Com capacidade de produção de cerca de 12 GW, o projeto está localizado
em uma área estratégica do estado – entre as rodovias BR-030 e BA-160 -, a 100
km de Guanambi, e próximo à Ferrovia de Integração Oeste–Leste (FIOL), em
construção. A propriedade da fazenda fotovoltaica abrange três municípios:
Sebastião Laranjeiras, Palmas de Monte Alto e Iuiu.
De acordo com Semprine, a proposta é que seja criada uma zona industrial
de geração, processamento e exportação de energia sustentável a partir da
tecnologia fotovoltaica, para a produção de hidrogênio verde e, com isso,
atrair indústrias à procura do selo verde, como a de fertilizantes, siderurgia
e cimenteiras, por exemplo.
“Hoje, há uma série de indústrias que buscam adotar o uso de energia
100% renovável em seu negócio, buscando sustentabilidade das operações e valor
agregado aos seus produtos. E é nisto que estamos apostando, não apenas uma
planta de energia fotovoltaica. Vislumbramos um parque industrial completo, com
indústrias que tenham o foco na sustentabilidade”, enfatiza.
Segundo o diretor de novos negócios do BMG Energia, Caio David, a escolha da Bahia vem de um contexto histórico. “A área pertence ao Grupo BMG, que já operou nela com diversas grandes culturas agrícolas, exceto o cacau. Já cultivamos milho, algodão, grãos e atuamos na pecuária. Isso evidencia nossa proximidade e aptidão para o desenvolvimento de negócios ao longo da história. Estamos falando de mais de 40 anos de relacionamento do BMG com o Estado da Bahia, o que demonstra uma sinergia e um ambiente favorável ao desenvolvimento de negócios”, afirma David.
Um dos diferenciais da proposta de criação do hub de energia no Sudoeste baiano feito pela BMG Energia é dividir o projeto em micro lotes. Segundo Semprine, um projeto desta magnitude, numa área de 20 mil hectares, tem um valor de investimento muito elevado e não há infraestrutura para ser executado de uma só vez. “Acreditamos que para estar 100% com sua capacidade operando, serão necessários de 10 a 12 anos. Por isso, para viabilizar a ideia, dividimos a proposta em 268 microprojetos, de 45 MW cada, possibilitando que a implementação seja feita por fases, de acordo com a necessidade do parceiro”, explica o executivo da BMG Energia.
O projeto hub de energia verde começou a ser pensado em 2019/2020,
quando o Grupo BMG deu início a prospecções de viabilidade de instalar uma
planta eólica no Sudoeste baiano. Constatou que os ventos não eram suficientes,
mas que a incidência solar era muito promissora. “Percebemos que um projeto de
energia solar fotovoltaica seria aderente a esta região com alta concentração
de insolação. Em 2021, após 2 anos de medição, apuramos via certificação
oficial, que a área tinha capacidade para gerar até 11,6 GW de energia. Em
2022, demos início aos processos de pedido de licenciamento ambiental aos órgãos
competentes da Bahia”, comenta Semprine.
O projeto apresenta 3 pontos relevantes para o setor elétrico: alta capacidade de produção de energia limpa, viabilidade ambiental e conexão para escoar a energia produzida. Segundo o diretor executivo da BMG Energia, 3 linhas de 500 kV cruzam a área do projeto, sendo duas em fase de construção, que vão de Bom Jesus da Lapa (BA) até Jaíba (MG); e uma terceira linha já existente, de 300 quilômetros, que vai até Janaúba, no Norte de Minas.
“Com essas três linhas de transmissão de 500 kV, poderemos escoar o que for produzido pelo empreendimento, instalando subestações por meio do seccionamento destas linhas, ou seja, parte do grande investimento para o projeto se tornar realidade já existe ou está em andamento. Estamos na anuência final do projeto arqueológico da região e com o pré-projeto de engenharia pronto. A região tem alta disponibilidade hídrica; o projeto que estamos apresentando é no formato modular, ou seja, pode ser construído por etapas; a logística é facilitada; e é uma oportunidade que nos conectará ao sistema elétrico nacional. É um empreendimento que deverá integrar e desenvolver esta região do país, por meio de uma planta de energia 100% sustentável e limpa”, acrescenta Semprine. (pv-magazine-brasil)
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