sábado, 29 de março de 2014

Alternativa para geração eólica em residências

Uma nova tecnologia impulsiona o uso da energia eólica em ambientes urbanos. Desenvolvida pela Enersud, empresa especializada em soluções energéticas a partir de fontes renováveis, em parceria com a COPPE/UFRJ, a turbina eólica de eixo vertical foi apresentada na 3ª Feira FAPERJ Ciência, Tecnologia e Inovação, que aconteceu de 10 a 12/10/13 no Centro Cultural da Ação Cidadania (CCAC), no Rio de Janeiro. Batizada de RAZEC 266, a nova tecnologia potencializa o aproveitamento de ventos fracos e irregulares, característicos das grandes cidades. Assim, abre-se o caminho para a geração doméstica de energia, o que desperta benefícios ambientais e econômicos.
Essa nova tecnologia vai ao encontro da demanda associada à microgeração de eletricidade, cuja regulamentação foi recentemente aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A nova regra permite que moradores gerem a própria energia e transfiram o excedente não consumido para a rede pública. Neste caso, recebem descontos na conta de luz proporcionais ao volume energético transferido.
“Vínhamos estudando essa tecnologia há quatro anos, mas só agora passou a ser mais fabricada e usada no exterior.  Tornou-se convidativo adotar esse tipo de equipamento no ambiente urbano”, observa o engenheiro Luiz Cezar Pereira, diretor da Enersud. “A nova regulamentação da Aneel deve abrir oportunidades sem precedentes. O mercado brasileiro pode absorver algo em torno de mil turbinas eólicas de pequeno porte por ano”, projeta.
Com um investimento de R$ 3 milhões, a criação da turbina vertical RAZEC 266 envolveu também a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e a Ampla, concessionária de distribuição de energia elétrica que atende cerca de 2,5 milhões de clientes residenciais, comerciais e industriais em 66 municípios do Rio. O primeiro modelo desenvolvido, com tecnologia 100% nacional, tem potência entre 1 kw e 2 kw.
De acordo com Pereira, dependendo da velocidade do vento, a turbina é capaz de abastecer uma residência cujo consumo gira em torno de 300 kWh/mês. Pode ser usada também no carregamento de baterias e em iluminação de portarias, corredores e sistemas de segurança de condomínios. “Existe ainda a possibilidade de configurações híbridas, com a associação das turbinas eólicas aos painéis solares”, acrescenta o especialista.
O primeiro equipamento foi instalado, ano passado, na própria sede da empresa, em Maricá (RJ). Outros protótipos foram instalados em Salvador e municípios do norte fluminense. Em comum, tais lugares oscilam ventos que vão de baixa a extrema intensidade, condições ideais para atestar a adequação da tecnologia às variações climáticas e dificuldades inerentes ao espaço urbano.
“A vantagem das turbinas verticais é que são próprias para ambientes urbanos, sua manutenção é simples, e pode ser instalada em qualquer lugar, tanto em terra firme como no telhado de uma casa. Além disso, são mais silenciosas que os modelos tradicionais”, avalia Pereira. (ambienteenergia)

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