Matérias primas desconhecidas voltam a superar sebo na produção de
biodiesel.
Durante o mês passado, as
matérias-primas desconhecidas voltaram a tirar do sebo bovino a vice-liderança
o mercado de matérias-primas para a produção de biodiesel. Essa é a segunda vez
na história do setor que isso acontece. Os dados foram divulgados pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 21/01/2019.
A diferença foi pequena. Em
janeiro, o sebo ficou com um pouco menos de 12,5% do mercado de biodiesel
enquanto as desconhecidas registraram 12,6%. Da última vez em que as posições
se inverteram havia sido em março de 2017 quando o placar ficou em 9,3% a
11.9%. Em abril, no entanto, a situação voltou ao normal.
As desconhecidas – uma
mistura indeterminada de óleos e gorduras que aparecem nos boletins das ANP sob
o nome ‘outros materiais graxos’ – só passaram a ganhar posição de destaque
dentro do mercado a partir do segundo semestre de 2016. Antes disso, elas
tinham peso apenas modesto para as usinas ficando abaixo da barreira de um
ponto percentual em muitos meses. Desde então, elas se consolidaram na terceira
posição do ranking.
Nos últimos cinco meses, as
desconhecidas vêm sempre ficando acima da marca de 10% do mercado.
Biodiesel brasileiro ficou
mais diversificado em 2018.
Apesar do recorde relativo, a
produção de biodiesel a partir das matérias-primas desconhecidas em janeiro foi
de 56,5 milhões abaixo dos volumes registrados em outubro e novembro de 2018 que
foi de, respectivamente, 58 e 58,3 milhões de litros.
Isso porque os números
preliminares sobre a produção de biodiesel em janeiro também apontam para
baixo. O boletim de matérias-primas da ANP fala em 446,5 milhões de litros
fabricados no mês passado, o pior resultado mensal desde maio do ano passado
quando as usinas colocaram no mercado 384,1 milhões de litros do
biocombustível.
Com a queda no volume
produzido, a produção de biodiesel de sebo também recuou para 55,7 milhões de
litros. Esse é o número mais baixo desde fevereiro de 2018 quando a produção a
partir da gordura bovina beirou 48 milhões de litros.
Ouro fosco
Enquanto a disputa pela prata
se acirra, a soja segue isolada no topo pódio. Só que com um pouco menos de
brilho.
Em janeiro, o óleo fabricado
a partir do grão mais produzido no país conquistou 66,8% do mercado de
biodiesel. Isso representa uma queda de quase um ponto percentual em relação ao
mês anterior e o menor percentual nos últimos 12 meses.
Consolidando os números de
2009 até agora, em janeiro a soja costumava ficar com uma fatia do mercado de
biodiesel equivalente a 70,7%. Esse, no entanto, já é o terceiro ano seguido em
que ela fica sempre abaixo da marca de 70% no primeiro mês do ano.
A produção de biodiesel a
partir de óleo de soja foi de 298,4 milhões de litros. Esse é o menor volume
desde maio passado. Em relação à janeiro de 2018, a produção cresceu um
praticamente 34%.
Esse volume produzido fez com
que a indústria de biodiesel absorvesse o óleo equivalente ao processamento de 1,43
milhão de toneladas do grão.
Essa foi a terceira queda
seguida na quantidade de soja esmagada para o atendimento da demanda de
biodiesel e, novamente, é o menor valor mensal desde maio passado.
Dendê
O óleo de palma – ou azeite
dendê como é mais popularmente conhecido – também tem se destacado nesses
últimos meses depois de muitos anos aparecendo apenas como uma fonte
promissora, mas minoritária.
Em
janeiro, a palma foi a quarta matéria-prima mais usada pelas indústrias com
pouco menos de 3,2% do mercado – praticamente igualando o recorde que havia
sido batido em dezembro.
A produção reportada foi de
14,1 milhões de litros de biodiesel de palma. Embora essa quantidade seja 7,1%
menor que em dezembro, este foi o terceiro mês consecutivo em que essa
matéria-prima se manteve acima de 10 milhões de litros fabricados. (aprobio)
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