quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Governo Trump corta as verbas para projetos de energia limpa

O governo Trump vem adotando uma postura abertamente contrária à transição energética

O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) anunciou no início deste mês o cancelamento de verbas para 321 projetos, avaliados em US$ 7,56 bilhões, a maior parte deles voltada para energia limpa.

Em um primeiro momento, o DOE não tornou pública a lista dos projetos afetados, mas segundo veículos de imprensa que teriam tido acesso à lista, a maioria dos cortes atingiu estados que votaram em Kamala Harris na última eleição presidencial, embora alguns projetos em estados que apoiaram Donald Trump, também tenham sido afetados.

Projetos de captura direta de carbono (DAC) e hubs de hidrogênio estão entre os mais atingidos. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, afirmou que entre os cancelados está um investimento de US$ 1,2 bilhão no hub de hidrogênio do estado, o Alliance for Renewable Clean Hydrogen Energy Systems. Verbas para projetos semelhantes no Texas e na Louisiana também foram cortadas.

Ao menos dez outros projetos menores de captura direta de carbono, totalizando US$ 47,3 milhões, foram suspensos, embora iniciativas no Alasca, Kentucky, Louisiana e Dakota do Norte tenham sido mantidas. O setor de petróleo e gás vinha apoiando esses projetos, já que o CO2 capturado pode ser injetado em poços de petróleo com baixo rendimento para aumentar a produção.

O governo Trump vem adotando uma postura abertamente contrária à transição energética. Há alguns dias, o DOE proibiu o uso de termos como “mudança climática” e “emissões” em comunicações internas. Em maio/2025, já havia cancelado US$ 3,7 bilhões em incentivos a projetos de energia limpa e manufatura.

As decisões vêm gerando uma onda de ações judiciais contra o governo. Embora um tribunal federal tenha considerado parte dessas medidas “arbitrárias e caprichosas”, uma instância superior as validou, alegando que demonstram “fiscalização e gestão adequadas”.

É difícil entender porque posturas como essas prosperam naquele que é um dos países mais avançados do mundo. Seriam interesses econômicos de curto prazo? Negacionismo? Simples vingança contra adversários políticos?

Quaisquer que sejam os motivos, todos seremos prejudicados por essas medidas.

Governo Trump corta US$ 7,5 bi em subsídios para energia renovável em vários estados: impacto em projetos solares, eólicos e política ambiental. (ecodebate)

Capacidade instalada de geração solar centralizada cresceu mais de 900 MW

Capacidade instalada de geração solar centralizada cresce mais de 900 MW em setembro/2025.
Em setembro/2024, a geração solar centralizada no Brasil adicionou 491,83 MW, impulsionada pela entrada de 11 usinas, totalizando um crescimento de 4,05 GW ao longo de 2024 até o mês, de acordo com a pv magazine Brasil. A expansão da capacidade instalada da fonte solar centralizada continua sendo um motor importante para a matriz elétrica brasileira, com a entrada de novas usinas em diversos estados, segundo dados da ANEEL.

Detalhes do crescimento em setembro de 2024:

Expansão em setembro: A capacidade instalada de geração de energia elétrica no país ampliou em 711,33 MW.

Contribuição solar: Desse total, 491,83 MW vieram de 11 usinas fotovoltaicas de geração centralizada, conforme dados da ANEEL.

Crescimento anual até setembro: Somando os empreendimentos de janeiro a setembro, a solar centralizada adicionou 4,05 GW à capacidade instalada do Brasil.

Contexto do crescimento da energia solar:

Diversificação da matriz: O crescimento da energia solar centralizada contribui para a diversificação da matriz energética brasileira, aumentando a participação de fontes renováveis.

Expansão da capacidade: Em 2023, a expansão da energia solar centralizada no Brasil foi recorde, segundo a Absolar.

Liderança regional: O estado da Bahia, juntamente com Minas Gerais e Rio Grande do Norte, foram os que mais receberam usinas de grande porte em 2024, segundo o Canal Solar.

Até o final de setembro, o Brasil acrescentou 1,718 GW de capacidade de geração solar centralizada à sua matriz elétrica, contra 4 GW em igual período de 2024.
Entraram em operação 935 MW de capacidade fotovoltaica de usinas centralizadas no Brasil em setembro/2025. De janeiro ao final de setembro, a fonte solar conectou 1,718 GW de nova capacidade, contra 4,050 GW em igual período de 2024. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), espera que a solar acrescente ao todo 3,493 GW em 2025, contra 5,589 GW instalados em 2024.

Enquanto as adições de solar e eólica devem cair em 2025 na comparação com o ano passado — de 4,240 GW para 2,852 GW no caso da fonte dos ventos —, o crescimento de novas usinas de geração térmica deve passar de 907 MW em 2024 para 3,212 GW neste ano. Já as hidrelétricas, PCHs e CGHs devem acrescentar 312 MW em 2025, em comparação com 57 MW em 2024.

O segmento de geração solar centralizada e de renováveis como um todo enfrenta no momento o seu maior desafio: os cortes de geração que chegam a 20% da produção potencial das usinas e afasta novos investimentos em projetos de grande porte. As soluções apontadas pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica passam pelo ressarcimento do prejuízo sofrido nos últimos anos, pela expansão da infraestrutura de transmissão e capacidade de manter a estabilidade da rede, incluindo mais capacidade de armazenamento de energia durante períodos de sobra de oferta.

Usinas enquadradas no Novo PAC

2 complexos fotovoltaicos integrantes do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) entraram em operação no final de setembro no Nordeste, acrescentando quase 300 MW de capacidade à matriz elétrica brasileira.

O Complexo Fotovoltaico Lins entrou em operação no dia 18 de setembro, no município de São Gonçalo do Amarante, no Ceará (CE). Composto por 59 unidades geradoras, distribuídas em duas usinas, o complexo soma 182 megawatts (MW) de capacidade instalada. A Usina Lins 01 reúne 29 unidades geradoras, totalizando 90 MW, enquanto a Lins 02 conta com 30 unidades geradoras e 92 MW.

A conexão do empreendimento à Rede Básica será realizada por meio da subestação SE 230 kV Pecém II.

O processo de licenciamento ambiental foi conduzido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (SEMACE-CE), que já emitiu as Licenças de Operação (LO) para as usinas e para a linha de interesse restrito.

