domingo, 30 de outubro de 2016

Consumidores das regiões Sul e Sudeste arcarão com novos custos de Itaipu


Consumidores das regiões Sul e Sudeste vão arcar com novos custos de Itaipu

Valores montam US$ 240 milhões ao ano, cerca de R$ 900 milhões em 2016.

Os consumidores das regiões Sul e Sudeste terão que arcar com novos custos na tarifa de energia. Em 11/10/16 o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o texto da Medida Provisória 735/16, que entre outras mudanças, transfere para o consumidor final o custo extra da energia de Itaipu comprada do Paraguai. A matéria será analisada ainda pelo Senado.
Conforme o projeto de lei de conversão aprovado, do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), o custo adicional de US$ 240 milhões ao ano (cerca de R$ 900 milhões em 2016) que o Brasil paga ao Paraguai pela sobra de sua energia de Itaipu não será mais arcado pelo Tesouro Nacional e sim repassado ao público.
A medida atinge os consumidores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, pois o Norte e o Nordeste não consomem energia de Itaipu. Segundo cálculos do setor, o aumento deverá ser em torno de 0,3% nas contas. Como o efeito é retroativo a janeiro de 2016, o reajuste do próximo ano deverá contemplar o passivo de 2016 e os recursos para 2017.
O aumento do preço da energia comprada do Paraguai ocorreu em 2009 a partir de acordo provocado pelos paraguaios, que ameaçaram recorrer a cortes internacionais para contestar os termos do acordo de 1973 de construção da usina. Esse acordo prevê que, até 2023, o Paraguai pode vender a energia excedente somente ao Brasil diretamente, sem passar pelo mercado livre nacional, no qual o preço poderia ser maior.
O valor adicional não tem sido pago desde janeiro e um projeto de lei de crédito orçamentário (PLN 4/16) para pagar o montante foi retirado de tramitação pelo governo como parte de seu ajuste fiscal. A novidade no projeto de conversão é a autorização para a União repactuar os termos do acordo com o Paraguai. (canalenergia)


Brasil bate recorde em capacidade de energia instalada


O Brasil registrou o recorde anual de nova capacidade instalada de energia elétrica.

O Brasil registrou o recorde anual de nova capacidade instalada de energia elétrica. Segundo dados da ANEEL, até início de outubro de 2016, foram adicionados ao sistema elétrico nacional 7.525,3 megawatts (MW), maior valor desde o início da série histórica, em 1998. A marca anterior era de 7.509 MW, em 2014.
Em setembro, o destaque foi o início da operação comercial de parques eólicos conectados na subestação Ibiapina, de responsabilidade da Chesf, e de duas unidades geradoras da hidrelétrica de Jirau.

Nos próximos meses, são esperadas a conclusão da motorização de Jirau, o início da operação da terceira unidade do sítio principal de Belo Monte e o acompanhamento das máquinas da ampliação da usina de Santo Antônio, com testes praticamente concluídos.
O acompanhamento periódico da capacidade instalada prevê cerca de 9.700 MW em novos empreendimentos de geração, a entrar em operação em 2016.
A expansão da oferta de geração de energia elétrica abrange todos os empreendimentos em implantação no território nacional, qualquer que seja a fonte de energia, e pode ser acompanhada em http://www.aneel.gov.br/acompanhamento-da-expansao-da-oferta-de-geracao-de-energia-eletrica. (aneel)

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Renováveis no foco dos próximos anos


