quinta-feira, 30 de março de 2017

Produção de energia eólica cresce 55% em 2016


A produção de energia eólica no Brasil cresceu 55,1% em 2016, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Com 3.651 MW médios, o desempenho das usinas em operação no Sistema Interligado Nacional foi 1.297 MW médios superior ao registrado em 2015, quando a geração alcançou um total de 2.347 MW médios.

Os dados da CCEE também indicam que, ao final de 2016, os 402 empreendimentos eólicos em operação no Sistema alcançaram 10.221 MW em capacidade instalada, ou seja, incremento de 23,5% frente aos números do ano anterior (8.277 MW), quando havia 325 projetos em funcionamento no país.

A produção de energia eólica cresceu 55,1%
O bom desempenho das usinas eólicas fez com que a fonte aumentasse sua representatividade em toda a geração de energia do país. Em 2016, elas representaram 6% da produção, o que significa dois pontos percentuais de acréscimo.
O Rio Grande do Norte permanece como principal produtor de energia eólica no Brasil. As usinas potiguares produziram 1.206 MW médios no período, aumento de 50% em relação a 2015. O levantamento aponta o estado da Bahia na segunda colocação com 693 MW médios (+54%), seguido pelo Ceará que alcançou 668 MW médios (+29%) e o Rio Grande do Sul com 519 MW médios (+39%) produzidos no primeiro semestre.


O levantamento da CCEE também confirma o estado do Rio Grande do Norte com a maior capacidade instalada, somando 3.181 MW, aumento de 27,5% em relação ao ano anterior. Em seguida, aparece o Ceará com 1.930 MW (+22,6%), a Bahia com 1.750 MW (+21,5%) e o Rio Grande do Sul com 1.621 MW (+6,8%). (udop)

Brasil foi o 5º maior mercado eólico em 2016




País acrescentou 2 GW no ano passado, China, Estados Unidos, Índia e Alemanha continuam à frente no ranking global.
O mercado global de energia eólica em 2016 ultrapassou a marca de 54 GW de capacidade nova instalada. Os números foram divulgados pelo Global Wind Energy Council (GWEC). Agora, o mundo conta com uma capacidade instalada total de algo próximo a 487 GW, sendo que a China continua na liderança, seguida pelos Estados Unidos, Alemanha e Índia. O Brasil aparece como líder na América Latina com pouco mais de 2 GW novos na matriz elétrica e quinto colocado em termos de expansão em 2016, com 3,7% dos investimentos na fonte em termos mundiais. O volume total não conseguiu superar o recorde anual registrado em 2015.
Contudo, esse fator não é considerado um grande problema na visão do secretário geral da entidade, Steve Sawyer. Segundo ele, a fonte continua a crescer a índices de dois dígitos, mas que não podemos esperar que a indústria alcance um novo recorde todo ano.
A expansão na China somou 23,3 GW no ano passado, representando 42,7% do total mundial. Em 2015 havia sido de 30 GW. A retração foi atribuída ao recuo das tarifas feed-in naquele país, bem como a demanda por energia que não avançou. Além disso, há questões de transmissão que não conseguem entregar o volume de novas capacidades eólicas. A estimativa do GWEC é que essa performance mude este ano.
Já no segundo colocado do ranking, os Estados Unidos, somaram 8,2 GW em nova capacidade em 2016, o que elevou sua potência instalada a 82 GW. Há ainda cerca de 18 GW em construção ou em estágio avançado de desenvolvimento. Outro líder do ranking, a Índia conseguiu obter seu recorde nacional ao acrescentar 3,6 GW o quarto maior em termos de adição no ano passado. Com isso o país agora possui 28,7 GW. Na Alemanha houve a adição de 5,44 GW, o que elevou capacidade local a mais de 50 GW.
 
Sobre o Brasil, o GWEC destacou que mesmo em meio a uma crise econômica e política o país continua como o líder da América Latina com 2,01 GW em nova capacidade, alcançando 10,7 GW instalados. Na outra ponta está a Argentina que não teve projetos novos instalados em 2016, mas possui um pipeline de projetos considerado sólido com mais de 1,4 GW a serem construídos ao longo dos próximos anos.
No grupo de 10 maiores países com energia eólica instalada ao final de 2016 o ranking conta com China com 168,7 GW e 34,7% do total mundial. Em segundo estão os Estados Unidos com 82,18 GW e 16,9% da capacidade global. Em terceiro aparece a Alemanha com 50 GW e 10,3%. Em seguida vem Índia, Espanha, Reino Unido, França, Canadá, Brasil e Itália. (canalenergia)

