Energia
solar atinge 50 GW no Brasil, segundo Absolar.
O
balanço considera o acumulado entre a micro e minigeração distribuída (GD), com
33,5 GW, e as grandes usinas solares, com 16,5 GW. Com este novo marco, o
Brasil entra para o seleto grupo dos seis países no mundo a chegar e
ultrapassar 50 GW da fonte solar, juntamente com China (817 GW), Estados Unidos
(189 GW), Alemanha (94,36 GW), Índia (92,12 GW) e Japão (90,4 GW), que lideram
o ranking global de potência instalada fotovoltaica.
Atualmente,
a fonte equivale a 20,7% da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira,
sendo a segunda maior da matriz.
Na
avaliação da Absolar, o país contou com boas políticas públicas até o momento
para impulsionar os investimentos na fonte solar, feitos em sua grande maioria
pelos próprios consumidores. No entanto, na metade de novembro de 2024, o
governo federal anunciou novo aumento do imposto de importação sobre módulos
fotovoltaicos, de 9,6% para 25%. A medida prejudica o avanço da tecnologia no
Brasil, pois encarece a energia solar para os consumidores residenciais,
comerciais, industriais, rurais e públicos, dificultando o acesso à fonte solar
pela população, justamente em um momento em que o mundo trabalha para combater
as mudanças climáticas.
“Por
mais que os 50 GW sejam motivo de comemoração, a medida do governo, definida de
maneira uniliteral, sem ouvir a sociedade e o mercado, mancha a trajetória de
sucesso da energia solar no Brasil e ameaça os investimentos atuais e futuros,
com risco de aumento da inflação, perda dos empregos verdes já gerados e
insegurança jurídica para as empresas que atuam no país”, alerta presidente do
Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.
Já
o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, reforça que políticas protecionistas como
esta retardam o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país, bem como
afetam diretamente a credibilidade internacional do Brasil na transição
energética. “Saímos da COP 29, no Azerbaijão, e agora o Brasil se prepara para
sediar a COP 30, em Belém, no Pará. No entanto, com essa medida contrária à
energia solar, o país vai na contramão dos esforços de promover a transição
energética e se distancia da posição de liderança e protagonismo na geopolítica
do combate ao aquecimento global”, conclui.
Energia solar atinge 50 GW de capacidade instalada no Brasil
Risco para 750 mil empregos e R$ 97 bilhões em investimentos
Nota
técnica elaborada pela Absolar traz um mapeamento claro e objetivo sobre os
projetos em potencial risco com o aumento de imposto de importação. O documento
revela que há, pelo menos, 281 empreendimentos fotovoltaicos em situação
crítica, incluindo um montante de mais de 25 GW e R$ 97 bilhões em
investimentos que seriam entregues até 2026. Estes projetos podem contribuir
para a geração de mais de 750 mil novos empregos verdes e a redução de 39,1
milhões de toneladas de CO2.
Pela análise da entidade, a medida do governo pode inviabilizar os projetos por completo, por conta da perda automática do financiamento vinculado ao empreendimento, trazendo alto risco na modelagem financeira das grandes usinas solares. O financiamento desses empreendimentos exige um padrão de certificação e qualidade nos equipamentos utilizados que as indústrias nacionais ainda não possuem, o que obriga a compra dos equipamentos importados, agora sobretaxados.
As duas únicas fabricas nacionais de módulos fotovoltaicos não possuem capacidade de suprir nem 5% da demanda nacional de painéis solares, pois possuem uma capacidade de produção máxima de 1 GW por ano, montando os equipamentos a partir de insumos importados, ao passo que a demanda do mercado solar brasileiro em 2023 foi de mais de 17 GW. (pv-magazine-brasil)
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