Geração
de energias renováveis. A necessidade de transição dos combustíveis
fósseis (carvão, petróleo e gás natural) para um sistema energético limpo,
com baixa emissão de carbono, já é amplamente reconhecida pelos governos,
empresas e sociedade civil de todo o mundo.
A
ameaça dos impactos das mudanças climáticas cada vez mais
presente (altas temperaturas, secas e tempestades sem
precedentes, diminuição na produção de alimentos, doenças e colapso econômico),
alerta sobre a necessidade de uma rápida transição em
direção ao uso de tecnologias energéticas sustentáveis.
Energias
renováveis são aquelas diretamente regeneradas ou reabastecidas pela natureza,
nos seus processos normais, tendo, a maioria delas, a
grande vantagem de provocar reduzidos impactos ambientais. Elas
apresentam-se como alternativas sustentáveis ao uso de fontes tradicionais como
gás natural, centrais hídricas, carvão mineral e petróleo.
As
energias renováveis também causam impactos ambientais, alguns deles até
significativos. No entanto, quando comparadas a outras fontes, como a gerada
por combustíveis fósseis, os danos são substancialmente menores sobre os
recursos naturais e as sociedades humanas. E é possível investir
em fontes energéticas limpas e sustentáveis, como a solar e a eólica, não
dependentes de combustíveis para operar.
As principais
fontes energéticas sustentáveis são: energia solar
(proveniente da radiação solar); eólica (oriunda dos ventos); biomassa e
biocombustível (produzida a partir de matéria orgânica); hidráulica
(aproveitamento dos rios); maremotriz (contida no movimento das ondas e marés)
e geotérmica (a partir do calor nas camadas abaixo da superfície terrestre).
A
contínua queda nos custos da energia solar e eólica, tornando-as competitivas
frente aos combustíveis fósseis, indicam que as
oportunidades de mercado continuarão a abrir-se à produção limpa e sustentável.
Essa tendência de redução nos custos deve permanecer em vigor nos próximos
anos, em função da economia de escala e das melhorias tecnológicas.
Neste
post, selecionamos os 10 motivos porque as energias renováveis oferecem
soluções à redução da crise
ambiental e climática global, contribuindo para um Planeta sustentável.
1) Redução do aquecimento global
A
atividade humana tem sobrecarregado a atmosfera com alto nível de emissão de
gases de efeito estufa, sobretudo dióxido de carbono. É
preciso reduzir esses índices de poluição, visando controlar o
acelerado processo de mudanças climáticas, a elevar sobremaneira as
temperaturas e provocar diversos efeitos nocivos ao ser humano e ao ambiente.
Pelo Acordo de Paris, cerca de 195 países se
comprometeram a reduzir a emissão de dióxido de carbono sobre a atmosfera,
visando atingir a meta de limitar a elevação da temperatura média global a 2°C
acima dos níveis pré-industriais, ainda neste século.
O
pacto internacional, assinado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas
sobre a Mudança do Clima (UNFCCC, da sigla em inglês), tem o objetivo
de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e reforçar a
capacidade dos países em lidar com os impactos decorrentes dessas alterações
ambientais. Políticas energéticas sustentáveis são
consideradas vitais ao processo de descarbonização global, pois reduzirão
significativamente os riscos e impactos das mudanças climáticas.
Segundo
o Ministério do Meio
Ambiente (MMA), como signatário do Acordo de Paris, o
Brasil comprometeu-se a reduzir, em 2025, as emissões de gases de efeito estufa
em 37%, abaixo dos níveis de 2005, com uma contribuição
indicativa subsequente de diminuir as emissões em 43%, em 2030.
Para
isso, o País assumiu a meta de aumentar a geração de biocombustíveis
sustentáveis em aproximadamente 18%, até 2030. Também se comprometeu a ampliar
o uso das fontes solar, eólica e biomassa, até alcançar uma participação
estimada em 45% de energias renováveis, na composição da sua
matriz energética.
De
acordo com um balanço energético do Ministério de Minas e Energias (MEE), em
2015, mais de 75% da energia elétrica produzida no Brasil foi oriunda de fontes
renováveis. A de origem hídrica correspondeu a 64% da
matriz brasileira. A segunda fonte renovável utilizada foi a biomassa, com 8%
da produção. A produzida pelos ventos respondeu por 3,5%, enquanto a solar, por
apenas 0,01%.
Produção
de energia no Brasil.
