A Matriz energética brasileira é a mais renovável do mundo.
Enquanto os países desenvolvidos utilizam 14% de fontes renováveis
em suas matrizes, o Brasil utiliza 45% -e deve elevar o patamar a quase 47%,
conforme previsão do Plano Nacional de Energia 2030. Os programas de álcool,
biodiesel e de incentivo às fontes alternativas de energia se consolidam num
momento de crescimento sustentável da economia. Nesse contexto, nossa matriz
energética passa por profundas e promissoras mudanças. Não sem motivo o governo
federal está investindo cada vez mais em pesquisa, novas tecnologias, geração e
distribuição de energia.
Os leilões das concessões das usinas hidrelétricas Santo Antonio e
Jirau são bons exemplos. Quando em operação, em 2013, terão capacidade para
gerar até 6.450 MW de energia elétrica. Temos 25.657 MW de usinas hidrelétricas
em fase de estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental, e 32.950 MW
em estudos de inventários. Há outros bons projetos de usinas saindo do papel.
Embora tenha o maior potencial hidrelétrico do mundo, o Brasil
segue, em parceria com outras nações, em busca do desenvolvimento de usinas
hidrelétricas nas regiões de fronteira e de novas fontes energéticas limpas e
renováveis, como a solar, a eólica e a proveniente de biomassa.
O etanol é um caso típico de investimento brasileiro que está dando
certo, certamente por ser excelente alternativa aos combustíveis fósseis, muito
utilizados nos meios de transporte. Mais econômico e muito menos poluente que a
gasolina e o diesel, o etanol é uma realidade que coloca o Brasil na vanguarda
das soluções energéticas não poluentes do mundo.
Em 2008, o consumo nacional de etanol em veículos leves superou o de
gasolina -um marco a ser destacado.
O Ministério de Minas Energia e a Onudi (Organização das Nações
Unidas para o Desenvolvimento Industrial) decidiram somar esforços para
realizar o Fórum Global de Energias Renováveis, evento de grande envergadura
que acontecerá de hoje a 21 de maio, em Foz do Iguaçu (PR), com a participação
de ministros de Estado do setor energético de diversos países, presidentes de
prestadoras de serviços, especialistas nacionais e internacionais, técnicos,
pesquisadores e empreendedores dos setores público e privado de todo o mundo.
Será um encontro de grande importância para os países empenhados na busca de
soluções criativas e inteligentes de desenvolvimento industrial sustentável.
Países que estão à procura de alternativas em "fontes limpas" de
energia e querem produzir com equilíbrio, sem danos ambientais. Sobre o tema, o
Brasil tem muito a mostrar, sobretudo no que tange ao aproveitamento do
potencial hidrelétrico.
O tema do evento se ajusta às Metas de Desenvolvimento do Milênio,
carta de princípios que conclama a comunidade internacional a investir em
energia renovável como ferramenta de combate à pobreza no mundo. A proposta
nasceu do encontro ministerial ibero-americano realizado no Uruguai, em
setembro de 2006, quando se discutia o tema "segurança energética na América
Latina e energia renovável como alternativa".
No final do ano passado, o MME e a Onudi chancelaram a idéia do
evento e delegaram à Eletrobrás a responsabilidade por sua organização. Ficou
também definido o objetivo central do fórum: criar um espaço de diálogo
proativo e permanente para o uso de fontes renováveis de energia -especialmente
as de fonte hídrica, em qualquer potência- entre regiões e países, com ênfase
na África, na América Latina e no Caribe.
Espera-se que o fórum global amplie a oportunidade de negócios por
meio de uma ampla rede de comércio ambientalmente sustentável e de fácil acesso
aos serviços de energia. Mas há consenso para que essas iniciativas tenham um
olhar voltado para além dos interesses econômicos. Ou seja, que sirvam de meios
de geração de emprego e renda, de promoção de cidadania e de melhoria das condições
de vida das populações.
O Brasil dispõe de recursos naturais abundantes, grande potencial
energético, tecnologia e expertise comprovada para ampliar suas fontes renováveis
de energia. É chegada a hora de buscar meios de reverter toda essa riqueza em
benefício de todos. (cimm)
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