O que é o lixo nuclear?
É um resíduo altamente
perigoso, resultado da fissão nuclear no processo de geração de energia e na
fabricação de armas.
Os isótopos de Urânio, ao se
desintegrarem, emitem radiação gama, que pode invadir as células do organismo,
causando doenças como câncer, anemia, catarata e leucemia.
Impactos ambientais e na
saúde:
Contaminação de ecossistemas:
A radiação tóxica contamina a fauna e a flora de um ambiente, causando danos
permanentes e afetando o solo e os recursos hídricos. 
Doenças graves: A exposição
ao lixo nuclear pode desencadear o desenvolvimento de diversas doenças. 
Contaminação de água e
alimentos: Resíduos radioativos podem ameaçar a disponibilidade de água potável
e alimentos saudáveis, afetando o abastecimento global, como alertam
especialistas.
Desafios e soluções:
Descarte e armazenamento: Há
uma dificuldade global em encontrar soluções seguras para o armazenamento
permanente e o descarte de resíduos radioativos.
Armazenamento em locais
subterrâneos: A recomendação é que os botijões de lixo nuclear sejam guardados
em locais subterrâneos para minimizar o impacto ambiental.
Responsabilidade: Países como
a Finlândia estão avançando no desenvolvimento de instalações de armazenamento
final, defendendo que quem lucra com a energia nuclear também deve assumir a
responsabilidade pelo lixo.
Exemplos históricos:
Césio-137 em Goiânia:
O maior acidente radiológico
do mundo, que causou mortes e a criação de uma nova cidade para alocar os
rejeitos.
Não há uma crise global de
lixo nuclear em 2025, mas sim uma preocupação constante com o descarte do
material radioativo, que é um desafio global. Um exemplo no Brasil é o leilão
de lixo atômico em Itu, prorrogado por falta de compradores para as 3,5 mil
toneladas de "Torta 2". No entanto, alguns países, como a Finlândia,
estão avançando em soluções permanentes, com a construção de uma tumba
geológica para o descarte seguro de resíduos.
O que é a "Crise do Lixo
Nuclear"
A "crise" a que o
artigo do MSN se refere é a dificuldade em gerenciar o lixo nuclear, que
permanece radioativo por milhares de anos, exigindo soluções de armazenamento e
descarte de longo prazo.
Exemplos e Notícias de 2025
Lixo Nuclear em Itu (SP): A
cidade de Itu tem 3,5 mil toneladas de um resíduo radioativo conhecido como
"Torta 2", proveniente do tratamento de minério da monazita. Um
leilão para vender esse material foi prorrogado devido à falta de compradores.
Avanços na Finlândia: A
Finlândia está construindo uma "tumba geológica" subterrânea para
armazenar resíduos nucleares. O material será embalado em recipientes de cobre
e depositado a mais de 400 metros de profundidade.
Monitoramento no Oceano Atlântico: Pesquisadores brasileiros, usando o navio L'Atalante, monitoram o lixo nuclear despejado no fundo do Atlântico. A tecnologia atual torna a recuperação desses resíduos extremamente difícil.
Desafios do Lixo Nuclear
Longa Vida Radioativa: O lixo
nuclear leva milhares de anos para perder sua radioatividade, exigindo soluções
de armazenamento seguras por longos períodos.
Dificuldade de Descarte: A
busca por locais para um repositório final de lixo nuclear tem sido lenta e
enfrentado protestos e desafios políticos em diversos países.
Impacto Ambiental: O descarte
inadequado de lixo nuclear representa riscos de contaminação do meio ambiente.
Custos Elevados: A produção e o descarte de lixo nuclear, além do desmantelamento de usinas, geram custos elevados para os operadores das usinas e para a sociedade.
O navio de pesquisa L'Atalante monitora o lixo radioativo no oceano.
A busca pelo lixo nuclear
despejado no fundo do Oceano Atlântico
O que os olhos não veem, o
coração não sente. Este era o lema que regia o despejo de lixo radioativo no
oceano. Até o momento, pesquisadores já descobriram mais de 1.800 barris do
resíduo no nordeste do Atlântico.
Os barris radioativos foram
despejados no oceano entre as décadas de 1950 e 1980 por vários países
europeus, incluindo Reino Unido, Bélgica, Holanda, Suíça e Alemanha. Era a
solução mais barata e simples para o descarte da indústria nuclear e de
laboratórios de pesquisa.
