A
Tesla, que já tem entre seus objetivos reinventar o automóvel e o modo como a
energia é gerada para as residências, embarcou em uma nova aventura:
reconstruir a indústria dos caminhões.
Na
semana passada, o presidente-executivo da empresa, Elon Musk, apresentou o
protótipo de um caminhão elétrico, praticamente autônomo e que, a empresa
promete, vai ter um custo de operação menor do que os seus rivais movidos a
diesel.
Ele
afirmou que, com uma única carga, o veículo será capaz de rodar 800
quilômetros, uma autonomia superior à esperada por analistas e capaz de atender
boa parte das rotas típicas de entrega.
O
caminhão elétrico de grande porte desenvolvido pela Tesla; produção deve
começar em 2019.
As
promessas de Musk não param aí. Segundo ele, o veículo, sem o reboque, vai de
zero a cem quilômetros em cinco segundos -carregando até 36 toneladas, a meta é
atingida em 20 segundos, menos de um terço do obtido por caminhões a diesel.
Ele
disse que espera que a produção do caminhão comece no fim de 2019.
O
executivo não anunciou o preço do novo veículo, mas já indicou que não será
barato. "As coisas da Tesla são caras", afirmou Musk, que, segundo a
revista "Forbes", tem uma fortuna de US$ 19,7 bilhões, a 54ª do
mundo.
Mas
ele também disse que o caminhão elétrico será mais barato para operar, em parte
porque tem menos componentes que exigem manutenção regular, como eixo de
transmissão ou motor.
Em
lugar disso, o caminhão, chamado de Tesla Semi, é alimentado por uma bateria
gigante que fica embaixo da cabine. Ele tem dois eixos traseiros, cada um
equipado com dois motores elétricos, um para cada roda.
De
acordo com Musk, o caminhão da empresa vai ter um custo de operação de US$ 0,78
por quilômetro (R$ 2,54 pela cotação atual), ante US$ 0,94 dos movidos a diesel
(R$ 3,06).
O
custo pode cair ainda mais, segundo a empresa, para US$ 0,53 (R$ 1,72), se os
caminhões andarem em comboio, reduzindo o arrasto do vento. "Vai superar o
[custo] do trem", afirma Musk.
Design
Como
costuma acontecer com a Tesla, o caminhão da empresa tem mudanças drásticas em
relação ao padrão adotado pela indústria.
A
cabine tem espaço suficiente para que motorista e passageiro fiquem de pé. O
banco do motorista fica no centro da cabine, e não do lado esquerdo. Ele tem
duas telas de vídeo do tamanho de um laptop que mostram informações de
navegação, assim como imagens de pontos cegos e de outras áreas do veículo.
Ele
será equipado com sensores, câmeras e processadores que permitirão aos
motoristas usar uma versão do Autopilot, o sistema de direção assistida que já
aparece em carros da Tesla como o Model S e o recém-lançado Model 3.
O
Autopilot é capaz de, automaticamente, conduzir, acelerar e frear para outros
veículos e obstáculos. Mas os motoristas precisam ficar atentos ao que acontece
na estrada e manter as mãos no volante enquanto utilizam o sistema da
montadora.
Desafios
A
Tesla pode ter dificuldades caso não consiga cumprir a sua promessa de
autonomia de 800 quilômetros com uma única carga de bateria.
Analistas
do banco de investimento Bernstein estimavam, antes do lançamento. que o
caminhão da Tesla teria uma autonomia de 480 a 720 quilômetros. Para eles, essa
capacidade seria uma "restrição significativa".
Musk
afirmou que a empresa prevê a construção de uma rede de supercarregadores por
todo os EUA e em outros países. Ele deu poucos detalhes, mas disse que eles
seriam alimentados por energia solar. "O seu caminhão vai estar rodando
com a luz do sol."
A
promessa de construir caminhões elétricos acontece em um momento em que a
empresa enfrenta diversos desafios com a divisão de carros.
O
novo Model 3, o carro mais barato da montadora, passou por uma série de
atrasos. Quando a produção teve início em julho em unidade na Califórnia, Musk
disse que esperava que ela chegasse a 20 mil veículos por mês até o fim deste
ano -a companhia só conseguiu fabricar 260 unidades até setembro. (biodieselbr)
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