sexta-feira, 12 de abril de 2019

Novos níveis de eficiência energética em aparelhos de ar condicionado

Com a resolução, fabricantes precisarão se adaptar, pois apenas os produtos das classes A e B poderão ser comercializados no mercado.
Em julho de 2019 irão entrar em vigência os novos níveis mínimos do coeficiente de eficiência energética de aparelhos de ar condicionado, conforme a portaria interministerial MME/MDIC/MCTIC Nº 2 de 2018. Com a resolução, os fabricantes precisarão se adaptar, haja visto que somente os equipamentos mais eficientes poderão ser comercializados, beneficiando diretamente o consumidor.
O pesquisador Paulo dos Santos, responsável pelo Laboratório de Refrigeração do Cepel (MA7), que realiza ensaios para fins de etiquetagem e acompanhamento da produção destes equipamentos, avalia que atualmente, o nível mínimo de eficiência exigido para os produtos do tipo ‘split’, por exemplo, é de 2,60 W/W. “Com a nova Portaria, este nível passará para 3,02 W/W, o que significa que apenas os melhores produtos comercializados poderão manter-se no mercado, ou seja, os das classes A e B”, explicou.
Avaliado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o MA7 está capacitado para realizar ensaios de determinação da capacidade de refrigeração e da eficiência energética em condicionadores de ar, além de ensaios de classificação e consumo de energia de refrigeradores, atendendo ao Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), coordenado e executado pelo Instituto e ao Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), sob liderança do Governo Federal e execução da Eletrobras.
É a partir dos ensaios realizados no laboratório que resultam as informações sobre o conhecido selo de eficiência energética que consta na Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence) afixada aos produtos que atendem aos requisitos exigidos pelo Inmetro. Os mais bem classificados (classe A) são elegíveis para receber o Selo Procel.
A eficiência energética é medida pelo Coeficiente de Eficiência Energética – CEE, por classificação e dividida em A, B, C, D e E.
Quanto maior o CEE, mais eficiente será o aparelho.
Ensaios sazonais
Recentemente, o MA7 concluiu a primeira fase de testes para a elaboração de um procedimento para ensaios sazonais, realizados em condições que permitam determinar a eficiência energética dos equipamentos considerando a distribuição das temperaturas ambiente nas diferentes estações do ano. O objetivo, de acordo com Paulo dos Santos, é disponibilizar uma alternativa para a realização de ensaios que expressem de forma mais acurada a eficiência dos produtos “inverter”.
Diferentemente dos produtos convencionais, cujos compressores ligam e desligam a cada ciclo de resfriamento, os compressores dos produtos ‘inverter’ trabalham continuamente, alterando sua rotação em função da necessidade de maior ou menor resfriamento do ambiente.
“Quando a temperatura ambiente já está próxima da desejada, o compressor passa a trabalhar em rotação reduzida, com menor consumo e maior eficiência energética, além de menor variação da temperatura ambiente”, assinala o pesquisador.
O pesquisador também destacou que a realização dos ensaios evidenciará a qualidade dos produtos quanto a essa flexibilidade, tendendo a aumentar sua produção e utilização. Segundo ele, isto resultará numa melhoria do nível de eficiência dos condicionadores de ar, que atualmente é determinada pela relação entre sua capacidade de refrigeração e sua potência.
Paulo explica que um aparelho ‘split high wall’ de 9.000 BTU/h tem uma capacidade de refrigeração de aproximadamente 2.637 W, e uma potência de aproximadamente 750 W. O coeficiente de eficiência energética é 2637/790 = 3,35 W/W. Assim, quanto maior o coeficiente, mais eficiente é o produto. “Simplificando, pode-se dizer que, para produtos ‘split’ de mesma capacidade, o de classe A são 25% mais eficiente do que o de classe D, atualmente o menos eficiente”, elucida.
Aparelhos de ar-condicionado exigem manutenção para evitar desperdício de energia.

O pesquisador conclui afirmando que, no longo prazo, esta diferença resultará em uma economia significativa para o consumidor e para o país, “pois, aliada a outras campanhas de economia de energia, retardará a necessidade de novos investimentos em geração de energia”. (canalenergia)

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