quinta-feira, 30 de maio de 2024

Brasil atinge 2 milhões de residências com energia solar

Brasil atinge marca de 2 milhões de residências com energia solar.
Segundo a Absolar, São Paulo é o Estado que lidera o ranking com mais residências que contam com centrais solares.

Brasil alcança 2 milhões de residências com energia solar; veja o ranking dos estados.

Com a marca, o país ultrapassa R$ 70,3 bilhões em investimentos nos telhados, segundo a Absolar.

Alcance: quase todas as cidades brasileiras já contam com placas solares residenciais.

O Brasil chegou a 2 milhões de residências com energia solar nos telhados, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Com isso, o país alcançou R$ 70,3 bilhões em investimentos acumulados desde 2012. A tecnologia está presente em praticamente todos os municípios brasileiros.

Ainda de acordo com a entidade, os telhados solares abastecem mais de 2,5 milhões de unidades por meio do compartilhamento de créditos de energia gerados pelos sistemas solares para imóveis da mesma titularidade e na mesma área de concessão da distribuidora local.

Os telhados solares nas residências acumulam em torno de 13 gigawatts (GW) de potência instalada. No total, a geração própria de energia solar possui, aproximadamente, 28 GW de capacidade operacional em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, que abastecem mais de 3,5 milhões de unidades consumidoras.

No ranking da Absolar, o estado de São Paulo ocupa o primeiro lugar em número de residências atendidas pela geração própria solar, com cerca de 385,3 mil casas atendidas. No segundo posto está o Rio Grande do Sul, com 303,1 mil. Minas Gerais, com a terceira posição, conta hoje com 291,8 mil imóveis com placas fotovoltaicas em seus telhados.

Ranking estadual de residências com energia solar

Posição

UF

Telhados solares residências

SP

385.373

RS

303.180

MG

291.829

PR

176.482

BA

173.489

RJ

121.569

PE

113.254

MT

107.415

GO

102.676

10º

MS

102.530

ABSOLAR (abril 2024)

Preço aumenta atratividade

Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, lembra que, segundo estimativas de analistas de mercado, apenas em 2023, os painéis solares registraram queda de cerca de 50% no preço médio final, ampliando a atratividade e o acesso aos brasileiros. "Trata-se, portanto, do melhor momento para se investir na tecnologia fotovoltaica e aproveitar a economia na conta de luz e os demais benefícios desta fonte limpa, renovável e barata”.

Um dos fatores que elevou a atratividade das placas solares residenciais é o recuo do preço, reflexo do aumento das vendas. Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar, explica que o investimento em sistemas solares se paga em quatro a cinco anos, em média. Atualmente, há cerca de 100 linhas de financiamento disponíveis para ajudar a democratizar o acesso, oferecidas por instituições financeiras, fintechs e cooperativas de crédito.

“Assim, a energia solar é atualmente uma das principais e acessíveis soluções para os consumidores brasileiros conquistarem mais economia, autonomia, liberdade e previsibilidade”, diz. (exame)

Comissão de Infraestrutura convoca audiência pública sobre Combustível do Futuro

Comissão de Infraestrutura realizou audiência pública sobre o 'combustível do futuro' A Comissão de Infraestrutura debate realizado em 16/04/24 em audiência pública um dos projetos prioritários para o governo neste ano: o chamado PL do combustível do futuro.
Ministério dos Transportes recebe seminário sobre o PL Combustível do Futuro

Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado realizado em 16/04/24 uma audiência pública para debater o PL 528/2020. Batizado de “Combustível do Futuro”, o projeto de lei reúne uma série de medidas para descarbonizar a matriz de transportes do Brasil. O projeto, já aprovado pela Câmara, está sendo analisado pela comissão, onde tem como relator o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).

Comissão de Infraestrutura realizou audiência pública sobre o 'combustível do futuro'

O projeto cria programas nacionais de diesel verde, biometano e combustível sustentável para aviação, além de aumentar a mistura de etanol e de biodiesel à gasolina e ao diesel. O texto é considerado uma das prioridades do Senado para o ano de 2024. O requerimento para o debate foi apresentado pelo relator.

Já confirmaram presença os presidentes do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Roberto Ardenghy; do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustível e de Lubrificantes (Sindicom), Henry Hadid; da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro; e da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar.

Combustíveis do futuro: Comissão de Infraestrutura debate produção no país

Ainda aguardam confirmação os convites feitos a representantes dos Ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, da Petrobras, da Confederação Nacional do Transporte e da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia. (biodieselbr)

terça-feira, 28 de maio de 2024

Ranking dos 10 carros elétricos com a maior autonomia

Atualmente, o mundo automobilístico está passando por uma transição significativa em direção à eletrificação, e os carros elétricos estão se tornando cada vez mais populares.

Uma das preocupações centrais para os consumidores ao considerar os carros elétricos é a sua autonomia, ou seja, quanto o carro pode percorrer com uma única carga de bateria.

