Com a resolução, fabricantes precisarão se adaptar,
pois apenas os produtos das classes A e B poderão ser comercializados no
mercado.
Em julho de 2019 irão entrar em vigência os novos
níveis mínimos do coeficiente de eficiência energética de aparelhos de ar
condicionado, conforme a portaria interministerial MME/MDIC/MCTIC Nº 2 de 2018.
Com a resolução, os fabricantes precisarão se adaptar, haja visto que somente
os equipamentos mais eficientes poderão ser comercializados, beneficiando
diretamente o consumidor.
O pesquisador Paulo dos Santos, responsável pelo
Laboratório de Refrigeração do Cepel (MA7), que realiza ensaios para fins de
etiquetagem e acompanhamento da produção destes equipamentos, avalia que
atualmente, o nível mínimo de eficiência exigido para os produtos do tipo
‘split’, por exemplo, é de 2,60 W/W. “Com a nova Portaria, este nível passará
para 3,02 W/W, o que significa que apenas os melhores produtos comercializados
poderão manter-se no mercado, ou seja, os das classes A e B”, explicou.
Avaliado pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o MA7 está capacitado para realizar ensaios
de determinação da capacidade de refrigeração e da eficiência energética em
condicionadores de ar, além de ensaios de classificação e consumo de energia de
refrigeradores, atendendo ao Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE),
coordenado e executado pelo Instituto e ao Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica (Procel), sob liderança do Governo Federal e execução da
Eletrobras.
É a partir dos ensaios realizados no laboratório que
resultam as informações sobre o conhecido selo de eficiência energética que
consta na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence) afixada aos
produtos que atendem aos requisitos exigidos pelo Inmetro. Os mais bem
classificados (classe A) são elegíveis para receber o Selo Procel.
A eficiência energética é medida pelo Coeficiente de
Eficiência Energética – CEE, por classificação e dividida em A, B, C, D e E.
Quanto maior o CEE, mais eficiente será o aparelho.
Ensaios sazonais
Recentemente, o MA7 concluiu a primeira fase de
testes para a elaboração de um procedimento para ensaios sazonais, realizados
em condições que permitam determinar a eficiência energética dos equipamentos
considerando a distribuição das temperaturas ambiente nas diferentes estações
do ano. O objetivo, de acordo com Paulo dos Santos, é disponibilizar uma
alternativa para a realização de ensaios que expressem de forma mais acurada a
eficiência dos produtos “inverter”.
Diferentemente dos produtos convencionais, cujos
compressores ligam e desligam a cada ciclo de resfriamento, os compressores dos
produtos ‘inverter’ trabalham continuamente, alterando sua rotação em função da
necessidade de maior ou menor resfriamento do ambiente.
“Quando a temperatura ambiente já está próxima da
desejada, o compressor passa a trabalhar em rotação reduzida, com menor consumo
e maior eficiência energética, além de menor variação da temperatura ambiente”,
assinala o pesquisador.
O pesquisador também destacou que a realização dos
ensaios evidenciará a qualidade dos produtos quanto a essa flexibilidade,
tendendo a aumentar sua produção e utilização. Segundo ele, isto resultará numa
melhoria do nível de eficiência dos condicionadores de ar, que atualmente é
determinada pela relação entre sua capacidade de refrigeração e sua potência.
Paulo explica que um aparelho ‘split high wall’ de
9.000 BTU/h tem uma capacidade de refrigeração de aproximadamente 2.637 W, e
uma potência de aproximadamente 750 W. O coeficiente de eficiência energética é
2637/790 = 3,35 W/W. Assim, quanto maior o coeficiente, mais eficiente é o
produto. “Simplificando, pode-se dizer que, para produtos ‘split’ de mesma
capacidade, o de classe A são 25% mais eficiente do que o de classe D,
atualmente o menos eficiente”, elucida.
Aparelhos de ar-condicionado exigem manutenção para
evitar desperdício de energia.
O pesquisador conclui afirmando que, no longo prazo,
esta diferença resultará em uma economia significativa para o consumidor e para
o país, “pois, aliada a outras campanhas de economia de energia, retardará a
necessidade de novos investimentos em geração de energia”. (canalenergia)
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