De nada adianta o
direito de igualdade se não temos uma justiça que garanta este princípio, além
de que nada adiantam as leis se criamos instrumentos para burlá-las, assim como
nem tudo que é legal, é moral. Neste sentido não adiante discutirmos,
estabelecermos agendas, definirmos metas se não as seguimos e criamos
artifícios para fazer o que queremos. O Brasil tem tudo para viver ás custas de
energia renovável, por outro lado estamos construindo termelétricas, assim como
explorando inconsequentemente o petróleo, mesmo que às custas de tudo e de
todos.
Criticamos muito a
China, mas nestes últimos meses a mesma vem invertendo este cenário, firme em
direção de um uso racional energético e investindo na renovação, isto é,
investindo em energia renovável. Devíamos investir mais em energia solar, reuso
de água cinza e de chuva, em mobilidade responsável.
O Estado do Rio de
Janeiro, perdeu totalmente sua vocação de turismo e pior, está cego pelo
petróleo esquecendo (ou fingindo não compreender) o esgotamento de suas
reservas, isto é, acaba, e depois de acabar as cidades devem continuar a viver,
mas já terão perdido toda a sua identidade. A dependência do petróleo, a que
estamos sendo impostos, é como qualquer outra, como é fisicamente insustentável
e ao acabar causa a depressão.
Há de se convir que
mesmo as reservas do pré-sal são uma contribuição muito pequena para esta
energia do mundo. Mas, esta febre faz com que sejam feitos vários outros
empreendimentos atrelados á sua exploração e industrialização. A falta de
planejamento faz com que ao fim desta matéria prima todos os negócios e
empreendimentos se tornarão obsoletos, abandonados… Elefantes brancos.
Para todo o
conhecimento que adquirimos neste tempo todo, é fora de moda nos limitar ao
petróleo para desenvolvimento. Podemos ser melhores! Existem maneiras melhores
de conquistarmos a prosperidade e garantirmos a qualidade.
Hoje cresce
consideravelmente o número de polos navais por todo litoral brasileiro, será
que o Brasil necessita de tantos? Parece mais uma forma de pulverizar, e assim
sendo dificultar o controle (este em todos os sentidos) e através destes surge
um surto de indústrias provocadas por estes empreendimentos, mas quais se
manterão quando o ciclo do petróleo declinar nos próximos 20 anos de acordo com
o crescimento mundial de demanda?
Regiões turísticas,
como Saquarema, Maricá, entre outros simplesmente se tornarão polos
industriais, é este tipo de desenvolvimentos que buscávamos? Acredito que a
fórmula, (não mágica) para a garantirmos a Sustentabilidade Urbana, esteja na
forma como se faz política e se queremos mudar o resultado, devemos mudar a
política. Jamais mudaremos os resultados se não mudarmos fatores na operação.
Na Rio+20, deve-se
abordar assuntos sobre a economia verde, algo importantíssimo, mas não podemos
com ela encobrir a realidade de cidades do Estado do Rio de janeiro sobre a
economia negra do petróleo a qualquer custo que vivemos indisfarçada e
obscenamente. Sim, devemos abordar a erradicação da pobreza, este seria o eixo
principal, mas todos esquecem da sinergia entre os impactos sociais em cidades
desestruturadas, e sem pessoal capacitado para este mercado que só enxerga o
ouro negro. Sem focar muito no ambiente, pois este está sendo parcelado,
leiloado a quem ousar em investir sem tecnologias que garantam estas extrações
do pré-sal, vide a Chevron.
Ao fim o Brasil está
tentando se fantasiar de coerente. A clandestinidade neste mercado é o que
garante que há algo de errado nele!
Não deve ser
complicado ter o tão sonhado crescimento, com inclusão social e também com a
proteção á natureza, é complicado nos livrarmos do vício da política
politiqueira que estamos vivendo, mas se não o fizermos continuaremos nesta lengalenga.
Às vezes me sinto como se vivesse em terapia de grupo, todos falam sobre os
problemas, assumem responsabilidades, confessam até suas clandestinidades, mas
é tudo ainda muito no campo filosófico e não prático.
A mobilização
política, não está resumida a política partidária, sendo assim deveria ter mais
participação da sociedade civil, pois ela é fundamental para incorporar a
sustentabilidade às políticas públicas, e por esta razão devem ser ouvidas, e
seus direcionamentos praticados pela administração pública. Ao fim de toda uma
discussão de um problema junto à sociedade, se esta for ignorada e forçara a
engolir aquilo que não quer, mais cedo ou mais tarde vai colocar tudo para
fora!
Também não existe a
apresentação de outras tecnologias ou alternativas para gerar de forma positiva
a economia das cidades. Somente com acesso a todas estas informações é que a
sociedade deverá escolher qual o modelo de desenvolvimento seria mais adequado.
O Brasil deixou de
ser o país das oportunidades para ser de oportunistas governamentais. Devíamos
nos atentar que pela escassez de matérias primas principalmente, mas também de
outros recursos é o que nos faz estarmos num bom momento econômico, até mesmo
pela alta na demanda para atender ao mercado internacional. Inovação e
tecnologias não são nem vistas ou achadas neste sentido, o que é uma pena, esta
alta demanda é o resultado daquilo que conservamos de nossos recursos, coisas
que demais economias (em outros países) não fizeram.
Mas nestes últimos 10
anos, nós brasileiros, parecemos copiar o tipo de desenvolvimento que destrói,
causando uma exaustão, para evitar isto, para pararmos de ir ao sentido
contrário da modernidade deveríamos ter um desenvolvimento equilibrado e
duradouro, com qualidade de vida. Estaremos poupando para o futuro e quando
acabar certamente o mundo buscará em nós estes recursos. (EcoDebate)
Nenhum comentário:
Postar um comentário