A demanda de energia e o crescimento das fontes renováveis
até 2035.
O
relatório anual Energy Outlook de 2017, da BP, mostra que a demanda global de
petróleo continuará a crescer até a década de 2035, mesmo considerando que as frotas
de veículos elétricos devem se expandir e o processo de transição energética de
baixo carbono ganha força em todo o mundo.
Mesmo
com a diminuição da demanda global, a presença de combustíveis fósseis –
petróleo, carvão mineral e gás deverão continuar a serem as fontes dominantes
de energia que alimentam o mundo, mas passarão de 85% em 2015 para 75% em 2035.
Entre
os combustíveis fósseis, o gás será o combustível de maior crescimento,
aumentando a participação no mix energético, devendo superar o carvão, para ser
a segunda maior fonte de combustível até 2035. O petróleo deve continua a
crescer, mas em ritmo menor, diminuindo sua participação relativa na matriz
energética. O mesmo deve acontecer com o carvão, que deverá atingir o seu pico
em meados da década de 2020.
As
energias renováveis devem apresentar as maiores taxas de crescimento,
contribuindo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A participação
das renováveis no mix energético deve passar de 3% em 2015 para 10% em 2035. As
energias renováveis deverão quadruplicar até 2035, a uma taxa de 7,6% ao ano,
impulsionada pela expansão contínua da energia limpa, especialmente da China e
pela queda nos custos de energia solar e eólica.
Enquanto
alguns ambientalistas veem estes números com otimismo, as previsões da BP
indicam que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) ainda devem crescer 13%
até 2035, número que supera em muito os objetivos climáticos estabelecidos no
Acordo de Paris. Para cumprir os acordos internacionais, as emissões precisam
cair em 30% até 2035, constata o relatório da petroleira BP.
O
crescimento da produção de energia solar e a venda de carros elétricos tem
aumentado muito. O gráfico abaixo, de Robert Rapier (do site Forbes,
05/02/2017) mostra que a venda de veículos elétricos aumentou 8 vezes em cinco
anos nos Estados Unidos.
Assim,
mesmo considerando que a transição energética está acelerada em algumas áreas,
o ritmo de mudança é ainda lento para reverter as emissões de gases de efeito
estufa. O mundo vai continuar aumentando as emissões de GEE, o que provoca o
aumento da concentração de CO2 na atmosfera e o aumento do aquecimento global.
Por sua vez, o aquecimento global provoca a acidificação dos oceanos e a
elevação do nível do mar. Todas as áreas costeiras do mundo estão ameaçadas. O
impacto em termos econômicos e sociais pode ser dramático e, até mesmo,
provocar o colapso da civilização, se não houver mudanças mais profundas no
metabolismo entrópico do modelo hegemônico “Extrai-Produz-Descarta”.
(ecodebate)
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