Nesse contexto, o ranking dos 10 carros elétricos com a maior autonomia se torna uma informação valiosa para quem está interessado nesse tipo de veículo.

Tesla Model S Long Range

Com uma autonomia impressionante, o Tesla Model S Long Range lidera o ranking, oferecendo mais de 600 quilômetros com uma única carga em condições ideais.

Lucid Air

Outro concorrente de peso é o Lucid Air, com uma autonomia próxima a 600 quilômetros, tornando-se uma escolha popular para aqueles que buscam longos períodos entre as recargas.

Tesla Model X Long Range

Com um design espaçoso e uma autonomia de cerca de 560 quilômetros, o Tesla Model X Long Range é uma opção popular para famílias e viajantes.

Tesla Model 3 Long Range

O Tesla Model 3 Long Range oferece uma excelente autonomia de aproximadamente 560 quilômetros, combinada com um design elegante e desempenho impressionante.

Ford Mustang Mach-E

Entrando no mercado com força, o Ford Mustang Mach-E oferece uma autonomia de cerca de 480 quilômetros, tornando-se uma opção atraente para os consumidores.

Porsche Taycan Turbo S

Apesar de ser mais conhecido por seu desempenho esportivo, o Porsche Taycan Turbo S também oferece uma autonomia respeitável de aproximadamente 450 quilômetros.

Audi e-tron GT

Combinando luxo e desempenho, o Audi e-tron GT oferece uma autonomia de cerca de 440 quilômetros, tornando-se uma opção popular entre os entusiastas de carros elétricos.

Mercedes-Benz EQS 580

O Mercedes-Benz EQS 580 oferece uma autonomia de cerca de 430 quilômetros, juntamente com um interior luxuoso e tecnologia de ponta.

Nissan Ariya

Com um design moderno e uma autonomia de aproximadamente 430 quilômetros, o Nissan Ariya é uma opção atraente para os consumidores que buscam um carro elétrico espaçoso e eficiente.

Volkswagen ID.4

Fechando a lista, o Volkswagen ID.4 oferece uma autonomia de cerca de 420 quilômetros, combinada com um design prático e funcional, tornando-se uma escolha popular para os motoristas urbanos.

Esses carros elétricos estão liderando o caminho para um futuro mais sustentável e oferecem aos consumidores uma opção viável e emocionante para suas necessidades de transporte, com autonomia suficiente para enfrentar longas viagens com tranquilidade. (msn)

Transição energética volta a ser debatida como futuro para outros setores

O planejamento de fontes alternativas precisa ser pensado para que outros setores atinjam a descarbonização.
O leque de fontes de energia no Brasil é muito grande e como já dito por diversas vezes, o Brasil tem tudo para ser protagonista do futuro na transição energética, visto que o país colabora de forma global com a descarbonização do mundo. O futuro é renovável, eólico e solar, já que até o momento, essas são as fontes mais competitivas. Outras tem grandes promessas, como o hidrogênio verde. E um dos temas debatidos no Fórum Brasileiro de Líderes em Energia, que aconteceu em 11/04/24, foi qual matriz elétrica é mais viável e para quem?

De acordo com Luiz Augusto Barroso, Diretor-Presidente da PSR Consultoria, o Brasil sempre teve uma questão de saber escolher ao certo quem vai entrar no sistema e porquê disso, e se não tiver uma ordem estabelecida, um critério para decidir, acaba levando o Brasil para uma desgovernança energética.

“É preciso reforçar e retomar as práticas de planejamento, passar a reorientar e melhorar a desgovernança energética atual. Planejamento não significa escolher quem vai vencer, o planejamento tem o papel de fazer as contas e calcular os verdadeiros custos e benefícios para quem quer que vença essa matriz diversificada e resiliente que precisamos. A matriz energética do futuro precisa ser escolhida de forma a refletir o real valor de cada tecnologia”, destacou o executivo.

A transição energética da matriz elétrica já foi feita. Segundo João Carlos Mello, CEO da Thymos Energia, o legado da geração hidrelétrica é ótimo porque era uma fonte reconhecida como não emissora e uma fonte renovável, esses são os benefícios das UHEs. Já a inserção das fontes intermitentes, como solar e eólica, ajudaram a somar em 85% a capacidade de fontes renováveis do país.

“O setor elétrico já cumpriu sua função na transição energética. A questão agora é tratar da eletrificação de outros setores, que pode ser através do H2 e dos veículos elétricos. Porque não pensar nessa política pública, apontou Mello.

Barroso encerrou dizendo que o caminho do hidrogênio e da eletrificação mais ampla demandam do planejamento estudos para que a maior inserção do H2, e cargas muito novas, não acabem criando novos custos que vão ser pagos por aqueles que não se beneficiam da energia barata por esse produto. (canalenergia)

domingo, 26 de maio de 2024

Alckmin defende Combustível do Futuro aprovado na Câmara

Com a aprovação do projeto de lei do Combustível do Futuro, a margem de mistura de etanol à gasolina passará de 22% a 27%, podendo chegar a 35%. Atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, sendo, no mínimo, de 18% de etanol.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) defendeu em 10/04/24 a manutenção no Senado do texto aprovado na Câmara dos Deputados sobre o projeto de lei que trata do chamado Combustível do Futuro. Com relatoria do deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), o texto detalha a composição de combustíveis como biodiesel, etanol, biogás e hidrogênio de baixo carbono.

