sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Fleury avança para obter 100% de energia renovável

Fleury avança para ter 100% do consumo de energia renovável.

Grupo de serviços médicos e medicina diagnóstica atualiza plano para viabilizar projetos de usinas compartilhadas via consórcios, painéis fotovoltaicos em telhados e migrações ao mercado livre.
Grupo Fleury, especializado em serviços médicos e medicina diagnóstica, atualizou seus planos envolvendo a origem e a utilização da energia elétrica em suas operações.

Em entrevista ao CanalEnergia, o diretor de expansão, Engenharia Clinica e Facilities da Empresa Clóvis Porto, destacou que o foco é avançar nos estudos de viabilidade para novos projetos de usinas compartilhadas via consórcio, painéis fotovoltaicos em telhados e mais migrações ao mercado livre.

“Diante do cenário que combina as metas do Acordo de Paris e os impactos das mudanças climáticas, a indústria siderúrgica tem buscado formas de reduzir as emissões de poluentes globais. Integram a agenda de descarbonização no Brasil investimentos em hidrogênio verde, o aumento do uso de sucata nos processos produtivos, a diversificação da matriz de energia com o avanço do uso de renováveis e de gás, além de projetos de uso de briquete, um aglomerado de minério de ferro de alta qualidade que reduz em até 10% as emissões de carbono na produção do aço. Responsável por 8% das emissões globais, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia, o setor siderúrgico é considerado de difícil abatimento de poluentes globais. A produção de aço é altamente dependente do carvão, usado principalmente como agente redutor para extrair ferro do minério e fornecer o teor de carbono necessário ao produto. Cerca de 70% do aço produzido no mundo usa o coque, cuja queima gera gás carbônico. Em dezembro, a Vale inaugurou a primeira planta de briquete de minério de ferro do mundo, na unidade Tubarão, em Vitória (ES). O produto tem o potencial de reduzir em até 10% as emissões de Gases de Efeito Estufa no alto-forno ou possibilitando, no futuro, a produção de aço de zero emissão, quando o hidrogênio verde estiver disponível. Os testes com carga na primeira planta tiveram início em agosto/2023. Uma segunda planta em Tubarão tem inauguração prevista para este ano. Juntas, terão capacidade de produzir 6 milhões de toneladas por ano — resultado de um investimento de R$ 1,2 bilhão e que gerou 2,3 mil empregos no pico das obras”.

“O grupo Fleury, rede de medicina diagnóstica dona de marcas como Labs e a+, inaugurou no Rio de Janeiro duas usinas solares fotovoltaicas, instaladas para atender ao consumo de unidades da companhia no Estado, a fim de diminuir custos com energia elétrica e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, dentro da política ESG da companhia. Com as usinas, o grupo conclui o plano de investimentos em energia solar iniciado em 2022. Combinada com a compra de energia renovável no mercado livre e o uso de medidas de eficiência energética, o Fleury tem 90,5% do consumo das unidades atendidas por energia renovável. Os 9,5% restantes são provenientes das distribuidoras, no mercado cativo. O modelo adotado pelo Fleury é o de minigeração distribuída, feito em parceria com empresas do segmento, que envolveu a construção das usinas, nos municípios de Paty do Alferes e Carmo. Segundo o diretor de expansão, engenharia clínica e “facilities” do Grupo Fleury, Clóvis Porto, com as cinco usinas em operação, o conglomerado terá economia de 20% nos custos com eletricidade, o que corresponde a cerca de R$ 2,66 milhões por ano, e deixa de emitir anualmente cerca de 1 mil toneladas de carbono. Considerando as compras de energia renovável no mercado livre, o Fleury economiza próximo de R$ 10 milhões por ano com eletricidade, estimou Porto. As despesas com energia elétrica consomem 1% das receitas do grupo. Todos os números, salientou, já consideram a combinação de negócios feita recentemente com a rede Hermes Pardini”.

