A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza
Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe divulgou o Panorama dos Resíduos Sólidos
no Brasil em 2016. Os resultados foram obtidos com a soma das projeções de cada
região do país, e além dos resíduos sólidos urbanos – RSU, também analisa a
geração e destinação dos resíduos de saúde – RSS, construções e demolições –
RCD e os previstos nos acordos de logística reversa. Este é o primeiro artigo
de uma série com base nestas informações.
Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2016.
Com relação aos RSU, em 2016 foram produzidas 78,3
milhões de toneladas com queda de 2% em comparação ao panorama de 2015. A
coleta atingiu 91% dos resíduos gerados com 71,3 milhões de toneladas
recolhidas, enquanto 7 milhões de toneladas não foram recolhidas, ficando
absolutamente sem nenhum tipo de tratamento e dispersas nos ambientes. A
disposição final dos RSU em aterros sanitários adequados piorou em relação ao
índice anterior e caiu de 58,7% para 58,4% ou seja, 41,7 milhões de toneladas
do total recolhido. As restantes 29,6 milhões de toneladas correspondentes a
41,6%, foram dispostas inadequadamente em lixões ou aterros controlados por
3.331 municípios do país.
Os recursos financeiros aplicados pelos municípios
brasileiros em 2016 para a gestão dos RSU foi de R$ 9,92 mensais com queda de
0,7%. A geração de postos de trabalho diretos no setor de limpeza pública
retraiu 5,7% com perda de 17.700 vagas. Considerando o mercado global da
limpeza no Brasil, em 2016 foram movimentados 27,3 bilhões, com queda de 0,6%
comparado ao panorama anterior.
A geração diária de RSU em 2016 foi de 214.405
toneladas com 1,040 Kg/habitante/dia. No ano anterior de 2015 foram 218.874
toneladas/dia e 1,071 kg/habitante/dia, representando em 2016 uma queda de 2,9%
na produção individual diária de resíduos.
Ano
|
Toneladas/Dia
|
Kg/habitante/dia
|
2015
|
218.874
|
1,071
|
2016
|
214.405
(-2%)
|
1,040
(-2,9%)
|
Tabela 1 – Geração
diária total e individual de RSU no Brasil em 2016.
A Abrelpe informa que em relação com a cobertura da
coleta houve um pequeno avanço, sendo que a Região Sudeste apresenta o maior
percentual de coleta e representa 52,7% do total de RSU gerados, enquanto a
Região norte participa com 6,4% do total e a Região Nordeste tem o menor
percentual de coleta com 79%.
Região
|
Participação no total RSU
|
Coleta
|
Per capita (Kg/hab/dia)
|
Norte
|
6,4%
|
81%
|
0,87
|
Nordeste
|
22%
|
79%
|
0,97
|
Centro Oeste
|
8,2%
|
94%
|
1,09
|
Sudeste
|
52,7%
|
98%
|
1,21
|
Sul
|
10,7%
|
95%
|
0,75
|
Brasil
|
100%
|
91%
|
1,04
|
Tabela 2 – Participação
no total de RSU, percentual de coleta e geração per capita nas regiões.
Quanto à coleta seletiva, 3.878 municípios
apresentam iniciativas, mas na quase totalidade destes não há programas que
garantam a universalidade e a eficiência dos projetos, sendo atividades
parciais e limitadas que ainda estão sendo implantadas e que dispõe de recursos
limitados. A Região Sul é a que apresenta o maior índice de municípios com
iniciativas de coleta seletiva com 89,8% tendo ações neste sentido.
Região
|
Municípios com
iniciativas de coleta seletiva dos RSU
|
Norte
|
58,4%
|
Nordeste
|
49,6%
|
Centro Oeste
|
43,3%
|
Sudeste
|
87,2%
|
Sul
|
89,8%
|
Brasil
|
69,9%
|
Tabela 3 – Municípios
com iniciativas de coleta seletiva em 2016.
A
queda da produção de RSU em 2016 não está relacionada com uma melhor gestão ou
com atitudes conscientes e positivas dos consumidores. A Abrelpe reconhece que
a crise econômica foi o principal fator destes resultados, com uma diminuição
do consumo em todas as regiões, a piora dos índices e o aumento de resíduos não
recolhidos, destinados para lixões e aterros controlados. Os investimentos dos
municípios neste setor também foram afetados pela crise econômica e
permaneceram insuficientes, agravando em muitas situações os problemas
ambientais e sociais relacionados com a gestão e disposição inadequada dos RSU.
(ecodebate)
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