“Nós temos de trabalhar para manter o texto do relator Arnaldo Jardim no Senado, do Combustível do Futuro, que prevê o biodiesel, o etanol, biogás, hidrogênio de baixo carbono. Temos aí uma pauta maravilhosa”, afirmou Alckmin.

A fala do vice-presidente se deu durante o Cana Summit, organizado pela Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), em Brasília. Considerado o contexto, as afirmações são uma forma de a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tentar se aproximar dos representantes do agronegócio do país, apesar de alas do governo demonstrarem insatisfação com o projeto dos biocombustíveis.

Alckmin defende biocombustíveis em novo aceno ao agro

Ao longo do discurso, Alckmin disse que o Brasil será o “protagonista” em pautas como segurança alimentar, matriz energética e mudanças climáticas. Afirmou que o país reforçará esse papel pela preservação da Amazônia. Nessa hora, disse que quem desmata o bioma “não é o agricultor”, mas, sim, “o grileiro de terra”. Foi largamente aplaudido pela plateia logo em seguida.

O texto do Combustível do Futuro foi aprovado em 13 de março. Propõe a ampliação do acréscimo de etanol anidro na gasolina, além de incluir a mistura de biometano no gás natural e estipular uma elevação anual do teor de biodiesel no óleo diesel.

Desaprovações ao texto

O PL, no entanto, não conta com aprovação de partes da Petrobras. Como apurou o Poder360, a estatal queria que entrasse no mandato (ou porcentagem de mistura obrigatória) do biodiesel o coprocessamento de conteúdo renovável que vem sendo feito em refinarias da empresa, também chamado de diesel renovável ou diesel verde.

Trata-se de uma adição que vem sendo feita voluntariamente pela Petrobras no diesel de matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. Esse conteúdo renovável é processado conjuntamente com o derivado de petróleo. No relatório, porém, o mandato do diesel verde seria separado do biodiesel, e de no máximo 3%.

Outro ponto questionado pelo mercado de petróleo também é apoiado por algumas alas do governo: o de que o projeto tiraria o poder de decisão do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), órgão de assessoramento da Presidência da República responsável pela formulação de políticas e diretrizes energéticas do país.

PL 'Combustível do Futuro' aprovado na Câmara dos Deputados

Na proposta original, era expresso que a mistura do biodiesel chegaria a 20% até 2030, mas a fixação do percentual a cada ano para atingir a meta caberia ao conselho. Pelo substitutivo do relator, o percentual anual seria fixado pela lei, que começaria em 15% em 2025 e aumentaria 1 ponto percentual por ano, até chegar aos 20% em 2030. Jardim inclui no texto que o CNPE no máximo poderá ajustar o percentual de mistura em até 2 pontos percentuais. (biodieselbr)

Evonik avança na produção sustentável com eletricidade verde

Evonik avança na produção sustentável com eletricidade verde para acrilatos especiais.
A produção de acrilatos especiais DEGACRYL agora é alimentada por fontes de energia renováveis

A linha de negócios Coating & Adhesive Resins da Evonik alcançou uma redução significativa nas emissões de carbono ao alimentar a produção de acrilatos especiais DEGACRYL, em Darmstadt, Alemanha, com eletricidade proveniente de fontes renováveis. Essa iniciativa, em vigor desde o início do ano, resulta em uma economia anual de cerca de 1.400 toneladas métricas de CO2.

A empresa destacou que a mudança para a energia renovável está alinhada com o compromisso da linha de negócios com a sustentabilidade. Com menos emissões de CO2, a linha de negócios contribui para atingir suas próprias metas de sustentabilidade e, ao mesmo tempo, atender às exigências do mercado.

A integração da eletricidade verde ao processo de produção é outro elemento fundamental para a produção mais sustentável de acrilatos especiais. Durante muitos anos, o vapor necessário para a produção era proveniente de uma usina local de transformação de resíduos em energia, utilizando o calor residual para gerar valor adicional.

Os acrilatos especiais DEGACRYL produzidos em Darmstadt são usados em uma ampla gama de aplicações. Na indústria de embalagens, são essenciais para a selagem térmica de lacas utilizadas em embalagens de produtos lácteos, fármacos, entre outros, promovendo a criação de soluções de embalagens eco-friendly. Além disso, estes acrilatos desempenham um papel crucial no setor médico como matéria-prima em próteses dentárias e cimento ósseo, bem como em aplicações adesivas. (canalenergia)

sexta-feira, 24 de maio de 2024

São Paulo adia 2 anos prazo máximo para ônibus diesel

São Paulo amplia em dois anos prazo máximo para ônibus diesel.
A Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo ampliou em dois anos a idade máxima permitida para que os atuais ônibus diesel continuarem circulando. A decisão foi tomada para permitir que as empresas que operam o sistema de transporte público paulistano tenham um prazo maior para viabilizarem a implantação da infraestrutura necessária à eletrificação de suas frotas.