Companhia quer mitigar risco do ACL e aumentar capacidade de geração em 30% por meio, principalmente, da eólica e da solar.
A AES Tietê conta desde abril com o Ítalo Freitas como diretor presidente e nesse período a companhia passou a se chamar AES Tietê Energia devido à mudança organizacional pela qual a AES Brasil passou recentemente. A geradora já era apontada como o braço de crescimento do grupo no país e agora está em plena execução de seu planejamento estratégico. A expectativa é de alcançar um incremento de cerca de 30% em sua capacidade de geração no país nos próximos anos. Ou seja, passar dos atuais 2.658 MW para algo próximo a 3.455 MW.
De acordo com o executivo a empresa se coloca na ponta compradora de projetos. No foco estão a fonte eólica e a solar, de preferência no mercado regulado para mitigar o risco do ACL, ambiente no qual está 100% da energia da empresa depois de encerrado o contrato bilateral que tinha com a AES Eletropaulo em dezembro do ano passado.
Freitas destacou ainda que apesar disso o mercado ainda não adequou o preço desses projetos à situação do país.
Além dessas duas fontes, a empresa ainda mantém esperanças de colocar projetos térmicos a gás natural, um deles, a Termo São Paulo, já está pronto há alguns anos, mas não encontra espaço para entrar nos leilões da Aneel. Aliás, em sua avaliação, esse tipo de usina no Brasil só deverá ter alguma possibilidade em um horizonte de dois a três anos. Confira a seguir os principais trechos da entrevista exclusiva de Ítalo Freitas á Agência CanalEnergia:
Agência CanalEnergia: A AES Tietê Energia já vinha sendo apontada como o braço de crescimento do grupo AES no país. Quais caminhos a empresa deverá seguir em geração?
Ítalo Freitas: Essa é uma responsabilidade grande. É uma empresa saudável e pagadora de dividendos. Nossa grande missão é mostrar para o investidor que temos condições de crescer e com bons projetos. Esse é o grande mote da empresa, crescer não somente em MW mas em retorno. Basicamente, como é que estruturamos a AES Tietê Energia? Hoje 100% de nossa energia está no mercado livre e 100% dessa energia é de geração hidrelétrica. Sabemos bem que nos últimos a geração vem sofrendo constantes problemas hidrológicos e, com isso, todo o setor vem sofrendo, e tanto que vimos surgir um novo acrônimo que ninguém conhecia e apareceu como se fosse uma nova entidade e afetou muito gente, o GSF.
Diante dessa situação toda, fizemos um novo programa estratégico mirando a redução do risco hidrológico, que envolve diversificar nosso portfólio. Nossa ideia é primeiro reduzir a exposição ao risco hidrológico no mercado livre e, vamos dizer assim, focar em renováveis. Essa questão já é um desdobramento da AES Corp, e ainda decidimos seguir em aquisições no setor eólico principalmente, um fator já conhecido e ainda olhar para projetos greenfield no setor eólico e solar.
Agência CanalEnergia: Qual é a meta da AES Tietê Energia em termos de portfólio no médio prazo?
Ítalo Freitas: A gente está imaginando nos próximos anos adicionarmos 30% da atual capacidade da Tietê em nova geração renovável. O foco agora é mitigar o risco hidrológico no mercado livre para que isso gere conforto aos acionistas.
Agência CanalEnergia: Esses projetos alvo da empresa seriam no mercado livre ou no regulado, por meio da aquisições e participação de leilões da Aneel?
Ítalo Freitas: A maioria deverá ser no mercado regulado. Gostaríamos dos dois ambientes, mas como já estamos com muita energia no ACL deveremos buscar o mercado regulado e os PPAs de longo prazo para mitigar o risco.
Agência CanalEnergia: O mercado tem apresentado a maioria de oportunidades em geração hidráulica, como a da Duke recentemente vendida à CTG. Há ativos à venda que seriam de interesse da empresa na fonte eólica e solar?
Ítalo Freitas: Existem oportunidades no mercado sim. Entretanto, os preços não estão coniventes com a situação do país. Estamos analisando projetos, mas não se sabe se há a possibilidade de fechar negócios a curto prazo. Precisa de mais análise financeira ainda mais que temos risco no mercado, mesmo no setor eólico. Já na questão de solar os projetos são praticamente greenfield, pois a grande maioria ainda não foi iniciada ainda. Além disso, ainda temos um projeto pronto para entrar no leilão de energia de reserva de dezembro de 150 MW de capacidade na região da UHE Água Vermelha.
Agência CanalEnergia: O grupo AES possui alguns projetos de armazenamento de energia no exterior. No Brasil as iniciativas estão apenas começando. O que poderemos ver chegar ao país por meio dessa tecnologia em sua opinião?
Ítalo Freitas: A necessidade de guardar energia ficou cada vez mais necessária e a coisas vieram justamente num momento que coincidiu com a redução de custos de baterias de lítio, com isso a AES Corp desenvolveu a tecnologia Advancion onde aplica a tecnologia a varias situações. Uma delas é a grande quantidade de renováveis crescendo em vários países e com a sua variabilidade muito grande há a necessidade de estabilizar o sistema. Uma segunda aplicação é no lado da transmissão de energia que pode ajudar na redução de investimentos em novas linhas, um fator que ajuda o planejador do sistema, até porque vemos um processo complexo para se viabilizar o licenciamento para esse tipo de projetos. E ainda, há uma outra alternativa que é a de peak shaving que consiste em entrar com a bateria no pico do consumo e depois, durante a madrugada a bateria vai ser recarregada. Temos um projeto de 150 MW na California onde ganhamos a concorrência contra uma térmica a diesel.  
Aqui no Brasil vemos uma situação para o futuro quando olhamos a questão do Nordeste, onde há uma grande quantidade de eólicas e, agora, com o iminente avanço da solar nos próximos anos. Além desse, temos o sistema isolado no Norte do país, o energy storage é uma boa aplicação para cidades e vilarejos com necessidade de acúmulo de energia para garantir confiabilidade de fornecimento. No sudeste aplicação seria para atender a questão do pico de demanda.
Agência CanalEnergia: A AES Tietê tem projetos térmicos prontos que não são viabilizados. Como ficam essas usinas?
Ítalo Freitas: Temos ainda nosso compromisso de expansão da capacidade. Continuamos desenvolvendo os projetos térmicos. Temos a Termo São Paulo ainda ativo e o projeto com a Emae na área da usina Piratininga (UTE Fernando Gasparian, na zona sul da capital paulista) que está em fase de estudos ambientais e um terceiro com a Lerus Energia de uma usina e ponto de regaseificação na cidade de Peruíbe (litoral sul do estado), que se conectará ao sistema do estado de São Paulo, uma planta 750 MW. Mas, acredito que em um horizonte de dois a três anos não deveremos ter nenhuma possibilidade de projetos dessa natureza entrar no leilão. Mas estamos preparando para ficarem prontos na prateleira em caso de acontecer o leilão. (canalenergia)


