quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Array Technologies soma mais de 40% de projetos em usinas híbridas

Array Technologies soma mais de 40% de projetos em usinas híbridas com energia solar e eólica.

Em parceria com a desenvolvedora francesa Qair, a fabricante de rastreadores solares instalou 1.980 trackers no Complexo Eólico e Solar de Serra do Mato, uma expansão do complexo híbrido Serrote, localizado no município do Trairi, Ceará, contribuindo para uma geração de 222,8 MW.
Usina híbrida Serra do Mato, no Ceará

Com mais de 700 projetos com rastreadores solares, também chamados de trackers, a Array Technologies já soma cerca de 10 GW de participação em usinas de geração distribuída e centralizada no Brasil. A companhia também forneceu seus trackers – que contribuem para gerar até 37% a mais de eficiência do que os sistemas fixos – para a construção de três usinas híbridas no Brasil, localizadas em Ceará, Rio Grande do Norte e Piauí. Hoje, a hibridização já corresponde a 40% dos projetos da empresa.

Recentemente, a Array encontrou nas usinas híbridas uma oportunidade de atender à demanda por energia de forma mais eficiente. A hibridização de usinas para a geração de energia solar e eólica representa 89,9% da capacidade acrescentada em 2023, de acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME).

Segundo o diretor geral Latam da Array Technologies, Vinicius Gibrail, “a complementaridade entre energia solar e eólica é estratégica para compensar a sazonalidade de cada fonte. O solar vem complementando as usinas eólicas no Brasil, aproveitando a estrutura pré-existente e complementando a produção diária, enquanto a eólica tende a ser mais forte durante a noite, maximizando o aproveitamento dos recursos. Assim, a curva de transição de disponibilidade de carga entre o período diurno e noturno se torna muito próxima, fazendo com que o sistema trabalhe de forma mais harmônica, consistente e otimizada”.

Usina Serra do Mato: uma das primeiras simbioses entre solar e eólica no país

Construída em parceria com a francesa Qair, produtora independente de energia, a Usina Serra do Mato é uma das primeiras usinas híbridas no Brasil. O projeto corresponde à expansão do complexo híbrido Serrote, localizado no município do Trairi, Ceará. Possui 29 aero geradores, com capacidade total de energia de 121,8 MW. Já a fase solar-fotovoltaica do complexo, tem a capacidade de 101 MW. Ela foi comissionada no final de 2023 e a missão da Array foi a de construir uma solução de geologia que não reduzisse a porcentagem de Capex [sigla em inglês para Capital Expenditure, ou Despesas de Capital, em tradução livre ao português] de balanço do sistema que a Qair havia estimado para uma mesma potência dentro da energia eólica.

“Para isso, a Array dimensionou um equipamento que apresentou menos movimentação de terra, e que possibilitou uma cravação mais simplificada para lidar com o terreno desafiador. E conseguimos fazer isso com a Qair, o que nos enche de orgulho”, explica Gibrail.

Diretor geral Latam da Array Technologies, Vinicius Gibrail

Desafios de construir uma usina híbrida

É fato que a energia eólica chegou antes. Porém, o Brasil é uma região de ventos baixos, que não viabiliza depender apenas da usina eólica. Portanto, a construção de usinas híbridas exige um estudo sobre como criar uma vantagem em cima da estrutura pré-existente.

Para isso, o executivo detalha que o primeiro ponto é pensar na viabilidade da estrutura financeira, como a flutuação da moeda e a taxa de juros. “O preço da energia e a alta do dólar vão diretamente contra os benefícios possíveis de se alcançar em uma negociação de TPA em reais. O mercado poderia ser o melhor de dois mundos se tivéssemos um dólar mais barato e mais disponibilidade de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Hoje, temos o Capex mais barato do setor solar, e isso é o que ainda ajuda a manter o setor resiliente”.

Oportunidades e expectativas para os próximos anos

Ainda que os desafios existam, Gibrail garante que o mercado de usinas híbridas é altamente vantajoso. O interesse crescente de grandes investidores e o aumento da demanda por este tipo de projeto indicam uma oportunidade para o desenvolvimento tecnológico e a inovação no setor de energia brasileiro, impulsionando a economia, gerando empregos qualificados e posicionando o país como um líder global em energia de fontes renováveis.

Além disso, conforme apontado pelo executivo, as usinas híbridas podem aproveitar melhor a infraestrutura existente, compartilhando subestações, linhas de transmissão e outros recursos, o que resulta em uma redução nos custos de implantação e operação, impulsionando a sustentabilidade e fortalecendo a resiliência do sistema elétrico, especialmente em regiões onde uma única fonte de energia pode ser inconsistente.

“Sem dúvida nenhuma, é um excelente negócio. A regulação dessa nova modalidade de negócio foi criada em um momento de muito desafio no mercado brasileiro, tanto pela questão de energia, quanto pela questão de câmbio e disponibilidade de financiamento. Nós encontramos uma oportunidade de diversificar nosso negócio, vendendo a mesma coisa para o mesmo cliente, mas em um eixo diversificado de viabilidade. A hibridização mostra, mais uma vez, a criatividade, a resiliência e o dinamismo do mercado brasileiro”, afirma Gibrail.