Os novos contratos entre a prefeitura e as empresas de ônibus foram publicados com aditivos que autorizam micro-ônibus movidos a diesel circularem por até 9 anos enquanto a idade máxima de veículos maiores passa a ser de 12 anos. Os veículos mais velhos devem passar por mais vistorias e, preferencialmente, vão compor a reserva técnica das empresas, mas poderão ser usados nas linhas.

As operadoras também ganham um prazo maior para tirar das ruas mini ônibus modelos 2015 e veículos maiores modelo 2012 desde que sejam apresentados pedidos de compra de veículos elétricos que os substituirão. A troca terá que ser feita até o final de junho.

Desde outubro passado as operadoras de transportes que operam linhas na cidade de São Paulo não podem mais comprar modelos a diesel 0 km. Apesar disso, a meta de eletrificação avançou – dos 2,6 mil ônibus elétricos prometidos pela Prefeitura para o fim desde ano, apenas 117 unidades já estão em circulação.

Em março, a prefeitura paulistana instalou uma comissão que vai dar subvenções para que as empresas invistam na eletrificação de suas frotas e vem buscando um acordo com a Enel para adequar à rede de distribuição às novas necessidades. (biodieselbr)

Brasil sobe para sexto no ranking mundial de energia solar

País encerrou 2023 com 37,4 GW em painéis fotovoltaicos, avançando duas posições no balanço global da Agência Internacional de Energias Renováveis.
O Brasil avançou duas posições no ranking mundial dos países com maior potência acumulada da fonte solar. Segundo apuração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com base em dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena), o país encerrou 2023 com 37,4 GW de capacidade acumulada, assumindo a sexta colocação no balanço internacional.

Os dados consideram a somatória das usinas em geração centralizada e distribuída. Em relação à potência agregada, o levantamento é liderado pela China (609,3 GW), seguida pelos Estados Unidos (137,7 GW), Japão (87,1GW), Alemanha (81,7 GW) e Índia (72,7 GW).

Segundo a Absolar, somente no ano passado cerca de 11,9 GW foram implementados no território nacional, sinalizando o quarto maior mercado da tecnologia em nível mundial em 2023. A entidade calcula que foram mais de R$ 59,6 bilhões de novos investimentos acumulados no período, um crescimento de 49% em relação aos recursos somados até o final de 2022. Atualmente, a fonte figura na segunda posição na matriz elétrica nacional, com 17,4% e 41 GW operacionais, responsáveis por mais de R$ 195 bilhões em novos aportes.

País produziu 37 GW em 2023 e avançou duas posições em relação a 2022; China, EUA e Japão lideram a lista. O Brasil ficou em 6º lugar entre os maiores produtores de energia solar do mundo em 2023. Os dados constam em levantamento divulgado em 08/04/24. (canalenergia)

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Infinium inicia produção comercial de e-diesel no Texas

Infinium inicia produção comercial de e-diesel (sem petróleo) no Texas.

A primeira planta de e-combustível em escala comercial do mundo começou a operar em Corpus Christi, no Texas (EUA), no final de março, produzindo e-diesel a partir de hidrogênio verde e CO2 capturado.

Com um pouco de atraso – a previsão era que o e-combustível estivesse disponível no final de 2023 – a entrada em operação do projeto Pathfinder, da Infinium, marca o início dos testes de viabilidade prática dessa alternativa para a descarbonização do transporte pesado e de longa distância.

O e-diesel irá abastecer os caminhões que fazem a logística de distribuição da Amazon nos EUA. A estratégia faz parte do compromisso da multinacional em zerar as emissões de carbono até 2040.

Os e-combustíveis da Infinium são com dióxido de carbono (CO2) capturado e hidrogênio obtido a partir da eletrólise com energia renovável. O processo patenteado produz combustível sustentável de aviação (e-SAF), e-diesel e e-nafta, com “emissões ultrabaixas”, afirma a empresa.

Embora despontem como um potencial substituto dos derivados de petróleo para caminhões, aviões e navios – onde a eletrificação ainda é bastante desafiadora – os eletrocombustíveis têm suas próprias barreiras a superar.

Primeiro porque dependem de hidrogênio verde, cuja oferta global ainda é menor que 2% de todo o H2 produzido.

Segundo, o custo de produção é alto e para ser atrativo para os consumidores – as grandes empresas logísticas – depende de políticas e fundos de incentivos, além de prêmios verdes.

Estudo do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK, em alemão) aponta que os e-combustíveis serão escassos por muito tempo.

Até meados de 2023, o PIK identificou que cerca de 1% dos quase 60 novos projetos anunciados até 2035 tinham decisão final de investimento.