“A Corsan, controlada pela Aegea, anunciou uma oferta de debêntures “sustentáveis e azuis” que deve movimentar R$ 1,5 bilhão. Será a terceira emissão de um título “azul” no país. Também nesta semana, a Sabesp anunciou uma oferta de R$ 2,5 bilhões de debêntures desse tipo. Os “blue bonds”, ou debêntures azuis, são títulos de dívida usados no financiamento de projetos ligados à preservação de recursos hídricos, com impacto nos oceanos e na vida marinha. O conceito é parecido com os dos “green bonds”, voltados para projetos com impacto ambiental. No caso da Corsan, o dinheiro será usado para investimentos na implantação, ampliação e adequação dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário de municípios no Rio Grande do Sul. Os papéis são incentivados, ou seja, com isenção fiscal para o investidor pessoa física. As debêntures serão divididas em duas séries. A primeira vence em dez anos, com amortização ao final do 8º, 9º e 10º ano. Já a segunda vence em 15 anos, com amortização no 13º, 14º e 15º ano. A remuneração será definida após coleta de intenções dos investidores. O Itaú BBA é coordenador líder da operação. Também atuam na oferta BTG Pactual, XP, Safra, Santander, ABC, Citi e Bradesco BBI. A primeira emissão de debêntures “azuis” do país foi feita em novembro/2022 pela BRK Ambiental para uma concessão em Alagoas. A venda dos papéis movimentou R$ 1,95 bilhão e a demanda superou R$ 3 bilhões. Os papéis foram do tipo incentivado e com prazo de 20 anos. O dinheiro foi destinado para a implantação de serviços de água e esgoto em 13 cidades alagoanas”.

“O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de dois projetos de complexos fotovoltaicos dos grupos EDP e Powechina. Localizados nos estados de São Paulo e Ceará, os projetos somam cerca de R$ 1,14 bilhão e adicionam aproximadamente 402 MW de potência instalada ao sistema elétrico nacional, informou o BNDES. Segundo o BNDES, os projetos com garantia física de geração de 116,5 MW médios têm energia suficiente para abastecer cerca de 524 mil domicílios. O banco informou que, com os novos projetos, atinge a marca de R$ 11,8 bilhões em financiamentos a usinas fotovoltaicas, desde a primeira operação, em 2017. Em Ilha Solteira, no noroeste paulista, os R$ 805 milhões de crédito são destinados a seis sociedades de propósito específico do grupo EDP para implantação do complexo fotovoltaico Novo Oriente, com potência instalada de 254,6 MW, e de um sistema de transmissão de uso restrito, compartilhado pelas centrais geradoras que formam o complexo. Com garantia física de geração de 73,5 megawatts médios, o empreendimento produzirá energia suficiente para abastecer cerca de 331 mil domicílios. Com de seis usinas de 40,6 MW e duas de 46 MW, o complexo se conectará ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de uma subestação coletora e uma linha de transmissão de 4,35 quilômetros. A outra operação destina financiamento de R$ 339 milhões a três empresas – Sunco Energy Brasil Mauriti 3, 4 e 10 – controladas pelo grupo Powerchina, para implantação de três centrais geradoras fotovoltaicas em Mauriti, no Sul do Ceará”.

