Em 04/11/21 na COP26, a
declaração tem entre seus signatários Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino
Unido e Dinamarca. A proposta de realocação responde a uma das preocupações
desta conferência do clima: o fluxo de financiamento para a transição
energética.
Segundo especialistas ligados
à presidência britânica da COP, os anúncios do setor financeiro de desinvestimento
em projetos com alta emissão de gases-estufa não serão suficientes, caso os
recursos não sejam realocados para fontes renováveis, completando a transição
da matriz energética global – onde se concentram as emissões de gases
causadores do aquecimento global.
Sob o título “Declaração de
transição do carvão global para energia limpa”, o documento de apenas uma
página traz quatro compromissos. O principal deles trata de encerrar a emissão
de licenças para novos projetos de geração de energia a carvão, assim como o
seu financiamento em outros países.
Embora o Brasil tenha uma
matriz energética considerada limpa, por se basear em hidrelétricas e por
contar com biocombustíveis como o etanol, o acionamento das termelétricas,
baseadas em combustíveis fósseis como o carvão, tem aumentado na última década,
tanto em crises hídricas, como a que o país enfrenta atualmente, como também
nos leilões de energia e no planejamento energético do governo federal. O
Brasil não está entre os signatários da transição energética na COP26.
No entanto, o Brasil já teria
condição de fazer a transição energética prometida pelo mundo. Segundo a
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a capacidade
instalada de energia solar no país já supera a de termelétricas.
O Rio Grande do Sul, que concentra mais de 90% das reservas de carvão do país, tem encontrado resistência à exploração do mineral. O projeto da Mina Guaíba, na região metropolitana do estado, foi barrado pela Justiça e perdeu o apoio do governador Eduardo Leite (PSDB), que neste ano passou a defender o fim do uso do carvão.
Segundo Roberto Kishinami, coordenador do programa de energia do Instituto Clima e Sociedade, a declaração feita pelos países precisa resultar em mudanças nas linhas de financiamento dos bancos multilaterais, por onde flui a maior parte dos recursos. “No caso brasileiro, o financiamento de energias renováveis ocorre quase todo por vias privadas”, pontua. (biodieselbr)
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