terça-feira, 28 de março de 2017

Parque Villa Lobos será o 1º do Brasil sustentado por energia solar

Parque Villa Lobos torna-se o primeiro do Brasil a ser sustentado por energia solar.
A instalação principal do projeto é uma minicentral fotovoltaica de 531 kWp, localizada em um bolsão do estacionamento do Parque Cândido Portinari onde 2.095 painéis fotovoltaicos realizam a cobertura de 264 vagas totalizando 3.400 m2. As placas solares possuem capacidade anual para produzir 665 megawatts, e foram instaladas sobre as vagas de estacionamento do Parque Cândido Portinari – vizinho do Villa-Lobos.
Boa notícia para os paulistanos que torcem pelo desenvolvimento da energia solar na cidade: o parque Villa Lobos, na zona oeste, recebeu recentemente mais de 2.000 placas solares para gerar energia elétrica. De acordo com a Secretaria de Energia e Mineração, a iniciativa custou cerca de R$ 13 milhões, e deveria estar em operação desde o ano passado, contudo o prazo foi adiado.
A instalação principal do projeto é uma minicentral fotovoltaica de 531 kWp, localizada em um bolsão do estacionamento do Parque Cândido Portinari onde 2.095 painéis fotovoltaicos realizam a cobertura de 264 vagas totalizando 3.400 metros quadrados. As placas solares possuem capacidade anual para produzir 665 megawatts, e foram instaladas sobre as vagas de estacionamento do Parque Cândido Portinari – vizinho do Villa-Lobos.
A partir desse gerador de energia solar as dependências de ambos os parques poderão ser abastecidas. Vale ainda lembrar que o Villa Lobos recebeu 40 postes movidos a energia solar que geram a sua própria luz energia.
Isso significa que os painéis solares transformam a luz solar em corrente elétrica (CC). Nos dias de sol, a quantidade que pode ser produzida com a energia solar é maior, contudo, em dias nublados e chuvosos os painéis também produzem muita energia.
Depois, a energia em corrente contínua produzida pelos painéis é transformada em corrente alternada a partir de inversores. Em seguida, é enviada para a rede elétrica e fica liberada para o consumo. Desta forma, de acordo com a regulamentação 482/12 da ANEEL é gerado um de crédito de energia solar ao longo do dia, que pode ser usado à noite – ou seja, quando não há mais luminosidade, ou nos meses subsequentes caso haja acumulo de créditos.
Segundo a Secretaria de Mineração e Energia, além da cobertura do estacionamento, neste projeto está incluso a implementação de quatro sistemas de rastreamento solar, dois móveis e dois fixos, com potencial de 10 kilowatts pico (KWp) cada, uma estação solarimétrica na cobertura da lanchonete de 10 KWp  e  implantação de 40 postes que geram a própria luz no Villa-Lobos.
Ainda de acordo com a secretaria, as placas fotovoltaicas foram desenvolvidas com o objetivo de estudar os aspectos “regulatório, econômico, técnico e comercial da energia solar”. Além disso, a ideia também é aproveitar os dados das placas de energia solar para pesquisas e também propagar o uso de energia fotovoltaica entre os visitantes, demonstrando que geração de energia solar é amigável ao meio ambiente e pode se integrar com as instalações urbanas.
O projeto de energia solar conta com a participação das empresas RTB Energias Renováveis, AES Eletropaulo, AES Tietê, Foz do Rio Claro e Ijuí Energia, além do apoio das Secretarias de Energia e Mineração e do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Se gostou dessa notícia, compartilhe-a nas suas redes sociais e faça com que mais pessoas conheçam esse projeto que utiliza placas solares no parque! E se, assim como nós, você é um entusiasta do potencial da energia solar para a sociedade, essa notícia te deixou mais animado, não é mesmo?
Para participar dessa grande revolução de energia sustentável, fique de olho no Portal Solar – o primeiro e maior portal de energia solar do País! (portalsolar)

Dessalinização da água por energia solar

O município de Riacho das Almas, no agreste pernambucano, está participando de uma iniciativa inovadora que beneficia 60 famílias da região. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (SDEC) instalou no distrito de Camorim um equipamento dessalinizador de água alimentado por painéis fotovoltaicos.
Esse equipamento é composto por dois reservatórios de 5.000 litros cada. A água salobra captada em um poço de 52 metros de profundidade é armazenada no primeiro reservatório. Em seguida passa por um dispositivo de filtragem por Osmose Reversa, e água dessalinizada vai para o segundo reservatório. Essa água potável é direcionada para um ponto de distribuição, que a população local chama de "Orelhão de Água", pois é controlado por fichas, semelhante aos orelhões de telefones antigos.
A Osmose Reversa (ou inversa) é um processo de separação de um solvente (no caso a água) e um soluto de baixa massa molecular (o cloreto de sódio - sal), através de uma membrana permeável somente ao solvente e com aplicação de alta pressão a montante. De forma simplificada, a água salobra passa por uma peneira extremamente fina onde o sal fica retido.
O equipamento produzido pela empresa pernambucana Acqua Pura custou cerca de R$120 mil e utiliza energia solar para processar cerca de 600 litros de água por hora. Cada família pode retirar de 20 a 30 litros de água por dia. O efluente com alta concentração de sal é reaproveitado para produção local de pescado.
Já foram implantados vários equipamentos similares em estados do Nordeste, mas este é pioneiro ao utilizar energia fotovoltaica e, segundo estimativas do fabricante, o custo com a operação e manutenção do equipamento é reduzida em cerca de 40% por essa solução. (construindoo)

domingo, 26 de março de 2017

China e a Rede Elétrica Inteligente global


China e a Rede Elétrica Inteligente global, renovável e UHVDC.

A energia extrassomática é a base da civilização. Toda a economia moderna depende de uma oferta confiável e segura de energia. Os combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás) impulsionaram as Revoluções Industriais. Mas a emissão de gases de efeito estufa provoca o aquecimento global que gera enormes danos para a humanidade e a biodiversidade do Planeta. A mudança da matriz energética para fontes renováveis e de baixo carbono é uma das tarefas essenciais para se reduzir a Pegada Ecológica.
Mas as energias renováveis, como solar e eólica, são intermitentes e dependem do sol e do vento, que são fenômenos naturais sujeitos às limitações naturais e às intempéries. As energias renováveis são, muitas vezes, geradas em lugares distantes das cidades e centros industriais que as consomem. Para impulsionar as energias renováveis e diminuir as emissões de dióxido de carbono, é preciso encontrar uma maneira de enviar energia em grandes distâncias de forma inteligente e eficiente, que atenda às necessidades de uma economia hiperconectada.
Uma Rede Elétrica Inteligente é aquela que utiliza tecnologia digital avançada para monitorar e gerenciar o transporte de eletricidade em tempo real com fluxo de energia e de informações bidirecionais entre o sistema de fornecimento de energia e o cliente final. A construção desse tipo de rede é um desafio do aperfeiçoamento do sistema elétrico dos diversos países. Isto requer uma verdadeira revolução nas linhas de transmissão e na capacidade de governança internacional para integrar os diversos países.
Por exemplo, para ligar os parques eólicos offshore do Mar do Norte até os painéis solares brilhando nos desertos de Gobi, de Atacama, do Saara e outros sítios de produção de energia renovável é necessária uma rede elétrica eficiente e eficaz. Hoje a maioria da eletricidade é transmitida como corrente alternada (AC), que trabalha bem em distâncias curtas e médias. Mas a transmissão em longas distâncias exige tensões muito altas, o que pode ser inviável economicamente para sistemas AC.
Uma tecnologia alternativa já existe. Os conectores de corrente contínua de ultra alta tensão (UHVDC) são mais adequados para a transmissão em grandes extensões de produção energética. Estas ligações de alta capacidade não só tornam a rede elétrica mais verde, mas também as torna mais estáveis, equilibrando a oferta e a demanda. Por exemplo, os mesmos links UHVDC que enviam energia de plantas hidrelétricas distantes, podem ser executados em sentido inverso quando sua saída não é necessária, bombeando água de volta acima das turbinas (funcionando como uma bateria).
O país que compreendeu e tem mostrado vontade política, além de recursos econômicos para construir uma rede UHVDC é a China. A State Grid, empresa estatal chinesa de eletricidade, está a meio caminho de um plano para gastar U$ 88 bilhões em linhas UHVDC entre 2009 e 2020. Ela quer implementar, somente na China, 23 linhas em operação até 2020.