O executivo explicou à pv magazine que “ainda não vimos todo o potencial deste mercado. Tivemos uma nova incursão de consumidores no mercado livre de energia, o que é um layer importante, mas o mercado ainda vai mostrar toda a sua capacidade. Acredito que isso acontecerá quando enxergarmos um Brasil em que todo e qualquer consumidor tenha a possibilidade de comprar energia no mercado livre. E nós da Array apostamos muito em tecnologia para que, quando esse momento chegar, sejamos capazes de atender esse novo cenário”. (pv-magazine-brasil)

Geração solar distribuída já atende 4 milhões de unidades consumidoras no Brasil

Geração solar distribuída já atende 4 milhões de unidades consumidoras no Brasil, diz Absolar.

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil ultrapassou a marca de 4 milhões de unidades consumidoras abastecidas pela geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos.

Residências lideram o uso da tecnologia, com 2,8 milhões de imóveis abastecidos, seguidas pelo comércio, com 674,4 mil, propriedades rurais, com 410,4 mil, indústrias, com 97,4 mil, e prédios do poder público, 12,1 mil. As 4 milhões de unidades consumidoras representam apenas 4,5% do total de ligações de eletricidade no país.
O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 4 milhões de unidades consumidoras abastecidas pela geração própria de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos, segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). De acordo com o mapeamento, as residências lideram o uso da tecnologia fotovoltaica, com mais de 2,8 milhões de imóveis abastecidos, que correspondem a 70% do total de unidades consumidoras atendidas pela modalidade.

Pelo balanço da associação, os estabelecimentos comerciais e de serviços representam a segunda maior classe de consumo abastecida pela geração própria solar, com mais de 674,4 mil locais (16,8%), seguidos pelas propriedades rurais, com 410,4 mil (10,2%), indústrias, com 97,4 mil (2,4%), e prédios do poder público, com 12,1 mil (0,5%). Os demais tipos de consumidores, como serviços públicos e iluminação pública, somam cerca de 1,7 mil (0,1%).

As 4 milhões de unidades consumidoras representam apenas 4,5% do total de ligações de eletricidade no país, atualmente com 92,4 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no mercado cativo, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Este cenário, na avaliação da Absolar, traz um enorme potencial de crescimento do uso da tecnologia fotovoltaica.

Brasil tem 4 milhões de unidades consumidoras com geração própria de energia solar, diz ABSOLAR.

Residências lideram o uso da tecnologia, com 2,8 milhões de imóveis abastecidos

“Certamente, as 4 milhões de contas de luz atendidas pela energia solar distribuída devem ser comemoradas, já que o setor solar segue uma boa curva de crescimento no país, impulsionado sobretudo pela queda de mais de 50% no preço dos equipamentos somente em 2023. Mas ainda estamos aquém de muitos países, com atendimento a apenas 4,5% das contas de luz no Brasil, enquanto, na Austrália, por exemplo, esse suprimento chega a mais de 30% das unidades naquela nação”, avalia o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.

Já o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, aponta que o crescimento da geração própria solar amplia o protagonismo do Brasil na geopolítica da transição energética global. “A tecnologia fotovoltaica também fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e eleva a competitividade dos setores produtivos brasileiros”, esclarece.

“Geração solar próxima dos locais de consumo reduz o uso da infraestrutura de transmissão, alivia a pressão sobre os recursos hídricos, diminui perdas elétricas em longas distâncias e contribui para uma maior autonomia e poder de escolha dos consumidores. Adicionalmente, reduz emissões de poluentes e gases de efeito estufa, contribuindo para proteger o meio ambiente”, acrescenta Sauaia.

Os investimentos acumulados na geração própria solar superam os R$ 150,3 bilhões no país, com a marca de 31 GW de potência instalada em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil, segundo a Absolar.

O segmento é responsável pela criação de mais de 931 mil empregos verdes acumulados desde 2012, bem como contribuiu para uma arrecadação aos cofres públicos de mais de R$ 44,7 bilhões. A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.550 municípios e em todos os estados brasileiros. (pv-magazine-brasil)

Cientistas chineses alcançam recorde de 20% eficiência em célula solar orgânica

Cientistas chineses alcançam recorde de eficiência de 20% em célula solar orgânica de junção única.

Pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Wuhan, na China, projetaram e sintetizaram um novo aceptor não fulereno para células solares orgânicas. Um dos dispositivos fabricados por eles alcançou a maior eficiência certificada já relatada para células solares orgânicas de junção única.
Uma equipe de cientistas da Universidade de Tecnologia de Wuhan, na China, melhorou a eficiência de conversão de energia de uma célula solar orgânica após fabricar um dispositivo usando um recém desenvolvido aceptor não fulereno.

No artigo acadêmico “Molecular interaction induced dual fibrils towards organic solar cells with certified efficiency over 20%”, publicado no periódico Nature Communications, os pesquisadores dizem que melhorar as ordens de estrutura e otimizar a morfologia em nano escala de semicondutores orgânicos desempenhará um papel crítico na obtenção de altas eficiências de células solares orgânicas.

Para testar a teoria, os cientistas projetaram e sintetizaram um novo aceptor não fulereno, o L8-ThCl, para atuar como o terceiro componente ao lado de um sistema hospedeiro PM6:L8-BO. Eles dizem que adicionar L8-ThCl ajudou a ampliar e definir as nano fibrilas de doadores de polímeros.