Já o Complexo Fotovoltaico Dunamis entrou em operação dia 24/09/25, no município de Santana do Matos, no Rio Grande do Norte (RN). Composto por 36 unidades geradoras, distribuídas em quatro usinas – Dunamis I a IV –, o empreendimento soma 117,54 megawatts (MW) de capacidade instalada. O projeto conta com um investimento estimado de R$ 569 milhões, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da região.
Matriz elétrica bate recorde e registra maior crescimento da história

A conexão do complexo à Rede Básica ocorre por meio de instalações de interesse restrito, composta por uma subestação elevadora e uma linha de transmissão em 230 kV, em circuito duplo, com aproximadamente 100 metros de extensão.

O licenciamento ambiental foi conduzido pelo Instituto do Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA-RN), que emitiu as Licenças de Operação (LO) para as usinas e para a linha de transmissão associada. (pv-magazine-brasil)

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Crise do Lixo Nuclear

A crise do lixo nuclear refere-se aos perigos ambientais e de saúde causados pelos resíduos radioativos da indústria e das armas nucleares, que contaminam solo, água e ar, e podem causar graves doenças em seres humanos e ecossistemas. O descarte inadequado, como o lançamento de barris no oceano entre as décadas de 1950 e 1980, agravou essa situação, que exige o isolamento de áreas contaminadas e a criação de locais seguros para armazenamento de longo prazo dos rejeitos.

O que é o lixo nuclear?

É um resíduo altamente perigoso, resultado da fissão nuclear no processo de geração de energia e na fabricação de armas.

Os isótopos de Urânio, ao se desintegrarem, emitem radiação gama, que pode invadir as células do organismo, causando doenças como câncer, anemia, catarata e leucemia.

Impactos ambientais e na saúde:

Contaminação de ecossistemas: A radiação tóxica contamina a fauna e a flora de um ambiente, causando danos permanentes e afetando o solo e os recursos hídricos.

Doenças graves: A exposição ao lixo nuclear pode desencadear o desenvolvimento de diversas doenças.

Contaminação de água e alimentos: Resíduos radioativos podem ameaçar a disponibilidade de água potável e alimentos saudáveis, afetando o abastecimento global, como alertam especialistas.

Desafios e soluções:

Descarte e armazenamento: Há uma dificuldade global em encontrar soluções seguras para o armazenamento permanente e o descarte de resíduos radioativos.

Armazenamento em locais subterrâneos: A recomendação é que os botijões de lixo nuclear sejam guardados em locais subterrâneos para minimizar o impacto ambiental.

Responsabilidade: Países como a Finlândia estão avançando no desenvolvimento de instalações de armazenamento final, defendendo que quem lucra com a energia nuclear também deve assumir a responsabilidade pelo lixo.

Exemplos históricos: Césio-137 em Goiânia:

O maior acidente radiológico do mundo, que causou mortes e a criação de uma nova cidade para alocar os rejeitos.

Lixo nuclear no oceano: Países europeus despejaram milhares de barris de lixo radioativo no fundo do oceano entre as décadas de 1950 e 1980, uma prática proibida em 1993.
Buscar alternativas ao despejo de água radioativa de Fukushima no oceano

Não há uma crise global de lixo nuclear em 2025, mas sim uma preocupação constante com o descarte do material radioativo, que é um desafio global. Um exemplo no Brasil é o leilão de lixo atômico em Itu, prorrogado por falta de compradores para as 3,5 mil toneladas de "Torta 2". No entanto, alguns países, como a Finlândia, estão avançando em soluções permanentes, com a construção de uma tumba geológica para o descarte seguro de resíduos.

O que é a "Crise do Lixo Nuclear"

A "crise" a que o artigo do MSN se refere é a dificuldade em gerenciar o lixo nuclear, que permanece radioativo por milhares de anos, exigindo soluções de armazenamento e descarte de longo prazo.

Exemplos e Notícias de 2025

Lixo Nuclear em Itu (SP): A cidade de Itu tem 3,5 mil toneladas de um resíduo radioativo conhecido como "Torta 2", proveniente do tratamento de minério da monazita. Um leilão para vender esse material foi prorrogado devido à falta de compradores.

Avanços na Finlândia: A Finlândia está construindo uma "tumba geológica" subterrânea para armazenar resíduos nucleares. O material será embalado em recipientes de cobre e depositado a mais de 400 metros de profundidade.

Monitoramento no Oceano Atlântico: Pesquisadores brasileiros, usando o navio L'Atalante, monitoram o lixo nuclear despejado no fundo do Atlântico. A tecnologia atual torna a recuperação desses resíduos extremamente difícil.

Desafios do Lixo Nuclear

Longa Vida Radioativa: O lixo nuclear leva milhares de anos para perder sua radioatividade, exigindo soluções de armazenamento seguras por longos períodos.

Dificuldade de Descarte: A busca por locais para um repositório final de lixo nuclear tem sido lenta e enfrentado protestos e desafios políticos em diversos países.

Impacto Ambiental: O descarte inadequado de lixo nuclear representa riscos de contaminação do meio ambiente.

Custos Elevados: A produção e o descarte de lixo nuclear, além do desmantelamento de usinas, geram custos elevados para os operadores das usinas e para a sociedade.

O navio de pesquisa L'Atalante monitora o lixo radioativo no oceano.

A busca pelo lixo nuclear despejado no fundo do Oceano Atlântico

O que os olhos não veem, o coração não sente. Este era o lema que regia o despejo de lixo radioativo no oceano. Até o momento, pesquisadores já descobriram mais de 1.800 barris do resíduo no nordeste do Atlântico.

Os barris radioativos foram despejados no oceano entre as décadas de 1950 e 1980 por vários países europeus, incluindo Reino Unido, Bélgica, Holanda, Suíça e Alemanha. Era a solução mais barata e simples para o descarte da indústria nuclear e de laboratórios de pesquisa.

A prática só foi proibida em 1993. Até então, porém, pelo menos 200.000 barris já haviam sido jogados apenas no nordeste do Atlântico, a profundidades de 3.000 a 5.000 metros.