Como a China já construiu as Grandes Muralhas – há mais de 2 mil anos – e tem enorme atração por projetos grandiosos de infraestrutura, o país quer construir uma rede elétrica global UHVDC de US$ 50 trilhões, para estar em pleno funcionamento em 2050. O projeto não só prevê conectividade de energia global, mas a geração de energia global. A rede conectará fazendas eólicas propostas no Polo Norte e fazendas solares construídas na região ao redor da linha do equador que transcende as fronteiras nacionais. É exatamente o que é necessário para que as fontes de energia renováveis, como o vento e a energia, que potencialmente poderiam suportar a grande maioria da geração de energia do mundo, possa se tornar uma alternativa viável.
A rede global também buscará evitar as disputas internacionais, reduzindo as lacunas regionais. Nestes tempos em que o presidente dos Estados Unidos fala em “America First” e busca reforçar o nacionalismo isolacionista, o projeto chinês poderá promover um sentido maior de unidade global entre as nações (se houver uma forma de controle democrático deste processo), uma vez que a geração e distribuição de energia se tornaria uma empresa transnacional e mundial.
A proposta chinesa de US$ 50 trilhões, buscará canalizar o desenvolvimento de setores estratégicos emergentes, energia renovável, novos materiais e veículos elétricos, criando a tecnologia necessária para atender às necessidades de energia no futuro próximo. O centro da proposta é focar o setor de energia renovável. Evidentemente a China tem interesses próprios e hegemônicos neste processo. Caberia aos outros países e aos organismos multilaterais regulamentar o funcionamento de uma projeto tão grandioso.
Para a China, o roteiro para a implementação do projeto Global Energy Interconnection (GEI) tem três fases. De agora até 2020, promover o desenvolvimento de energia limpa, interconexão de redes domésticas e construção de redes inteligentes em vários países. Até 2030, serão estabelecidas grandes bases de energia e as redes serão interligadas entre os países nos vários continentes. Em 2050, acelerar o desenvolvimento das já mencionadas bases de energia polar e equatorial, concentrando as novas tecnologias de geração de energia nas áreas mais favorecidas pela natureza para produzir a produção necessária.
Para quem pensa que tudo isto é só um plano megalômano, é preciso saber que a linha de transmissão de energia elétrica que vai ligar a Usina de Belo Monte, no Xingu (Pará), à subestação de Estreito na cidade de Ibiraci (Minas Gerais), será realizada pelo consórcio IE Belo Monte, formado pela chinesa State Grid e a empresas brasileiras Furnas e Eletronorte. Com cerca de 2.100 km de extensão, a linha de transmissão tem tecnologia inédita no Brasil, pois é de ultra-alta tensão, de 800 kilovolts (kv), permitindo o transporte de energia com redução de perdas. A maior parte das linhas de transmissão no Brasil é de 600 kv.
Ou seja, a China já está com os pés no Brasil, como parte para a efetivação de seu megaprojeto Global Energy Interconnection (GEI) e avança rapidamente na construção de uma matriz energética mais limpa e renovável, enquanto o Brasil fica dependente de uma tecnologia velha e cara para explorar as poluidoras reservas fósseis do pré-sal.
Evidentemente, as energias renováveis não são uma panaceia. Como alertou o ambientalista Ted Trainer (2008), as energias renováveis são incapazes de manter a expectativa das pessoas por um alto padrão de consumo conspícuo. Sem dúvida, o mundo precisa do decrescimento demoeconômico. Mas também precisa de superar a Era dos combustíveis fósseis e reduzir a emissão de CO2 para reverter o aquecimento global. Pode ser que o Global Energy Interconnection (GEI) não seja suficiente para reverter um possível colapso ambiental, mas, certamente, está em um rumo correto para superar o “mundo do petróleo”.
Enquanto o governo Donald Trump promove um retrocesso nas políticas ambientalistas, estimula o uso de combustíveis fósseis e tenta aprovar um orçamento militar anual de mais de US$ 600 bilhões para os Estados Unidos, visando garantir a “segurança americana”, a China investe na mudança da matriz energética e na segurança energética global planejando um investimento de US$ 50 trilhões até 2050.
Existem muitas dúvidas se este projeto de uma rede inteligente global e renovável é viável tecnicamente, economicamente e politicamente (ver artigo de Tverberg, 30/01/2017). Existe muita ilusão sendo vendida em nome das energias “limpas”. Mas, sem dúvida, o avanço da transição energética é melhor do que a dependência dos combustíveis fósseis.
Ironicamente, os Estados Unidos (por meio do seu dirigente máximo) quer construir um muro (ou uma Grande Muralha) para defender o país, enquanto a China pretende construir uma Rede Inteligente para unir o mundo, mudar a matriz energética e reduzir a degradação ambiental. Dá para perceber quem é a potência decadente e quem é a potência emergente! (ecodebate)

Demanda de energia e crescimento das fontes renováveis

A demanda de energia e o crescimento das fontes renováveis até 2035.


