Apesar dos riscos, Brasil mira mercado de US$ 25 bi.
FIESP publica estudo inédito para encorajar empresários brasileiros a aumentar investimentos nos países vizinhos.
Nenhuma região é mais instável que o Oriente Médio, de onde vem a maior parte do petróleo consumido no mundo. Irã, Iraque e Kuwait foram palcos de guerras recentes, mas não deixaram de atrair investimentos internacionais.
Embora a instabilidade sul-americana seja muito menos grave, com recessão, tensões fronteiriças, mudanças repentinas de contrato e calotes, investidores brasileiros pretendem seguir a mesma receita das grandes companhias estrangeiras: buscar grandes negócios, apesar dos grandes riscos.
Para abrir esse caminho, o Departamento de Energia da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) produziu um relatório de 50 páginas analisando os principais aspectos da segurança energética em dez países da América do Sul. A ideia é que o documento encoraje os brasileiros a investir nesses mercados.
"O transporte de energia depende da construção de estruturas físicas de transmissão. Isso significa que a região precisa ter relações fluidas, regras comuns e grandes investimentos para horizontes longos, de mais de 30 anos", disse ao Estado o diretor-geral do Departamento de Infraestrutura da FIESP, Carlos Antônio Cavalcanti. "Só dentro da América do Sul, o comércio energético chega a US$ 25 bilhões e deve crescer ainda mais."
O diretor da construtora brasileira Odebrecht no Peru, Jorge Barata, disse esperar que o documento da Fiesp encoraje os brasileiros. "A integração viária da América do Sul teve início em 1974 e, por isso, avançou mais rapidamente. A área de energia terá um desenvolvimento semelhante daqui para frente. Temos de estar atentos às oportunidades", disse.
O estudo elaborado pela FIESP revela que pelo menos sete países da América do Sul já dispõem de leis que obrigam a mescla de combustível renovável à gasolina e ao diesel, o que "representa uma oportunidade extraordinária para as empresas brasileiras", de acordo com Cavalcanti.
Na Colômbia, os carros deverão ter, a partir de 2012, 20% de álcool misturado à gasolina. No Paraguai, esse índice é de 24%. Na Argentina, a mescla chega a 5%, enquanto no Chile não passa de 2%.
A novidade pode animar um avanço dos empresários brasileiros sobre esses mercados, algo semelhante ao que ocorre atualmente na América Central. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que os empresários brasileiros poderiam, até 2011, instalar destilarias e usinas no Haiti, Guatemala, Honduras, República Dominicana, Jamaica, Nicarágua, El Salvador e São Cristóvão e Névis. Só na República Dominicana, calcula-se que essa medida possa criar um mercado para 67 milhões de litros de álcool brasileiro por ano. (OESP)
FIESP publica estudo inédito para encorajar empresários brasileiros a aumentar investimentos nos países vizinhos.
Nenhuma região é mais instável que o Oriente Médio, de onde vem a maior parte do petróleo consumido no mundo. Irã, Iraque e Kuwait foram palcos de guerras recentes, mas não deixaram de atrair investimentos internacionais.
Embora a instabilidade sul-americana seja muito menos grave, com recessão, tensões fronteiriças, mudanças repentinas de contrato e calotes, investidores brasileiros pretendem seguir a mesma receita das grandes companhias estrangeiras: buscar grandes negócios, apesar dos grandes riscos.
Para abrir esse caminho, o Departamento de Energia da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) produziu um relatório de 50 páginas analisando os principais aspectos da segurança energética em dez países da América do Sul. A ideia é que o documento encoraje os brasileiros a investir nesses mercados.
"O transporte de energia depende da construção de estruturas físicas de transmissão. Isso significa que a região precisa ter relações fluidas, regras comuns e grandes investimentos para horizontes longos, de mais de 30 anos", disse ao Estado o diretor-geral do Departamento de Infraestrutura da FIESP, Carlos Antônio Cavalcanti. "Só dentro da América do Sul, o comércio energético chega a US$ 25 bilhões e deve crescer ainda mais."
O diretor da construtora brasileira Odebrecht no Peru, Jorge Barata, disse esperar que o documento da Fiesp encoraje os brasileiros. "A integração viária da América do Sul teve início em 1974 e, por isso, avançou mais rapidamente. A área de energia terá um desenvolvimento semelhante daqui para frente. Temos de estar atentos às oportunidades", disse.
O estudo elaborado pela FIESP revela que pelo menos sete países da América do Sul já dispõem de leis que obrigam a mescla de combustível renovável à gasolina e ao diesel, o que "representa uma oportunidade extraordinária para as empresas brasileiras", de acordo com Cavalcanti.
Na Colômbia, os carros deverão ter, a partir de 2012, 20% de álcool misturado à gasolina. No Paraguai, esse índice é de 24%. Na Argentina, a mescla chega a 5%, enquanto no Chile não passa de 2%.
A novidade pode animar um avanço dos empresários brasileiros sobre esses mercados, algo semelhante ao que ocorre atualmente na América Central. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) estima que os empresários brasileiros poderiam, até 2011, instalar destilarias e usinas no Haiti, Guatemala, Honduras, República Dominicana, Jamaica, Nicarágua, El Salvador e São Cristóvão e Névis. Só na República Dominicana, calcula-se que essa medida possa criar um mercado para 67 milhões de litros de álcool brasileiro por ano. (OESP)
Um comentário:
Acho improvável que esta meta seja alcançada. Acredito ainda que a Alemanha continuará com a produção de energia elétrica por meios nucleares por algum tempo. Não recrimino ela por isso, recrimino o Brasil por atrasar-se tanto em ter mais Centrais Nuleares em operação (com segurança, assim como Angra I e II). Angra III pareçe não ter fim e o projeto de mais duas centrais me parece devagar.
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