Programa Luz Para Todos demandará 15 milhões de módulos fotovoltaicos,
aponta estudo do IEMA.
As descobertas indicam uma demanda de até 15 milhões de módulos
fotovoltaicos, baterias e inversores com um custo de R$ 38 bilhões
(aproximadamente US$ 7,4 bilhões). Ao longo de 33 anos, seriam geradas entre 58
e 234 mil toneladas de resíduos eletrônicos.
“O trabalho avalia o Programa Luz para Todos e as tecnologias solares e de baterias para atender às comunidades remotas”, resume Vinícius Oliveira, um dos autores do estudo e líder de projetos do Iema. “A consolidação de resultados mostra o tamanho físico e econômico do acesso. Além disso, a pesquisa aponta que ele pode ser menos oneroso para a população, que hoje tem energia por meio de geradores a derivados do petróleo ou estão no escuro, provendo uma energia barata e de qualidade. Se o direcionamento econômico da política pública atuasse no custo de capital dos sistemas, o preço da energia elétrica desses sistemas poderia ser inferior ao preço da energia cobrada pelas distribuidoras locais. Essa ação, somada à já existente tarifa social de energia elétrica, poderia atenuar a pobreza energética”, completa.
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Estudo do Iema mostra que é preciso planejar a instalação de sistemas
solares nas áreas remotas junto com a previsão de retirada e reciclagem dos
resíduos.
O Custo Nivelado de Energia (LCOE) dos sistemas varia entre R$ 477/MWh e
R$ 1.189/MWh ou US$ 92/MWh a US$ 230/MWh, incluindo o custo de instalação,
operação e descomissionamento relacionado à energia elétrica gerada ao longo da
vida útil dos sistemas.
A revisão dos trabalhos internacionais apontou que os sistemas
fotovoltaicos são os mais utilizados para levar acesso à energia elétrica para
regiões remotas e não há literatura científica que aborde a gestão e logística
reversa dos resíduos de fontes renováveis em regiões remotas; a Amazônia Legal
carece de infraestrutura adequada para gerenciar esses resíduos eletrônicos.
Vale lembrar que o Programa Luz para Todos propõe universalizar o acesso ao
serviço público de eletricidade em regiões remotas da Amazônia Legal com fontes
de energia renováveis. Uma diversificação das fontes de energia renováveis
poderia reduzir os resíduos gerados pelos equipamentos fotovoltaicos e estimular
o desenvolvimento de uma cadeia de serviços nas regiões que passarão a ter
acesso aos serviços de eletricidade.
“A revisão de mais de uma centena de publicações científicas internacionais aponta uma tendência de se utilizar energia solar para a universalização do acesso em regiões remotas. Por isso, o LpT pode se tornar um grande exemplo mundial de política pública ao dar escala para a utilização dessa tecnologia em um grande território que é a Amazônia”, diz Fabio Galdino dos Santos, um dos autores.
Assinaram a publicação: Vinícius Oliveira da Silva, Fabio Galdino dos Santos, Isis Nóbile Diniz, Ricardo Lacerda Baitelo e André Luis Ferreira. (pv-magazine-brasil)
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