O relatório anual Energy Outlook de 2017, da BP, mostra que a demanda global de petróleo continuará a crescer até a década de 2035, mesmo considerando que as frotas de veículos elétricos devem se expandir e o processo de transição energética de baixo carbono ganha força em todo o mundo.
Mesmo com a diminuição da demanda global, a presença de combustíveis fósseis – petróleo, carvão mineral e gás deverão continuar a serem as fontes dominantes de energia que alimentam o mundo, mas passarão de 85% em 2015 para 75% em 2035.
Entre os combustíveis fósseis, o gás será o combustível de maior crescimento, aumentando a participação no mix energético, devendo superar o carvão, para ser a segunda maior fonte de combustível até 2035. O petróleo deve continua a crescer, mas em ritmo menor, diminuindo sua participação relativa na matriz energética. O mesmo deve acontecer com o carvão, que deverá atingir o seu pico em meados da década de 2020.
As energias renováveis devem apresentar as maiores taxas de crescimento, contribuindo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A participação das renováveis no mix energético deve passar de 3% em 2015 para 10% em 2035. As energias renováveis deverão quadruplicar até 2035, a uma taxa de 7,6% ao ano, impulsionada pela expansão contínua da energia limpa, especialmente da China e pela queda nos custos de energia solar e eólica.
Enquanto alguns ambientalistas veem estes números com otimismo, as previsões da BP indicam que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) ainda devem crescer 13% até 2035, número que supera em muito os objetivos climáticos estabelecidos no Acordo de Paris. Para cumprir os acordos internacionais, as emissões precisam cair em 30% até 2035, constata o relatório da petroleira BP.
O crescimento da produção de energia solar e a venda de carros elétricos tem aumentado muito. O gráfico abaixo, de Robert Rapier (do site Forbes, 05/02/2017) mostra que a venda de veículos elétricos aumentou 8 vezes em cinco anos nos Estados Unidos.


Assim, mesmo considerando que a transição energética está acelerada em algumas áreas, o ritmo de mudança é ainda lento para reverter as emissões de gases de efeito estufa. O mundo vai continuar aumentando as emissões de GEE, o que provoca o aumento da concentração de CO2 na atmosfera e o aumento do aquecimento global. Por sua vez, o aquecimento global provoca a acidificação dos oceanos e a elevação do nível do mar. Todas as áreas costeiras do mundo estão ameaçadas. O impacto em termos econômicos e sociais pode ser dramático e, até mesmo, provocar o colapso da civilização, se não houver mudanças mais profundas no metabolismo entrópico do modelo hegemônico “Extrai-Produz-Descarta”. (ecodebate)

sexta-feira, 24 de março de 2017

Procura por certificados de energia renovável dispara em 2016


Em um ano, demanda passou de 13,4 mil para 107,5 mil, informou o Instituto Totum.
A preocupação das empresas e dos consumidores brasileiros em utilizar energia limpa e contribuir para a redução das emissões de gases poluentes na atmosfera fez disparar no ano passado a demanda por Certificados de Energia Renovável, os chamados RECs (na sigla em inglês). Foram negociados 107.543 RECs em 2016, conforme levantamento feito pelo Instituto Totum, que coordena o Programa de Certificação de Energia Renovável e é o emitente local dos RECs. Para fins de comparação, em 2015 e 2014 foram transacionados 13.462 e 244 RECs, respectivamente, o que mostra o crescente interesse do mercado por esse tipo de produto. A expectativa do Totum é que até o final de 2017 o mercado movimente cerca de 1 milhão de RECs.  
Segundo Fernando Lopes, diretor do Instituto, os certificados de energia renovável surgiram diante da impossibilidade de o consumidor identificar a origem dos elétrons. Em qualquer parte do mundo, a matriz elétrica é composta por um mix de fontes, como termelétricas a carvão e a óleo (mais poluentes), eólicas e solares (com baixo impacto ao meio ambiente). Como nem todos os consumidores têm condições de investir em uma usina para gerar sua própria energia renovável, a saída então é receber a energia da forma tradicional e adquirir o volume de energia equivalente ao consumo por meio de certificados. Cada certificado equivale a 1 MWh de eletricidade produzida a partir de fontes renováveis.
Dessa forma, os consumidores estão investindo na geração da mesma quantidade consumida em energia limpa, ou seja, eles se "apropriam" somente da parte limpa que é colocada no sistema. Com os RECs as empresas e consumidores podem garantir 100% de energia renovável para seu uso sem ter de investir, elas próprias, em geração. "Esse é um sistema que existe no mundo, mas que não existia aqui no Brasil", disse Lopes.
O programa de certificação brasileiro foi criado pela Totum em 2012. "No início, os empreendimentos de geração utilizavam essa ferramenta do certificado para valorizar sua própria energia, mas a ponta do consumo não estava consciente disso", comentou o diretor. Em 2014, as RECs brasileiras conseguiram o reconhecimento internacional, concedido pelo Green Building Council, órgão de certificação mundial de edificações verdes.
"Para você ter essa certificação Green Building, um dos itens é gerar ou consumir energia renovável. Só que no Brasil não existia um modelo de certificação para esses empreendimentos. Trabalhamos junto ao Green Building e conseguimos dar uma equivalência, o que explica o grande aumento da procura por esses certificados. Cerca de 90% da demanda por certificados são para edificações construídas com esse padrão verde", explicou Lopes.
Outro fator que ajudou a aumentar a demanda por emissão de certificados foi que a Totum também conseguiu em meados de 2016 o reconhecimento da Internacional REC Standard (IREC), órgão que define as regras para os sistemas de RECs no mundo. Muitas organizações têm metas internas de sustentabilidade. Há empresas de atuação global que possuem metas de 100% renewables nos próximos 4 a 6 anos em nível mundial, segundo Lopes.
“Com a implantação do IREC no Brasil, no ano passado, conseguimos atender a demanda de empresas multinacionais que possuem políticas internas que exigiam a compra de certificados reconhecidos mundialmente. Porém, mesmo no País, a procura de empresas por RECs vem aumentando muito”, afirmou Lopes. A oferta de energia renovável também vem sendo ampliada. Até meados do ano passado a oferta estava limitada a três empreendimentos (dois hídricos e um eólico), agora existem mais de 15 empreendimentos capazes de gerar RECs e outros dez em processo de adesão.
Apesar do crescimento significativo desse mercado em 2016, o Brasil ainda está engatinhando nessa questão de RECs. “Nos EUA, por exemplo, distribuidoras locais de energia ofertam RECs aos seus clientes, de forma tal que consumidores residenciais podem escolher o tipo de energia que consomem.  Com o tempo, o Brasil poderá chegar a esse patamar de desenvolvimento”, concluiu Lopes. O programa tem a participação da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). (canalenergia)