Hoje,
a matriz energética brasileira contém 40% de fontes renováveis (sendo 75% na
oferta de energia elétrica). Todavia, embora grande
parte da energia brasileira origine-se de renováveis, não significa dizer que
essas fontes sejam limpas e sustentáveis. É o caso das
hidrelétricas, que provocam diversos impactos sociais e ambientais.
A biomassa, por sua vez,
inspira preocupações parecidas com os combustíveis fósseis, em função de envolver
combustão em seu processo de produção, com emissões de gases de efeito estufa
na atmosfera. Além disso, também afeta o solo no processo de cultivo da
matéria-prima. Dessa forma, não é considerada uma alternativa
sustentável.
A
biomassa corresponde à utilização de vegetais – especialmente cana-de-açúcar e
soja – para gerar eletricidade, por meio da queima de materiais orgânicos ou de
seu processamento. Biocombustíveis, por exemplo, são
produtos da fermentação ou decomposição de materiais orgânicos e
podem ser utilizados tanto na produção de eletricidade quanto na movimentação
de veículos.
A exploração
do pré-sal no Brasil também é um dos fatores a influenciar no avanço quanto ao
uso de fontes de energia limpa e sustentável, como a solar
e a eólica.
Nos
Estados Unidos, cerca de 29% das emissões de gases de efeito estufa provêm do
setor elétrico, sendo a maioria delas originadas de combustíveis fósseis, como
carvão e gás natural. Uma pesquisa do National Renewable Energy Laboratory
(NREL), do Departamento de Energia dos Estados Unidos, explorou a
viabilidade de gerar 80% da eletricidade daquele país a
partir de fontes sustentáveis, até 2050, reduzindo as emissões
do setor elétrico em aproximadamente 81%.
Todavia,
a gestão do presidente Donald Trump tem se mostrado pouco afeita a temas
ligados às fontes alternativas, como a redução das emissões de carbono.
Por
outro lado, a China tem ampliado sua liderança global em
investimentos no setor. De acordo com o relatório Expansão
Global de Energias Renováveis da China, do Instituto de Economia e Análise
Financeira da Energia, até 2021, o país vai instalar 36% de toda a capacidade
global de geração sustentável, correspondendo a 40% da produção
eólica mundial e a 36% da solar. A China superou, de longe, a União
Europeia, antes líder mundial no setor. A Europa Ocidental viu o pico de
investimentos, em 2015, em U$ 73 bilhões, antes de cair para U$ 53 bilhões, em
2016.
Na
América Latina, países como Brasil, México,
Argentina e Chile têm atraído investimentos de empresas chinesas nas energias
sustentáveis. Assim, países como a China têm assumido essa
vanguarda global na geração de renováveis, reconhecendo o potencial do setor, e
oferecendo exemplos bem-sucedidos de emissão de baixo carbono, a serem seguidos
por outros estados nacionais.
2) Melhoria da saúde pública
Os
combustíveis fósseis poluem os recursos naturais, principalmente a água e o ar,
desencadeando diversas doenças, muitas delas graves, e afetando diretamente a saúde pública.
Os
sistemas de energia solar, eólica e hídrica geram eletricidade com emissão
mínima de poluentes na atmosfera, evitando impactos negativos sobre a saúde pública.
A
tendência do envelhecimento da população em muitas sociedades industrializadas
torna essas pessoas mais vulneráveis aos efeitos da poluição do ar, sobretudo
nas áreas urbanas. Esses fatores requerem uma atenção especial à qualidade do ar,
meta a ser alcançada pelo investimento em energias limpas e sustentáveis.
As energias solar e eólica também evitam a poluição das águas, pois não necessitam desse
recurso em sua produção. O processo de geração pelas fontes convencionais depende
de água para refrigeração.
3) Energia inesgotável
Parque
eólico.
Grande
parte das demandas por
eletricidade podem ser fornecidas por renováveis. A maior
vantagem, como mencionado, é de elas serem sustentáveis e constantemente
reabastecidas pela própria natureza (ventos fortes, ondas, radiação solar
etc.), não se constituindo em fontes escassas ou finitas.
As fontes solar e eólica correspondem a uma das maneiras mais limpas e
sustentáveis de geração de eletricidade, sendo alternativas viáveis para produção
de energia em larga escala, com a vantagem de serem abundantes, inesgotáveis e
acessíveis.
4) Redução no uso da água
Usina
hidrelétrica.
Da eletricidade produzida
no Brasil, um percentual superior a 75% é proveniente de fontes renováveis, enquanto no resto do
mundo, a média é de 23%. Desse total, o País possui, como citado acima, grande
capacidade instalada de geração de energia renovável, por intermédio das usinas
hidrelétricas (64%), de onde vêm cerca de dois terços da eletricidade nacional.