O pico do petróleo e o crescimento das energias renováveis

Você não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer’ - Confúcio (551 a.C – 479 a.C)
O pico global do petróleo pode ser atingindo na próxima década. A partir de 2030 a oferta global de combustíveis fósseis deve diminuir, como mostra Dennis Coyne, no artigo The Energy Transition, publicado no site Peak Oil Barrel.
Mas a demanda mundial de energia deve continuar crescendo, pois, a população mundial deve aumentar até cerca de 11 bilhões de habitantes em 2100 e, segundo as projeções atuais, o crescimento econômico per capita, mesmo que em menor ritmo, deve se manter positivo no restante do século.
A grande questão então será: como atender o hiato entre a demanda de energia mundial e a queda da oferta global de combustíveis fósseis? Será que este hiato poderá ser preenchido pelas energias renováveis?
Evidentemente, é difícil prever o futuro. Mas segundo dados da International Renewable Energy Agency (IRENA), a capacidade instalada de energia eólica no mundo que era de 6,1 Gigawatts (GW) em 1996, atingiu 435 GW em 2015. Houve um crescimento de quase 71 vezes em 20 anos. Porém, a base de comparação era muito pequena e dificilmente este ritmo espetacular das duas últimas décadas não se repetirá no futuro.
A capacidade de geração de energia eólica mundial era pouco maior do que uma usina de Belo Monte em 1996 e passou para o equivalente a quase 100 usinas de Belo Monte no ano passado. Somente em 2015, foram instalados aerogeradores eólicos com capacidade de 54 GW, o que equivale a 12 usinas de Belo Monte, em um único ano.
O relatório da ONU, Tendências globais em investimento em energia renovável 2016, mostra que os investimentos em energias renováveis bateram todos os recordes em 2015 e o montante investido em energia solar superou o recurso aplicado em energia eólica. De fato, o crescimento da capacidade instalada de energia fotovoltaica, no mundo, passou de 0,7 Gigawatts (GW) em 1996, para 228 GW em 2015, um crescimento de 326 vezes em 20 anos. A energia solar fotovoltaica é a fonte energética com a maior taxa de crescimento global, superando inclusive o desempenho da energia eólica, que é outra fonte muito promissora.
A China avança rapidamente na produção de energia eólica e solar e também na produção de veículos elétricos, o que vai estimular o avanço das energias renováveis. Artigo de Loveless, no USA Today, mostra que em 2015 a indústria solar estabeleceu um recorde nos EUA para novas instalações de 7,3 Gigawatts e espera-se para 2016 que esse número chegue quase o dobro, isto é, 14 Gigawatts. Porém, o mesmo autor mostra que as energias renováveis ainda têm um longo caminho pela frente para ter um peso significativo na matriz elétrica total.
Pois, apesar de todo este crescimento fantástico das energias eólica e solar, estas duas fontes respondem por menos de 1,4% do consumo global de energia. Os combustíveis fósseis continuam dominando a matriz energética mundial e não devem perder muito espaço até 2030.
Assim, o desafio está colocado. O mundo precisa superar a Era dos combustíveis fósseis para contornar o Pico do Petróleo e para descarbonizar a economia e evitar uma catástrofe ambiental decorrente do aquecimento global. A alternativa mais viável é o crescimento das energias eólica e solar. Seria necessário um grande plano nacional e internacional para promover o crescimento das energias renováveis e de baixo carbono.
Mas como mostrou Jeremy Leggett (04/08/2016), a queda dos investimentos em energias renováveis em 2016 está indicando que a transição da matriz energética não deverá ocorrer na velocidade requerida e dificilmente o Acordo de Paris (da COP-21) será alcançado em sua plenitude. Portanto, o mundo corre um sério risco em manter o metabolismo entrópico que sustenta o atual modelo marrom de desenvolvimento.
Para Jason Hickel (20/07/2016), a energia renovável não é capaz de salvar o atual sistema de produção e consumo e não é uma panaceia para todos os males contemporâneos. Somente uma mudança de sistema pode salvar o Planeta. Artigo de Jason Deign (28/09/2016) mostra que as tecnologias de baterias de Íons de Lítio e as células fotovoltaicas já estão atingindo os limites máximos de eficiência e atingindo o ponto dos retornos decrescentes.
Diante do crescimento das baterias elétricas já se fala no Pico do Lítio. O artigo de Tam Hunt, considera que mesmo com o avanço de possíveis substitutos do Lítio e a descoberta de novas reservas, não haverá Lítio para sustentar a produção mundial de carros elétricos e outros dispositivos. Ele conclui dizendo que temos de fazer o nosso melhor para ficar longe de carros elétricos individuais de passageiros e investir mais no design inteligente das cidades, nas caminhadas, no ciclismo, nos trens, nos ônibus espaciais e no compartilhamento dos veículos.
Artigo de Gail Tverberg (31/08/2016) mostra que muitas pessoas estão esperando que o vento e o sol possam transformar a matriz energética de uma forma favorável. Mas ela questiona se é realmente viável as energias renováveis intermitentes forneceram grande parte da eletricidade na rede elétrica. Ela dá uma resposta negativa e considera que Os custos são muito grandes, e o retorno sobre o investimento muito baixo. O mais difícil seria substituir os combustíveis líquidos. Ela diz ainda: Se continuarmos a adicionar grandes quantidades de eletricidade intermitente à rede elétrica sem prestar atenção aos problemas gerados, corremos o risco de trazer todo o sistema para baixo.
Acima de tudo, como alertou o ambientalista Ted Trainer (2008), as energias renováveis não são suficientes para manter a ambição das pessoas por um alto padrão de consumo conspícuo. O sol e o vento são recursos naturais abundantes e renováveis, mas não podem fazer milagres e nem evitar a continuidade do metabolismo entrópico. Trainer prega um mundo mais frugal, com decrescimento demoeconômico, onde as pessoas adotem um estilo de vida com base nos princípios da Simplicidade Voluntária. (ecodebate)

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

SP ocupa 2° lugar em conexões de microgeração


São Paulo ocupa 2° lugar em números de conexões de microgeração


O estado de São Paulo já figura como o segundo com o maior número de conexões de mini e microgeração de energia no país. Dentro de um ano o número de conexões de desse tipo cresceu de 106, registradas em setembro de 2015, para 711 no mesmo mês neste ano, o que representa uma potência instalada de 3.405 kW.
A fonte mais utilizada pelos consumidores-geradores paulistas é a solar com 708 adesões, seguida da eólica com três instalações. Atualmente, a fonte mais utilizada pelos consumidores-geradores brasileiros também é a solar com 4955 adesões, seguida da eólica com 39 instalações.
A geração de energia pelos próprios consumidores tornou-se possível a partir da Resolução Normativa ANEEL nº 482/2012. A norma estabelece as condições gerais para o acesso de micro e minigeração aos sistemas de distribuição de energia elétrica e cria o sistema de compensação de energia elétrica, que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local.
A revisão da resolução nº 482/2012 em 2015 e a instituição do Convênio do Conselho Nacional de Política Tributária (Confaz), que estabelece a isenção de ICMS nas operações de energia produzida por geração distribuída são fatores que explicam a rápida expansão desse sistema. O convênio está vigente em São Paulo, Distrito Federal e 18 estados brasileiros. (ambienteenergia)


Geração solar flutuante aumenta em 14% a capacidade dos painéis

Tecnologia de geração solar flutuante aumenta em 14% a capacidade dos painéis fotovoltaicos
Ganho de eficiência se deve em função do resfriamento da temperatura dos equipamentos instalados no espelho d’água.