Startup converterá gases de aterros sanitários em biodiesel

Startup quer converter gases de aterros sanitários em diesel renovável
Os gases malcheirosos emitidos pela decomposição lixo orgânico em aterros sanitários não são apenas desagradáveis – compostos basicamente por metano e gás carbônico eles contribuem para piorar as mudanças climáticas. Encontrar uma forma de aproveitá-los pode render bons frutos.
Agora, um startup da Inglaterra encontrou uma forma de fabricar diesel renovável a partir desse material. (biodieselbr)

quarta-feira, 22 de março de 2017

Os combustíveis fósseis e as energias alternativas

O que são combustíveis fósseis:
Os combustíveis fósseis são compostos por hidrocarbonetos e são usados, por exemplo, como combustível.
São alguns exemplos de combustíveis fósseis o carvão, o petróleo e o gás natural. Do petróleo, obtêm-se gasolina, gasóleo e outros combustíveis, mas também matéria – prima para plásticos, fibras sintéticos, alcatrão e borrachas sintéticas. Por ser um produto com tantas aplicações é um desperdiço queima-lo.
A origem dos combustíveis fósseis mais aceitáveis afirma que os combustíveis fósseis foram produzidos através da fossilização de animais e plantas.
Quais os problemas que estão associados à utilização exaustiva dos combustíveis fósseis:
Um grande problema associado aos combustíveis fósseis é o fato de ser finito, o que faz com que a dependência energética destes combustíveis seja um problema.
Por outro lado, o consumo excessivo destes combustíveis pode ser prejudicial para o planeta. A combustão de combustíveis fósseis produz dióxido de carbono que é um gás de efeito de estufa.
A queima exaustiva de combustíveis fósseis aumenta o efeito de estufa. O efeito de estufa é um mecanismo natural do planeta Terra que impede o planeta de ter uma grande amplitude térmica diurna.
Fig. 1 – Esquema do efeito estufa
Para diminuir o efeito estufa e a utilização de combustíveis fósseis já desenvolveram-se as energias renováveis.
Quais as fontes das energias renováveis existentes:
As energias renováveis são formas de energia que se regeneram de uma forma cíclica numa escala de tempo reduzida. Estas fontes de energia podem derivar diretamente do sol (solar térmico, solar fotovoltaico e solar passivo), indiretamente do sol (eólica, hídrica e energia da biomassa), ou de outros mecanismos naturais (geotérmica e energia das ondas e marés).
A fonte da energia solar é o sol, esta energia é extremamente importante para a vida humana e vegetal e também para a matéria – prima. Pode ser utilizada para transformação direta em eletricidade através das células fotovoltaicas. Uma forma indireta de aproveitar a energia solar é a utilização de painéis solares. Estes painéis, que se observamos telhados de alguns edifícios, têm como finalidade aquecer a água.
A energia solar é cada vez mais usada no mercado, por ser uma energia limpa, segura e silenciosa. A principal desvantagem desta energia é necessitar de sistemas caros e ser dependente das condições meteorológicas (por exemplo, não funcionam com nuvens e de noite).
Figura 2: Painéis fotovoltaicos
A energia Eólica tem como fonte a força dos ventos. É uma energia limpa e renovável, não produz poluição no ar e na água e os parques eólicos são relativamente baratos. A energia Eólica tem como desvantagens necessitar de vento constante e relativamente intenso, produzir poluição sonora e alterar a paisagem.
A energia Hídrica é uma energia produzida pelas forças da água dos rios e é responsável por 40% de energia produzida em Portugal. Esta fonte de energia é uma das fontes de energia mais limpas, é abundante, relativamente económica e cria áreas de lazer, para pescas e desportos náuticos.
No entanto, a principal desvantagem da energia hídrica é causar grandes problemas ambientais, quando estão a ser construídas as
barragens. Estes problemas são devidos ao alagamento de grandes áreas, causando a morte de plantas e animais.
Figura 3: Painel solar
Figura 4: Aerogerador
Figura 5: Barragem
A Geotérmica tem como fonte a energia encontrada no centro da terra e pode ser observada nas erupções vulcânicas, nos “gêiser” e nas fontes termais de água doce. Esta é uma energia pouco utilizada para gerar eletricidade, pois existem muitas dificuldades na sua implantação, o seu rendimento é baixo e os custos de implementação e manutenção são elevados.
Figura 6: “Gêiseres”
Conclusão:
Os combustíveis fósseis devem ser substituídos por outras fontes de energia por que:
- São poluentes (a sua queima produz dióxido de carbono, que é um gás de efeito estufa);
- É uma fonte de energia finita em curto prazo (estima- se que acabem as reservas dentro de 30 a 50 anos)
Todas as fontes de energia têm vantagens e desvantagens. A melhor politica é utilizar não apenas os combustíveis fósseis, mas também outras fontes de energias renováveis. (educa)

