quinta-feira, 16 de março de 2017

Hidrologia desfavorável aumentará custo de operação


Hidrologia desfavorável deve aumentar custo de operação do sistema, prevê CMSE.

Risco de déficit de energia foi mantido em 0,3% (SE;/CO) e 0% (NE), mas geração térmica deve se manter elevada.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico admite que embora o abastecimento de energia para 2017 esteja garantido, “as condições hidrológicas desfavoráveis deverão levar a despachos térmicos mais volumosos, significando um aumento no custo da operação do sistema.” A conclusão está em nota informativa divulgada pelo CMSE, após a reunião mensal em 08/03/17. As condições de geração de energia esperadas para este mês levarão o consumidor a pagar o adicional tarifário da bandeira amarela, antes mesmo do fim do período úmido.
Na nota, o comitê reitera que o risco de faltar energia esse ano é de 0,3% no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e de 0% no subsistema Nordeste, considerando a configuração do sistema no Programa Mensal de Operação de março e as simulações do modelo Newave para séries sintéticas de vazões. Quando se considera os mais de 80 anos de séries históricas, o risco é de 0% nessas regiões.

Apesar do risco baixo ou inexistente, dependendo do parâmetro usado, o cenário hidrológico não é muito otimista. Um grupo de trabalho formado por representantes dos ministérios da Ciência e Tecnologia e de Minas e Energia concluiu que não estão previstas chuvas abundantes para os próximos 30 dias nas principais bacias do Sistema Interligado. Não haverá influencia do oceano Pacífico no regime pluviométrico do país nos próximos meses, mas o Atlântico deve impactar negativamente as chuvas na porção norte da Região Nordeste, nos próximos três meses.


O Operador Nacional do Sistema Elétrico prevê que ao final do mês de novembro - no encerramento  do período seco -  a energia armazenada nos reservatórios equivalentes do subsistema Sudeste/Centro-Oeste vai variar entre 9% e 33,2%, o que torna esse subsistema “bastante dependente das condições hidrológicas do subsistema Sul.” Em fevereiro, informa a nota do CMSE, a Energia Natural Afluente bruta ficou em 71% da Média de Longo Termo no Sudeste/Centro-Oeste, em 102% no Sul, em 33% no Nordeste e em 77% no Norte. No fim do mês passado, a Energia Armazenada nos reservatórios equivalentes das regiões SE/CO atingiu 40,3%; no Sul, 51,7%; no Nordeste, 20%; e no Norte 47,4%. Para março, a projeção é de que até o fim do mês os níveis de armazenamento fiquem entre 41,5% e 45,9% (SE/CO), 41,3% e 49,6% (Sul), 21,2% e 23,1% (NE) e 64,5% e 65,8% (Norte). (ecodebate)

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