Tecnologia de geração solar flutuante. 
Estudos feitos em usinas solares flutuantes da Europa e Ásia, locais onde o nível de irradiação é bem menor do que no território brasileiro, mostram que a tecnologia de geração solar no espelho d’água gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que a geração solar em terra ou no telhado.
De acordo com os estudos realizados pela fabricante francesa Ciel & Terre International, detentora do Hidrélio®, tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes e utilizada em mais 40 usinas no mundo, o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho d’água.
“Os painéis fotovoltaicos funcionam a partir da irradiação solar, mas a incidência de calor em um terreno ou em um telhado pode comprometer a eficiência energética. Quando instalado em um reservatório ou em um curso d’água, o sistema tem um ganho significativo de geração de energia”, afirma Orestes Gonçalves, diretor da Ciel & Terre Brasil.
“Outra vantagem de gerar energia solar na água é possibilitar um uso mais nobre da terra, seja para a agricultura ou outras atividades primordiais do ser humano”, acrescenta Gonçalves. O diretor da Ciel & Terre Brasil informa que a tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes será produzida ainda este ano no Brasil.
A própria Cesp, de forma inovadora, fez estudos na usina solar flutuante instalada no reservatório de Porto Primavera e os resultados de eficiências dos painéis ficaram acima dos 14% verificados na Europa e na Ásia. (ecodebate)

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Alemanha proibirá carro à combustão

– Governo marcou 2030 como fim da produção e a partir de 2050 carro a combustão será proibido de rodar no país.

Os carros com motor à combustão têm os dias contados na Alemanha. Literalmente: eles vão sobreviver exatamente 4.820 dias a partir de 13/10/16.
O Conselho Federal do país aprovou uma resolução que proíbe a venda de veículos a diesel e a gasolina a partir de 2030 (lá eles não usam o álcool como combustível), conforme informação da revista Der Spiegel.
A ousada decisão foi tomada com a concordância dos representantes dos 16 Estados que compõem o Conselho Federal, para atender a decisão de reduzir as emissões de poluentes determinadas pelo Pacto Mundial sobre o Clima da Conferência de Paris, em dezembro do ano passado.
O governo alemão investiu US$ 1,3 bilhão para subsidiar a compra de carros elétricos até 2019, para incentivar o processo de substituição dos carros à combustão, com subsídios de US$ 4,4 mil para a compra de um carro elétrico e de US$ 3,3 mil para um híbrido.
A decisão proíbe a venda de veículos com motor a combustão a partir de 2030, mas a frota com esse combustível poderá rodar até 2050, portanto por mais vinte anos, quando, então, será proibido rodar com qualquer veículo a gasolina e diesel.
A decisão vai provocar mudanças profundas na sociedade alemã, pois inúmeras atividades e profissões serão simplesmente aniquiladas, enquanto outras surgirão. O compromisso do governo alemão é reduzir entre 80% e 95% a emissão de dióxido de carbono (CO2) até 2050.
Não por acaso, as grandes marcas alemãs se preparam para esse novo mundo: a BMW já tem inclusive no Brasil o modelo I8 e o I3, ambos elétricos. A Volkswagen acabou de lançar no Salão de Paris um carro totalmente elétrico para 2020, o I.D. Concept e a Audi tem a família E-tron, hoje formada apenas por híbridos, mas que serão de emissão zero num futuro breve. (omundoemmovimento)


Alemanha banirá carros a diesel e a gasolina em 15 anos

Objetivo é reduzir entre 80% e 95% os níveis de emissão de CO2 até 2050.
BMW i3.
Todos os carros fabricados na Alemanha precisarão emitir zero poluente a partir 2030. Segundo informações da Bloomberg, o objetivo da iniciativa é cumprir a meta de reduzir entre 80% e 95% os níveis de emissão de dióxido de carbono até 2050.
Para Rainer Baake, vice-ministro da Economia do país, os registros de novos carros a diesel ou a gasolina devem ser vetados gradualmente nos próximos 15 anos, uma vez que a vida útil de um veículo é de aproximadamente 20 anos. “Por ora, não temos uma solução para acabar com as emissões dos caminhões, mas sabemos como fazer isso com os carros”, afirmou.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente alemão, um quinto de toda a poluição por dióxido de carbono do país provém dos gases do efeito estufa emitidos pelos meios de transporte. A Alemanha se comprometeu a reduzir os níveis de emissões em 40% até 2020 (em comparação às medições de 1990), mas a adoção de carros elétricos não tem sido tão rápida quanto o planejado.
Toyota Prius 2016.
Em 2016, a chanceler Angela Merkel prometeu subsídios para facilitar a aquisição desses veículos “limpos”. Agora, assim como na China, na Noruega e na França, os compradores de carros elétricos ou híbridos podem pedir incentivos em dinheiro ao governo. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, essa iniciativa pode emplacar a venda de aproximadamente 500 mil veículos desse tipo até 2020.
De acordo com uma previsão do Centro de Gestão Automotiva, carros puramente elétricos serão cerca de 8% dos veículos da Alemanha em 2025 (hoje, representam só 0,6% desse total). O governo alemão também planeja instalar um milhão de postos para recarga de carros híbridos e elétricos até 2020 e seis milhões até 2030.
Atualmente, existem apenas 130 mil veículos híbridos e 25 mil elétricos no país europeu, contra 30 milhões de carros movidos a gasolina e 14,5 milhões a diesel. Os incentivos do governo podem ajudar a Alemanha a reduzir seus níveis de emissão de CO2 até 2050, mas o caminho para atingir o objetivo final é muito longo e ainda imprevisível. (globo)

