O Brasil será um dos primeiros países do mundo a usar o biocombustível
na aviação regular. Essa é a meta do governo federal, que tem tratado o tema
com companhias aéreas e com o mercado produtor desse tipo de combustível. Já agora
durante a Copa do Mundo centenas de voos nacionais serão operados com o uso de
bioquerosene. A ideia é que isso se torne uma política pública, voltada para
redução da emissão de poluentes na atmosfera.
Para o ministro da Secretaria da Aviação Civil, Moreira Franco, o Brasil
está à frente de muitas nações não só pela iniciativa de trazer o
biocombustível para a aviação regular, mas pela experiência que tem na produção
de combustíveis de fontes renováveis. “Temos tecnologia avançada neste setor; e
temos condição de fomentar ainda mais a produção desse tipo de combustível,
pois temos muita matéria-prima”, completa.
O desenvolvimento de combustíveis sustentáveis para a aviação pode
possibilitar a diminuição da dependência em relação aos combustíveis fósseis e
reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Atualmente, a aviação civil
emite cerca de 2% das emissões totais que poluem a atmosfera. “Este é um avanço
tecnológico que insere a aviação civil no século 21, onde existe a preocupação
não só com a eficiência operacional, mas também com a preservação da natureza”,
ressaltou o ministro.
A indústria aérea (incluindo empresas aéreas, aeroportos e serviços de
navegação aérea), assumiu compromisso voluntário, durante workshops realizados
entre 2012 e 2013 para tratar do assunto, de reduzir as emissões de carbono em
50% até 2050.
Para isso, a aviação requer o uso do “combustível drop-in”, tipo de
biocombustível sustentável misturado ao combustível convencional, com
característica de desempenho equivalente ao combustível atualmente utilizado
nos motores das aeronaves. Nos voos que utilizarem essa mistura durante a Copa
do Mundo, o bioquerosene corresponderá a 1%.
Primeiro voo verde
Em outubro de 2013, a companhia aérea Gol realizou um voo entre São
Paulo e Brasília utilizando combustível obtido de fonte renovável. A aeronave
foi abastecida com 25% de querosene produzido a partir do bagaço de cana de
açúcar e de óleos residuais. Após o teste, a companhia anunciou o propósito de
aumentar o uso de bioquerosene nos voos que opera.
O combustível usado no voo inaugural foi produzido pela Amyris Brasil,
que trabalha com fontes renováveis de energia. De acordo com o presidente da
empresa, John Melo, o bioquerosene ajuda a reduzir as emissões de gás carbônico
em 80% ou mais – se comparado com o combustível convencional, derivado de fonte
fóssil. No entanto, o custo ainda é alto, aproximadamente o triplo.
(biodieselbr)
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