Pesquisadores europeus a bordo do navio de pesquisa L'Atalante navegaram até a região onde provavelmente se encontra metade de todo o lixo nuclear: a Bacia Atlântica da Europa Ocidental, a mais de 1.000 quilômetros a oeste de La Rochelle, na França. O projeto se chama Monitoramento de Pesquisas de Locais de Despejo Nuclear no Oceano (Nodssum, na sigla em inglês).

Poucos dados sobre lixo nuclear no Atlântico

A equipe internacional de 21 pesquisadores quer criar um mapa de todos os locais onde barris foram encontrados. Até o momento, pouco se sabe sobre o lixo nuclear no oceano e sua localização exata.

"Em muitos casos, faltam informações sobre a condição ou a localização exata dos tambores, e os dados sobre o tipo e a origem dos resíduos radioativos são frequentemente incompletos ou de difícil acesso", disse Pedro Nogueira à DW. O bioquímico do Instituto Thünen de Ecologia Pesqueira, na cidade alemã de Bremerhaven, está a bordo do L'Atalante. Ele trabalha no monitoramento de substâncias radioativas no ambiente marinho há 10 anos.

De materiais de laboratório e roupas de proteção contaminados, resíduos da medicina, pesquisa e indústria, a resíduos de reatores nucleares, tudo está lá, diz o cientista. Embora os resíduos despejados sejam em grande parte lixo radioativo de baixo e médio nível, algumas dessas substâncias também são perigosas.

O estrôncio-90, por exemplo, que pode causar tumores ósseos e leucemia, especialmente se entrar no corpo humano. Outra dessas substâncias é o césio-137 — responsável pelo maior acidente radiológico já ocorrido no Brasil, em Goiânia nos anos 1980 — que também foi liberado durante o desastre do reator nuclear de Chernobyl. Até hoje, cogumelos selvagens e carne de caça em algumas regiões da Europa, incluindo a Baviera, na Alemanha, ainda estão fortemente contaminados com essa substância.

O plutônio, ou mais precisamente, o plutônio-239, também foi despejado em barris no Atlântico. É o isótopo de plutônio mais comumente produzido. Isótopos são tipos de átomos de um elemento que diferem do elemento original no número de nêutrons em seu núcleo.

O plutônio-239 tem uma meia-vida de mais de 24.000 anos, o que significa que sua radiação cai apenas pela metade.
Eliminação do oceano dos resíduos radioativos. Tambor de resíduos radioativos tóxicos no chão do oceano com os peixes na água contaminada, poluição do central nuclear, desastre ecológico da radiação, efluências tóxicas sujas, poluição ambiental, isolada.

Quanta radioatividade vaza para o oceano?

O líder do projeto Nodssum, Patrick Chardon, físico nuclear do laboratório de Clermont Auvergne, na França, suspeita que a radioatividade esteja escapando dos contêineres já há algum tempo. Embora os tambores sejam projetados para suportar a pressão das profundezas, eles não são projetados para reter a radioatividade.

"Sabemos que alguns tambores sofreram corrosão e que pequenas quantidades de radioatividade foram detectadas em sedimentos e organismos de águas profundas próximos a antigos depósitos", diz Pedro Nogueira. "No entanto, os dados disponíveis mostram que isso representa apenas um risco muito baixo para as regiões costeiras ou para a saúde humana." O monitoramento contínuo também mostrou que a radioatividade em peixes e frutos do mar está bem abaixo dos limites para consumo alimentar seguro.

Chardon estima que a radioatividade na grande maioria dos resíduos nucleares no Atlântico Norte desaparecerá após cerca de 300 a 400 anos. Segundo diz, apenas cerca de 2% dos resíduos têm uma duração de radiação significativamente maior.
Resíduos permanecerão no fundo do Atlântico

Os barris afundados no fundo do oceano provavelmente permanecerão onde estão. Recuperá-los seria extremamente difícil com a tecnologia atual e poderia representar grandes riscos ambientais, explica Nogueira.

O monitoramento contínuo dos resíduos nucleares no oceano é, portanto, essencial para detectar mudanças futuras na contaminação radioativa em tempo hábil e então tomar as medidas adequadas.

O cientista diz que a equipe do L'Atalante planeja permanecer no local por um total de quatro semanas. Não apenas para registrar a localização e as condições dos barris, mas também para coletar amostras de água, solo e animais. Essas amostras devem servir para demonstrar o impacto dos resíduos nucleares despejados no ecossistema. No total, os pesquisadores planejam examinar aproximadamente 200 km2 de área marinha. (uol)

Volkswagen e EcoRodovias iniciam testes com caminhões B100

Volkswagen Caminhões e EcoRodovias iniciam testes com B100

Volkswagen Caminhões e Ônibus e a EcoRodovias iniciaram um projeto de 12 meses para testar o B100, um biodiesel 100% vegetal feito de soja, em condições reais de operação. Os testes avaliarão o desempenho, o consumo, o desgaste do motor e a confiabilidade de caminhões da concessionária Ecovias Noroeste Paulista, no interior de São Paulo, que recebeu adequações técnicas para o uso do biocombustível. A iniciativa visa contribuir para a descarbonização do transporte rodoviário, alinhada às metas da Agenda ESG da EcoRodovias.

Detalhes da iniciativa

Período: Os testes devem durar 12 meses.

Local: A operação será realizada na concessão Ecovias Noroeste Paulista, no interior de São Paulo.

Veículos: Serão utilizados 4 caminhões da Volkswagen: 1 Meteor 29.530, 2 Delivery 11.180 e 1 Constellation 17.190.

Combustível: O B100, um biodiesel 100% renovável produzido a partir de soja, será utilizado em substituição ao diesel fóssil.

Análise: Serão avaliados desempenho, consumo, desgaste do motor, ciclo de manutenção e confiabilidade do veículo em uso contínuo.

Objetivos e alinhamento estratégico

Descarbonização: A iniciativa busca reduzir as emissões de CO2 em operações rodoviárias, com um potencial de corte de até 90%.

Metas ESG: O projeto está alinhado às metas da Agenda ESG 2030 da EcoRodovias, que prevê a redução de emissões de gases do efeito estufa.

Logística: Abastecimento será feito por um caminhão comboio da Petroservice, garantindo a logística e o controle de qualidade do B100.

