sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Evitar desperdícios em saneamento através da eficiência energética

Guerra contra os desperdícios no setor de saneamento através da eficiência energética.
As empresas de saneamento enfrentam um duplo combate para evitar prejuízos. O primeiro é jogar duro contra as perdas de água, que chegam a cerca de 40% de toda a água tratada no país, provocadas, sobretudo, por vazamentos e ligações clandestinas. A outra guerra é contra o desperdício de energia elétrica, item que, geralmente, ocupa o segundo lugar na planilha de despesas. Com as tarifas de energia elétrica nas nuvens nos últimos quatro anos, investir em ações que barrem o desperdício virou prioridade para todas as empresas.
O cenário torna o setor de saneamento um grande alvo para o emprego de soluções voltadas para a eficiência energética. Segundo dados do Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), o potencial técnico de recuperação de energia elétrica no setor de saneamento chega a 4,7 TWh. Ou seja, um bloco de energia que corresponde à cerca de 34% de seu consumo de energia elétrica em 2015.
“O setor saneamento tem buscado implementar ações de combate ao desperdício de água e energia elétrica, por meio da melhoria da gestão administrativa, como o controle de faturas e a contratação de demanda, e operacional, como o emprego de equipamentos mais eficientes e novas tecnologias”, aponta Marcus Paes Barreto, engenheiro civil e sanitarista da Eletrobras e colaborador do Procel Sanear, programa que existe desde 2003.
Diagnósticos hidroenergéticos
Por meio do Procel Sanear, nos últimos quatro anos, a Eletrobras investiu R$ 2,42 milhões para realizar uma série de diagnósticos em sistemas de companhias de saneamento, além de cursos de capacitação profissional. Os últimos diagnósticos feitos em cinco concessionárias de saneamento indicaram potenciais médios de economia de energia elétrica de 1.031 MWh/ano, de redução de demanda na ponta de 280 kW/ano e de redução de perdas reais de água de 683 m3/ano, em cada sistema estudado.
“As soluções na busca pela eficiência energética possuem relação com a melhoria da gestão operacional nas empresas, com a realização de manutenções preventivas e preditivas nos sistemas, bem como a realização de intervenções tecnológicas, a fim de atingir a máxima economia de energia elétrica”, destaca Barreto.
Segundo o engenho da Eletrobras, as soluções mais usuais são a troca de equipamentos padrões por outros de alto rendimento, reabilitação de tubulações, dispositivos de partida de conjuntos motobomba, setorização dos sistemas, instalação de dispositivos para regularização da pressão na rede e a implementação de um sistema de gerenciamento de energia, como a ISO 50.001.
Criando cultura
Além dos diagnósticos, do uso de equipamentos mais eficientes e novas tecnologias, outra arma vem ajudando a criar a cultura de eficiência energética na área de saneamento: a educação, que envolve treinamento; capacitação profissional, com a oferta de bolsas de estudo; e a publicação de materiais.
A proximidade do Procel Sanear com a academia rendeu a criação da Rede de Laboratórios de Eficiência Energética e Hidráulica no Saneamento (LENHS), composto, atualmente por 11 laboratórios. O resultado prática é o trabalho para desenvolver uma metodologia inovadora para orientar o setor saneamento na elaboração de projetos de eficiência hidroenergética. (ambienteenergia)

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