sábado, 22 de outubro de 2016

Eólica responderá por 20% da geração eólica mundial até 2030

Eólica poderá responder por 20% da geração no mundo até 2030.
Relatório do GWEC aponta que investimentos e fontes renováveis são essenciais para países cumprirem as metas da COP 21.
A energia eólica poderá responder por cerca de 20% e toda a eletricidade gerada no mundo até 2030. Essa é a conclusão do Global Wind Energy Council (GWEC), que divulgou nesta terça-feira, 18 de outubro, seu relatório bienal sobre o futuro da energia eólica no mundo. Intitulado de "Global Wind Energy Outlook 2016", o documento traça cenários em que a fonte eólica poderia fornecer um quinto de toda geração de eletricidade daqui a cerca de 15 anos. E ainda, o relatório de 44 páginas analisa quatro diferentes cenários explorando o futuro da indústria em 2020, 2030 e 2050.
No cenário de 2030, estimou o GWEC, a fonte eólica poderia chegar a 2.110 GW de capacidade instalada. Esse volume representaria atração de investimentos da ordem de 200 bilhões de euros. A estimativa é de que criaria 2,4 milhões de novos empregos e reduziria as emissões de mais de 3,3 bilhões de toneladas ao ano. No cenário mais avançado do GWEC a fonte eólica poderá alcançar 5.806 GW de capacidade instalada em 2050. Seria um potencial de geração de mais de um terço da eletricidade mundial. O mercado anual nesse horizonte poderia ultrapassar os 200 GW novos instalados todos os anos e aportes anuais de 275 bilhões de euros ao ano.

O GWEC avalia que a queda de preço nos ultimos anos para a eólica, solar e outras renováveis, não é apenas tecnicamente possível, mas também, economicamente competitiva. No documento, a entidade afrma ainda que novos mercados estão se desenvolvendo rápido na África, Ásia e América Latina.

De acordo com Steve Sawyer, secretário-geral GWEC, a energia eólica é a opção mais competitiva para adicionar nova capacidade à matriz elétrica em muitos mercados em crescimento. E alerta que se os países desejam cumprir os acordos de Paris, referindo-se à COP 21, realizada em novembro de 2015, isso vai significar acabar com plantas de energia de combustíveis fósseis e substitui-las por eólica, solar, hídrica, geotérmica e biomassa. Para ele, esta será a parte difícil e os governos deverão agir com muita seriedade para cumprir o que foi prometido.

Para Sven Teske, analista-chefe do relatório e Diretor de Pesquisa do Institute for Sustainable Futures da University of Technology Sydney, acabar com combustíveis fósseis inclui também trabalhar com o setor de transporte como o maior emissor de CO2. Em sua avaliação, o mercado para mobilidade elétrica, tanto para veículos elétricos quanto para os de transporte público, vai continuar a crescer significativamente e, com isso, vai crescer também a demanda por energia no setor de transporte.
O relatório do GWEC examina o cenário central Agência Internacional de Energia (e os daods do World Energy Outlook e New Policies Scenario), e compara com com o IEA’s 450 Scenario, GWEC Moderate Scenario e o GWEC Advanced Scenario. Os resultados mostram como a indústria eólica deve se comportar em termos de fornecimento de energia mundial, redução de emissão de CO2, geração de empregos, redução de custos e atração de investimentos. Estes quatro cenários são, então, comparados com duas diferentes possibilidades de demanda mundial por eletricidade.
Sobre o mercado brasileiro, o GWEC destacou que o país continuará a ser o principal mercado onshore da América Latina até 2020. Além disso, em função da natureza dos ventos mais estáveis, o país está ao lado do Marrocos e do Egito entre os locais onde se utiliza as máquinas de classe II e III que apresentam maiores fatores de capacidade e um baixo custo da energia. (canalenergia)

Potencial eólico no Brasil pode ser 6 vezes maior do que o estimado

Potencial eólico em terra (onshore) do Brasil pode ser seis vezes maior do que o estimado.

Uma revisão do potencial eólico onshore (“em terra”) do Brasil, realizada em resposta ao aumento da altura das torres de geração energética, aponta que o país pode ter uma capacidade seis vezes maior de produzir energia a partir dos ventos do que o estimado no último grande levantamento nacional, o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, lançado em 2001.
A conclusão é de um estudo do subprojeto Energias Renováveis do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-Clima), apoiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e foi apresentada durante a Conferência Internacional do instituto, realizada em São Paulo entre os dias 28 e 30 de setembro.
“O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro foi feito com a estimativa do uso de torres de 50 metros de altura. Hoje, temos torres acima de 100 metros, que ampliam o potencial tecnicamente viável de exploração de 143 gigawatt para 880 gigawatt”, disse o coordenador da pesquisa, Ênio Bueno Pereira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). “Além disso, consideramos uma expansão das áreas que se tornam economicamente viáveis para a instalação das torres.”
Embora no Brasil a produção de energia eólica ainda seja restrita, Pereira aponta que o país é o quarto no mundo em termos de expansão da capacidade eólica instalada, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Alemanha.
“É um movimento importante, em um momento em que se busca a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, menor dependência de combustíveis fósseis e garantia de segurança energética”, disse.
No campo da energia eólica, o subprojeto Energias Renováveis também estuda o potencial offshore (“em mar”), buscando avaliar a zona costeira brasileira, particularmente na região Nordeste; a viabilidade de exploração em áreas de reservatórios hidrelétricos; a previsão da capacidade de geração, visando aprimorar as estimativas calculadas em dias e horas de antecedência; e a densidade de potência estimada até o final do século.
Sobre esse último tema, modelos revelam tendência de aumento dos ventos em determinadas porções do norte da região Nordeste. “Embora pareça uma notícia interessante, ventos intensos e rajadas nem sempre são bons para o sistema de geração de energia eólica, que pode sofrer danos estruturais”, disse Pereira.

Outro aspecto ressaltado pelo pesquisador foi o potencial de geração de energia elétrica a partir da irradiação solar. “O pior nível de irradiação no Brasil – na região litorânea de Santa Catarina e do Paraná – é comparável aos melhores níveis de irradiação que se tem na Alemanha, o país que mais explora a energia fotovoltaica [na qual células solares convertem luz diretamente em eletricidade] no mundo.”