A Volkswagen e a EcoRodovias – empresa que opera rodovias em 8 estados – estão trabalhando juntas para testar caminhões abastecidos com 100% biodiesel (B100). Os testes serão feitos em rodovias do interior de São Paulo e vão medir desempenho, consumo, desgaste e confiabilidade dos veículos em condições reais de rodagem.

Os testes envolverão 4 veículos dos modelos Meteor, Delivery e Constellation, que fazem parte da frota operacional da EcoRodovias e vão durar 12 meses. Todos os veículos receberam ajustes técnicos específicos e contarão com monitoramento contínuo para garantir resultados consistentes.

O biodiesel consumido no projeto será fabricado a partir do óleo de soja e fornecido pela Brejeiro, empresa que conta com uma usina de biodiesel na cidade de Orlândia (SP) que tem capacidade para fabricar até 132 mil m3 anuais. Um tanque instalado em Araraquara vai garantir o fornecimento durante todo o período de testes.

O uso de biodiesel puro permite a redução das emissões de CO2 em até 90%. “Testar o B100 com a EcoRodovias fortalece nossa atuação em soluções de baixo carbono”, destacou o vice-presidente de Engenharia da Volkswagen Caminhões, Rodrigo Chaves.

A diretora de Sustentabilidade da EcoRodovias, Monica Jaén, explica que a empresa tem meta de reduzir suas emissões no Escopo 1 e 2 em cerca de 40% até 2030. “O biodiesel B100 apresenta potencial de ganhos ambientais expressivos, além de exigir adaptações com custos relativamente baixos”, diz a executiva. (biodieselbr)

domingo, 26 de outubro de 2025

Megausina solar confirma protagonismo do Brasil em energia limpa

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), o país mantém uma das matrizes elétricas mais limpas do planeta, com uma média de cerca de 90% da geração de energia proveniente de fontes renováveis nos últimos dois anos – 93,1% em 2023 e 88,2% em 2024.

Gigante norueguesa do setor energético, presente em 19 países, constrói terceira usina de geração solar centralizada no Brasil.
Usina solar Mendubim, em Assú/RN, a segunda unidade instalada pela Scatec no Brasil e uma das duas maiores plantas da empresa no mundo.

Diante de um futuro ameaçado pelas mudanças climáticas e pela exploração desenfreada de recursos esgotáveis e altamente poluentes, como combustíveis fósseis, a busca por fontes de energia renováveis e sustentáveis se tornou uma das maiores missões do nosso tempo. Nesse cenário, o Brasil se destaca como um dos líderes do mundo na transição energética.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), o país mantém uma das matrizes elétricas mais limpas do planeta, com uma média de cerca de 90% da geração de energia proveniente de fontes renováveis nos últimos dois anos – 93,1% em 2023 e 88,2% em 2024.

A liderança do Brasil é atestada por seu potencial natural e por políticas de incentivo que atraem investimentos. De acordo com o relatório mais recente da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), o país ocupa a 3ª posição no ranking mundial de capacidade de energia renovável instalada, com 213 GW.

O Brasil é um dos líderes do mundo na transição energética.

Esse avanço é impulsionado por um ambiente de negócios promissor e pela crescente expansão da energia solar e eólica. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), já somos o 6º país que mais gera esse tipo de energia, por exemplo.

Por tudo isso, o Brasil atrai a atenção de grandes empresas internacionais do setor energético. Uma delas é a Scatec, da Noruega, que está investindo em projetos inovadores no país, como a construção de uma nova usina de energia solar centralizada em Minas Gerais, com previsão de entrar em funcionamento no segundo semestre do ano que vem.

O que é energia solar centralizada

Para entender a atuação da Scatec no Brasil, é importante saber o que é a energia solar centralizada. Enquanto a geração distribuída (GD) produz energia para consumo local, usando aqueles painéis nos telhados de casas e comércios que conhecemos, a energia centralizada é gerada em gigantescos parques solares, com painéis agrupados e conectados à rede elétrica para ser transmitida em grande escala para cidades e indústrias.

Em entrevista ao Olhar Digital, o gerente geral da Scatec no Brasil, Aleksander Skaare, disse que “as usinas solares centralizadas se diferenciam das instalações residenciais, ou de geração distribuída, em termos de tamanho, conectividade e modelo de negócio”.

O executivo explica que esses grandes parques solares são projetados para gerar centenas de megawatts, com o objetivo de vender a energia por meio de contratos de longo prazo (PPAs) ou no mercado livre, acrescentando que, “no Brasil, um terço da instalação solar é centralizada e outros 66% são GD”.

A energia centralizada é gerada em gigantescos parques solares, com painéis agrupados e conectados à rede elétrica para ser transmitida em grande escala para cidades e indústrias. Na imagem, a usina Mendubim, em Assú, RN, segunda unidade instalada pela Scatec no Brasil.

Em comparação com as hidrelétricas, que exigem a construção de grandes represas e dependem do volume de água para gerar energia, as usinas solares centralizadas, embora utilizem vastas áreas de terra, não causam o alagamento que altera o ecossistema e desloca comunidades. Como a fonte de energia é o Sol, essas instalações se tornam independentes de um recurso que pode ser escasso em períodos de seca.

Além disso, enquanto o planejamento das usinas hidrelétricas depende de modelos de previsão de chuva que podem variar muito e ter um impacto direto nos reservatórios, a geração solar tem mais precisão, quando aliada a baterias. Skaare também reforça a questão econômica. “Em relação à eficiência econômica, os custos de investimento em energia solar centralizada são bem mais competitivos e bem menores do que os de uma hidrelétrica tradicional, o que viabiliza o investimento bem mais rápido”.

O executivo acrescenta que um ponto que torna o investimento ainda mais vantajoso é a combinação da energia solar centralizada com o sistema de armazenamento em baterias (BESS). Segundo ele, essa tecnologia se tornou a alternativa de energia mais competitiva.

Conforme aponta um estudo da Greener, empresa de pesquisa e consultoria especializada no setor de energia, a demanda por sistemas BESS no Brasil cresceu 89% em 2024, evidenciando o momento de expansão da tecnologia. Além de garantir a estabilidade da rede, ela permite armazenar energia em períodos de baixa demanda para ser utilizada durante picos, o que aumenta a eficiência e otimiza custos para o consumidor final.
Vista aérea da Hidrelétrica de Furnas, em Minas Gerais. Comparadas às hidrelétricas, que alagam e dependem de água, usinas solares centrais ocupam grandes áreas, mas preservam ecossistemas e funcionam mesmo na seca.