Energia solar e eólica mais barata do que os combustíveis fósseis


“Assim como a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras, a Era do Petróleo chegará ao fim, não por falta de óleo” - (Sheikh Ahmed-Zaki Yamani, 2000)
Custo de energia nivelado (média mundial)
A revolução da matriz energética rumo às energias renováveis ganhou um grande impulso em 2016. O preço da energia solar, pela primeira vez, ficou igual ou mais barato do que os combustíveis fósseis.
Em documento publicado em dezembro, o Fórum Econômico Mundial (WEF) mostrou que em muitas partes do mundo, o preço das tecnologias renováveis, particularmente a solar (a eólica on shore já estava mais barata), caiu para níveis sem precedentes. Enquanto o preço global para o carvão e o gás natural é de cerca de US$ 100 por megawatt-hora, o preço da energia solar despencou de US$ 600 uma década atrás para US $ 300 apenas cinco anos depois e agora está perto ou abaixo de US$ 100. Para os aerogeradores eólicos baseados em terra, o preço é de cerca de US$ 50.
De acordo com o WEF, mais de 30 países já alcançaram paridade na rede, mesmo sem subsídios. “Paridade de rede” é o ponto em que uma fonte de energia alternativa, digamos solar, pode gerar energia em um custo nivelado igual ou mesmo menor que o preço do poder da grade tradicional. Isto quer dizer que o crescimento das energias renováveis não depende de uma vantagem de subsídio. Ao contrário, o consumo de combustíveis fósseis recebeu US$ 493 bilhões em subsídios em 2014, mais de quatro vezes o valor dos subsídios às energias renováveis.
O Sol irradia durante 365 dias o equivalente a 10 mil vezes a energia consumida anualmente pela população mundial. Assim, o nosso astro maior pode ser a grande fonte de energia renovável do planeta, tornando-se uma fonte energética que seja abundante, permanente, relativamente limpa e ecológica. O que faltava para o deslanche da energia solar era exatamente o custo de produção. O gráfico abaixo mostra que a capacidade instalada global de energia fotovoltaica cresceu mais de 10 vezes na última década e atingiu 50,6 GW em 2015.
Estimativas para 2016 mostram que a capacidade instalada cresceu 73 GW, sob a liderança da China, seguida pelos Estados Unidos, Japão, Índia e Reino Unido. O Brasil ficou em vigésimo lugar, perdendo para países muito menores como Chile, África do Sul, Taiwan e Argélia. A Costa Rica usou 98,9% de energia renovável em 2016 e funcionou inteiramente na base da energia renovável por mais de 250 dias no ano passado, fato anunciado pelo operador de energia. A Costa Rica pode se tornar o primeiro país carbono-neutro do mundo.
Infelizmente, os últimos governos brasileiros resolveram apostar no pré-sal, como se fosse o “passaporte para o futuro” do Brasil. Acontece que os combustíveis fósseis são uma fonte de energia ultrapassada e altamente poluente. A Petrobras deveria mudar o nome para Energibras e investir pesadamente em energias renováveis. Se os governos brasileiros tivessem utilizado as enormes “jazidas” de sol e vento do país, aí sim teríamos um “passaporte para o futuro”, pois as energias renováveis representam a alternativa para o terceiro milênio. O avanço da energia solar e eólica pode evitar também crimes ambientais como a hidrelétrica de Belo Monte e outras barragens que impedem o livre fluxo dos rios e da vida aquática. Evidentemente, há aumento da produção de energia solar e eólica no Brasil. Mas o avanço é lento em relação ao resto do mundo e a democratização dos sistemas descentralizados é pequena.
Empreendedores, como Ellon Musk, apostam na produção de carros elétricos, autônomos e compartilhados e na integração entre os veículos elétricos e a produção doméstica de energia fotovoltaica, via telhados solares e baterias solares. Todo o sistema produtivo nacional pode ser afetado, positivamente, pela nova matriz energética. Especialmente se for feita de forma descentralizada, democrática, ambientalmente sustentável e fortalecendo o desenvolvimento local.
A Administração Nacional de Energia (NEA) da China, em documento que estabelece seu plano para desenvolver o setor de energia da nação durante o período de cinco anos de 2016 a 2020, planeja investir US$ 361 bilhões em geração de energia renovável até 2020, enquanto tenta mudar rapidamente da dependência do carvão sujo para combustíveis mais limpos. Os altos níveis de poluição atmosférica e as doenças respiratórias exigem a mudança energética.
Até 2025, a energia solar pode ficar mais barata do que o carvão, na média global, de acordo com a Bloomberg New Energy Finance. Desde 2009, os preços da energia solar caíram 62%. Isso ajuda a reduzir os prêmios de risco em empréstimos bancários e empurrou a capacidade de produção para níveis recorde.
Tudo indica que o mundo está passando por uma mudança em sua matriz energética. O predomínio do petróleo está ficando para trás e as energias renováveis estão assumindo a liderança. Isto é uma boa notícia para o clima, pois as energias renováveis emitem menor proporção de gases de efeito estufa. Resta saber se a velocidade desta mudança será suficiente para evitar os efeitos perversos do “pico do petróleo” e será suficiente para conter o aquecimento global e os impactos das mudanças climáticas.
Como alertou o ambientalista Ted Trainer (2008), as energias renováveis não são suficientes para manter a expectativa das pessoas por um alto padrão de consumo conspícuo. Ou como disse Mahatma Gandhi: “Há recursos suficientes no mundo para as necessidades do ser humano, mas não para a sua ambição”.
O sol e o vento são recursos naturais abundantes e renováveis, mas não podem fazer milagres e nem evitar a continuidade do metabolismo entrópico, como ensina a escola da economia ecológica. A humanidade já ultrapassou a capacidade de carga do Planeta. Nesse sentido, Trainer prega um mundo mais frugal, com decrescimento demoeconômico, onde as pessoas adotem um estilo de vida com base nos princípios da Simplicidade Voluntária.
ENERGIAS RENOVÁVEIS SIM, CONSUMICÍDIO NÃO! (ecodebate)


