quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Novos investidores avaliam o Brasil por fontes renováveis

Consultoria K2 Management aponta interesse de fundos de investimentos e operadores de olho na expansão da capacidade instalada no país.
O ano de 2019 deverá ser o período de pavimentação de um caminho para a expansão das renováveis no país. No foco está a atuação do novo governo e as medidas que deverá tomar em breve, no que é chamado de os primeiros 100 dias. No foco, pautas como a questão do GSF, agenda de leilões e o andamento das propostas da CP 33. O clima ainda é de otimismo, tanto que novos investidores estrangeiros estão em busca de informações sobre o mercado nacional de olho em projetos no mercado regulado e no livre.
De acordo com diretor regional da K2 Management no Brasil, Herbert Nascimento, dentre as consultas que a empresa vem registrando há private equity, bem como operadores de usinas que têm interesse em entrar no país. As fontes que são mais atrativas são a eólica e a solar, mas há casos de questionamento acerca de PCHs também. “Não há uma tendência única, o interesse pela entrada no Brasil se dá por projetos operacionais já contratados no mercado regulado, mas também por empreendimentos greenfield”, apontou ele.
Entre os sinais que o governo vem dando e que trazem esse otimismo ao  mercado, apontou o executivo, estão desde a própria indicação do ministro Bento Albuquerque até o segundo e terceiro escalões do setor como a indicação de Marisete Pereira para a secretaria executiva, Reive Barros para a secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético e Thiago Barral para a presidência da EPE. Em sua análise, o que se tem até o momento em termos de novas autoridades do setor é que há uma tendência de que o governo seja o realizador de projetos.


Energias renováveis podem ficar mais baratas que fósseis até 2020.
“Aparentemente o que vemos até o momento é que o governo vem cumprindo a promessa de ter um perfil técnico”, acrescentou.
Nascimento relatou que diante do cenário que o país vem apresentando, de um governo cujo discurso é alinhado para o liberalismo econômico e isso é positivo para a atração de investimentos. Além disso, temas como a abertura do mercado livre vem produzindo notícias interessantes aos olhos dos investidores. Uma dessas foi anunciada recentemente entre a Vale e a Casa dos Ventos que fecharam acordo de longo prazo, ponto chave para esse ambiente de contratação e que pode abrir novas frentes, destacou.
“Estamos assessorando investidores internacionais de grande porte interessados em entrar no mercado brasileiro. Acredito que a tendência é de que o ano de 2019 seja melhor que 2017 e 2018, por isso estamos com uma visão de um ano bastante positivo”, ressaltou.
As conversas que a consultoria vem tendo com esses interessados giram no sentido de buscar bons projetos pelo país, especialmente na região Nordeste, onde se concentra o principal potencial de geração renovável. Aliás, o Brasil em termos potenciais é o mercado mais atrativo em termos de capacidade de crescimento. Só perde para Chile quando o assunto é a atratividade financeira, já que conta com algumas limitações em termos de financiamento que não existem por lá, como a dependência que temos junto ao BNDES, mas que começa a ser diluída com maior presença do BNB.
Em linhas gerais, afirmou o executivo da K2, o perfil dos interessados nos investimentos é de grande porte que estão em busca de bons projetos, independente de qual ambiente está inserido, no ACL ou ACR. A preferência neste segundo é por empreendimentos operacionais que tenham os CCEARs fechados e cujas antigas condições sejam melhores que as atuais. Mas eles vêm avaliando ambos os caminhos, estão atrás é de projetos bons, até porque, lembrou, o país tem uma capacidade instalada que ainda precisa ser expandida.
Fontes renováveis de energia são consideradas matrizes alternativas inesgotáveis de energia que provocam menos danos ao meio ambiente.
“O que tenho trazido para os clientes é que o momento é positivo em termos de financiamento e a perspectiva de mercado livre acaba sendo uma realidade para os investidores em termos de longo prazo, inclusive, pois esse contrato recente entre a mineradora e a Casa dos Ventos”, disse Nascimento. (canalenergia)

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