sábado, 12 de maio de 2012

Brasil vai desistir de novas usinas nucleares

Brasil vai desistir de novas usinas nucleares, além de Angra 3, cujas obras estão em andamento.
Brasil não construirá novas usinas nucleares – Governo diz que, até 2021, energia do país será suprida por fontes hidrelétricas. Acidente no Japão influiu na decisão.
Até 2021, o Brasil não vai construir novas usinas nucleares, além de Angra 3, cujas obras estão em andamento. A informação foi dada ontem pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, ao explicar que em curto prazo o país não necessita de energia nuclear:
- No plano de curto prazo, que é até 2020, não se considerou qualquer usina nuclear porque não há necessidade. O atendimento será com hidrelétricas. Fontes complementares, como eólica, térmica e gás natural, também atenderão à demanda.
O plano de expansão do setor elétrico, elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), previa a construção de quatro a oito usinas nucleares no Brasil até 2030. O governo federal já tinha decidido que as duas primeiras seriam construídas no Nordeste, e outras duas no Sudeste. Esses locais, pelos estudos, deveriam ser suficientes para se construir um total de seis centrais em cada um, prevendo futuras expansões do programa.
Zimmermann negou que o acidente em Fukushima, em março de 2011, tenha contribuído para o governo adiar o investimento em novas centrais nucleares.
- O plano 2021, segundo informações que tenho, também não vai considerar usinas nucleares. Mas não tem adiamento. No plano 2030, provavelmente terá espaço para de quatro a oito centrais nucleares – explicou Zimmermann.
Já o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admitiu que o acidente no Japão contribuiu para a decisão.
ONS defende uso de energia de termelétricas
- Com a questão de Fukushima, um acidente grave, não foi só o Brasil: o mundo todo deu uma parada para analisar, avaliar. Temos uma situação confortável, com potencial hidrelétrico grande; tem o potencial eólico, o gás, a biomassa. Podemos fazer as coisas com calma.
O presidente do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, defendeu ontem a construção de termelétricas a carvão para complementar o atendimento da Região Sul. Segundo ele, essas usinas seriam usadas em épocas de seca.
Hoje, como os reservatórios das usinas estão muito baixos, a Região Sudeste está enviando cerca de seis mil megawatts (MW) médios para o Sul. Segundo Chipp, o intercâmbio de energia com outros países, como o Uruguai, está no limite da capacidade da rede de transmissão, assim como a energia do Sudeste. Ontem o nível dos reservatórios melhorou com as chuvas, atingindo 44% da capacidade.
Ele explicou que são necessários 1.800 MW de energia para garantir o pleno suprimento da Região Sul. O executivo explicou que apresentou ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSW) essa demanda:
- É claro que preferimos o gás natural ou GNL (gás natural liquefeito), mas, se não puder, por que não o carvão? (EcoDebate)

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