Brasil vai desistir
de novas usinas nucleares, além de Angra 3, cujas obras estão em andamento.
Brasil não
construirá novas usinas nucleares – Governo diz que, até 2021, energia do país
será suprida por fontes hidrelétricas. Acidente no Japão influiu na decisão.
Até 2021, o Brasil
não vai construir novas usinas nucleares, além de Angra 3, cujas obras estão em
andamento. A informação foi dada ontem pelo secretário-executivo do Ministério
de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ao explicar que em curto prazo o país
não necessita de energia nuclear:
- No plano de curto
prazo, que é até 2020, não se considerou qualquer usina nuclear porque não há
necessidade. O atendimento será com hidrelétricas. Fontes complementares, como
eólica, térmica e gás natural, também atenderão à demanda.
O plano de expansão
do setor elétrico, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), previa
a construção de quatro a oito usinas nucleares no Brasil até 2030. O governo
federal já tinha decidido que as duas primeiras seriam construídas no Nordeste,
e outras duas no Sudeste. Esses locais, pelos estudos, deveriam ser suficientes
para se construir um total de seis centrais em cada um, prevendo futuras
expansões do programa.
Zimmermann negou que
o acidente em Fukushima, em março de 2011, tenha contribuído para o governo
adiar o investimento em novas centrais nucleares.
- O plano 2021,
segundo informações que tenho, também não vai considerar usinas nucleares. Mas
não tem adiamento. No plano 2030, provavelmente terá espaço para de quatro a
oito centrais nucleares – explicou Zimmermann.
Já o presidente da
EPE, Maurício Tolmasquim, admitiu que o acidente no Japão contribuiu para a
decisão.
ONS defende uso de
energia de termelétricas
- Com a questão de
Fukushima, um acidente grave, não foi só o Brasil: o mundo todo deu uma parada
para analisar, avaliar. Temos uma situação confortável, com potencial
hidrelétrico grande; tem o potencial eólico, o gás, a biomassa. Podemos fazer
as coisas com calma.
O presidente do
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, defendeu ontem a
construção de termelétricas a carvão para complementar o atendimento da Região
Sul. Segundo ele, essas usinas seriam usadas em épocas de seca.
Hoje, como os reservatórios
das usinas estão muito baixos, a Região Sudeste está enviando cerca de seis mil
megawatts (MW) médios para o Sul. Segundo Chipp, o intercâmbio de energia com
outros países, como o Uruguai, está no limite da capacidade da rede de
transmissão, assim como a energia do Sudeste. Ontem o nível dos reservatórios
melhorou com as chuvas, atingindo 44% da capacidade.
Ele explicou que são
necessários 1.800 MW de energia para garantir o pleno suprimento da Região Sul.
O executivo explicou que apresentou ao Comitê de Monitoramento do Setor
Elétrico (CMSW) essa demanda:
- É claro que
preferimos o gás natural ou GNL (gás natural liquefeito), mas, se não puder,
por que não o carvão? (EcoDebate)
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