Um mercado em ascensão e investimento de empresas globais

De acordo com Skaare, várias empresas locais e internacionais desenvolvem usinas centralizadas no Brasil. “O mercado está em expansão. A geração centralizada é um dos pilares da transição energética do país. Desde 2021, quase 50% dos contratos de energia são PPAs corporativos. E tem uma meta muito forte de descarbonização”.

PPA é a sigla para Power Purchase Agreement, que significa “Acordo de Compra e Venda de Energia”. De forma simples, é um contrato de longo prazo firmado entre um produtor de energia e um consumidor, que pode ser tanto uma empresa quanto um órgão público.

Esse acordo garante a estabilidade do preço da energia por vários anos. Para o produtor, é uma segurança de receita que atrai investimentos e torna a construção de grandes usinas viável. Para o consumidor, a garantia de fornecimento a um valor fixo o protege das variações do mercado, que podem ser imprevisíveis.
Aleksander Skaare, gerente geral da Scatec no Brasil.

Em 2024, o Brasil registrou um crescimento significativo na capacidade instalada de energia solar, atraindo investimentos que somaram R$54,9 bilhões, segundo a Absolar. Esse montante impulsionou tantos projetos de grande porte, como usinas centralizadas, quanto sistemas de geração distribuída.

Entre as principais multinacionais que desenvolvem e operam usinas no país, além da Scatec, destacam-se a Engie (França), Enel Green Power (Itália) e a EDP Renováveis (Portugal). A presença dessas gigantes no mercado brasileiro demonstra que a concorrência é acirrada, mas também confirma a posição do Brasil como um destino estratégico para o capital internacional no setor de energia renovável.

“Tem concorrência, sim. Mas é o futuro”, diz Skaare. “Hoje, a energia solar é uma das fontes de energia mais econômicas. Então, faz sentido tanto investimento”.

Gigante do setor energético da Noruega aposta em tecnologia inteligente

Segundo Skaare, a Scatec, que está presente em 19 países, vê no Brasil um ambiente favorável para seus negócios. A companhia norueguesa, que atua no país desde 2017, já está instalando a sua terceira usina aqui. Depois de Apodi, em Quixeré, no Ceará (em sociedade com as empresas Equinor e Kroma), e Mendubim, em Assú, no Rio Grande do Norte (em sociedade com a Equinor, a Hydro Rein e a Alunorte), a nova planta fica em Pintópolis, Minas Gerais.

Batizada de Rio Urucuia, em referência ao rio de mesmo nome que passa pela região, ela tem 142 MW de capacidade, o que resulta em uma produção anual de aproximadamente 320 gigawatts por hora, que é o equivalente ao consumo anual de 120 mil residências.

Por trás desses números impressionantes, está um sistema tecnológico de alta complexidade. Para garantir o melhor desempenho, a operação será monitorada 24 horas por dia por uma equipe de especialistas, com uma vasta rede de sensores instalados no local – uma prática comum em todas as plantas da empresa no mundo.

Eles coletam dados importantes sobre a temperatura ambiente, a velocidade do vento e até mesmo o grau de sujeira nos painéis. Essa coleta minuciosa de informações é essencial para otimizar a manutenção do local. Tudo isso assegura a máxima eficiência na geração de eletricidade, além de evitar desperdícios.

Toda essa comunicação de dados, desde os painéis solares até os computadores do centro de operações, é feita de forma inteligente. Enquanto os rastreadores dos painéis usam comunicação sem fio, o restante dos equipamentos da usina é interligado por um sistema de fibra óptica. Essa tecnologia garante a velocidade e a segurança das informações que são processadas a todo momento.

Usinas têm monitoramento centralizado na África do Sul

Mendubim, a segunda usina instalada pela Scatec no Brasil, possui mais de um milhão de painéis solares e mais de 2.500 inversores, distribuídos em uma área de mil hectares, sendo um dos dois maiores projetos da empresa em todo o mundo. E, segundo Skaare, ela tem 25 funcionários. “É bem difícil para eles detectarem onde vai ter um possível problema de produção”.

Sendo assim, além do monitoramento local de cada usina, a Scatec mantém um Centro Global de Operações (GOC) na Cidade do Cabo, África do Sul. De lá, uma equipe de especialistas supervisiona remotamente a operação de todas as unidades da companhia, incluindo a nova planta em Minas Gerais, para garantir sua alta eficiência.

O GOC usa dados de milhões de sensores para prever falhas e otimizar o desempenho das usinas, respondendo a incidentes como ventos fortes ou inundações, minimizando qualquer impacto na geração de energia. Isso permitiu, por exemplo, que a empresa mantivesse 70% de uma de suas usinas na Ucrânia operando após ser bombardeada pela Rússia.
Centro Global de Operações (GOC) da Scatec na Cidade do Cabo, África do Sul.

Com esse sistema, a equipe do GOC consegue realizar ações como corrigir algum defeito nos trackers e intervir em inversores que deixaram de produzir. Os trackers são suportes mecânicos que movem os painéis solares para que eles acompanhem o Sol. Skaare explica que a função é a mesma de um girassol que se move para seguir a luz: garantir que os painéis estejam sempre na posição ideal para gerar o máximo de energia possível.

Por meio de um software que monitora a operação em tempo real, o GOC é capaz de enxergar anomalias, como fissuras nos painéis ou sombreamento, o que permite resolver os problemas na hora. “A necessidade desse controle é crucial, pois em um projeto como o de Rio Urucuia, que terá 200 mil painéis e 2 mil trackers, falhas em apenas 2% a 3% dos equipamentos já causariam um impacto significativo na geração e na receita da companhia”, explica Skaare.

Maior economia do mundo “rema contra a maré”

Em todo o mundo, a transição energética tem sido impulsionada por metas de descarbonização e por um crescimento acelerado das fontes renováveis, como a solar e a eólica. O relatório mais recente da Agência Internacional de Energia (IEA) mostra que o uso de fontes não-fósseis tem superado o crescimento da demanda por eletricidade, levando a um declínio na geração de energia poluente em algumas regiões.