“Descobrimos que as cadeias PM6 de ponta bem organizadas podem ser torcidas em orientação de face pela interação dipolo-dipolo com L8-ThCl e refinadas em nano fibrilas com pilhas π−π aprimoradas e mais densas”, explicam os cientistas no artigo. “Enquanto isso, a boa miscibilidade e interações intermoleculares entre L8-BO e L8-ThCl em dímeros compactados em forma de W e S podem efetivamente fortalecer e regular as redes de compactação de aceitadores em fibrilas unidimensionais com alta cristalinidade”.

Painéis Solares fotovoltaicos atingem novo recorde de eficiência

Durante os testes, a equipe fabricou dois dispositivos – PM6:L8-ThCl/L8-BO:L8-ThCl e D18:L8-ThCl/L8-BO:L8-ThCl – que registraram eficiências significativamente aumentadas, de 19,4% e 20,1%, respectivamente.

O PCE deste último foi certificado em 20%, o que, de acordo com os cientistas, é a maior eficiência certificada relatada para células solares orgânicas de junção única até o momento.

Na conclusão do artigo, os cientistas dizem que a estratégia “oferece uma perspectiva encorajadora sobre a manipulação de agregação molecular de semicondutores orgânicos para superar a eficiência de marco de 20% das células solares orgânicas”.

Cientistas Inventam Células Solares com Eficiência Recorde

Início de 2024 uma equipe de pesquisa da Universidade de Tecnologia de Wuhan e da Universidade Central do Sul fabricou uma célula solar orgânica ultrafina com uma camada de transporte de furos de bicamada que atingiu uma eficiência de 17%. (pv-magazine-brasil)

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

O impacto dos módulos solares semitransparentes no rendimento agrovoltaico

Pesquisadores conduziram um estudo de campo em duas estações de cultivo, cultivando diferentes tipos de vegetais sob três tipos de módulos com 40%, 5% e 0% de transparência. Seu trabalho é o primeiro experimento de pesquisa replicado que avalia a transparência do módulo em um cenário de campo com vegetais irrigados.
Cientistas da Colorado State University conduziram pesquisas de campo sobre o crescimento de vegetais localizados abaixo de módulos fotovoltaicos com transparência variável. Os vegetais são cultivados sob película fina, módulos semitransparentes de telureto de cádmio (St-CdTe) com transparência de 40%, módulos bifaciais de silício monocristalino (BF-Si) com transparência de 5% e módulos opacos de silício policristalino (O-Si) com transparência de 0%.

“A tecnologia de módulo fotovoltaico semitransparente (STPV) surgiu como uma solução potencial para mitigar os efeitos negativos da sombra densa em sistemas de cultivo, mantendo uma alta densidade de módulos”, disseram os acadêmicos. “Até onde sabemos, este é o primeiro experimento de pesquisa replicado que avalia os tipos de transparência do módulo em um cenário de campo de vegetais irrigados”.

O experimento foi conduzido ao longo de duas temporadas de cultivo, 2020 e 2021. O local do estudo foi localizado em Fort Collins, Colorado, EUA, em um campo designado para pesquisa. No geral, o crescimento de seis vegetais foi testado: pimenta jalapeño, pimentão, alface, abóbora de verão, tomates chocolate da Tasmânia e tomates “red racer”.

“Havia três fileiras plantadas em todo o local – norte, meio e sul”, explicou o grupo. “Alface, pimentões e tomates foram plantados em duas subfileiras deslocadas em canteiros de 0,9 metro, cobertos com cobertura morta de plástico preto nas fileiras norte e sul. A abóbora foi plantada exclusivamente na fileira do meio em ambos os anos com espaçamento de 1,2 m no centro”.

Quanto aos módulos fotovoltaicos, os cientistas usaram três de cada tipo. Eles foram instalados em uma posição definida de 35 graus voltada para o sul, com a borda inferior dos módulos 1.220 mm acima do solo e a parte traseira a uma altura de 2.360 mm. Os módulos ST-CdTe tinham uma saída nominal de 57 W, o BF-Si tinha 360 W e o O-Si tinha 325 W.

“Cada uma das 12 subseções de cultivo, incluindo matrizes fotovoltaicas e seção de controle, abrangia uma largura de 4,3 m, com um espaçamento de 4,3 m entre as subseções adjacentes”, disseram os pesquisadores. “Devido à configuração de montagem em poste único, a sombra projetada pelos módulos se movia ao longo do dia. Com isso, as plantações recebiam sol direto no início e no final do dia, com sombra máxima durante os horários de pico do dia e imediatamente abaixo dos módulos”.

De acordo com os resultados, a abóbora de verão sob todos os três tipos de módulo apresentou rendimentos significativamente menores do que a seção de controle, independentemente do tipo de transparência do módulo. Enquanto na seção de controle, sob condições de sol pleno, a abóbora rendeu 5,1 kg por planta, cresceu 3,2 kg no cenário BF-Si, 3,2 kg no cenário O-Si e 4,1 kg no cenário ST-CdTe.

Usar e obter lucros com a energia solar na agricultura

Os outros vegetais tiveram rendimentos médios iguais ou maiores que a seção de controle sob o tratamento ST-CdTe transparente de 40%, mas sem diferenças estatisticamente significativas. As pimentas jalapeño renderam 155 g por planta em sol pleno, 161 g no BF-Si, 155 g no O-Si e 162 g no ST-CdTe, enquanto o pimentão rendeu 295 g por planta em sol pleno, 294 g no BF-Si, 278 g no O-Si e 346 g no ST-CdTe.