Todavia, a
dependência do Brasil em relação às hidrelétricas para produzir a maior parte
da sua energia elétrica acende um alerta: a escassez de
recursos hídricos, decorrente da seca e poluição, o aumento das demandas por
água e a necessidade de respeitar seus usos múltiplos (Lei no 9.433/97)
podem comprometer diretamente o sistema. Nos últimos 15 anos, o volume de
chuvas no Brasil tem diminuído drasticamente, reduzindo sobremaneira o
potencial de geração da energia hídrica e causando constante insegurança
energética.
Quem
não se lembra da crise energética ocorrida em
2001-2002, quando houve a ameaça de um “apagão elétrico” no
Brasil e a população precisou reduzir rigorosamente seus hábitos de consumo? Na
época, aproximadamente 90% da eletricidade do Brasil era produzida por usinas
hidrelétricas, cujos reservatórios, em função da seca, não dispunham de nível
adequado de água para operar.
A seca continua afetando a
geração de energia elétrica no Brasil. Como alternativa, o governo decidiu
investir nas termoelétricas, como sistema complementar, acarretando alto custo
de produção, grande emissão de poluentes e profundos impactos sociais e
ambientais. Isso explica porque, frequentemente, em períodos secos, sua conta
de luz costuma ficar bem mais cara, em razão de o governo recorrer ao reforço
das custosas termoelétricas.
A
energia hídrica é uma fonte renovável muito significativa, porém seus custos
estão aumentando e os investimentos estão caindo. Além disso, embora
as represas hidrelétricas continuem sendo construídas em muitos países, como
China e Brasil, elas perturbam os ecossistemas fluviais, tanto a montante como
a jusante da barragem, causando diversos impactos sociais e
ambientais irreversíveis.
O
Brasil também apresenta particular expertise na geração de álcool combustível e está entre
os cinco maiores produtores de biodiesel do mundo. A
expansão do setor sucroalcooleiro (etanol), por exemplo, embora influencie
positivamente nos resultados econômicos do Brasil, causa diversos prejuízos à
sua biodiversidade e aos serviços ambientais. O setor
consolidou-se às custas de desmatamentos/queimadas para atender a expansão da
monocultura de cana-de-açúcar em áreas de Cerrado, já avançando em direção
aos biomas do Pantanal e
Amazônia.
Assim, a
diversificação da matriz energética no Brasil, implantando um modelo
sustentável de produção limpa, especialmente baseado nas energias solar e
eólica, é alternativa para fortalecer e estabilizar o sistema nacional. Também
é uma forma de diminuir os conflitos pelo uso dos recursos hídricos e reduzir a
dependência do setor elétrico por água doce. Dentre as vantagens das energias
sustentáveis, cita-se ainda o fato de atenderem à necessidade urgente de
reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, consequência das
mudanças ambientais.
A
escassez hídrica representa uma ameaça à geração de energia baseada em
combustíveis fósseis, em razão de depender de água suficiente para
refrigeração. Assim, eventos ambientais extremos, como secas severas, limitam o
processo de produção dessas fontes convencionais. Por outro lado, os
sistemas considerados sustentáveis, como o solar e o eólico, não requerem água
para operar na geração de eletricidade. Nesse sentido,
essas fontes alternativas são contribuições valiosas ao sistema hídrico e
climático global.
5) Geração de empregos
Trabalhadores
instalando placas solares.
Um ponto forte das fontes
sustentáveis é impulsionar a geração de empregos. Diferentemente das
tecnologias de combustíveis fósseis, tipicamente mecanizadas e de capital
intensivo, a indústria de renováveis necessita de muita mão de obra capacitada
para funcionar.
Segundo
Relatório da International Renewable Energy Agency (Irena), em
2016, o setor empregou 9,8 milhões de trabalhadores em todo o mundo,
sendo dois terços em postos ligados à geração solar, eólica e de
biocombustível. Cerca de 62% dos postos de trabalho em renováveis estão
localizados na Ásia.
A China é campeã mundial de
investimentos em renováveis, consequentemente, atingiu o patamar de 3,5
milhões de empregos gerados. Na Índia, o montante aplicado no setor duplicou
entre 2013-2016, significando também geração de inúmeros postos de trabalho.
Segundo
a Irena, em 2016, os investimentos globais em fontes
sustentáveis foram em torno de U$ 260 bilhões, sendo 92% oriundos da iniciativa
privada. O setor público tem tido pouca participação na geração
de energia com baixa emissão de carbono, alcançando montante em torno de
somente 8%.
