América do Sul resiste a
campanha global por veículos elétricos, dizem montadoras.
Elétricos no Salão do
Automóvel de SP 2018.
Executivos da Toyota e da GM
conversaram esta semana sobre fontes tradicionais de combustível, como etanol,
gás natural e diesel, destacando como o mercado de automóveis da América do Sul
provavelmente resistirá ao movimento global para veículos elétricos nos
próximos anos.
Mesmo que as montadoras
reformulem seus negócios globais para focar em carros elétricos na Europa,
América do Norte e Ásia, os executivos que coordenam a produção no Brasil e na
Argentina priorizam os motores de combustão em parte devido aos subsídios
concedidos a esses combustíveis.
"O futuro da energia da
Argentina é o gás natural", disse Cristiano Ratazzi, que lidera a unidade
do país da Fiat Chrysler, bem como o grupo comercial de montadoras da
Argentina, Abefa. Ele acrescentou que o combustível diesel, visto com maus
olhos em grande parte do mundo, também tem potencial para isso.
A produção de gás natural na
Argentina deve aumentar fortemente à medida que as petrolíferas estrangeiras e
a estatal YPF investem bilhões na Vaca Muerta, uma das maiores reservas de gás
de xisto do mundo.
Já Aurelio Santana,
diretor-executivo da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores), mostra otimismo com o etanol.
"É
muito importante que o governo apoie investimentos em pesquisa e
desenvolvimento envolvendo o etanol", disse Santana. "Precisamos
manter o que já temos aqui", afirmou, destacando a vantagem energética do
etanol do Brasil.
O presidente Juscelino
Kubitschek acena para a Romi Isetta clara, na Caravana de Integração Nacional,
composta por colunas de veículos de fabricação brasileira procedentes de vários
pontos do País.
A resistência aos veículos
elétricos ressalta a influência política dos produtores locais de
cana-de-açúcar no Brasil e de gás natural na Argentina. Recentemente, o
Congresso brasileiro aprovou o Rota 2030, que oferece benefícios significativos
para montadoras que optam por investir em pesquisa de etanol.
Montadoras se encontraram
esta semana num evento do setor em São Bernardo do Campo, sede histórica do
setor automobilístico brasileiro, que ainda está se recuperando do choque no
início do ano, após a Ford anunciar que vai fechar sua fábrica na região.
Até agora, a Toyota é a única
montadora a anunciar que planeja fabricar um modelo híbrido na América do Sul,
com um motor que funciona com eletricidade, etanol ou gasolina.
É a melhor sol
A General Motors anunciou no
início do mês um investimento de R$ 10 bilhões no Brasil durante os próximos
cinco anos, mas nada disso vai para os carros elétricos, disse Carlos Zarlenga,
chefe da GM na América do Sul.
A GM começará a importar
veículos elétricos este ano para testar o mercado, acrescentou ele, mas ainda
não há planos para montá-los internamente.
ução para a nossa região",
disse Celso Simomura, vice-presidente de Operações da Toyota no Brasil.
Principal executivo da
Volkswagen para a América do Sul e Caribe, Pablo Di Si, disse que a montadora
vai importar seis modelos elétricos ou híbridos para o Brasil até 2023. Mas ele
também disse que não há planos de produzi-los localmente. (biodieselbr)
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