O peso da alface por cabeça foi de 105 g em pleno sol, 126 g com o BF-Si, 111 g com O-Si e 129 g com ST-CdTe. Os tomates chocolate da Tasmânia tiveram uma média de 926 g por planta em pleno sol, 1.060 g sob o BFSi, 1.069 g com O-Si e 1.278 g no ST-CdTe. Por fim, os tomates red racer tiveram 867 g por planta em pleno sol, 733 g no BF-Si, 903 g no O-Si e 962 g no ST-CdTe.

“A otimização do conjunto agri-PV com módulos PV semitransparentes pode aumentar a produção agrícola, mantendo a proteção adicional de um dossel energizado em sistemas APV tradicionais”, concluíram os pesquisadores. “Mais pesquisas são necessárias para entender melhor as compensações econômicas entre o aumento da transparência do módulo em comparação à produção de vegetais, ao mesmo tempo em que considera o aumento do rendimento energético da bifacialidade do módulo”.

Suas descobertas foram apresentadas em “Vegetable Crop Growth Under Photovoltaic (PV) Modules of Varying Transparencies”, publicado   Heliyon.

Estufa com Painéis Solares Transparentes Passam em Teste nos EUA

Cientistas da UCLA desenvolvem painéis solares transparentes e estáveis para estufas, melhorando eficiência energética e crescimento das plantas. (pv-magazine-brasil)

Sistemas fotovoltaicos podem dar suporte à rede elétrica

Sistemas fotovoltaicos podem dar suporte à rede elétrica, diz IEA-PVPS.

Um novo relatório do Programa de Sistemas de Energia Fotovoltaica da Agência Internacional de Energia (IEA-PVPS) diz que os sistemas fotovoltaicos existentes têm as capacidades técnicas para fornecer vários serviços de rede relacionados à frequência.
Um novo relatório da IEA-PVPS diz que os sistemas fotovoltaicos precisam assumir tarefas adicionais de suporte à rede elétrica tradicionalmente gerenciadas por usinas de energia convencionais para garantir a operação estável dos sistemas de energia elétrica em todo o mundo. O relatório da Tarefa 14 vincula o trabalho da IEA-PVPS sobre o potencial de sistemas híbridos solares e fotovoltaicos distribuídos para fornecer serviços de rede relacionados à frequência.

Ele diz que os sistemas fotovoltaicos existentes já têm as capacidades técnicas para fornecer vários serviços de rede relacionados à frequência, como a redução da geração de energia ativa em casos de sobrefrequência e, quando em combinação com sistemas de armazenamento de energia de bateria (BESS), o aumento automático de sua saída em caso de subfrequência.

O relatório prevê que o fornecimento desses serviços de frequência rápida por sistemas fotovoltaicos, com ou sem baterias, se tornará “muito importante no futuro próximo”, particularmente em áreas de fornecimento que são dominadas por geradores acoplados a inversores.

Ele também apresenta cinco estudos de caso — dois no Japão e um na Áustria, Alemanha e Itália — que abrangem os regulamentos, códigos de rede e estruturas que influenciam a operação de sistemas de energia na região.

O relatório diz que cada estudo de caso “demonstrou claramente que os sistemas fotovoltaicos, somente ou especialmente em combinação com BESS, são capazes de fornecer diferentes tipos de serviços de rede relacionados à frequência”. Ele acrescenta que, embora os resultados dos estudos de caso sejam promissores, “mais pesquisas e projetos de demonstração são necessários, especialmente para a implementação desses serviços relacionados à frequência, que vêm junto com inversores formadores de rede”.

Gunter Arnold, um dos autores do relatório, diz que o estudo representa um grande passo à frente no reconhecimento e uso de sistemas fotovoltaicos para serviços de rede relacionados à frequência. Ele diz que os insights do relatório serão cruciais para formuladores de políticas, operadores de rede e o setor de energia renovável à medida que o mundo se move em direção a um futuro de energia mais sustentável.

Sistema On Grid: O processo de produção de energia solar fotovoltaica

O IEA-PVPS também concluiu recentemente sua 13ª tarefa, com a publicação de um relatório sobre a otimização de sistemas de rastreamento PV bifacial. (pv-magazine-brasil)

Tecnologia fotovoltaica leve, flexível e semitransparente do laboratório à fábrica

O grupo de pesquisa alemão Helmholtz Association espera acelerar a adoção de tecnologias solares fotovoltaicas impressas flexíveis, transferindo os avanços do laboratório para a indústria por meio de sua crescente iniciativa Solar TAP.
Uso flexível de energia fotovoltaica na agricultura por meio da integração em túneis laminados existentes

O grupo de pesquisa alemão Helmholtz Association tem uma nova plataforma para transferir tecnologias solares fotovoltaicas impressas flexíveis do laboratório para a indústria.

Conhecida como Plataforma de Aceleração de Tecnologia Solar (Solar TAP) para energia fotovoltaica emergente, a plataforma visa trazer soluções solares fotovoltaicas mais leves em uma gama mais ampla de cores, com maior transparência e maior sintonia de bandgap do que o que está disponível no mercado hoje.

