Zero quer
proibir carros novos com emissões em 2030 e Quercus mais veículos elétricos.
A Zero defendeu hoje a
proibição da venda de automóveis novos a gasolina e gasóleo em 2030, para
apostar no fim das emissões, enquanto a Quercus quer mais veículos elétricos no
transporte individual e nas frotas, públicas e privadas.
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A Zero - Associação Terrestre Sustentável apelou ao governo e aos partidos políticos para que "decidam desde já marcar fortemente a agenda
de descarbonização de Portugal, através de uma decisão que conduza à proibição
em 2030 da venda de automóveis novos que não tenham emissões locais iguais a
zero".
Por seu lado, a Quercus salientou que a mobilidade
elétrica "poderá e deverá ser uma das soluções para resolver os problemas
de qualidade do ar e ruído nas áreas urbanas" e realçou o incentivo à sua
promoção enquanto "meio de transporte individual, mas também ao nível das
frotas públicas e privadas".
As associações ambientalistas transmitem as suas
posições a propósito da divulgação de um estudo da Federação Europeia de
Transportes e Ambiente a prever que as estradas europeias terão 500 mil
veículos elétricos no final de 2016, depois das vendas terem duplicado no ano
passado, apesar de representarem somente 1% do mercado.
Em Portugal somente 0,7% dos carros novos vendidos
são elétricos.
Os automóveis são responsáveis por 15% das emissões
de dióxido de carbono da Europa e são a maior fonte de emissões no setor dos
transportes, um dos mais problemáticos no que respeita à tarefa de combater as
alterações climáticas. Em Portugal, o setor dos transportes é responsável por
cerca de um quarto do total das emissões.
Ao pedir automóveis sem emissões, a Zero lembra que
os parlamentos da Holanda, Noruega e Alemanha recomendaram, "de forma
praticamente vinculativa", esta proibição - para 2025, nos dois primeiros
países e para 2030 no terceiro.
A associação liderada por Francisco Ferreira aponta
ainda que os veículos elétricos carregados com eletricidade produzida com
baixas emissões, a maioria de fontes renováveis, é uma das principais opções
para reduzir as emissões no transporte rodoviário de passageiros.
No âmbito do Orçamento do Estado para 2017, a Zero
propôs maiores incentivos fiscais, nomeadamente ao abate e aquisição de
veículos elétricos, com os valores a voltarem a níveis de 2015, ou seja, 4.500
euros, além de os particulares também puderem ter algum benefício fiscal em
sede de IRS.
Apesar da redução dos incentivos fiscais à
mobilidade elétrica, no início do ano, a Quercus considera positiva a tendência
crescente nas vendas de veículos elétricos e híbridos 'plug-in', "um sinal
de que os portugueses estão a aderir cada vez mais a esta forma de mobilidade
sustentável".
Mas, "os maiores obstáculos para a adoção da
mobilidade elétrica em Portugal continuam a ser o preço de venda e a autonomia
dos veículos", salientou a associação ambientalista liderada por João
Branco.
A nível europeu, a Quercus defende a definição de
limites de emissão de dióxido de carbono ambiciosos para os novos veículos em
2025, uma maior rapidez na implantação da rede de infraestruturas da mobilidade
elétrica, a proibição da circulação de veículos a gasóleo no centro das cidades
e o fim dos impostos, ou a sua redução, nos veículos elétricos a bateria.
(sapo)
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