segunda-feira, 20 de março de 2017

Renováveis apresentarão alta de 2% na matriz energética brasileira

Renováveis podem apresentar alta de 2% na matriz energética brasileira
Brasil fechou o ano de 2016 com 43,2% na participação de renováveis na matriz energética.
Com um aumento de 2% comparado ao verificado no ano de 2015, o Brasil deve fechar o ano de 2016 com participação de 43,2% de renováveis na matriz energética nacional. O crescimento é resultado do bom desempenho da geração hidráulica, eólica e por biomassa.
Os dados constam no Boletim Mensal de Energia de outubro, elaborado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia.
Quando considerada a oferta interna de energia brasileira, as fontes renováveis também se destacam, elevando sua participação de 75,5% (2015) para 82,4% (2016), acumulando alta de 6% no ano. Na classificação por tipo de fonte, a projeção de participação é de 68,9% de hidráulicas; 8,7% de biomassa; e 4,8% de eólica.
Segundo o documento, em outubro de 2016, a produção de petróleo cresceu 9,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior, e cumulando um aumento de 2,7% no ano. Já a produção de gás natural cresceu 11,2% em outubro e avanço de 6,2% nos primeiros 10 meses de 2016. (canalenergia)

Mão de obra feminina cresce no setor de energias renováveis

São escassos os dados separando por gênero os empregados do setor de energias renováveis. Mas recentemente a IRENA – Agência Internacional de Energia Renovável, (International Renewable Energy Agency) elaborou uma pesquisa com a participação de 90 empresas no setor de energias renováveis, de mais de 40 países, representando toda a cadeia de valor do setor, incluindo, fabricação, instalação, operações e manutenção e consultoria.
A pesquisa detectou que as mulheres representam em média 35% da força de trabalho. Isto é um dado significativo, considerando que as mulheres só representam entre 20 a 25% da mão de obra no setor da indústria de energia.
O fato principal é que em um setor novo e em rápido crescimento, as oportunidades são enormes para que as mulheres ganhem grande representatividade na alta administração. A indústria solar nos Estados Unidos, por exemplo, relata um aumento no número de mulheres de 19% em 2013 para 24% em 2015.
Segundo Thomas Kraus, diretor geral da Enerray do Brasil, empresa especializada em energia fotovoltaica, subsidiária da SECI Energia da Itália (Gruppo Industriale Maccaferri), as mulheres que têm empregado, direta e indiretamente, tem contribuído bastante na construção das usinas de energia fotovoltaicas que a Enerray está atuando. “Parece que esse novo segmento tem atraído cada vez mais mulheres, todas com excelente formação e compromisso com seus cargos” complementa Kraus.
A Enerray está construindo duas obras no interior da Bahia, que juntas irão gerar mais de 350 GWp e uma produção anual está estimada em 700 GWh. A maior delas está em uma área de 550 hectares e já foram cravadas aproximadamente 60.000 estacas de fixação dos 102.000 painéis fotovoltaicos o que significa a instalação de aproximadamente 50MWp. A expectativa é de que 780 empregos sejam criados diretamente durante a construção e cerca de 20 outros durante a operação e manutenção. Só no canteiro de obras, estão alojadas 200 pessoas e são servidas mais de 2.000 refeições por dia. (ambienteenergia)

sábado, 18 de março de 2017

2026 concessões terão no mínimo de 20% em energia renovável

A partir de 2026 as concessões deverão ter no mínimo de 20% de energia renovável.


A Comissão de Minas e Energia aprovou proposta que exige a utilização de, pelo menos, 20% de energia renovável na execução de serviços de concessões ou parcerias público-privadas (PPP) a partir de 2026. O texto estabelece um mínimo menor, de 10%, de energias renováveis entre 2021 e 2026.
O texto aprovado é um substitutivo do deputado Marcus Vicente (PP-ES) ao Projeto de Lei 2836/15, do deputado JHC (SD-AL). O texto original não previa uma gradação na exigência.
Para Vicente, o mercado atual de energia não teria capacidade de suprir a demanda gerada pela proposta original. “Sugerimos alteração para introduzir percentual gradativo de exigência, com prazo suficiente para adaptação do mercado e das contratantes”,
Na opinião do relator, as mudanças garantem os incentivos para fontes renováveis, mas com menor efeito sobre o mercado de energia atual e sobre os valores de contratos das concessões e parcerias público-privadas.
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (ambienteenergia)

Indústria será obrigada a consumir 20% de energia renovável

Indústria poderá ser obrigada a consumir 20% de energia renovável
Proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados e poderá valer a partir de 2018.
O setor industrial poderá ser obrigado a consumir pelo menos 20% de energia elétrica produzida por fontes renováveis, como eólica, solar e biomassa. A proposta consta no projeto de Lei 4420/16, do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB), aprovada pela Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados em 09/01/2017.
Pelo texto, a medida será válida a partir de 2018 e não se aplica aos contratos existentes. Antes, precisa ser analisada e aprovada pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; e de Constituição e Justiça e Cidadania.
Para o relator da proposta, o deputado Cabo Sabino (PR-CE), é correto que as grandes empresas participem do esforço pela elevação da sustentabilidade energética. “Nada mais justo que os consumidores livres, que abrangem as grandes empresas, também participem do esforço pela elevação da sustentabilidade energética, a exemplo do que já fazem os consumidores residenciais”, disse.
O objetivo é valorizar as fontes renováveis, como a eólica, solar, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas, e elevar a participação dessas fontes na matriz energética nacional, protegendo o meio ambiente e aumentando a segurança energética. O parlamentar lembrou que o mercado cativo de energia elétrica, atendido pelas concessionárias de distribuição, têm optado pelas fontes eólica, biomassa e solar, além das pequenas centrais hidrelétricas, por meio dos leilões de energia nova e de fontes alternativas realizados pelo governo federal. (canalenergia)