A Rede Sonda, financiada parcialmente pelo INCT-Clima, coleta dados de irradiação no território nacional. Uma edição atualizada do Atlas Brasileiro de Energia Solar, com informações obtidas pela Rede nos últimos 15 anos, deve ser lançada ainda neste ano.

“São necessários mais estudos sobre a variabilidade solar, mas já sabemos que, se fossem usadas áreas como aquelas que são alagadas por hidrelétricas ou as que estão em estado avançado de desertificação teriam uma grande geração de energia fotovoltaica no Brasil”, disse Pereira.

Segundo o pesquisador, em temos de potencial teórico, fontes eólicas e solares seriam capazes de suprir toda a demanda energética nacional. Contudo, ainda é necessário ultrapassar obstáculos financeiros e de conhecimento.

“O problema do custo vem sendo superado pela evolução tecnológica, tanto que esses dois tipos renováveis já são competitivos com a energia termelétrica. Já a barreira do conhecimento é aquela que ainda impede investidores de ter mais interesse na geração eólica e solar. É o que o nosso projeto tenta enfrentar, investigando e disseminando dados científicos sobre os verdadeiros potenciais dessas energias”, disse.

Na manhã do dia 29 de setembro, a Conferência Internacional do INCT-Clima também teve apresentações de Luiz Pinguelli Rosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tratou sobre os atuais desafios da política energética no Brasil e no mundo, e de Christovam Barcellos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que falou sobre a relação mudanças climáticas e impactos na saúde humana. (ecodebate)

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Biodiesel reduz emissões e ajuda metas da COP21

Biodiesel reduz emissões e ajuda metas do Acordo de Paris
O biodiesel pode reduzir emissões e ajudar em metas do Acordo de Paris.
Há pouco mais de um mês o Brasil entrou numa contagem regressiva: teremos 10 anos para reduzir nossas emissões de gases do efeito estufa (GEEs) em 37% e 15 anos para chegar a 42%.
São essas as metas que fazem parte da pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada (iNDC, na sigla em inglês) que o país apresentou cerca de um ano atrás como parte das negociações do Acordo do Clima de Paris. (biodieselbr)

Aéreas apostam em biocombustíveis que ninguém produz em massa


O plano da indústria da aviação para diminuir seu impacto sobre o aquecimento global depende de combustíveis feitos a partir de óleo vegetal, milho e lixo doméstico. O problema é que ninguém jamais conseguiu produzi-los nos volumes necessários.
Recentemente, uma leva de grandes companhias aéreas – JetBlue Airways, a United Continental Holdings e a Virgin Group de Richard Branson – começaram a misturar substitutos ecológicos ao combustível de aviação tradicional, feito a partir do querosene. Mesmo com o apoio das aéreas, ainda existem poucos produtores desses combustíveis. Eles não têm capacidade para produzir os bilhões de litros necessários para abastecer a frota global da aviação e o ritmo dos investimentos está caindo.


Mesmo assim, as empresas aéreas estão apostando o futuro do baixo carbono nos combustíveis renováveis. A indústria da aviação, responsável por mais de 2% das emissões de gases causadores do efeito estufa, está sendo pressionada a agir por delegados de 190 países, que estão debatendo nesta semana um acordo da Organização das Nações Unidas (ONU) em Montreal que limitaria as emissões dos voos internacionais.

Biocombustíveis
Em última análise, isso significaria uma queima menor de combustíveis fósseis. Como os aviões elétricos ainda são experimentais, as empresas aéreas e aeroespaciais dizem que os biocombustíveis são sua melhor aposta.
"Existe uma enorme determinação para fazer os biocombustíveis funcionarem porque simplesmente não temos alternativa", disse Julie Felgar, diretora-gerente de estratégia e integração ambiental da Boeing, em entrevista.
A indústria de biocombustíveis atualmente possui fábricas suficientes para produzir até 378 milhões de litros de combustível de aviação por ano, disse Claire Curry, analista da Bloomberg New Energy Finance. Essa quantidade mal se faz notar diante dos mais de 313 bilhões de litros consumidos pelas empresas aéreas a cada ano.
O investimento em biocombustíveis, nesse contexto, está em uma mínima recorde, com US$ 322 milhões em apoio financeiro global nos seis primeiros meses de 2016, segundo a BNEF. O montante é 64% menor que o registrado no primeiro semestre de 2015 e 98% inferior ao de uma década atrás, quando a produção de etanol para automóveis decolou.
"Isto ainda é um devaneio", disse Curry. "Ninguém sabe ainda como produzir esses combustíveis em escala. As tecnologias são realmente complicadas. Muitas vezes elas não funcionam. E a construção de cada planta pode custar meio bilhão de dólares."
Os defensores do combustível de aviação renovável dizem que o setor se desenvolverá depois que o acordo da ONU entrar em vigor e impulsionar a demanda, assim como o etanol ganhou muito terreno nos EUA depois que o Congresso americano aprovou o Padrão de Combustíveis Renováveis, em 2005. Patrick Gruber, CEO da Gevo, disse que seu combustível de aviação funciona e que o aumento de escala não seria nenhuma grande novidade. (biodieselbr)


domingo, 16 de outubro de 2016

Proibição de carros novos com emissões em 2030


Zero quer proibir carros novos com emissões em 2030 e Quercus mais veículos elétricos.

A Zero defendeu hoje a proibição da venda de automóveis novos a gasolina e gasóleo em 2030, para apostar no fim das emissões, enquanto a Quercus quer mais veículos elétricos no transporte individual e nas frotas, públicas e privadas.