Para se ter uma ideia de quão no início esse negócio está: a única outra instalação de e-combustível operacional no mundo é o projeto piloto Haru Oni da HIF Global, no Chile, que há um ano enviou pouco mais de 24 mil litros de e-gasolina para testes nos carros de corrida da Porsche no Reino Unido.

Conta ainda não fecha

A demanda por soluções para descarbonizar a logística ainda é baixa. Segundo estimativas da McKinsey, a pressão de grandes empresas para reduzir as emissões da cadeia de suprimentos (Escopo 3) deve levar a demanda por frete verde a representar aproximadamente US$ 350 bilhões em 2030, cerca de 15% do gasto total em logística. Em 2025, a estimativa é de 2% (US$ 50 bilhões).

As soluções vão muito além dos eletrocombustíveis, incluem biocombustíveis, eletrificação, gás natural e biometano, renovação de frota, créditos de carbono, eficiência energética, entre outras.

“As empresas de logística estão ansiosas para atender à demanda dos clientes, cumprir as metas regulatórias e capturar esse crescimento esperado. No entanto, descarbonizar o setor envolverá despesas significativas”, observa a consultoria.

Os analistas da McKinsey apontam que reduzir as emissões de maneira economicamente viável exigirá estratégias de comercialização eficazes. Mas, por enquanto, as empresas de logística ainda estão focadas em recuperar os gastos.

A pesquisa identificou que os clientes querem produtos de logística verde, mas não estão dispostos a pagar por eles: mais de 80% dos clientes não estão dispostos a pagar nem mesmo um prêmio de 10% por um produto verde. Enquanto apenas cerca de 10% estariam dispostos a pagar um prêmio de 20%. (biodieselbr)

Brasil poderá ser líder mundial do biometano

Brasil poderá ser líder mundial do biometano, diz CBIE.
Outlook 2024 prevê que energético será competitivo a partir de 2025. Preço de gás natural no Brasil esse ano deve ficar em torno de US$ 10,92.
De acordo com Bruno Pascon, diretor e sócio do CBIE, o país tem tudo para liderar o setor mundial de biometano, já que a maior parte do energético vem dos aterros, uma tecnologia mais cara que a dos biodigestores.
Biometano no Brasil pode levar a ‘economia’ a centenas de bilhões de dólares.

“O Brasil poderia ser autossuficiente para abastecer todo o mercado doméstico interno. A gente não é por conta dessa prática de injeção, porque não temos capacidade de escoamento suficiente para trazer o gás do litoral para vender”, observa Bruno Pascon, diretor e sócio do CBI. (canalenergia)

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Crise nos Estados Unidos, problemas no mundo

Energia hidrelétrica: crise nos Estados Unidos, problemas no mundo.
A quantidade de energia hidrelétrica gerada no oeste dos Estados Unidos no ano passado foi a menor em mais de duas décadas: caiu 11% durante o ano hidrológico de 2022-2023 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados do Electricity Data Browser da Energy Information Administration – foi a menor geração desde 2001. No hemisfério norte, o ano hidrológico começa em 1º de outubro.

A região compreendida pelos estados do Arizona, Califórnia, Dakotas, Nevada, Novo México, Oregon, Texas e Washington gera cerca de 60% da energia hidrelétrica do país e foi afetada por grandes secas.

Isso cria um ciclo vicioso: a seca reduz a quantidade de energia limpa e para evitar desabastecimento, as concessionárias acabam recorrendo aos combustíveis fósseis, o que leva a mais emissões dos gases geradores do efeito estufa, o que causa mudanças climáticas que pioram as secas.

O calor foi outro problema na região durante o último ano hidrológico – as temperaturas estiveram mais altas que o normal. Os estados dessa região dependem do derretimento lento da camada de neve para obter água durante os meses mais secos de verão, mas grande parte dessa neve derreteu mais cedo, em maio. Isso levou a disponibilidade de água a ficar abaixo da média pelo resto do ano hidrológico.

A geração de energia hidrelétrica em Washington e Oregon caiu bastante: 20% durante o último ano hidrológico – juntos, os dois estados representam 37% da capacidade hidrelétrica do país.

A Califórnia, por outro lado, experimentou uma trégua na seca que vem assolando o estado nas últimas duas décadas, mas não ficou imune aos problemas: houve recordes de neve e chuva em partes do estado, mas que causaram enchentes em algumas áreas.

A Energy Information Administration espera uma redução de 12% na geração de energia hidrelétrica em todo o oeste dos Estados Unidos no ano hidrológico 2023-2024 em comparação com o ano anterior. E sempre que há menos energia hidrelétrica, há mais poluição trazidas por usinas que queimam gás e carvão, que tem a produção aumentada.

O que aconteceu nos Estados Unidos aconteceu em escala global em 2023: as emissões globais de gases de efeito estufa, relacionadas à energia, aumentaram 410 milhões de toneladas métricas, o que equivale aproximadamente à poluição gerada por mais mil novas usinas a gás.

