Uma nova tecnologia impulsiona o uso da energia eólica
em ambientes urbanos. Desenvolvida pela Enersud,
empresa especializada em soluções energéticas a partir de
fontes renováveis, em parceria com a COPPE/UFRJ, a turbina eólica de
eixo vertical foi apresentada na 3ª Feira FAPERJ Ciência, Tecnologia e
Inovação, que aconteceu de 10 a 12/10/13 no Centro Cultural da Ação Cidadania
(CCAC), no Rio de Janeiro. Batizada de RAZEC 266, a nova
tecnologia potencializa o aproveitamento de ventos fracos
e irregulares, característicos das grandes cidades. Assim, abre-se o
caminho para a geração doméstica de energia, o que desperta benefícios ambientais
e econômicos.
Essa nova tecnologia vai ao encontro da demanda associada à
microgeração de eletricidade, cuja regulamentação foi recentemente aprovada
pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A nova regra permite que
moradores gerem a própria energia e transfiram o excedente não consumido para a
rede pública. Neste caso, recebem descontos na conta de luz proporcionais ao
volume energético transferido.
“Vínhamos estudando essa tecnologia há quatro anos, mas só
agora passou a ser mais fabricada e usada no exterior. Tornou-se
convidativo adotar esse tipo de equipamento no ambiente urbano”, observa o
engenheiro Luiz Cezar Pereira, diretor da Enersud. “A nova regulamentação da
Aneel deve abrir oportunidades sem precedentes. O mercado brasileiro pode
absorver algo em torno de mil turbinas eólicas de pequeno porte por ano”,
projeta.
Com um investimento de R$ 3 milhões, a criação da turbina
vertical RAZEC 266 envolveu também a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (Faperj) e a Ampla, concessionária de distribuição de energia
elétrica que atende cerca de 2,5 milhões de clientes residenciais, comerciais e
industriais em 66 municípios do Rio. O primeiro modelo desenvolvido, com
tecnologia 100% nacional, tem potência entre 1 kw e 2 kw.
De acordo com Pereira, dependendo da velocidade do vento, a
turbina é capaz de abastecer uma residência cujo consumo gira em torno de 300
kWh/mês. Pode ser usada também no carregamento de baterias e em iluminação de
portarias, corredores e sistemas de segurança de condomínios. “Existe ainda a
possibilidade de configurações híbridas, com a associação das turbinas eólicas
aos painéis solares”, acrescenta o especialista.
O primeiro equipamento foi instalado, ano passado, na
própria sede da empresa, em Maricá (RJ). Outros protótipos foram instalados em
Salvador e municípios do norte fluminense. Em comum, tais lugares oscilam
ventos que vão de baixa a extrema intensidade, condições ideais para atestar a
adequação da tecnologia às variações climáticas e dificuldades inerentes ao espaço
urbano.
“A vantagem das turbinas verticais é que são próprias para
ambientes urbanos, sua manutenção é simples, e pode ser instalada em qualquer
lugar, tanto em terra firme como no telhado de uma casa. Além disso, são mais
silenciosas que os modelos tradicionais”, avalia Pereira. (ambienteenergia)
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