2012, Ano da Energia Sustentável para Todos e a distante
realidade brasileira
A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou 2012 como o
“Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos” com objetivo de aumentar
o acesso de energia sustentável para todas as partes do mundo.
Segundo dados liberados pela ONU, cerca de 1,4bi de pessoas
ainda não possuem acesso a fontes de energias e 3 bilhões dependem de recursos
energéticos tradicionais como o carvão, por exemplo. A iniciativa é excelente,
buscando a distribuição justa de maneira limpa, com eficiência energética e de
baixo custo tentando amenizar as consequências do aquecimento global.
Para que isto se torne realidade de forma efetiva, a ONU
conta com a colaboração dos governantes de cada país e a própria sociedade
civil. Trazendo para o âmbito nacional, isso traduz o tamanho da dificuldade
que o Brasil terá em atender a este objetivo.
O que vemos? No Brasil, a fonte principal de energia são as
hidrelétricas que embora alguns aleguem como “fonte limpa”, sua implantação
pode acabar com toda a fauna e flora local que na maioria dos casos em nosso
país é endêmica. O país está com em fase de implantação de mais uma usina
nuclear – Angra 3, e para 2012, mais quatro que já foram aprovadas pelo
governo. Outra implantação em andamento são as termoelétricas (sem contar as
que estão ainda no papel) e a tão ‘mal falada’ Usina hidrelétrica de Belo
Monte, cada uma com sua lista de malefícios ao meio ambiente e porque não
falar: ao próprio homem. Agora é hora de discutir e começarmos a cobrar estudos
para a implantação e expansão popular de energias renováveis como a eólica e a
solar, a segunda, atualmente o próprio governo incentiva a sua utilização com a
implantação em casa popular como as da CDHU, mas sua instalação é de alto
custo.
A iniciativa da ONU veio no momento certo para nosso país.
Agora temos mais uma ‘carta na manga’ para os protestos contra a utilização e
implantação de fontes de energia que contaminam e degradam o meio ambiente. Num
ano de Conferência sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, o país terá a
dura dificuldade de ‘convencer’ outros países a fazerem tudo que hoje o Brasil
deveria, mas não está fazendo sobre a tal sustentabilidade energética. São
poucas ações do Brasil ainda. Enquanto na Alemanha, por exemplo, definiu-se
acabar com as usinas nucleares hoje existentes lá, aqui no Brasil cria-se mais.
Fica um tanto quanto contraditório isso para uma cúpula internacional comandada
pelo Brasil.
Não podemos deixar que o Ano Internacional de Energia
Sustentável para Todos acabe como 2011, o Ano Internacional das Florestas, onde
o Brasil foi contemplado com o premio “Fóssil do ano” em razão do seu Novo
Código (des)Florestal.
Apenas concordar e cruzar os braços a espera única de iniciativas
do governo é com certeza esperar por mais um ano falho. É necessária a
participação efetiva da sociedade. Se queremos energia para todos, devemos
querer energia renovável para todos. Cobrar ações do político que você votou já
é um começo. (sosmeioambientebr)
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