Guerra contra os desperdícios
no setor de saneamento através da eficiência energética.
As
empresas de saneamento enfrentam um duplo combate para evitar prejuízos. O
primeiro é jogar duro contra as perdas de água, que chegam a cerca de 40% de
toda a água tratada no país, provocadas, sobretudo, por vazamentos e ligações
clandestinas. A outra guerra é contra o desperdício de energia elétrica, item
que, geralmente, ocupa o segundo lugar na planilha de despesas. Com as tarifas
de energia elétrica nas nuvens nos últimos quatro anos, investir em ações que
barrem o desperdício virou prioridade para todas as empresas.
O
cenário torna o setor de saneamento um grande alvo para o emprego de soluções voltadas para a eficiência energética.
Segundo dados do Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), o potencial
técnico de recuperação de energia elétrica no setor de saneamento chega a 4,7
TWh. Ou seja, um bloco de energia que corresponde à cerca de 34% de seu consumo
de energia elétrica em 2015.
“O
setor saneamento tem buscado implementar ações de combate ao desperdício de
água e energia elétrica, por meio da melhoria da gestão administrativa, como o
controle de faturas e a contratação de demanda, e operacional, como o emprego
de equipamentos mais eficientes e novas tecnologias”, aponta Marcus Paes Barreto,
engenheiro civil e sanitarista da Eletrobras e colaborador do Procel Sanear,
programa que existe desde 2003.
Diagnósticos
hidroenergéticos
Por
meio do Procel Sanear, nos últimos quatro anos, a Eletrobras investiu R$ 2,42
milhões para realizar uma série de diagnósticos em sistemas de companhias de
saneamento, além de cursos de capacitação profissional. Os últimos diagnósticos
feitos em cinco concessionárias de saneamento indicaram potenciais médios de
economia de energia elétrica de 1.031 MWh/ano, de redução de demanda na ponta
de 280 kW/ano e de redução de perdas reais de água de 683 m3/ano, em cada
sistema estudado.
“As
soluções na busca pela eficiência energética possuem relação com a melhoria da
gestão operacional nas empresas, com a realização de manutenções preventivas e
preditivas nos sistemas, bem como a realização de intervenções tecnológicas, a
fim de atingir a máxima economia de energia elétrica”, destaca Barreto.
Segundo
o engenho da Eletrobras, as soluções mais usuais são a troca de equipamentos
padrões por outros de alto rendimento, reabilitação de tubulações, dispositivos
de partida de conjuntos motobomba, setorização dos sistemas, instalação de
dispositivos para regularização da pressão na rede e a implementação de um
sistema de gerenciamento de energia, como a ISO 50.001.
Criando
cultura
Além
dos diagnósticos, do uso de equipamentos mais eficientes e novas tecnologias, outra
arma vem ajudando a criar a cultura de eficiência energética na área de
saneamento: a educação, que envolve treinamento; capacitação profissional, com
a oferta de bolsas de estudo; e a publicação de materiais.
A
proximidade do Procel Sanear com a academia rendeu a criação da Rede de
Laboratórios de Eficiência Energética e Hidráulica no Saneamento (LENHS),
composto, atualmente por 11 laboratórios. O resultado prática é o trabalho para
desenvolver uma metodologia inovadora para orientar o setor saneamento na
elaboração de projetos de eficiência hidroenergética. (ambienteenergia)
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