A prática só foi proibida em
1993. Até então, porém, pelo menos 200.000 barris já haviam sido jogados apenas
no nordeste do Atlântico, a profundidades de 3.000 a 5.000 metros.
Pesquisadores europeus a bordo do navio de pesquisa L'Atalante navegaram até a região onde provavelmente se encontra metade de todo o lixo nuclear: a Bacia Atlântica da Europa Ocidental, a mais de 1.000 quilômetros a oeste de La Rochelle, na França. O projeto se chama Monitoramento de Pesquisas de Locais de Despejo Nuclear no Oceano (Nodssum, na sigla em inglês).
Poucos dados sobre lixo nuclear no Atlântico
A equipe internacional de 21
pesquisadores quer criar um mapa de todos os locais onde barris foram
encontrados. Até o momento, pouco se sabe sobre o lixo nuclear no oceano e sua localização
exata.
"Em muitos casos, faltam
informações sobre a condição ou a localização exata dos tambores, e os dados
sobre o tipo e a origem dos resíduos radioativos são frequentemente incompletos
ou de difícil acesso", disse Pedro Nogueira à DW. O bioquímico do
Instituto Thünen de Ecologia Pesqueira, na cidade alemã de Bremerhaven, está a
bordo do L'Atalante. Ele trabalha no monitoramento de substâncias radioativas
no ambiente marinho há 10 anos.
De materiais de laboratório e
roupas de proteção contaminados, resíduos da medicina, pesquisa e indústria, a
resíduos de reatores nucleares, tudo está lá, diz o cientista. Embora os
resíduos despejados sejam em grande parte lixo radioativo de baixo e médio
nível, algumas dessas substâncias também são perigosas.
O estrôncio-90, por exemplo,
que pode causar tumores ósseos e leucemia, especialmente se entrar no corpo
humano. Outra dessas substâncias é o césio-137 — responsável pelo maior
acidente radiológico já ocorrido no Brasil, em Goiânia nos anos 1980 — que também
foi liberado durante o desastre do reator nuclear de Chernobyl. Até hoje,
cogumelos selvagens e carne de caça em algumas regiões da Europa, incluindo a
Baviera, na Alemanha, ainda estão fortemente contaminados com essa substância.
O plutônio, ou mais precisamente,
o plutônio-239, também foi despejado em barris no Atlântico. É o isótopo de
plutônio mais comumente produzido. Isótopos são tipos de átomos de um elemento
que diferem do elemento original no número de nêutrons em seu núcleo.
Quanta radioatividade vaza
para o oceano?
O líder do projeto Nodssum,
Patrick Chardon, físico nuclear do laboratório de Clermont Auvergne, na França,
suspeita que a radioatividade esteja escapando dos contêineres já há algum
tempo. Embora os tambores sejam projetados para suportar a pressão das
profundezas, eles não são projetados para reter a radioatividade.
"Sabemos que alguns
tambores sofreram corrosão e que pequenas quantidades de radioatividade foram
detectadas em sedimentos e organismos de águas profundas próximos a antigos
depósitos", diz Pedro Nogueira. "No entanto, os dados disponíveis
mostram que isso representa apenas um risco muito baixo para as regiões
costeiras ou para a saúde humana." O monitoramento contínuo também mostrou
que a radioatividade em peixes e frutos do mar está bem abaixo dos limites para
consumo alimentar seguro.
Os barris afundados no fundo
do oceano provavelmente permanecerão onde estão. Recuperá-los seria
extremamente difícil com a tecnologia atual e poderia representar grandes
riscos ambientais, explica Nogueira.
O monitoramento contínuo dos
resíduos nucleares no oceano é, portanto, essencial para detectar mudanças
futuras na contaminação radioativa em tempo hábil e então tomar as medidas
adequadas.
O cientista diz que a equipe
do L'Atalante planeja permanecer no local por um total de quatro semanas. Não
apenas para registrar a localização e as condições dos barris, mas também para
coletar amostras de água, solo e animais. Essas amostras devem servir para
demonstrar o impacto dos resíduos nucleares despejados no ecossistema. No
total, os pesquisadores planejam examinar aproximadamente 200 km2 de
área marinha. (uol)







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