Buscando diminuir as emissões
de CO2 na atmosfera, engenheiros da Suíça desenvolveram o primeiro
querosene de aviação utilizando energia solar. O litro do combustível solar
pode chegar até R$ 12,90.
Engenheiros do Instituto
Federal de Tecnologia de Zurique, na Suíça, concluíram os testes da sua nova
usina de energia solar para produzir querosene para aviação. A usina dos
engenheiros pode ser utilizada para a produção de combustíveis líquidos
sintéticos que são mais sustentáveis ao meio ambiente, tendo em vista que vão
liberar CO2 durante sua combustão, na mesma medida do gás carbônico
que foi retirado do ar para a sua produção.
Entenda como funciona a usina
de energia solar que gera querosene para aviação
O CO2 e a água são
extraídos diretamente do ar e são quebrados utilizando energia solar. O
processo gera o gás de síntese, uma mistura de monóxido de carbono e
hidrogênio, que é processado em querosene para aviação, hidrocarbonetos e
metanol.
Os testes da usina solar dos
engenheiros tiveram início há dois anos, e atualmente a equipe finalizou a
realização, não só da aferição técnica, mas também a avaliação dos custos de
produção do querosene para aviação.
Querosene para aviação feito com auxílio da energia solar pode custar até R$ 12,90 por litro.
Esquema da usina de produção do querosene solar.
A análise de todo o processo
de produção aponta que o querosene para aviação feito com energia solar
custaria algo em torno de R$ 7,70 e R$ 12,90.
Para se comparar, o querosene para aviação comum está custando cerca de
R$3,00.
Um fator importante é que os
cálculos dos engenheiros foram realizados para o nível de insolação de Zurique,
ou seja, caso seja em uma região desértica ou equatorial, com altas incidências
solares, as vantagens seriam enormes em local de produção e custo reduzidos.
De acordo com um membro da
equipe de engenheiros, Johan Lilliestam, ao contrário dos biocombustíveis, que
tem seu potencial limitado por conta da falta de terras agrícolas, essa
tecnologia permite que a demanda global por combustível para aviação seja
atendida, utilizando menos de 1% de terras áridas do mundo, e ela não
competiria com a produção de alimentos ou suprimentos para o gado.
Tecnologia precisará de
subsídio do governo
Além de um combustível com um
preço mais “salgado”, a usina de energia solar representa um alto investimento,
de forma que a do querosene solar para aviação dependerá de subsídios
governamentais. Segundo Lilliestam, os instrumentos de apoio atuais na União
Europeia não são suficientes para fomentar a presença dos combustíveis solares
no mercado.
Sendo assim, os engenheiros
propuseram o uso de um sistema europeu de cotas tecnológicas específicas para
combustível de aviação. Isso demandaria que as companhias aéreas comprassem uma
parte específica de seu combustível da energia solar.
Os engenheiros recomendam utilizar uma participação de 0,1% do consumo total de querosene de aviação no começo da etapa de uso do combustível solar, quando o valor do mesmo será alto e as capacidades de produção baixas. Isso teria impacto pequeno nos custos das passagens, mas promoveria uma curva de aprendizado que poderia aprimorar a tecnologia e trazer valores menores.
A cota poderia então ser aumentada de forma gradual até que o querosene solar ocupasse um bom lugar no setor sem precisar de medidas de apoio. (clickpetroleoegas)
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