Um roteiro para as aplicações fotovoltaicas emergentes está sendo desenvolvido pelos participantes do Solar TAP, de acordo com o gerente da plataforma, Jens Hauch. Além disso, a transferência de tecnologia já está em andamento. “Iniciamos várias atividades e projetos de transferência bilateral com membros da indústria”, disse Hauch à pv magazine.

Painel solar flexível: conheça a nova tecnologia fotovoltaica

As potenciais aplicações fotovoltaicas de alto crescimento que a Solar TAP está abordando são multibenefícios ou uso duplo, incluindo agrovoltaica, solar integrada a edificações (BIPV), mobilidade e solar para Internet das Coisas (IoT).

O Solar TAP é uma iniciativa de três anos com financiamento de € 15,1 milhões (US$ 16,6 milhões) da Associação Helmholtz. Foi lançado em 2023 e é liderado por três dos dezoito centros de pesquisa de Helmholz, Forschungszentrum Jülich GmbH, Helmholtz-Zentrum Berlim e Instituto de Tecnologia de Karlsruhe.

O grupo organizou 3 eventos de um dia desde o lançamento, com apresentações de membros da indústria e da academia da comunidade Solar TAP. Em uma reunião em abril, o foco foi a agrovoltaica, onde especialistas apresentaram os últimos desenvolvimentos em processos de módulos solares impressos, tendências de solar orgânico (OPV) pela equipe que alcançou a eficiência OPV recorde certificada de 14,46% no ano passado e notícias sobre transferência de tecnologia de impressão a jato de tinta para fazer filtros ópticos.

Na época, notou-se que havia 90 participantes. No evento anterior da indústria em novembro, esse número era de 65. Aparentemente, a rede Solar TAP está em um caminho de crescimento.

As células solares flexíveis CIGS consistem em camadas muito finas e incluem um composto dos elementos cobre, índio, gálio e selênio. As camadas são depositadas sobre substratos poliméricos flexíveis em sistemas industriais rolo a rolo.

Cientistas desenvolvem nova célula de energia solar flexível com desempenho superior a painéis solares de silício. (pv-magazine-brasil)

sábado, 14 de setembro de 2024

MTR Solar e GoodWe lançam solução híbrida para agronegócio

MTR Solar e GoodWe lançam solução híbrida para o agronegócio com solar, baterias e diesel.

A “Solução Agro Hibrida da MTR BESS” pode trazer até 70% menor custo de energia para o produtor e permite plantar até três vezes mais no mesmo espaço de terreno. No caso da soja, o aumento poderá chegar a 150% na produção.
A MTR Solar, distribuidora e fabricante de equipamentos, em parceria com a fabricante de inversores e baterias a GoodWe, anunciou a criação de sua nova “Vertical Agro”, a MTR BESS (de “Battery Energy Storage System“, ou sistema de armazenamento de energia com baterias), que oferece independência energética para propriedades rurais, reduzindo os custos com eletricidade e aumentando a sustentabilidade das operações agrícolas.

A solução completa e customizada da MTR BESS para o agro consiste em um sistema integrado de energia solar, gerador e armazenamento de energia por meio de baterias, oferecendo uma redução de até 70% no custo de energia para o produtor. No agronegócio, as aplicações principais têm sido “pivôs de irrigação”, que representam 90% das demandas.

A usina solar fotovoltaica será instalada no terreno do produtor, utilizando painéis solares de alta eficiência e um gerador de alta potência, que será integrado ao sistema para fornecer energia de reserva em momentos de baixa incidência solar ou em emergências.

Ao mesmo tempo, será disponibilizado um eletro centro equipado com inversores de energia, transformadores e outros dispositivos de controle e monitoramento, garantindo a eficiência e a segurança do sistema. O sistema também contará com um banco de baterias de alta capacidade para armazenar o excesso de energia gerada pela usina solar durante o dia, permitindo o uso dessa energia durante a noite ou em momentos de pico de demanda com baterias de duração variada de 8h, 14h e 24h.

O contrato inclui não apenas o fornecimento dos equipamentos, mas também operações e manutenção (O&M), que garantem a eficiência do ativo.

“O custo operacional de uma usina solar de 1 a 2 MW varia a partir de R$ 1 milhão, que pode ser financiado com um payback de 3 a 5 anos. Além disso, com mais irrigação e otimização de processos com o mesmo espaço de terreno poderão ser realizadas de até três plantações a mais por ano, um ganho não só de energia, mas operacional também. A MTR oferece todos os serviços ao produtor rural, desde a compra dos equipamentos como módulos, estruturas fixas, trackers até a entrega de toda estrutura no local através da CT Botelho, empresa de logística do Grupo MTR”, afirma o CEO, Thiago Rios.