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A Zero - Associação Terrestre Sustentável apelou ao governo e aos partidos políticos para que "decidam desde já marcar fortemente a agenda de descarbonização de Portugal, através de uma decisão que conduza à proibição em 2030 da venda de automóveis novos que não tenham emissões locais iguais a zero".
Por seu lado, a Quercus salientou que a mobilidade elétrica "poderá e deverá ser uma das soluções para resolver os problemas de qualidade do ar e ruído nas áreas urbanas" e realçou o incentivo à sua promoção enquanto "meio de transporte individual, mas também ao nível das frotas públicas e privadas".
As associações ambientalistas transmitem as suas posições a propósito da divulgação de um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente a prever que as estradas europeias terão 500 mil veículos elétricos no final de 2016, depois das vendas terem duplicado no ano passado, apesar de representarem somente 1% do mercado.
Em Portugal somente 0,7% dos carros novos vendidos são elétricos.
Os automóveis são responsáveis por 15% das emissões de dióxido de carbono da Europa e são a maior fonte de emissões no setor dos transportes, um dos mais problemáticos no que respeita à tarefa de combater as alterações climáticas. Em Portugal, o setor dos transportes é responsável por cerca de um quarto do total das emissões.

Ao pedir automóveis sem emissões, a Zero lembra que os parlamentos da Holanda, Noruega e Alemanha recomendaram, "de forma praticamente vinculativa", esta proibição - para 2025, nos dois primeiros países e para 2030 no terceiro.

A associação liderada por Francisco Ferreira aponta ainda que os veículos elétricos carregados com eletricidade produzida com baixas emissões, a maioria de fontes renováveis, é uma das principais opções para reduzir as emissões no transporte rodoviário de passageiros.

No âmbito do Orçamento do Estado para 2017, a Zero propôs maiores incentivos fiscais, nomeadamente ao abate e aquisição de veículos elétricos, com os valores a voltarem a níveis de 2015, ou seja, 4.500 euros, além de os particulares também puderem ter algum benefício fiscal em sede de IRS.

Apesar da redução dos incentivos fiscais à mobilidade elétrica, no início do ano, a Quercus considera positiva a tendência crescente nas vendas de veículos elétricos e híbridos 'plug-in', "um sinal de que os portugueses estão a aderir cada vez mais a esta forma de mobilidade sustentável".

Mas, "os maiores obstáculos para a adoção da mobilidade elétrica em Portugal continuam a ser o preço de venda e a autonomia dos veículos", salientou a associação ambientalista liderada por João Branco.

A nível europeu, a Quercus defende a definição de limites de emissão de dióxido de carbono ambiciosos para os novos veículos em 2025, uma maior rapidez na implantação da rede de infraestruturas da mobilidade elétrica, a proibição da circulação de veículos a gasóleo no centro das cidades e o fim dos impostos, ou a sua redução, nos veículos elétricos a bateria. (sapo)


Alemanha abandona veículos de combustão interna


Alemanha sinaliza abandono de veículos de combustão interna

Uma das casas do parlamento da Alemanha – o Bundesrat – aprovou na semana passada uma resolução que sinaliza na direção de uma proibição completa da comercialização de veículos de combustão interna já a partir de 2030. A resolução cobra que a Comissão Europeia adote como meta que “apenas veículos de passageiros com emissões zero recebam aprovação a partir de 2030”.

A rigor, essa resolução não tem força legislativa. Mas a Alemanha é um dos atores mais influentes na formatação das políticas para o bloco europeu como um todo.
O texto aprovado também cobra a adoção de uma política de elevação progressiva dos impostos para acelerar o abandono dos motores de combustível interna. Isso pode atingir em cheio a venda de veículos diesel que respondem por aproximadamente metade da frota europeia em função de seu melhor desempenho em termos de consumo de combustíveis em relação aos motores à gasolina.

Esse questionamento vem num momento em que a imagem das montadoras está em baixa. Há pouco mais de um ano veio a público que a Volkswagen vinha havia desenvolvido um software para seus veículos que tinha o propósito específico de fraudar os resultados dos testes de emissões de poluentes da União Europeia (UE).

O escândalo ficou conhecido dieselgate e logo foi descoberto que outras montadoras adotavam práticas similares. (biodieselbr)

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Impactos ambientais causados por usinas hidrelétricas amazônicas


Os impactos ambientais causados pelas usinas hidrelétricas na Amazônia


Número de hidrelétricas utilizando as bacias das florestas deve crescer nos próximos anos e ambientalistas temem pela perda da biodiversidade de grandes áreas.

Hidrelétrica de Belo Monte.
O vasto território da Amazônia brasileira, sua impressionante biodiversidade e importância para o equilíbrio ambiental global fazem desta uma das florestas mais famosas de todo o mundo. Suas matas e rios são sinônimo de beleza, variedade e abundância de vida. A preocupação com a preservação, ameaçada pelo gradual desmatamento, também mobiliza entidades nacionais e estrangeiras. Tudo para evitar que se percam espécies de animais e plantas, muitas ainda desconhecidas pelo homem.
Por outro lado, o Brasil cresce economicamente e em população, gerando uma necessidade de criação de maiores e mais eficientes sistemas de infraestrutura. Crescer de forma sustentável e respeitando a natureza é um grande desafio para o nosso país. E parece maior ainda quando nos deparamos com a construção de hidrelétricas. A Amazônia brasileira já conta com 24 hidrelétricas em funcionamento. Seis novas já estão em construção e pelo menos 23 outras fazem parte dos planos do governo para os próximos anos.
Todos estes projetos têm impacto no ambiente local. Um conjunto de sete hidrelétricas planejadas nos rios Aripuanã e Roosevelt, por exemplo, trarão consequências diretas a 12 áreas de conservação de proteção integral e territórios indígenas. Foram justamente os índios, moradores da região do Alto Xingu, que deram visibilidade às dificuldades trazidas pela hidrelétrica de Belo Monte, uma das que estão em construção.
Que o grande potencial hídrico da região Amazônica é um atrativo e tanto não há dúvidas. A grande questão é que, segundo os ambientalistas, mesmo que sejam tomados todos os cuidados, a perda de biodiversidade será brutal. Com o alagamento de grandes zonas, várias espécies terão de migrar ou adaptar-se e não há garantias quanto ao sucesso desta mudança. Nem todas as plantas e árvores poderão ser catalogadas a tempo para a criação de parques botânicos de preservação de espécies.

