Este entendimento ocorreu
após o ajuizamento, pelo Procurador Geral da República, de ações de
inconstitucionalidade contra artigos e dispositivos de Constituições Estaduais
que defendiam e protegiam suas populações e o meio ambiente de uma “catástrofe
nuclear”.
Por exemplo, no caso de
Pernambuco, o artigo 216 de sua Constituição Estadual restringia a instalação
de usinas nucleares em seu território, desde que todas outras fontes
energéticas já tivessem sido utilizadas. Segundo decisão do STF este
dispositivo foi anulado, e assim, do ponto de vista jurídico, esta decisão vai
facilitar a instalação de usinas nucleares em seu território, conforme defende
o atual (des) governo federal.
As usinas nucleares, termoelétricas que transformam o calor produzido pelas reações nucleares em energia elétrica, é uma tecnologia em declínio de aceitação, principalmente pela possibilidade de ocorrer acidentes extremos, ou seja, vazamento de material radioativo para a atmosfera. Além do custo da energia gerada ser considerada uma das mais caras entre as opções energéticas para termoelétricas. Hoje seu custo por MWh está em torno de 4 vezes maior que o produzido pelas usinas solares fotovoltaicas e eólicas.
Países como a Alemanha, Itália, Áustria, Bélgica, entre outros, já abandonaram esta tecnologia. Na França e no Japão novas instalações de usinas nucleares sofrem grandes resistências, de inúmeros e representativos grupos sociais. Nota-se mundialmente entre os povos, um posicionamento majoritário contrário a tecnologia nuclear, pois além do risco de uma tragédia com espalhamento de material radioativo para o solo-terra-ar; as usinas nucleares são caras, sujas e perigosas.
Diferentemente daqueles que
defendem tal tecnologia para o Brasil, a nucleoeletricidade em nada contribui
para a transição energética. No Brasil real as usinas Angra I e Angra II
contribuem com menos de 2% da potência total instalada na matriz elétrica. O
Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, projeta uma ampliação da geração nuclear
entre 8 e 10 Gigawatts (GW). Mesmo que esta potência seja agregada a matriz
elétrica nos próximos anos, a contribuição da fonte nuclear continuaria mínima
e desnecessária para segurança energética do país.
Existem inequívocos interesses econômicos e militares em promover as usinas nucleares, em detrimento ao interesse público. Econômicos, pois são construções caras, 5 bilhões de dólares cada usina de 1.200 Megawatts (MW), obviamente de grande interesse dos vendedores dos equipamentos e das empreiteiras. Do ponto de vista militar, um acordo binacional está em pleno andamento com a França para a construção de submarinos nucleares, cujo custo ao pais é estimado em 35 bilhões de reais. E sem dúvida na área militar, o desejo sempre desmentido, é pela construção de artefatos nucleares, como a bomba nuclear.
Energia para a Vida | Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil.
Assuntos gravíssimos e de interesse da sociedade brasileira, que impliquem consequências para as gerações futuras não estão sendo devidamente debatidos. Um deles é a nuclearização do pais em um continente até então pouco provido de atividades nucleares. (ecodebate)
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