Para o vice-presidente da GoodWe América do Sul, Fabio Mendes, “a colaboração entre a GoodWe e a MTR representa um marco significativo para o setor agro brasileiro. Nossa orientação estratégica é fomentar o desenvolvimento do agronegócio, um setor em franca expansão, proporcionando soluções híbridas trifásicas que combinam sustentabilidade, eficiência e redução de custos. Estamos comprometidos em fornecer tecnologias de ponta que ajudem os produtores rurais a alcançar a independência energética e a melhorar sua competitividade no mercado global”. (pv-magazine-brasil)

Brasil adicionou 8.240 MW de capacidade solar até julho

Foram 4.879 MW na geração distribuída e 3.353 MW na geração centralizada entre janeiro e julho. Em igual período de 2023, foram adicionados 5.528 MW na geração distribuída e 2.295 MW na geração centralizada, somando 7.823 MW.
De janeiro a julho, o Brasil adicionou 8.240 MW de nova capacidade instalada da fonte solar fotovoltaica, sendo 4.879 MW na geração distribuída e 3.353 MW na geração centralizada, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A previsão da fiscalização da Aneel é que até o final do ano, incluindo conexões realizadas em agosto, sejam adicionados mais 1.125 MW de 33 usinas. De janeiro a dezembro, deve chegar a 4.478 MW de capacidade solar adicionada em grandes usinas – aquelas que atendem consumidores no mercado livre ou as distribuidoras de energia. Se a projeção for realizada, ficará acima dos 4.021 MW adicionados em 2023.

Já para geração distribuída não há uma projeção oficial. Caso o ritmo observado nos primeiros meses do ano se mantenha até o final de 2024, seriam adicionados 8.364 MW neste ano – mesmo patamar atingido em 2023.

Somando projeções da geração centralizada e considerando a tendência na geração distribuída, país pode adicionar 12.842 GW neste ano.

Geração centralizada: solar representa 51% da expansão até julho

Em julho, a expansão da capacidade instalada de geração de energia centralizada no Brasil em 2024 chegou aos 6.525,74 MW, com a entrada em operação de 183 usinas. A fonte solar representou 51% deste total, com 3.353 MW de 88 usinas.

Após as ampliações realizadas em julho, o Brasil somou 204.477,1 MW de potência fiscalizada. Ainda de acordo com a Aneel 84,65% das usinas em operação no país são consideradas renováveis.

Para 2025, a contribuição das usinas solares centralizadas para a expansão deve ser ainda maior, com 6 GW previstos para entrar em operação. (pv-magazine-brasil)

Solar atinge 46 Gw e representa 19,5% da matriz elétrica

Solar atinge 46 Gw e representa 19,5% da matriz elétrica, aponta Absolar.

De acordo com a entidade, o setor fotovoltaico acumula mais de R$ 214,5 bilhões em investimentos.
A Associação Brasileira de Energia Fotovoltaica (Absolar) realizou um mapeamento onde apontou que a fonte solar ultrapassou a marca de 46 GW de potência instalada na geração própria de pequenos sistemas e nas usinas de grande porte, o equivalente a 19,4% da matriz elétrica brasileira.
A energia solar fotovoltaica ultrapassou a marca de 46 GW de capacidade instalada no Brasil, o equivalente a 19,5% da matriz elétrica do país, mostra mapeamento da Associação Brasileira de Energia fotovoltaica (Absolar). O número leva em conta desde usinas de grande porte (geração centralizada) até pequenos sistemas residenciais e comerciais (geração distribuída).

Segundo a entidade, o setor fotovoltaico já atraiu mais de R$ 214,9 bilhões em investimentos e gerou mais de 1,38 milhão de empregos no país. Adicionalmente, a fonte solar já evitou a emissão de 55,6 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. Desde 2012, esse mercado já garantiu mais de R$ 66 bilhões em arrecadação aos cofres públicos.

Na geração distribuída, são 31,2 GW de potência instalada da fonte solar. Isso equivale a cerca de R$ 150,6 bilhões em investimentos, R$ 44,9 bilhões em arrecadação e mais de 936 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil.

Já no segmento de geração centralizada, as grandes usinas solares possuem mais de 14,9 GW de potência no país, com cerca de R$ 63,9 bilhões em investimentos acumulados e mais de 447 mil empregos gerados desde 2012.

O CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, ressaltou que o protagonismo da tecnologia fotovoltaica na transição energética brasileira contribui fortemente para o desenvolvimento social, econômico e ambiental, em todas as esferas da sociedade.

“Além de acelerar a descarbonização das atividades econômicas e ajudar no combate ao aquecimento global, a fonte solar tem papel cada vez mais estratégico para a competitividade dos setores produtivos, alívio no orçamento familiar, independência energética e prosperidade das nações”, explicou.

O presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, destacou que a energia solar é uma das fontes mais competitivas do Brasil. “E, por isso, é a que cresce mais rápido, seja nos sistemas de pequeno porte nos telhados e terrenos e seja nas grandes usinas conectadas no Sistema Interligado Nacional (SIN) ”.

“Quem investe na geração própria fotovoltaica, por exemplo, consegue economizar até 90% na conta de energia. E o retorno é rápido, pois o preço dos módulos caiu mais de 50% no ano passado”, acrescentou Koloszuk.

Energia solar representa 19,5% da matriz elétrica brasileira

Fonte fotovoltaica atingiu marca de 46 GW de capacidade instalada no país, mostra levantamento da Absolar. (portalsolar)

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Bahia e Ceará se destacam em estudo de hidrogênio verde da PwC

Principal trunfo é a abundância de recursos naturais para a produção do combustível a custo competitivo e com estrutura com escoamento para mercados internacionais.
Bahia e Ceará são os estados com maior potencial para ocupar posições de destaque envolvendo o advento do hidrogênio de baixa emissão de carbono no Brasil. Essa é uma das conclusões do estudo Cenários de descarbonização: oportunidades e incertezas da precificação de carbono Strategy& 2023, da consultoria PwC.