“A busca por carros elétricos no Brasil mais que dobrou nos 7 primeiros meses deste ano e o dado joga luz sobre uma indústria que disputa investimentos à unha. Os principais players do setor automobilístico que trabalham com modelos elétricos e híbridos enxergam potencial de protagonismo no país em transição energética, mas reconhecem que existem inúmeras barreiras, tanto do ponto de vista da acessibilidade desses veículos quanto a necessidade de regulamentação. Luciana Costa, diretora do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), diz que o Brasil se depara com uma janela de oportunidade inédita em termos de transição energética. “Nenhuma grande economia, nem um país do G20 possui a vantagem competitiva que nós temos”, afirmou, durante o painel “O papel da eletrificação na transição energética”, durante a Expert XP 2024. Segundo Luciana, o BNDES é o maior financiador de energia renovável do mundo. “Nós já temos as hidrelétricas, nós já temos energia solar e eólica. Agora, precisamos entrar na segunda onda de transição energética que é a eletrificação”, complementou. Na General Motors, “o direcionamento é 100% elétrico”, afirmou Raquel Mizoe, diretora de engenharia de produtos da GM na América do Sul. A companhia acabou de lançar um SUV elétrico no mercado brasileiro e em breve vai trazer o Equinox, da Chevrolet. Na Stellantis, um grupo jovem, porém formado por empresas experientes do setor automotivo (Fiat Chrysler e Peugeot Citroen), a preocupação com descarbonização vai além do que sai do escapamento do veículo”.

“O número de incêndios na região da floresta amazônica do Brasil no mês de agosto subiu para o nível mais alto desde 2010, segundo dados do governo no domingo, após uma seca recorde que vem assolando o bioma. As chuvas do ano passado chegaram tarde e foram mais fracas do que o normal porque um padrão climático, conhecido como El Nino, foi sobrecarregado pela mudança climática, deixando a floresta tropical especialmente vulnerável aos incêndios deste ano. Os satélites detectaram 38.266 focos de incêndio na Amazônia em agosto, mais do que o dobro em relação ao ano anterior e o maior número para esse mês desde 2010, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) do Brasil. Os dados de agosto, que atingiram um recorde de 14 anos, vêm depois que os focos de incêndio do mês passado na região atingiram um recorde de duas décadas. Embora os dados sejam o indicador mais rápido da situação dos incêndios na região, que geralmente atingem o pico entre agosto e setembro, eles não indicam a intensidade. Incêndios no bioma naturalmente úmido e molhado geralmente começam em fazendas de gado, onde os habitantes locais estão convertendo a selva em pastagens para a criação de gado. O ar mais quente e a vegetação mais seca criaram condições para que os incêndios se espalhem mais rapidamente, além de queimarem com mais intensidade e por mais tempo. O desmatamento também reduziu a capacidade da floresta tropical de produzir chuva e umidade. Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil, disse em uma avaliação inicial dos dados de agosto, na semana passada, que os incêndios foram causados por uma combinação de clima, mudanças climáticas e ações humanas”.

“Um dos destaques da agenda de sustentabilidade do Banco Central, o ‘birô verde’ começa a mostrar seus primeiros resultados. Espécie de ‘Serasa da sustentabilidade’ para o crédito rural, ele bloqueou 1.235 registros de operações que estavam em desconformidade ambiental ou social em 2024 até junho, no valor de R$ 726 milhões, segundo a quarta edição do Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticos do Banco Central. O regulador investiu, nos últimos quatro anos, em tecnologia e cruzamento de dados com outros órgãos (como o Ibama, Funai e Ministério da Justiça) para construir o sistema, diz Claudio Filgueiras, chefe do departamento de regulação, supervisão e controle das operações do crédito rural e do Proagro do Banco Central. “Hoje conseguimos fazer 1300 verificações em tempo real de qualquer crédito rural”, diz. O birô analisa, no momento da contratação, se a propriedade financiada pelo crédito rural não tem sobreposição com terras indígenas, quilombolas, unidades de conservação, áreas embargadas, florestas públicas, além da situação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e existência de trabalho escravo. O crédito rural tem papel de destaque na agenda do BC devido à sua importância para a economia e para o sistema financeiro, representando 11,8% da carteira total de empréstimos dos bancos. Além disso, o setor agropecuário é fundamental nos esforços de mitigação das emissões de gases de efeito estufa no Brasil. Com o tratamento e a análise de dados pelo BC, os bancos passaram a ser confrontados com indícios de operações com maiores riscos frente às próprias políticas e limites internos”. (xpi)

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