A empresa começou o estudo em julho/2023, com um caminhão da montadora
holandesa DAF. Durante 6 meses, o veículo foi utilizado pela JBS Transportadora
na rota entre a cidade de Lins, no interior de São Paulo, e o Porto de Santos,
no litoral paulista. Sempre abastecido com o biodiesel produzido pela Biopower,
a partir de resíduos da produção bovina.
“Foram 6 meses de operação, e os resultados mostram que o uso do B100 é promissor. Os resultados iniciais evidenciam que a performance do veículo abastecido com biodiesel é equivalente ao utilizado na mesma rota com o diesel convencional, mas com impacto ambiental muito inferior”, afirmou o diretor comercial da Biopower, Alexandre Pereira.
Desde o início do teste, foram usados cerca de 35.000 litros do biocombustível para percorrer 59.938 km. Segundo a companhia, os motoristas, responsáveis por transportar 3.200 toneladas de produtos fabricados no polo industrial da JBS, tiveram percepções positivas sobre a performance e o desempenho do caminhão abastecido com o biodiesel.
“Estamos otimistas em relação ao uso do biodiesel 100% (B100) como uma
alternativa segura e de alta qualidade para o uso nos caminhões em larga
escala. Os testes mostraram que o B100 tem impacto positivo na performance, no
desempenho e na preservação de itens importantes do caminhão, como o motor”,
disse o diretor da JBS Transportadora, Armando Volpe.
De acordo com os executivos, parte do otimismo se dá também porque o
biodiesel aparece como um substituto imediato do diesel, por ser compatível com
as tecnologias já existentes na indústria automobilística. Além de se tratar de
um combustível biodegradável e prático, segundo a empresa.
Atualmente, a Biopower tem 3 unidades fabris, nas cidades de Lins (SP),
Mafra (SC) e Campo Verde (MT). A capacidade instalada é de 785 milhões de
litros por ano – o equivalente a cerca de 10% do volume de biodiesel produzido
em todo o país, em 2023, conforme dados da ANP.
Tal iniciativa vai além do compromisso da JBS de reduzir a própria pegada de carbono e tornar a produção mais sustentável. “Nosso objetivo é comprovar a qualidade do B100 e colocá-lo como uma alternativa para a descarbonização da matriz energética no transporte brasileiro”, afirmou Alexandre Pereira.
Expansão é plano nacional
A estratégia da JBS de tornar a mobilidade mais limpa vai ao encontro de
medidas adotadas pelo governo federal. Em dezembro de 2023, por exemplo, o CNPE
(Conselho Nacional de Política Energética) decidiu aumentar a proporção de
biodiesel no óleo diesel, de 12% para 14%, a partir de março de 2024.
A ampliação do percentual seguirá em 2025, quando está previsto um novo aumento, de 1%. Trata-se, portanto, de uma aceleração do cronograma que havia sido aprovado no 1º trimestre do ano passado. Até aquele momento, a participação do biodiesel no chamado “diesel B” –vendido nos postos– só atingiria 15% em 2026.
O projeto de lei nº 4.516/23, conhecido como “PL do Combustível do Futuro”, é outra iniciativa nesse sentido. O objetivo é promover a mobilidade sustentável de baixo carbono, por meio da maior incorporação de biocombustíveis nos transportes. O texto substitutivo foi aprovado em março, na Câmara dos Deputados, e segue ao Senado Federal. (biodieselbr)
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