E isso aconteceu principalmente em função das secas nos Estados Unidos e na China, que acabaram sendo responsáveis por 40% do aumento das emissões globais no ano passado, conforme dados da International Energy Agency. (ecodebate)

Aéreas veem combustível verde ainda distante e buscam novas alternativas

Aéreas veem combustível verde ainda distante e buscam alternativas para ficar menos poluentes.

Quando o assunto é descarbonização do setor aéreo, os holofotes estão voltados para o combustível sustentável de aviação, mais conhecido por sua sigla em inglês: SAF. A empolgação se justifica, já que a solução seria capaz de reduzir em até 80% as emissões de carbono.

No entanto, com capacidade de produção muito distante de atender à demanda, fabricantes e companhias aéreas apostam em medidas complementares para zerar as emissões de carbono (CO2) até 2050. Entre elas, renovação de frota e medidas no solo para aumentar a eficiência operacional.

O carbono emitido representará um custo adicional para os balanços das empresas a partir de 2027. Isso porque o Brasil é signatário do Corsia, um acordo internacional que determina que as empresas aéreas deverão comprar créditos para compensar as emissões que excederem os patamares verificados em 2019. “O investidor sabe que o carbono vai significar uma conta extra. Portanto, quanto menos eu emitir, melhor e mais barata a operação será”, explica o gerente de Sustentabilidade da Azul, Filipe Alvarez.

Além de uma demanda econômica, há também uma cobrança pública para que o setor aéreo reduza seu impacto ambiental, destaca o líder em Políticas Públicas e Parcerias em Sustentabilidade para América Latina e Caribe da Boeing, Otávio Cavalett. “Só vai existir um futuro para a aviação se ele for mais sustentável. Não temos outra opção. É uma demanda da sociedade”, afirma.

Alternativas

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) projeta que 65% da meta de descarbonização até 2050, assinada em 2021, será obtida por meio do SAF, combustível sustentável feito a partir de óleos vegetais ou animais. Apesar de já ser trabalhado no Brasil em laboratório, a produção em larga escala deve demorar a ganhar fôlego. Além de demandar investimentos bilionários, a matéria final ainda pode ficar de três a cinco vezes mais cara que o querosene de aviação (QAV), os principais combustíveis fósseis usados atualmente.

A regulamentação é outro nó que precisa ser desatado para implementação do SAF como combustível principal da aviação no Brasil e países vizinhos, segundo o CEO da Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), Ricardo Botelho. “Na nossa região, ainda enfrentamos desafios significativos, uma vez que os regulamentos em países da América Latina estão em fase de desenvolvimento, e as circunstâncias locais diferem das dos Estados Unidos e da Europa”, afirma.

Apesar do potencial do SAF, o setor não deve apostar todas as fichas em uma única iniciativa, aponta a gerente de sustentabilidade da Latam, Ligia Sato Puccioni. “Mesmo quando houver um novo combustível suficiente e com preço mais atrativo, ele não será 100% da solução”, afirma. Ela avalia que o SAF tomou os holofotes não só pela importância para a meta final, mas, especialmente no Brasil, pelo grande potencial de o País ser um dos líderes na produção. “Mas, na prática, precisaremos de um mix de soluções”, acrescenta.

Na divisão dos pilares para a descarbonização, a Iata calcula que a troca de aeronaves e medidas de eficiência poderão eliminar 16% das emissões até 2050. O restante deve ser resolvido por meio de projetos ambientais, com 11% em captura e armazenamento de CO2 e 8% em compensação. Se os desafios forem superados, o setor será, sozinho, responsável pela redução de 2% da emissão de toda a atividade humana no planeta.

Metas

A busca para reduzir as emissões se dá no contexto de frear o efeito estufa, que ocorre principalmente pela queima de combustíveis fósseis. No mercado corporativo, o tema é visto como fundamental para a manutenção da saúde financeira das empresas, já que eventos climáticos extremos afetam a produtividade e podem impor obstáculos intransponíveis nas próximas décadas.

“A questão é saber como fazer o que é preciso. Todo esse movimento de descarbonização exige uma mudança de cultura e mentalidade. Isso só pode ser feito por meio de uma política pública complexa e que considere os interesses de todos: empresas, governos e sociedade civil”, avalia a advogada Gabriela Giacomolli, especialista em ESG.

Diante da complexidade do tema, as aéreas de todo o mundo adotam planos distintos para alcançar a meta de 2050. Os pilares são os mesmos: compra de aviões mais modernos, troca de equipamentos das operações em solo e iniciativas complementares de logística. Há diferenças, contudo, sobre a antecipação de metas e sobre o uso do mercado de crédito de carbono para a contabilização dos avanços.