Hidrogênio de baixa emissão de carbono: Ceará e Bahia têm potencial para serem polos importantes no Brasil.

Estudo da PwC aponta que o país tem grande potencial de produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono devido a abundância de recursos naturais para a produção do combustível a custo competitivo.

O estudo Cenários de descarbonização: oportunidades e incertezas da precificação de carbono Strategy & 2023, indica que os próximos anos serão marcados por esforços mundiais para a descarbonização com o objetivo de reduzir o aquecimento global. Ainda de acordo com o estudo, o Brasil tem grande potencial de produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono, devido a abundância de recursos naturais para a produção do combustível a custo competitivo. Além disso, a matriz elétrica brasileira é uma das mais limpas do mundo, com cerca de 85% da energia proveniente de fonte renovável, em contraste aos 30%-40% de outras grandes economias mundiais.

O estudo da PwC também aponta que o hidrogênio de baixa emissão de carbono tem potencial para descarbonizar diversos setores, principalmente a indústria química, a petroquímica e as indústrias de metais e de cimento. Conforme o levantamento, até 2030, a demanda por hidrogênio crescerá a um ritmo moderado e constante, com base em muitas aplicações de nicho nos setores industrial, de transporte, energia e aquecimento residencial e comercial.

A região Nordeste, de um modo geral, pode ocupar uma posição estratégica para que o país consiga a neutralidade de carbono e desponte como um dos principais players do mercado de hidrogênio de baixa emissão de carbono no mundo. Atualmente, a região é responsável pela produção de cerca de 80% da energia renovável do país – e há possibilidade para ampliação desse potencial.

“Neste contexto de produção de energia renovável, o Nordeste tem condições de atrair novos investimentos para a descarbonização, podendo, inclusive, implementar negócios como os data centers, que consomem muita energia e poderão se beneficiar de uma proximidade da região geradora, maximizando o empreendimento”, explica Vandré Pereira, sócio de Tributos para o setor de Energia da PwC Brasil.

Bahia e Ceará são mercados importantes

Hidrogênio Verde o combustível do futuro

No Nordeste, Bahia e Ceará são estados com potencial para ocupar posição de destaque no setor. A Bahia, por exemplo, já é responsável por, em média, 30% de toda a energia eólica e 20% de toda a energia solar que é consumida no Brasil, segundo informações da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, a partir de dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). A matriz elétrica estadual é mais de 90% renovável.

Vandré Pereira destaca, ainda, a importância dos portos baianos nesse contexto: “Além de todo o avanço na produção de energia renovável, a Bahia conta com portos importantes, como o de Salvador, Aratu e Ilhéus, que já possuem uma boa estrutura para escoar o hidrogênio para o mercado internacional”, analisa o sócio da PwC Brasil.

No caso do Ceará, sua posição geográfica favorece o modelo de exportação, devido a sua maior proximidade com as rotas marítimas para a Europa. Um bom exemplo disso é a decisão de empresas do mercado que investiram em projetos de H2V no Porto de Pecém. Caso a cadeia de hidrogênio de baixa emissão de carbono se consolide no Ceará, Vandré Pereira diz que “haverá um impulso em toda a cadeia de suprimentos, nos serviços em portos e logísticas, atraindo profissionais capacitados e a necessidade de investimentos em cursos, formações compatíveis, além da possibilidade de atrair novas indústrias que precisem descarbonizar suas operações, criando uma roda contínua de desenvolvimento para o estado”.

Do gás natural ao Hidrogênio Verde: como a transição energética pode mudar o mundo

A transição energética é um assunto cada vez mais presente no mundo atual. Com as preocupações ambientais em alta e a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa, a busca por fontes de energia limpas e renováveis é uma prioridade. E nessa corrida, encontra-se o Hidrogênio Verde.

Definição de papéis

Com a recente sanção do marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, a infraestrutura de transporte e armazenamento do hidrogênio serão alguns dos desafios para o desenvolvimento do hidrogênio sustentável no país. De acordo com Vandré Pereira, a ação de entes público e privados têm papel crucial nesse processo. “Cabe ao setor privado verificar a sua posição no mercado de carbono, se serão compradores, ou vendedores, planejando, assim, estruturas e arranjos societários de forma a estarem preparados a operar”, afirma.

Quanto aos entes públicos, ele diz que estes “podem atuar de forma a atrair os agentes interessados na formação de toda a infraestrutura necessária para potencializar essa agenda, cuidando do escoamento (transmissão) da energia, abrindo perspectivas de investimentos no armazenamento de energia, de forma a garantir a resiliência e o consumo de energia sem qualquer intermitência”.

Hidrogênio verde: o combustível do futuro

O especialista também diz que tratar essa agenda pela via do hidrogênio de baixa emissão de carbono é uma estratégia importante. “Pois não restringe a política nacional apenas a fontes como solar ou eólica, mas pode alcançar todas as demais fontes de energia que temos no país, e, assim, poderemos viabilizar ainda mais investimentos, atrair mais players, e contribuir de forma significativa com a transição energética”, avalia. (reporterceara)

Integrar a crescente energia renovável à atual matriz elétrica brasileira

É possível integrar a crescente energia renovável à atual matriz elétrica brasileira, mostra estudo do IEMA.