Fukushima: moradores voltam

Moradores retornam a Fukushima 6 anos após o desastre.
Moradores voltam seis anos após o desastre em Fukushima.
A vida parece estar voltando ao local quase seis anos depois que os moradores, em pânico, fugiram da radiação liberada.
Terremoto e tsunami
Residentes voltam a cidades desertas seis anos após o desastre nuclear de Fukushima.
Um caminhão passa ocasionalmente pelas lojas escuras com paredes rachadas e letreiros caídos na rua principal da cidade litorânea quase deserta de Namie, no Japão.
Trabalhadores consertam uma casa danificada próxima ao local, e cerca de 60 funcionários estão ocupados preparando o retorno de antigos residentes, no prédio quase intocado da prefeitura. Não muito longe, dois javalis selvagens percorrem o jardim de uma casa em busca de comida.
A vida parece estar voltando ao local quase seis anos depois que os moradores, em pânico, fugiram da radiação liberada pela usina nuclear Fukushima Daiichi, atingida por um terremoto e um tsunami.
Apesar disso, apenas algumas centenas dos 21.500 residentes originais planejam voltar neste primeiro momento, conforme estima Hidezo Sato, um ex-comerciante de sementes que ajudou a elaborar um plano para reconstruir a cidade.
“Como alguém que costumava vender sementes como meio de vida, acredito que agora é a hora de plantar sementes para reconstruir,” disse Sato, de 71 anos. “A colheita está distante, mas eu espero poder ajudar a trazer esses frutos”.
Desde novembro de 2016, pessoas que se registraram foram autorizadas a passar suas noites na cidade, mas os residentes não precisarão de permissão para habitar o local permanentemente, após o Japão cancelar a ordem de evacuação em Namie e outras três cidades no final de março.
Distante apenas 4 km da usina danificada, Namie é a área mais próxima liberada para o retorno dos moradores, desde o desastre em 11 de março de 2011.
No entanto, a cidade nunca mais será a mesma, já que a contaminação pela radiação liberada fez com que uma grande parte dela fosse considerada zona proibida, e pode nunca mais ser habitável.
Mais da metade – 53% – dos antigos residentes decidiram não retornar, de acordo com uma pesquisa do governo, realizada no último mês de setembro. Os moradores citaram preocupações com a radiação e a segurança da usina nuclear, que está sendo desmontados, numa árdua inciativa que levará uns 40 anos.
População mais velha
Mais de três quartos dos habitantes com 29 anos ou menos, não planejam retornar, o que significa que os mais velhos podem representar a maior parte da população da cidade, num futuro, em grande parte, desprovido de crianças.
“Os jovens não vão voltar,” disse Yasuo Fujita, antigo residente de Namie, que gerencia um restaurante em Tóquio, capital. “Não haverá empregos ou educação para as crianças”.
Fujita afirma que não quer viver próximo a um possível local de armazenamento para o solo contaminado, que agora está sendo sistematicamente removido.
Os níveis de radiação em Namie se mantiveram em 0,07 microsieverts por hora, em 28 de fevereiro de 2017, com pouca diferença em relação ao restante do Japão.
Apesar disso, na cidade de Tomioka um dosímetro marca 1,48 microsieverts por hora, nível 30 vezes superior ao observado no centro de Tóquio.
Para que a ordem de evacuação da cidade seja removida, a radiação precisa estar abaixo de 20 millisieverts por ano. O município também precisa ter serviços de comunicação e utilidade públicas operantes, além de saúde básica, atendimento aos idosos e serviço de correios.
Caça aos javalis
Namie, que costumava ter seis escolas de educação infantil e três de ensino fundamental, planeja abrir uma escola englobando todos os níveis até a conclusão do ensino médio. Até que isso aconteça, as crianças terão que frequentar escolas em outras cidades.
Um hospital será inaugurado no final deste mês, com um médico atendendo em período integral e outros trabalhando meio período.
Os esforços de reconstrução devem criar alguns empregos. O prefeito da cidade, Tamotsu Baba, espera atrair empresas de pesquisa e robótica.
O panorama de negócios não parece muito atrativo em curto prazo, mas Munehiro Asada, presidente de uma empresa que trabalha com madeira, disse que reabriu sua fábrica na cidade para ajudar em sua recuperação.
“As vendas não alcançam um décimo do que costumavam ser,” disse ele. “Mas gerenciar esta fábrica é a minha prioridade. Se ninguém voltar, a cidade vai desaparecer”.
Shoichiro Sakamoto, de 69 anos, tem uma profissão incomum: caçador de javalis selvagens que invadem áreas residenciais em Tomioka. Sua equipe de 13 homens captura os animais usando armadilhas antes de matá-los com carabinas.
“Os javalis selvagens que estão na cidade não têm mais medo das pessoas hoje em dia,” disse ele. “Eles nos encaram como se estivessem dizendo ‘O que vocês estão fazendo?’ É como se a nossa cidade tivesse sucumbido ao controle dos javalis selvagens”.
Alguns ex-residentes de Namie dizem que a ordem de evacuação deveria ser mantida até que os níveis de radiação reduzissem e o desmonte da usina estivesse mais avançado.
Apesar disso, o prefeito Baba acredita que a hora é agora ou nunca.
“Seis longos anos se passaram. Se a evacuação for prolongada, o coração das pessoas vai se romper,” disse ele. “A cidade pode deixar de existir completamente”. (yahoo)