Equatorial vai direcionar
mais de R$ 50 milhões para eficiência energética em 2019.
Maioria dos recursos serão
destinados a projetos para clientes de baixa renda, como a nova etapa do Comunidades
Eficientes e do Tarifa Social, com a implantação também nas novas subsidiárias
do Grupo.
Levando em consideração a
realidade econômica e social das regiões em que atua, o Grupo Equatorial
Energia destinará neste ano 80% de seus recursos em Eficiência Energética para
projetos voltados a clientes de baixa renda. A ideia é avançar e consolidar os
programas já existentes, como o Comunidades Eficientes e o Tarifa Social,
ampliando os mesmos para as novas subsidiárias adquiridas pelo grupo no Piauí e
em Alagoas, além de empreender novas ações que busquem diminuir a conta de
energia dos consumidores, trazendo também iniciativas educacionais para
conscientizar a população sobre o uso racional da energia elétrica.
Ao todo a companhia irá
aplicar mais de R$ 50 milhões em projetos entre as quatro concessionárias
controladas pelo Grupo. Para baixar a fatura de energia, uma das frentes mais
tradicionais é a troca de geladeiras, aparelhos de ar condicionado e lâmpadas
antigas por equipamentos novos e mais eficientes. Quando se trata do perfil de
baixa renda, há bônus de desconto totais ou parciais. Já para clientes com
renda maior, a ideia é fazer a substituição de maneira subsidiada. Há inclusive
um acordo sendo feito com o segmento varejista em diferentes regiões para
efetivação da ação, conforme revelou Júlio César Mendes, Executivo Corporativo
de Eficiência e Inovação da Equatorial Energia em entrevista exclusiva à
Agência CanalEnergia.
Mendes
conta que além da linha de projetos residenciais de substituição de equipamentos,
a empresa está padronizando os programas de iluminação pública no Maranhão e
depois Pará, para consequentemente também implantar no Piauí e Alagoas. “Em
2019 teremos o novo ciclo de projetos de iluminação pública, com uma chamada
pública para submissão de propostas em maio, a partir da troca luminárias
comuns para tecnologia LED”.
Outro ciclo a ser iniciado
neste ano é o do Comunidades Eficientes, que além da troca de geladeiras e
lâmpadas, dando economia aos clientes de baixo poder aquisitivo, prevê ações
educativas como outro pilar de combate ao desperdício, para que as pessoas se
conscientizem a fazer o uso racional da eletricidade. Um exemplo são os
caminhões que visitam escolas levando experiências sobre o uso e geração de
energia elétrica, além de parcerias com o Senai para capacitação da comunidade
e fomento a geração de renda via novos negócios. O executivo também informou
que o projeto deverá ser implementado neste ano nas distribuidoras adquiridas.
“É um trabalho bem amplo, não só trocar equipamentos”, definiu.
Cepisa e Ceal também
receberão o Tarifa Social de energia elétrica, programa criado em 2002 pelo
Governo Federal que concede descontos na conta de energia, os quais podem
chegar a até 65% em relação à classe residencial normal. Quanto menor o
consumo, maior o desconto, que deve ser aplicado a uma única unidade
consumidora residencial após a validação do cadastro pela Aneel. O especialista
também aponta que dentro desse projeto há o Mais Inclusão, uma vertente cujo
objetivo é enquadrar clientes para o benefício tarifário, com grande ganho de
economia para as comunidades. “Mais eficiência, mais educação e mais inclusão.
Queremos aumentar o combate ao desperdício, sempre levando em conta as
vulnerabilidades sociais de cada região”, comentou Mendes.
No segmento residencial, a
companhia também trabalha com o projeto Agente de Eficiência Energética,
idealizado a partir da reclamação de consumidores sobre aumento nas contas de
luz. Basicamente é um profissional que orienta o cliente a diminuir sua fatura,
mostrando como fazer o diagnóstico correto do consumo, bem como o potencial de
economia e questões que podem estar influindo na medição de energia dispendida.
Uma tendência da empresa que
segue para este ano é pensar no meio ambiente e em iniciativas que contribuam
para elevar os níveis de sustentabilidade dos processos e operações. Para
tanto, o ECO Cemar e Celpa acontece desde 2012 oferecendo aos clientes a
possibilidade de troca de lixo residencial por abatimentos na fatura de
energia. No momento, há parcerias com empresas de reciclagem sendo delineadas,
com a criação de mais postos de coleta e estratégias de como inserir isso no
mercado. “Damos bônus para o cliente que fizer coleta seletiva em sua casa, num
projeto que agita o mercado e insere o consumidor residencial nesse cenário”,
contou o executivo, afirmando que a Cepisa receberá neste ano uma versão piloto
do projeto.
O
Grupo também se mostra focado na transformação digital da indústria 4.0 para
melhorar sua atuação, com objetivo de elevar os índices de automação e
eficiência através de ferramentas que auxiliem a inspeção de ativos para sua
gestão e a manutenção em trânsito na rede. Um dos exemplos é o LoRaWan,
programa de telecomunicação onde a grande vantagem é o baixo custo e longe
alcance da plataforma, com tecnologia especializada para monitoramento remoto
de medidores e para realizar os cortes necessários no sistema, o que resolve um
problema que acontecia com outro recurso utilizado: “O GPRS tem certa dificuldade
de sinal na região metropolitana de São Luís e Belém”, comparou.
Quanto a avaliação sobre a
evolução da área de Eficiência Energética ao longo dos últimos anos, Mendes
explica que a empresa coloca esse segmento em conjunto com a parte de pesquisa
e desenvolvimento, no intuito de alinhar as características dos dois programas
à cadeia de inovação que busca por novas soluções e produtos que gerem a
eficientização da companhia. Ele afirma que no início dos anos 2000 as
atividades envolviam apenas trabalhos ligados ao desenvolvimento de softwares e
hardwares, o que melhorava os processos da companhia. “Haviam parcerias com
universidades e alguns institutos, mas não tínhamos projetos com empresas”,
lembrou, contando que a partir de 2008 é que o foco começou a mudar, com uma
visão para ampliação de cooperação com empresas e outras instituições.
(canalenergia)
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