Nota técnica do Instituto de Energia e Meio Ambiente aponta desafios da integração e traz propostas de soluções nas áreas de regulação, planejamento, operação e critérios econômicos. Um dos destaques do estudo é a adoção de baterias junto a sistemas renováveis para equilibrar o fornecimento e diminuir o desperdício.
O novo documento “Integração de energias renováveis ao sistema elétrico brasileiro“, do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) em parceria com a Coalizão Energia Limpa, reconhece os desafios que o Brasil enfrenta para incluir o crescente volume de projetos de fontes renováveis – solar, eólica e biomassa – no sistema de energia elétrica nacional e orienta ações fundamentais para atingir esse objetivo. De modo geral, elas incluem aprimoramentos socioambientais, regulatórios, operacionais, de planejamento e de formação de preços.

A nova nota técnica reúne os principais aspectos discutidos e apresenta reflexões para aprimorar o sistema elétrico brasileiro. “Estamos em um momento de grandes mudanças na matriz elétrica brasileira e, para que sejamos capazes de acomodar o volume de fontes renováveis oferecidas pelo mercado e projetadas no texto da COP 28, são necessários ajustes para aprimorar o funcionamento do sistema”, conta o gerente de projetos do IEMA e autor do estudo, Ricardo Baitelo. O documento é resultado de encontros promovidos pelo IEMA e pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec), em 2023, com especialistas do setor elétrico para discutir a transição energética e a integração de fontes renováveis variáveis no sistema elétrico.

Recomendações

O papel estratégico das hidrelétricas deve ser bem definido. Além de sua já significativa contribuição para a oferta de energia elétrica, a operação das usinas pode ser otimizada para oferecer armazenamento de energia, potência em momentos críticos – ajudando a equilibrar a variabilidade das fontes eólica e solar – e a lidar com possíveis incidentes na transmissão de energia elétrica.

Em relação à transmissão de energia elétrica, é necessário um planejamento com horizonte superior aos atuais cinco anos, para alinhar o crescimento das fontes renováveis à expansão das redes, como é o caso do Nordeste que tem mais de 70 GW em usinas solares com construção não iniciada.

Além do aumento da capacidade de transmissão, os sistemas de armazenamento de energia são fundamentais para impulsionar a expansão de fontes renováveis intermitentes como solar e eólica. A instalação de bancos de baterias junto a sistemas renováveis concilia os períodos de produção da energia ao consumo equilibrando o fornecimento e diminuindo o desperdício.

Os parques híbridos, que combinam diferentes fontes como solar e eólica ou solar e hidrelétrica, também melhoram a estabilidade da geração de energia renovável. A complementaridade das curvas de geração dessas fontes eleva o fator de capacidade – proporção entre a produção em um período e a capacidade total máxima neste mesmo período – e a disponibilidade de energia.

Estudo prevê que até 2026 a matriz energética brasileira será 95% de fontes renováveis

A geração distribuída, por sistemas fotovoltaicos em residências ou indústrias, é a modalidade que mais cresce. A curva de carga desses sistemas se concentra durante o dia, exigindo reposição por outras fontes quando o sol se põe. Assim, novas tecnologias e métodos de armazenamento de energia podem desempenhar essa função e devem ser incluídos nas opções do operador nacional e dos operadores das redes de distribuição.

Outra modalidade energética despachável que contribuirá para essa resiliência são as térmicas a biomassa. Além da oferta de bagaço de cana para cogeração, há um enorme potencial ainda pouco explorado de biogás e biomassa proveniente de resíduos florestais e agrícolas.

“Projeções nacionais e internacionais indicam que sistemas elétricos com alta participação de fontes renováveis dependerão de sistemas de armazenamento, como bancos de baterias ou hidrelétricas com reservatórios”, destaca Baitelo. “A grande questão é se existe um limite para a participação das fontes renováveis na matriz energética. Fatos recentes, como o desperdício das fontes eólica e solar e o vertimento turbinável indicam que o setor elétrico deve se adaptar ao crescimento e ao perfil de geração das renováveis, visando potencializá-las em vez de limitá-las. A tendência é que tenhamos cada vez mais pressão no sistema para atender a picos de demanda decorrentes de ondas de calor”, completa.

Para tanto, é necessário um arcabouço legal que remunere adequadamente os serviços prestados pelos armazenadores de energia e demais fontes energéticas ao sistema. Por fim, deve-se aprimorar modelos meteorológicos de previsão de geração renovável e atualizar softwares de operação para atender à crescente diversidade da matriz elétrica.

Essa arrumação é essencial para posicionar o Brasil em condições de realizar sua transição energética doméstica e contribuir para a transição global. A participação de fontes renováveis está alinhada ao documento final da Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 28), em Dubai, que indica triplicar as energias renováveis e dobrar a eficiência energética até o fim desta década. Falta colocar em prática.
Relatório da ONU aponta Brasil como líder de investimentos internacionais em energia renovável

Os investidores internacionais apostam no Brasil como uma potência líder no setor de energias renováveis.

Nos últimos sete anos, o Brasil emergiu como líder em investimentos internacionais no setor de energias renováveis e superou outras economias em desenvolvimento. (pv-magazine-brasil)