A Câmara dos Deputados deu um passo importante sobre o tema no início deste mês, ao aprovar o projeto de lei (PL) do “Combustível do Futuro”. A matéria, agora em curso no Senado, determina que as aéreas precisarão incluir 1% de SAF nos tanques a partir de 2027. Essa proporção aumentará 1 ponto porcentual a cada ano, alcançando 10% de SAF na mistura do combustível em 2036. Com isso, fica a cargo das empresas acompanhar ou acelerar a adoção do SAF, equacionando as demais medidas para entregar as metas.

A Azul quer reduzir 46% da intensidade de emissão até 2030. “Temos, desde 2016 até agora, redução de intensidade de cerca de 22%”, diz Filipe Alvarez. Reduzir a intensidade significa, na prática, transportar o mesmo peso emitindo menos. Até aqui, a empresa tem apostado principalmente na compra de aeronaves mais eficientes.

A Latam se comprometeu a reduzir ou compensar 50% da intensidade das emissões domésticas até 2030. “É um processo que já está acontecendo. Estamos fazendo a lição de casa, dentro do que dá para fazer. A solução terá de ser pensada em parcerias, envolvendo diversos entes. Precisa da cadeia completa”, afirma a gerente Ligia Sato Puccioni.

O diretor do Centro de Controle Operacional (CCO) da Gol, Eduardo Calderon, explica que a companhia busca reduzir as emissões há mais de uma década. Porém, a estratégia é de cautela e, até o momento, a empresa não pretende adotar metas mais ousadas que as da Iata. Segundo ele, isso se dá pela perspectiva de que o novo combustível demandará tempo. “Hoje o combustível pesa muito. Por isso, a decisão é seguir o que a regulamentação manda, sem antecipar a mistura de SAF”, aponta Calderon.

O advogado Ricardo Fenelon Jr., ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), diz que, na base das discussões sobre as medidas, está a preocupação para que não ocorra aumento de custos. “Não parece, mas os prazos são bastante apertados. Quase oito anos depois, por exemplo, que o Corsia foi aprovado, ainda há muitas dúvidas de como a redução de fato vai ocorrer e se será viável do ponto de vista econômico”, diz.
Emissões

Na média, as operações aéreas no Brasil, somando as domésticas e as internacionais, ainda não conseguiram demonstrar redução das emissões de carbono. Os cálculos feitos pela reportagem com base nos dados da Anac de movimentação do modal aéreo mostram que o setor emitiu, em 2015, 51 kg de CO2 a cada 100 RTK, sigla em inglês para toneladas-quilômetro transportadas. O volume chegou a 54 kg por 100 RTK em 2019, ano base anterior à pandemia de covid-19.

Com a chegada da pandemia, as operações foram duramente afetadas, com redução da demanda. Porém, mesmo com menos voos, a emissão proporcional atingiu seu pico, ficando em 60 kg por 100 RTK em 2020 e em 64 kg em 2021. Em 2022 o volume voltou a cair, mas ainda está acima da série. Em 2022 foram emitidos 58,91 kg para cada 100 RTK. Em 2023, 57,1 kg para cada 100 RTK.

Há diferentes metodologias para medir a emissão de carbono. Os números utilizados nesta reportagem são referentes à Tier 3, que leva em consideração as emissões das aeronaves da aviação civil comercial e privada, em voos domésticos e internacionais, com origem no Brasil, de empresas nacionais ou estrangeiras. Esse método exclui os voos feitos com gasolina de aviação, restringindo-o às aeronaves abastecidas com querosene de aviação — que é usado em motores a jato.

A forma de calcular a proporção de emissão por atividade também difere. Enquanto a Latam faz a divisão de emissão por RTK, a Azul calcula sua emissão por número de passageiros pagantes transportados por quilômetro (RPK). Com isso, os números ficam ligeiramente diferentes, mas, na média, apresentam curvas praticamente idênticas.

Apostas para curto e médio prazo

Na corrida da aviação para reduzir a emissão de carbono, cada iniciativa possui seu trunfo. Se por um lado o SAF é o mais “poderoso”, por ter o maior impacto positivo ambiental, outras duas alternativas se destacam pela viabilidade: renovação de frota e otimização operacional. Ainda que com suas limitações, têm a vantagem de serem mais imediatas e factíveis, financeiramente e tecnologicamente. Por isso, são apostas para o curto e médio prazo.

A indústria calcula que aeronaves mais novas emitem entre 20% e 30% menos dióxido de carbono em comparação a modelos anteriores. Isso é atribuído principalmente à maior eficiência obtida com tecnologias mais modernas, gerando economia em diferentes frentes para as companhias do setor.

Por isso, a renovação da frota está na agenda de descarbonização das aéreas. “Temos adquirido aviões mais modernos, que consomem menos e, com isso, reduzem emissões”, explica Ligia Puccioni, da Latam. Como exemplo, cita os modelos A 30020 e 21 Neo, da Airbus, que representam uma redução de 20%, e o Boeing 787, que consome e emite 25% menos.

A Azul também vem promovendo substituições nos últimos anos, segundo o gerente de Sustentabilidade Filipe Alvarez. “A renovação da frota representa redução monstruosa para descarbonização”, afirma. “Para nós, essa estratégia é importante tanto pela redução da emissão de carbono quanto pela eficiência de combustível”, complementa, destacando que atualmente a frota da Azul tem idade média de sete anos.

