Com um orçamento inicial de R$ 6 bilhões para o programa, divididos
igualmente entre BNDES e Finep, que acenam com taxas diferenciadas, a demanda
chegou a R$ 167 bilhões em 76 projetos, sendo que 43 propostas têm como
interesse principal a produção de combustíveis de aviação, no total de R$ 120
bilhões, e 33 propostas, ou R$ 47 bilhões, visam desenvolver combustíveis para
navegação. Agora, o banco vai avaliar os projetos e decidir, até o final do
ano, quais serão elegíveis e quais instrumentos de financiamento serão
utilizados.
“Nós vimos o tamanho da demanda e, obviamente, a gente vai depurar isso até o final do ano, ver o que é viável e buscar a solução financeira. Imagino que vai ter mais de R$ 6 bilhões, mas isso mostra o potencial do Brasil para essa agenda”, disse Gordon, informando que empresas multinacionais estão vindo para o Brasil em função da chamada pública e outras estão antecipando investimentos. “O fato de haver recursos com a Taxa Referencial para inovação, recursos do Fundo Clima, recursos não reembolsáveis da Finep, ajuda a deslocar os investimentos para essa agenda, e tanto atrair quanto antecipar investimentos para o tema”, complementou.
Tendência é que empresas se juntem
De acordo com o diretor, uma planta de SAF custa em torno de US$ 1
bilhão e a tendência é de que empresas se juntem para desenvolver os projetos,
que na chamada não tiveram a tecnologia especificada. “Isso é muito
interessante, porque a gente não determinou qual é a tecnologia, a gente quer
apoiar os projetos bons. Aí recebemos projetos com etanol, projetos de
biometano, projetos com outras tecnologias variadas”, informou Gordon.
Ele explicou que, após avaliar as propostas, o banco pode decidir trazer
outros bancos para apoiar os projetos ou mesmo captar recursos. “Ou seja, vamos
tentar construir a partir de agora as soluções financeiras para apoiar o máximo
possível de bons projetos que conseguirmos. Então a gente quer que o Brasil
seja a referência nessa agenda de SAF e de combustível marítimo”, explicou.
Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, “a quantidade e a qualidade das propostas recebidas demonstram que o Brasil tem, de fato, todas as condições para se tonar líder global na produção de combustíveis sustentáveis para aviação e para a navegação. No mundo, a aviação e a navegação contribuem, conjuntamente, com cerca de 5% das emissões globais de CO2. Biocombustíveis podem reduzir em até 94% essas emissões”.
Adoção será progressiva
Com implementação progressiva até 2050, obedecendo a uma regulamentação
internacional, o uso de uma parcela de 2% de SAF já começará a ser exigido a
partir do ano que vem para aeronaves que decolarem da União Europeia. A ideia é
aumentar a adição para 5% em 2030 e atingir 63% em 2050. Já a Organização
Marítima Internacional (IMO) estabeleceu metas para reduzir as emissões de
gases efeito estufa em pelo menos 50% até 2050, comparado às emissões de 2008,
o que deve ser conseguido com o uso de biodiesel, diesel verde (HVO), etanol,
biometano, entre outros. (biodieselbr)
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