Salão do Automóvel de Paris: grupo PSA Peugeot-Citroën optou
por sistema híbrido inédito.
O veículo do futuro será mais
simples, híbrido e rápido para se adaptar às exigências ambientais, afirmam
fabricantes e especialistas que participaram do Salão do Automóvel de Paris.
Fortemente subsidiado pelos
governos e alvo de pesado investimento dos grandes fabricantes, o carro
elétrico não decola, apesar do preço do petróleo.
Os primeiros resultados da
mobilização de fabricantes promovida pelos sucessivos governos franceses no
marco de um plano industrial, reunidos na "Plataforma do Setor
Automobilístico" (PFA, na sigla em francês), serão apresentados no salão
parisiense.
O grupo PSA Peugeot-Citroën optou
por um sistema híbrido inédito: a energia ficará contida em um depósito de ar
de alta pressão comandado por um amortecedor hidráulico, em vez de ser
armazenada em baterias pesadas e complexas.
O motor propulsor do Peugeot 2008 e
do Citroën C4 Cactus pode consumir dois litros por 100 quilômetros, segundo o
PSA.
A Renault garante ter alcançado a
marca simbólica de um litro por 100 quilômetros em um carro do tamanho de um
Clio. Esse veículo, o Eolab, é um híbrido recarregável, quando está parado, e
que utiliza materiais leves e uma aerodinâmica trabalhada para reduzir o
consumo.
Carro elétrico, mercado restrito
Esses protótipos funcionam com
gasolina, o que vai de encontro à economia geralmente associada ao diesel.
Na França, os motores a diesel
tinham uma participação de 65% do mercado no início de 2014.
A produção caiu 8% desde
2012, porém, e todos os especialistas concordam em que continuará caindo.
Em particular, porque o governo
francês prepara um aumento dos impostos para reduzir a diferença com a
gasolina.
"O custo dos motores a diesel
aumenta com o desenvolvimento das novas normas 'Euro 6'. Há uma sensibilização
crescente sobre os riscos para a saúde. Paralelamente, os motores a gasolina
também avançam, e os motores híbridos estão conquistando parcelas do
mercado", disse Marc Boilard, do gabinete de consultores Oliver Wyman.
François Jaumain, do gabinete PwC,
disse que os motoristas franceses "dirigem menos quilômetros" do que
antes e não pagam o investimento adicional requerido pelo diesel. Ele destaca
também que alguns fabricantes decidiram abandonar os pequenos veículos a
diesel. Assim, o novo Twingo da Renault chega ao mercado apenas a gasolina,
assim como a dupla C1 e 108 da Citroën e da Peugeot.
"Quanto ao carro elétrico,
continua sendo um mercado marginal", constata Rémi Cornubert, da Oliver
Wyman.
De cada mil veículos fabricados no
mundo em 2013, apenas dois eram elétricos, relata a PwC, acrescentando que a
expectativa é que chegue a nove a cada mil em 2020.
Já os híbridos podem ocupar 4,7% do
mercado mundial em seis anos. Em 2013, esse percentual foi de 2,9%.
"Isso não vai decolar,
enquanto não houver infraestrutura, ou uma ruptura tecnológica com as baterias,
cuja autonomia ainda é limitada", afirmou Cornubert.
A infraestrutura constitui a maior
dúvida para os veículos com célula a combustível de hidrogênio, como o que a
Toyota vai comercializar a partir do ano que vem.
No campo elétrico, a "ruptura
tecnológica" pode vir do Tesla, fabricante californiano que lançou o
modelo de luxo "Model S" em 2012, com 500 km de autonomia, mas ao
preço de 60.000 euros.
A empresa, que instalou 11 estações
de recarga gratuitas para seus clientes na França, quer democratizar
progressivamente a sua oferta, com um 4x4 e um sedã compacto que podem chegar
ao mercado em 2016. (exame)
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