Obras da hidrelétrica Belo Monte
Também os povos indígenas presentes nas terras, ou as populações ribeirinhas que há gerações convivem com a floresta, precisarão se deslocar de forma drástica, desarticulando uma relação harmônica construída ao longo de séculos.

O paradoxo é que, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, metade da energia prevista para entrar no sistema até 2020 está na Amazônia. Seria necessária uma gigantesca mudança de hábito, sobretudo nas grandes capitais brasileiras, para que este aumento de energia elétrica não fosse necessário. (pensamentoverde)

Impactos das hidrelétricas para população local


Depois da inundação, fica os impactos da hidrelétrica para população local


Documentário ‘Belo Monte – Depois da inundação’ mostra impactos da hidrelétrica para população local.

 

Indígenas reclamam dos impactos posteriores à inundação da Usina Hidrelétrica Belo Monte.
O documentário “Belo Monte – Depois da inundação”, do diretor Todd Southgate, que percorreu a cidade de Altamira e parte do Rio Xingu para registrar como estão indígenas e ribeirinhos após o enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte, no início de 2016, teve sua pré-estreia na noite de 09/10/16, na capital paulista.
Após a exibição, um debate contou com a presença dos indígenas Jailson Juruna, afetado pela barragem de Belo Monte, e Edovaldo Datie Munduruku, que mora na região que seria afetada pela construção da UHE São Luiz do Tapajós, no Rio Tapajós, ambas no estado do Pará.
Todd Southgate acompanhou o processo de construção de Belo Monte desde o começo e, em entrevista à Agência Brasil, disse que foi um choque quando presenciou os impactos após a inundação do reservatório. “Eu já estava filmando lá nos últimos sete ou oito anos. A primeira que fiz um sobrevoo na barragem, com o reservatório todo inundado. Foi um choque. Tudo o que você já viu, como estava a floresta, os lugares que você conheceu os pescadores, está tudo embaixo d’água. Foi mais pesado do que imaginava”.
Há 25 anos o diretor produz documentários que dão voz a pessoas que sofrem pelo esquecimento ou por serem ignoradas. “Comecei a documentar Belo Monte para levar esse problema para outras partes do mundo. Minha missão é contar as histórias do meio ambiente, dos problemas sociais. Gosto de ajudar dando voz para eles, que historicamente não têm essa voz”, disse Todd.
O documentário mostra os impactos para a população que mora e depende do Rio Xingu e para a cidade de Altamira, que fica próxima a Belo Monte e abrigou os operários que trabalharam na construção da usina. A estrutura do município não suportou a demanda populacional atraída pelos empregos na obra. O filme mostra o aumento da violência no trânsito, dos homicídios e a maior evidência da falta de saneamento básico, além do número de pessoas afetadas pela obra, que é maior do que o considerado pelos estudos prévios.

Afetados pela barragem
As pessoas que não precisaram ser deslocadas, mas sofrem com a menor vazão do rio, com a diminuição dos peixes e com a falta de estrutura pública na cidade não são consideradas afetadas. Jailson Juruna, que mora na aldeia Muratu, localizada abaixo da barragem, não foi considerado um afetado pela construção de Belo Monte.
No entanto, ele e sua aldeia sofrem com os impactos. “Hoje, é crítica a situação do pessoal que mora para o lado de baixo da barragem, porque a vazão do rio diminuiu muito. Essas pessoas estão sofrendo muito porque, com a diminuição do rio, o peixe também diminuiu. Teve uma mortandade de peixe muito grande abaixo do barramento”, acrescentou.
O povo Juruna é conhecido pela sua relação com as águas e pelo conhecimento do rio. O peixe do Rio Xingu serve para alimentação e é também fonte de renda para os Jurunas. Segundo Jailson, atualmente a quantidade de peixe não dá nem para sobrevivência na aldeia. Os índios são obrigados a comprar comida na cidade. E, para ganhar dinheiro, muitos deixam a aldeia e tentam empregos na cidade.
“O rio sempre foi nossa mãe. Ele sempre nos deu o alimento e o transporte. Agora, não podemos mais beber água do rio. Então, afetou de uma maneira que estamos deixando nossa cultura de lado para se adaptar em outras que não temos costume.
De acordo com Tina Minami, da campanha de Amazônia do Greenpeace, “é importante que a sociedade debata o assunto que impacta a vida de todo mundo, especialmente dos povos que estão vivendo em áreas que podem ser construídas hidrelétricas, como Belo Monte”.
“Cinco anos depois [do início das obras], vimos como está a situação de Altamira. A maioria das condicionantes não foi cumprida e a obra seguiu. Hoje temos Belo Monte operando, com impactos na vida de todo mundo. É importante usar vários canais de comunicação para que a sociedade debata essa questão. A sociedade brasileira precisa participar dessas decisões”, afirmou Tina, referindo-se aos modelos para geração de energia no país.

Rio Tapajós
Para o povo Munduruku, que mora na região do médio Tapajós, após muita luta contra a construção de uma usina hidrelétrica em seu território, já houve uma conquista: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) arquivou, em agosto deste ano, o processo de licenciamento ambiental para construção da Usina São Luiz do Tapajós.
Pouco tempo depois, o governo federal anunciou que não levaria o projeto adiante, pelo menos por enquanto. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, disse na ocasião que a ideia da construção da usina ficaria suspensa e os estudos ambientais já realizados ficariam à disposição do país para outro momento.
Apesar disso, os Munduruku lutam pela demarcação do seu território, chamado de Sawré-muybu, de modo que não sejam retirados de sua aldeia. Para Edovaldo, sem a demarcação a realidade da construção da hidrelétrica se aproximou muito da aldeia.
“Os não índios dizem que a gente não tem nenhuma garantia, porque não temos nada escrito. Mas repetimos para eles que somos antes de Pedro Álvares Cabral. Mesmo que eles digam que não temos o papel, a gente estava ali há muito tempo. Tem vestígios disso onde a gente mora”, concluiu. (ecodebate)