Unicamp
inaugura a maior microrrede do Brasil, com 565 kWp de solar e 1 MW de BESS.
A
microrrede CAMPUSGRID trata-se da implantação de uma microrrede no campus da
UNICAMP em Barão Geraldo, Campinas-SP, e será a maior microrrede a ser
implantada na universidade e no Brasil.
Com
um investimento de R$ 45,3 milhões, o projeto, desenvolvido em parceria com a
CPFL Energia, é parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), reunindo esforços da Universidade Federal
do Maranhão (UFMA), do Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação (IATI), do
China Electric Power Research Institute (CEPRI) e da Hexing.
“A
microrrede CampusGrid, a maior em âmbito universitário na América Latina e no
Caribe, cobre uma área de 144 mil m² e reúne elementos inovadores como geração
de energia renovável e não renovável, armazenamento em baterias, medição
inteligente e um centro de controle autônomo que permite sua operação
desconectada da rede principal. Essa capacidade de operar de forma independente
é especialmente crucial em casos de blackout, aumentando a resiliência frente a
eventos climáticos extremos”, explica o professor da Unicamp, Luiz Carlos
Silva.
Esse
modelo não apenas eleva a sustentabilidade e a eficiência no uso de energia,
mas também promove benefícios econômicos diretos. Somente com a geração solar
fotovoltaica, a Unicamp economizará cerca de R$ 450 mil por ano em sua conta de
energia elétrica.
“Mais que uma solução local, o CampusGrid é um laboratório vivo que permite validar tecnologias e ampliar horizontes para aplicações futuras. De comunidades isoladas na Amazônia até setores como mineração e agricultura irrigada, o potencial de replicação é vasto e estratégico”, garante o professor. Além disso, a microrrede atende instalações como o Ginásio Multidisciplinar, a Faculdade de Educação Física, e as bibliotecas Central César Lattes e de Obras Raras.
Desafios e avanços no combate à intermitência na transição energética
O
CEO do grupo CPFL Energia, Gustavo Estrella, destaca que o maior desafio do
setor elétrico atualmente está na intermitência, um obstáculo que precisa ser
superado para integrar de forma sustentável a crescente geração de energia
renovável.
“É
um grande orgulho ver que conseguimos desenvolver uma tecnologia economicamente
viável para gerar energia limpa a um custo acessível, mas enfrentamos o desafio
da operação de rede, que é o tema da intermitência. O mundo está trabalhando
nisso para descobrir como manter o crescimento da geração renovável de maneira
sustentável, casado ao tema da segurança energética”, afirmou Estrella.
O
executivo avalia que o aumento da participação de fontes intermitentes, como
solar e eólica, exige iniciativas que possam conciliar sustentabilidade e
segurança energética. Por isso, iniciativas como a CampusGrid são fundamentais
para a inserção de geração renovável na matriz energética nacional.
“A
nossa missão é que, em algum momento, tenhamos cidades inteiras e países
rodando um sistema parecido com este que estamos inaugurando aqui, de maneira sustentável.
Temos uma expectativa muito grande sobre como poderemos contribuir com essa
jornada do mundo em busca da segurança energética”, diz Estrella.
À pv magazine, o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL, Bruno Monte, disse que a tecnologia pode ser uma aliada da integração de geração distribuída à rede. “Esse projeto que a gente inaugura hoje é o maior piloto desse porte. É algo novo, mas que tem sim o potencial de ajudar, nos próximos anos, tanto o Brasil, quanto todos os países, a fazer essa integração de geração distribuída de uma forma mais aderente tanto para a operação da rede quanto para entrega de energia para os clientes. Então sem dúvida uma tecnologia que deve ajudar nisso no médio prazo”, disse.
Unicamp inaugurou sua maior usina fotovoltaica
Geração
de energia solar integra subprojeto do Campus Sustentável, programa feito em
parceria com a CPFL.
Cooperação
internacional
A
conclusão do projeto de microrrede da Unicamp representa um avanço tecnológico
e uma colaboração estratégica para enfrentar os desafios climáticos globais
alcançado pela cooperação entre Brasil e China no setor energético, avalia o
presidente do Conselho da State Grid, Chen Daobiao.
“O
desenvolvimento de energias renováveis distribuídas e a promoção da transição
verde de baixo carbono na economia e na sociedade se tornarão um consenso
global no enfrentamento das mudanças climáticas. A StateGrid dá grande
importância à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico, à formulação de
padrões e à implementação de projetos de demonstração no campo das MicroGrids.
Isso resultou em uma série de inovações tecnológicas com propriedade
intelectual independente e liderança internacional, além de experiência prática
consolidada”, disse Daobiao.
Nenhum comentário:
Postar um comentário