As energias solar e eólica
dominam os gastos globais em projetos de energias sustentáveis, passando de 83% do
financiamento total, em 2013, para 93%, em 2016.
De
acordo com dados da Irena, a energia solar foi a maior
empregadora em 2016, com 3,1 milhões de empregos – 12% a
mais em relação a 2015 –, principalmente na China, Estados Unidos e Índia.
Brasil, China, Estados
Unidos e Índia também se revelaram mercados-chave de bioenergia, com os biocombustíveis
respondendo por 1,7 milhão de empregos, a biomassa por 700 mil e o biogás em
torno de 300 mil.
6) Energia limpa e sustentável
Apesar da queda nos custos, as energias sustentáveis provenientes do sol
e dos ventos ainda representam apenas 5,5% da eletricidade mundial. Uma visão abrangente
em relação à demanda, inclusive para aquecimento doméstico, transporte e
indústria, mostra a parcela de energia eólica e solar correspondente a um
minúsculo 1,6%.
Todavia,
segundo a Irena, em
alguns países desenvolvidos, o custo da energia solar diminuiu quase 70%, entre
2010 e 2016, tornando-a competitiva frente aos combustíveis
fósseis. Da mesma forma, a eólica, com queda de 18% nos custos durante o mesmo
período.
Além
disso, apesar de as tecnologias ligadas às renováveis ainda serem caras na fase
de implantação, serão
mais econômicas em longo prazo, além do benefício de a maioria
delas serem limpas. Esses fatores são essenciais para torná-las sustentáveis.
Embora
a maioria dos países ainda seja bastante dependente da importação de petróleo,
em alguns deles, a energia solar e a dos ventos já são mais baratas, quando
comparadas aos combustíveis fósseis. Tem sido frequente países como a Dinamarca, a Escócia e a Alemanha terem períodos
nos quais o equivalente a toda a sua demanda de energia provenha da produção
solar ou dos ventos.
Até
o final deste ano, a Suécia terá 3.681 parques eólicos em funcionamento, com
7,5 GW de capacidade e gerando mais de 18 TWh por ano. Com isto, os suecos devem atingir a meta que definiram
para 2030 com antecedência de doze anos.
7) Controle da inflação
As
flutuações nos preços dos combustíveis fósseis são constantes, dependendo de
vários fatores internacionais. Com a queda nos valores das tecnologias energéticas sustentáveis, e o
fato de elas operarem a baixo custo, será possível estabilizar os preços da
energia aos consumidores, durante um maior período de tempo.
A
estabilidade nos custos da energia afeta positivamente diversos setores
comerciais e industriais, em função de influenciar na redução da inflação.
8) Descarbonização do transporte
Carro
elétrico.
As baterias de íon-lítio
também se tornarão mais acessíveis, podendo facilitar a substituição dos
veículos convencionais pelos carros elétricos. Os primeiros são
movidos por motores de combustão interna, altamente emissores de CO2
e de outros gases poluentes.
Já
os últimos funcionam com eficientes motores elétricos, à base de baterias
parecidas com as de celulares, mas em uma dimensão muito maior. Esses veículos
são bastante silenciosos e ambientalmente sustentáveis, sendo uma alternativa à
diminuição das emissões de carbono na atmosfera. De acordo com a Bloomberg
News Energy Finance, a previsão é de serem
vendidos cerca de 1,5 milhões de carros elétricos somente em 2018.
Se
a frota global de veículos elétricos limita-se, atualmente, a 2 milhões, a
perspectiva daInternational Energy Agency (IEA) é de fortalecimento
das iniciativas industriais, com apoio político, impulsionando
a projeção da frota global de carros elétricos para 280 milhões, no ano de 2040.
Até
lá, a tendência é de os carros elétricos se moverem rapidamente em direção ao
mercado principal. Porém, a descarbonização do setor de
transporte ainda exige medidas sustentáveis de eficiência energética, muito
mais rigorosas em todos as áreas, principalmente no
deslocamento rodoviário de mercadorias.
A
recente greve dos caminhoneiros, ocorrida em todo o Brasil, em maio de 2018, em
função do aumento nos preços do diesel, paralisou atividades dos diversos
setores econômicos e causou desabastecimento nas cidades. A
situação foi um alerta para o quanto o País ainda é dependente dos combustíveis
fósseis.