Na mesma linha, a Gol opera com uma idade média de 8 a 9 anos. A expectativa é trocar toda a frota até 2035, de acordo com o diretor Eduardo Calderon. Para o executivo, os problemas na cadeia de suprimentos, que têm dificultado a produção de peças e aeronaves, não devem atrapalhar esse plano. “Não achamos que a entrega de aviões será problema”, afirma.

“Temos tido atrasos, mas há investimentos muito grandes em aeronaves na América Latina”, diz o gerente sênior de Assuntos Externos e Sustentabilidade da Iata para as Américas, Pedro de la Fuente. Ele destaca que as aéreas da região operam com uma frota média de 7 a 12 anos, contra uma média global superior a 15 anos.

Mais de 50% da frota das companhias aéreas afiliadas à Alta foi renovada na última década, resultando numa diminuição de 30% na idade média das aeronaves. Desde 2005, essas empresas encomendaram e colocaram em operação mais de mil aeronaves, representando um investimento superior a US$ 100 bilhões.

Eficiência operacional

No entanto, as aéreas possuem um “trabalho gigante pela frente”, avalia o líder em Políticas Públicas e Parcerias em Sustentabilidade para América Latina e Caribe da Boeing, Otávio Cavalett. “Trocar uma frota inteira de uma hora para outra não é factível. É necessário também melhorar a operação com os aviões que operam hoje e no futuro próximo”, diz.

É nessa equação que entram as iniciativas de otimização de eficiência operacional. Na prática, a estratégia é baseada no desenvolvimento de soluções que permitam que as aeronaves e o ecossistema de aviação desempenhem melhor com menos combustível e emissão de carbono. Somadas, iniciativas desse tipo podem representar uma redução de 10% a 15% nas emissões, de acordo com Cavalett.

Essas estratégias começam antes das decolagens, com a otimização da operação no solo por meio de melhorias no modelo de abastecimento e eletrificação de automóveis utilizados no apoio às aeronaves, por exemplo. A manutenção dos motores, para que os aviões operem com máxima eficiência, e o taxiamento com um único motor também entram na lista.

Com as aeronaves no ar, o destaque fica por conta da otimização das rotas, tornando-as mais diretas, para que as aeronaves não precisem voar mais tempo do que o estritamente necessário. “No curto prazo, existem muitas eficiências que podem ser encontradas e aplicadas com parcerias entre as companhias e fornecedores de sistema de navegação”, afirma Pedro de la Fuente, da Iata.

A realização de decolagens e aterrissagens com flaps reduzidos, assim como a diminuição da redução da velocidade de decolagem em locais com altitudes inferiores a 1.500 pés, também são outras estratégias utilizadas para reduzir o consumo de combustível e consequentemente, emissão de CO2, durante os voos.

Novas tecnologias

Olhando mais para frente, especialistas não descartam o uso de fontes alternativas de energia, com destaque para o hidrogênio e a eletricidade. No entanto, apesar de serem mais limpas do que o combustível fóssil, ainda estão em desenvolvimento e são um desafio do ponto de vista operacional. A principal questão é que, diferente do SAF, o uso deles prevê mudanças na estrutura e sistema das aeronaves.

Outro ponto citado por La Fuente, da Iata, é que poderiam diminuir a eficiência operacional, na contramão do que a indústria tem buscado. No caso da energia elétrica, os aviões teriam de carregar baterias e o hidrogênio precisaria ser resfriado e transportado na forma congelada, o que deixaria as aeronaves mais pesadas e aumentaria a necessidade de combustível. “Eficiência é diminuir peso e não aumentar. Sem contar que reduziria o espaço para passageiros, aumentando a demanda por mais voos”, diz.

O verde decolou: a bem-vinda transformação na indústria da aviação

Governo

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) diz que acompanha de perto a agenda, priorizando a produção do SAF. “No entanto, os elevados custos de produção permanecem um desafio a ser superado. Para que o uso de SAF se dissemine entre os operadores aéreos, será fundamental que haja alguma competitividade de preço em relação ao combustível fóssil”, diz, em nota.

O ministério afirma que, na condição de formulador de políticas públicas para a aviação civil brasileira, considera indispensável que o governo federal ofereça incentivos que ajudem a fomentar a produção de SAF no Brasil e a reduzir o custo do combustível para as empresas aéreas. Nas próximas semanas, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deverá criar um grupo de trabalho que terá a função de propor políticas de estímulo à produção de SAF no Brasil, segundo informa o ministério.

“Nos próximos anos, a competitividade internacional de uma empresa aérea estará intimamente ligada à sustentabilidade ambiental de suas operações. Por isso, para que o setor aéreo brasileiro consiga competir internacionalmente, é fundamental que o País avance no desenvolvimento da indústria de SAF”, afirma o MPor. (biodieselbr)