas são letais para pessoas com vulnerabilidades”, afirmou a pesquisadora.
Poluição de combustíveis fósseis é responsável por uma a cada cinco mortes no mundo.
"Estamos vendo um vício
persistente em combustíveis fósseis, que não está só aumentando os impactos das
alterações climáticas na saúde, mas que agora soma-se a outras crises
simultâneas que estamos enfrentado globalmente, incluindo a pandemia da
covid-19, a crise do custo de vida, a crise energética e a crise alimentar,
desencadeadas após a guerra na Ucrânia", acrescentou Marina.
"Descobriu-se que a
combustão de gás em carros a carvão em centrais termoelétricas provoca asma nas
crianças e problemas cardíacos. Prescrever um inalador não vai resolver a causa
de um ataque de asma para um menino que vive próximo de uma estrada, onde os
carros produzem poluentes perigosos, e as alterações climáticas aumentam a
fumaça de incêndios florestais, pólen e poluição por ozono", disse a
médica.
O professor de medicina da
Universidade de Calgary Courtney Howard, que não fez parte do estudo, afirmou
que o relatório da Lancet mostra o aumento das mortes por poluição do ar e
calor, alertando que as pessoas "continuam a ter o comportamento habitual,
apesar dos danos conhecidos".
"Até agora, o nosso tratamento ao nosso vício em combustíveis fósseis tem sido ineficaz", concluiu.
Reduzir a poluição evita 14 mil mortes por ano.
Os investigadores explicaram
ainda que as cerca de 1,2 milhões de mortes por ano em todo mundo por pequenas
partículas no ar baseia-se em "imensas evidências científicas", de
acordo com a professora da Harvard School of Public Health Renee Salas. Biodieselbr)
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