O transporte elétrico
também poderá ser impulsionado pelo hidrogênio (células a
combustível, com funcionamento similar ao de uma pilha comum), fonte de energia
sustentável tida como muito mais eficaz em relação às baterias de íon-lítio.
Seus mecanismos e processos de produção eficientes ainda se encontram em fase
de investigação e desenvolvimento tecnológico.
Mas
há quem já considere o hidrogênio como o “combustível
do futuro”, em razão da sua abundância no Planeta (embora
não seja encontrado de forma pura na natureza) e das suas diferentes formas de
utilização.
9) Melhoria da eficiência energética
Ainda
de acordo com a IEA, as demandas energéticas globais
aumentarão 30%, até o ano de 2040. Isso equivale a adicionar outra
China e Índia à demanda global de hoje. Estima-se que, até lá, dois terços dos
investimentos globais em produção energética sejam direcionados às fontes
sustentáveis, de baixo carbono, por se tornarem de menor custo em muitos
países.
A perspectiva é de a
geração de energia ficar quase descarbonizada até 2040, dependendo de fontes
renováveis (cerca de 60%), energia nuclear (15%), bem como da contribuição da
captura e armazenamento de carbono (6%). Esta tecnologia poderá desempenhar um
papel igualmente importante na redução das emissões do setor industrial.
Vale
ressaltar, contudo, um relatório recentemente divulgado pela European Academies Science Advisory Council (EASAC),
destacando o potencial muito limitado das tecnologias de
emissões negativas, voltadas para ações de captura de carbono
na atmosfera.
Segundo
o estudo, recorrer a essas técnicas não seria uma forma
segura para os países não implementarem, de forma suficiente, as medidas de
redução de dióxido de carbonona atmosfera, dentre as quais,
aquelas relacionadas à eficiência energética e ao uso de renováveis.
Os investimentos em fontes
sustentáveis e a busca constante pela eficiência energética são os principais
mecanismos a impulsionar a transição para fontes de baixa emissão de carbono, em um contexto que indica
processo de declínio no consumo de combustíveis fósseis.
10) Desenvolvimento tecnológico
Tecnologia
para geração de energia marítima.
A
diminuição nos custos de implantação dos sistemas de energias sustentáveis
ocorreram graças aos avanços tecnológicos no setor, aspecto que depende
de grandes investimentos
em pesquisa e desenvolvimento, visando aprimorar as inovações.
Além
disso, diante do aumento
previsto das demandas por energia nas próximas décadas, será imprescindível
desenvolver tecnologias cada vez mais eficientes e
investir no aperfeiçoamento de mão de obra capacitada para o setor.
Sistema energético alternativo
É
claro que a era dos combustíveis fósseis, especialmente do petróleo, ainda não
acabou. A grande maioria dos países continua dependente da sua exportação.
Porém, o modelo
energético convencional está em crise, em função de questões geopolíticas,
econômicas e ambientais, em torno da extração e comercialização
desses recursos naturais, sobretudo pelo seu caráter não renovável, ou seja,
seu uso intensivo levará ao esgotamento das reservas.
Além
disso, é evidente que já está insuportável ao Planeta (e também às sociedades
humanas), o nível de poluição e agressão que as energias convencionais provocam
ao ambiente. Por essa razão, caminha-se para um processo definitivo de mudanças globais no sistema
energético, em direção a um modelo baseado em alternativas sustentáveis.
Essa
transição na matriz energética mundial, em direção às fontes limpas e
sustentáveis, requer políticas
de incentivo para o setor, pois promovem o desenvolvimento dos países,
atingindo várias metas, como estabilidade do clima, qualidade do ar, acesso
universal à energia moderna e segurança energética.
Nesse
sentido, investir no desenvolvimento de tecnologias para energias sustentáveis,
visando torná-las mais eficientes, baratas e acessíveis, bem como modernizar os
sistemas, é passo fundamental a todos os países, sendo ainda a capacitação de pessoas fator essencial
para dinamizar o setor.
Conclusão
A
mudança global para um novo modelo energético será fundamental para diminuir os
impactos do ser humano sobre o ambiente e tornar mais sustentáveis as
inter-relações da sociedade com a natureza.
Porém, mesmo se até 2050, ou até antes, toda a
energia global utilizada for originária de fontes renováveis, somente essa
transição não será suficiente para mitigar o processo de mudanças climáticas.
É bom lembrar que os impactos dos seres humanos sobre os recursos naturais, em
muito, transcendem a questão energética, fazendo parte dos paradigmas mais
amplos que sustentam a atual sociedade. (letrasambientais)
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