No entanto, essa tendência global encontra um ponto de contraste significativo na política dos EUA. Em 2025, o presidente Donald Trump reverteu as metas de descarbonização de seu antecessor, Joe Biden, e retirou o país do Acordo de Paris novamente, optando por uma agenda focada na expansão dos combustíveis fósseis – movimento que vai na contramão dos esforços globais para combater as mudanças climáticas e pode prejudicar o avanço da indústria de energia limpa na maior potência econômica do planeta.

Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York dia 23/09/25, Trump criticou a instituição e disse que as mudanças climáticas são uma “farsa”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, em discurso na 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro de 2025, disse que as mudanças climáticas são “uma farsa”.

Como os EUA são a maior economia e o maior consumidor de energia do mundo, sua política de governo tem um enorme peso no cenário internacional. O incentivo a combustíveis fósseis, por exemplo, gera incerteza no mercado global de energia e pode enfraquecer os acordos para combater as mudanças climáticas.

E qual o real impacto dessa postura na transição energética global e na agenda de investimentos em fontes limpas no Brasil? “A nova ordem mundial pode impactar o financiamento dos projetos de energia solar e as suas cadeias de suprimento”, explica Skaare. “Grande parte dos equipamentos que a gente vai instalar em uma usina centralizada no Brasil é importada. Então, a gente está constantemente monitorando. E também, os custos de financiamento dos projetos. Porque a gente conta com bancos internacionais que podem ser impactados pela situação geopolítica”.

Segundo ele, a Scatec ainda não viu um impacto específico. “Mas precisamos continuar monitorando, porque isso pode mudar em um futuro próximo”.

A Noruega é um dos maiores produtores de gás e petróleo do mundo e, por isso, tem assumido compromissos climáticos ambiciosos, apoiando a transição energética em nível internacional. Segundo Skaare, a Scatec participa ativamente dessas discussões, buscando se posicionar como parte da solução para os desafios globais.
Na Semana do Clima de Nova York, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, destacou a importância dos combustíveis sustentáveis para enfrentamento das mudanças climáticas.

Com esse objetivo, a empresa já confirmou presença na 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudança do Clima (COP30) – que acontece entre 10 a 21/11/2025, em Belém, no Pará – e irá apoiar as agendas multilaterais. “Nosso foco na COP30 em relação à transição energética vai estar muito voltado ao armazenamento de baterias, à reciclagem de painéis solares e nossas ações globais de inclusão de gênero como parte de nossas diretrizes estratégicas de negócio”.

A Scatec aposta muito na inclusão. Então, por exemplo, no Brasil, quando a gente fez a construção da Mendubim, nossa segunda usina, em Assú, Rio Grande do Norte, um dos pedidos das comunidades foi a contratação de mulheres no projeto. Isso faz parte do DNA da empresa. Sempre, independentemente dos países onde a Scatec opera ou vai construir, temos como estratégia a inclusão de gênero. Nosso projeto de Rio Urucuia, em Minas Gerais, emprega 664 pessoas. Dessas, 31% são de mão de obra local. E 75% daqueles funcionários são autodeclarados pardos ou negros. Isso está alinhado com nossa política de diversidade e contratação local.

Aleksander Skaare, gerente geral da Scatec no Brasil

Skaare ressalta que usinas de energia solar centralizada geram reduções significativas de emissões em relação à geração fóssil. “A estimativa anual do projeto Rio Urucuia, por exemplo, é de reduzir o equivalente a 23 mil toneladas de emissões de carbono, com base na produção de 320 gigawatt-horas”.

Inovação e Investimento que Constroem o Futuro Limpo

No Brasil, o setor elétrico enfrenta debates importantes sobre liberalização do mercado, justiça tarifária e modernização regulatória. Mesmo sendo um dos maiores e mais dinâmicos mercados de energia renovável do mundo, o país ainda enfrenta desafios. Um deles é o “curtailment”, que significa redução forçada na geração de energia. Isso acontece quando a rede elétrica não consegue absorver toda a eletricidade disponível. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ajusta a produção para evitar instabilidade, mas isso reduz a energia gerada e, consequentemente, a receita das usinas.

“Parte das soluções é a implementação de tecnologias de armazenamento, aliadas às usinas solares e eólicas, com baterias, e também modernizar a rede de transmissão e subestações no Brasil”, explica Skaare. “Mas isso demora. O foco está lá, mas a construção e implementação vai demorar”.

Outra questão é a área fiscal. Incentivos, como descontos na TUST – tarifa pelo uso das linhas de transmissão – e redução de impostos para painéis solares têm sido eliminados gradualmente. Antes, esses descontos ajudavam a baratear os projetos; com sua retirada, o modelo financeiro das usinas fica menos vantajoso.
Brasil é referência em energia renovável, como a eólica e a solar.

Mesmo assim, o Brasil ainda se destaca globalmente nas energias renováveis. Como dito anteriormente, hoje, quase 90% da eletricidade do país vem de fontes limpas, e a energia solar tem papel cada vez mais forte. “Nos últimos dez anos, projetos solares centralizados se espalharam por vários estados, chegando a cerca de 17 GW de capacidade instalada. Isso tornou a energia solar familiar ao público brasileiro e fortaleceu o país na transição para fontes limpas”, afirma Skaare.

A parceria entre o Brasil e empresas como a Scatec reforça a liderança do país na corrida por um futuro mais sustentável. O Brasil tem uma combinação única de recursos naturais, localização estratégica e um ambiente de negócios promissor. O projeto da usina de Rio Urucuia, com sua tecnologia de ponta e sua operação integrada a um sistema global, mostra que o país está pronto para ir além no setor.

Eu gostaria de elogiar o Brasil como um dos líderes de energias renováveis do mundo. O país entende muito bem o papel crucial que tem na transição energética global. É um país que vem fazendo investimentos muito fortes em renováveis nos últimos dez anos. Além disso, o Brasil, além de ótimos recursos solares e eólicos, tem ótimos profissionais. Os projetos que fazemos neste país têm 90% de mão de obra local. Não só na construção, mas no desenvolvimento, no financiamento e na gestão de ativos. Tudo é feito por ótimos profissionais que foram contratados aqui no Brasil. E isso não é uma coisa que conseguimos em todos os países onde operamos. (Aleksander Skaare, gerente geral da Scatec no Brasil)
Ainda há, é claro, obstáculos a serem superados, como a necessidade de mais investimentos em infraestrutura de transmissão e o aprimoramento de políticas públicas. No entanto, a tendência é que o Brasil continue a atrair mais investimentos. A matéria-prima para a energia limpa já existe em abundância e a tecnologia está cada vez mais acessível.

