quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2016

A Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – Abrelpe divulgou o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2016. Os resultados foram obtidos com a soma das projeções de cada região do país, e além dos resíduos sólidos urbanos – RSU, também analisa a geração e destinação dos resíduos de saúde – RSS, construções e demolições – RCD e os previstos nos acordos de logística reversa. Este é o primeiro artigo de uma série com base nestas informações.
Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil em 2016.
Com relação aos RSU, em 2016 foram produzidas 78,3 milhões de toneladas com queda de 2% em comparação ao panorama de 2015. A coleta atingiu 91% dos resíduos gerados com 71,3 milhões de toneladas recolhidas, enquanto 7 milhões de toneladas não foram recolhidas, ficando absolutamente sem nenhum tipo de tratamento e dispersas nos ambientes. A disposição final dos RSU em aterros sanitários adequados piorou em relação ao índice anterior e caiu de 58,7% para 58,4% ou seja, 41,7 milhões de toneladas do total recolhido. As restantes 29,6 milhões de toneladas correspondentes a 41,6%, foram dispostas inadequadamente em lixões ou aterros controlados por 3.331 municípios do país.
Os recursos financeiros aplicados pelos municípios brasileiros em 2016 para a gestão dos RSU foi de R$ 9,92 mensais com queda de 0,7%. A geração de postos de trabalho diretos no setor de limpeza pública retraiu 5,7% com perda de 17.700 vagas. Considerando o mercado global da limpeza no Brasil, em 2016 foram movimentados 27,3 bilhões, com queda de 0,6% comparado ao panorama anterior.
A geração diária de RSU em 2016 foi de 214.405 toneladas com 1,040 Kg/habitante/dia. No ano anterior de 2015 foram 218.874 toneladas/dia e 1,071 kg/habitante/dia, representando em 2016 uma queda de 2,9% na produção individual diária de resíduos.
Ano
Toneladas/Dia
Kg/habitante/dia
2015
218.874
1,071
2016
214.405 (-2%)
1,040 (-2,9%)
Tabela 1 – Geração diária total e individual de RSU no Brasil em 2016.
A Abrelpe informa que em relação com a cobertura da coleta houve um pequeno avanço, sendo que a Região Sudeste apresenta o maior percentual de coleta e representa 52,7% do total de RSU gerados, enquanto a Região norte participa com 6,4% do total e a Região Nordeste tem o menor percentual de coleta com 79%.
Região
Participação no total RSU
Coleta
Per capita (Kg/hab/dia)
Norte
6,4%
81%
0,87
Nordeste
22%
79%
0,97
Centro Oeste
8,2%
94%
1,09
Sudeste
52,7%
98%
1,21
Sul
10,7%
95%
0,75
Brasil
100%
91%
1,04
Tabela 2 – Participação no total de RSU, percentual de coleta e geração per capita nas regiões.
Quanto à coleta seletiva, 3.878 municípios apresentam iniciativas, mas na quase totalidade destes não há programas que garantam a universalidade e a eficiência dos projetos, sendo atividades parciais e limitadas que ainda estão sendo implantadas e que dispõe de recursos limitados. A Região Sul é a que apresenta o maior índice de municípios com iniciativas de coleta seletiva com 89,8% tendo ações neste sentido.
Região
Municípios com iniciativas de coleta seletiva dos RSU
Norte
58,4%
Nordeste
49,6%
Centro Oeste
43,3%
Sudeste
87,2%
Sul
89,8%
Brasil
69,9%
Tabela 3 – Municípios com iniciativas de coleta seletiva em 2016.
A queda da produção de RSU em 2016 não está relacionada com uma melhor gestão ou com atitudes conscientes e positivas dos consumidores. A Abrelpe reconhece que a crise econômica foi o principal fator destes resultados, com uma diminuição do consumo em todas as regiões, a piora dos índices e o aumento de resíduos não recolhidos, destinados para lixões e aterros controlados. Os investimentos dos municípios neste setor também foram afetados pela crise econômica e permaneceram insuficientes, agravando em muitas situações os problemas ambientais e sociais relacionados com a gestão e disposição inadequada dos RSU. (ecodebate)

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