Com isso, o país tem todas as condições para consolidar seu papel não só como um grande produtor de energia limpa, mas como um modelo de inovação e liderança na transição energética global. (olhardigital)

Crescimento de 2,5% em carga nacional de energia em outubro

ONS prevê crescimento de 2,5% em carga nacional de energia em outubro/25.

Carga de energia deverá crescer 2,5% em outubro, aponta NOS.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) projeta carga de 83.803 MW médios para outubro/2025, com crescimento em todos os subsistemas. Destaque para o Norte: +6,5%.
Enquanto o consumo de energia segue em crescimento, o volume de água que chega aos reservatórios hidrelétricos deve ficar abaixo da média para o período em todas as regiões ao final do próximo mês.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) divulgou em 26/09/25, que a expansão de carga nacional de energia elétrica no Sistema Interligado Nacional (SIN) é estimado em 2,5%, correspondendo a 83.803 MWmed.

De acordo com a entidade, entre os subsistemas, a expansão mais expressiva deve ser verificada no Norte, 6,5% (8.808 MWmed), seguido pelo Nordeste, 3,3% (14.140 MWmed). O Sul e o Sudeste/Centro-Oeste podem registrar crescimento de 1,9% (13.750 MWmed) e 1,8% (47.105 MWmed), respectivamente. Os percentuais comparam as projeções para outubro de 2025 em relação ao verificado no mesmo período de 2024.

Já as perspectivas da Energia Natural Afluente (ENA), que é o volume de água que chega aos reservatórios de usinas hidrelétricas e pode ser transformado em energia elétrica, apontam para afluências abaixo da média para o período em todas as regiões ao final de outubro.

O Sul deve atingir o maior percentual, chegando a 95% da Média de Longo Termo (MLT). Para os demais, as projeções são as seguintes: Sudeste/Centro-Oeste, 65% da MLT; Norte, 57% da MLT; e o Nordeste, com 51% da MLT.

“Durante o mês de outubro as precipitações estão próximas da média nas principais bacias hidrográficas do SIN, com a temperatura variando entre normal e acima da média em todo o país. Essas condições são compatíveis com o período do ano e o sistema dispõe dos recursos necessários para o atendimento da demanda”, afirma o diretor-geral do ONS, Marcio Rea.

As estimativas para os níveis de Energia Armazenada (EAR), relacionadas aos níveis dos reservatórios, em 31/10/2025 são iguais ou superiores a 50% em 3 subsistemas: Sul (84,2%), Norte (67,8%) e Nordeste (50,0%). A exceção é o Sudeste/Centro-Oeste, cujo indicador deve ser de 48,0%. Este último concentra 70% dos reservatórios de maior interesse do SIN. (pv-magazine-brasil)

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Impulsionando um futuro resiliente: principais estratégias de transição energética

Cinco estratégias de transição energética que estamos adotando para transformar o sistema energético.
A transição energética e a descarbonização da economia impulsionam um futuro sustentável

Para impulsionar um futuro resiliente, as principais estratégias de transição energética incluem acelerar a expansão de energias renováveis como a solar e eólica, modernizar e fortalecer as redes elétricas para suportar a geração distribuída, descarbonizar a indústria através de tecnologias limpas e eficientes, investir em capital e infraestrutura para a transição, e promover a participação e educação comunitária para garantir uma mudança comportamental e social mais ampla.

1. Expansão das Energias Renováveis

Aumentar a capacidade de geração: A energia eólica e solar deve ser expandida a um ritmo mais rápido para atender à crescente demanda por eletricidade.

Diversificar as fontes: Utilizar fontes como biocombustíveis e biomassa para complementar a energia eólica e solar.

2. Modernização da Infraestrutura

Fortalecer as redes elétricas: Redes elétricas envelhecidas são um gargalo para a integração de novas fontes de energia. É necessário modernizar e fortalecer essas redes.

Digitalização e redes inteligentes: Implementar redes inteligentes e digitalização para monitorar o consumo, identificar falhas e otimizar a eficiência energética.

3. Descarbonização Industrial

Incentivar a adoção de tecnologias limpas: Estimular a transição industrial para processos de produção com baixo carbono.

Captura de CO2: Implementar tecnologias de captura e armazenamento de carbono para mitigar as emissões já presentes na atmosfera.

4. Investimento e Inovação

Atrair capital: A transição energética exige investimentos financeiros significativos para novas tecnologias, infraestrutura e capacidade de fabricação.

Apoiar a inovação: Investir em capital humano e financeiro para que novas tecnologias e infraestruturas sejam desenvolvidas e implementadas.

5. Participação e Educação

Conscientização e educação: Campanha de educação ambiental e sensibilização para influenciar o comportamento de consumidores e empresas.

Engajamento da comunidade: Fomentar a participação da comunidade para garantir que a transição seja justa e inclusiva, promovendo a adoção de práticas sustentáveis.

6. Criação de Cadeias de Suprimentos Seguras

Garantir minerais críticos: A demanda por minerais essenciais para tecnologias de energia limpa vai dobrar até 2040, sendo crucial assegurar cadeias de suprimentos confiáveis.
Sustentabilidade energética

A transição energética promete anunciar um futuro em que a eletricidade se tornará o núcleo de nossos sistemas de energia e grandes saltos na inovação em energia limpa reduzirão ainda mais os preços da energia renovável e criarão uma rápida mudança do carvão e do petróleo para uma economia alimentada por combustíveis neutros em carbono e à base de hidrogênio. No entanto, hoje, a energia ainda é responsável por mais de 70% das emissões, e a crise climática já está afetando todas as regiões do planeta, deixando os sistemas de energia envelhecidos vulneráveis a tensões e interrupções. Mais do que nunca, o mundo precisa de uma nova era energética, resiliente o suficiente para se recuperar rapidamente de choques e apoiar a economia global.

À medida que as mudanças climáticas se aceleram e a urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa cresce, governos, empresas e indivíduos em todo o mundo reconhecem cada vez mais a necessidade de adotar estratégias de transição energética que promovam a sustentabilidade ambiental e a resiliência econômica. Mas o tempo é essencial. 2024 foi o ano mais quente registrado na Terra e o primeiro a ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5°C.

Para evitar os piores impactos das mudanças climáticas, precisamos agir agora com cinco estratégias para impulsionar a transição energética:

1. Acelere a energia renovável

2. Transforme usinas de energia

3. Fortalecer redes elétricas

4. Impulsionando a descarbonização industrial

5. Cadeias de suprimentos seguras
“Ao reconhecer os desafios inerentes à transição energética, podemos traçar um roteiro realista para um futuro energético sustentável e seguro”. Christian Bruch - CEO Siemens Energy

Estratégias de transição energética para agir

Para navegar nesta jornada em direção a uma nova era energética, nós, como uma empresa de tecnologia de energia, estamos comprometidos em capacitar nossos clientes com as cinco estratégias principais a seguir.
1. Acelere a energia renovável

A energia eólica e solar deve ser expandida a um ritmo muito mais rápido para atender a uma crescente demanda global por eletricidade. Ao aproveitar todo o potencial da energia eólica e solar, podemos dar passos significativos em direção a um futuro mais limpo e sustentável. E a energia eólica, em particular, não é apenas uma fonte de energia. Estimula o progresso económico e é um poderoso motor para a criação de emprego. Para conseguir isso, precisamos de licenças mais rápidas, novos conceitos de leilão e melhor compensação pelas pressões inflacionárias nos projetos.

2. Transforme as usinas de energia

As usinas a gás são uma parte vital do futuro energético resiliente. Eles possibilitam o abandono rápido do carvão e a redução rápida das emissões de CO2 em até 65%. E com sua capacidade de preencher as lacunas quando as energias solares e eólicas não estão disponíveis, as usinas a gás são cruciais para a estabilidade da rede. Além disso, eles podem ser totalmente descarbonizados por meio do uso de hidrogênio ou outros combustíveis sustentáveis, ou combinando-os com captura e armazenamento de carbono (CCS). Para alavancar seu potencial, precisamos de políticas de apoio, investimentos em tecnologias de CCS e uma estrutura política clara para a integração do hidrogênio.

3. Fortaleça as redes elétricas

Embora o potencial de energia renovável em todo o mundo seja motivo de otimismo, as redes elétricas envelhecidas de hoje continuam sendo um gargalo. Para que o mundo atinja suas metas climáticas e energéticas, cerca de 80 milhões de quilômetros de linhas de energia precisarão ser adicionados ou substituídos até 2040 – dobrando o tamanho da rede global existente. A espinha dorsal do sistema de energia, as redes elétricas devem ser capazes de lidar com as flutuações na energia eólica e solar e vincular a oferta e a demanda de energia renovável em grandes distâncias com perdas mínimas. Portanto, a construção de redes robustas e resilientes é muito mais do que apenas um projeto de infraestrutura, elas são a chave para permitir um futuro energético sustentável e confiável.

4. Impulsionar a descarbonização industrial

Estimulada pelo crescimento econômico e pelo aumento da população, a crescente demanda por energia ameaça neutralizar os esforços mundiais para reduzir as emissões. Em primeiro lugar, precisamos economizar energia. Isso significa encontrar maneiras de aumentar significativamente a eficiência energética sempre que possível, seguida por uma maior eletrificação dos processos industriais e do transporte. Como as tecnologias elétricas geralmente são de alta eficiência, elas têm um enorme potencial para reduzir a demanda final de eletricidade do mundo. Os veículos elétricos, por exemplo, são cerca de quatro vezes mais eficientes do que os veículos convencionais.

5. Cadeias de suprimentos seguras

A demanda por minerais críticos essenciais para redes elétricas e tecnologias de energia limpa dobrará até 2040. Por exemplo, as baterias requerem lítio e níquel, as turbinas eólicas precisam de elementos de terras raras e a rede elétrica usa grandes quantidades de cobre. Esses e outros minerais críticos são essenciais para a transição energética, e garantir e descarbonizar seu fornecimento – por meio de parcerias e reciclagem – garantirá a produção contínua de tecnologias de energia limpa.

O capital é a chave para impulsionar a transição energética

Um futuro energético resiliente requer um investimento financeiro significativo. Já em 2023, os investimentos globais em energia atingiram cerca de US$ 2,8 trilhões, com US$ 1,7 trilhão alocados para iniciativas de energia limpa. Esses fundos abrem caminho para as empresas avançarem em novas tecnologias, infraestrutura e capacidade de fabricação. Para nós, também, sustentabilidade e lucratividade estão ligadas e nos permitem continuar sendo um líder confiável na transição energética. Investimentos significativamente maiores, no entanto, são necessários para que o mundo atinja suas metas climáticas. Para continuar atraindo o capital necessário para impulsionar a transição energética, políticas mais favoráveis e condições de mercado favoráveis são essenciais.

Novo white paper: Financiando a transição energética: atendendo a uma demanda de eletricidade em rápida evolução

White paper do Fórum Econômico Mundial destaca como o sucesso da transição energética global depende de 3 fatores principais: adotar uma perspectiva global, desenvolver mecanismos de financiamento inovadores e atender às necessidades das pequenas e médias empresas.

Rumo a um amanhã resiliente: a nossa visão para a transição energética

Combater as mudanças climáticas e avançar sistematicamente na transição energética é uma tarefa global que requer novas ideias e ações. Com mais de 98.000 colegas em todo o mundo dedicados a transformar energia sustentável, acessível e confiável em realidade, nossa missão vai muito além de simplesmente fornecer tecnologia. Nosso objetivo é energizar a sociedade, e essas 5 estratégias de transição energética mostram nossa missão.

Acreditamos que um sistema de energia resiliente é a base para o progresso e a prosperidade, e colaboramos com as partes interessadas e clientes em todas as etapas da jornada para chegar lá. Para a Siemens Energy, a transição energética abrange mais do que reduzir as emissões – trata-se de promover um futuro resiliente para as próximas gerações. (siemens-energy)