domingo, 20 de julho de 2014

Lixo pode gerar quase uma Belo Monte em energia

Seria possível gerar cerca de 3.300 MWh somente com resíduos enviados para aterros.
Somente nos EUA existem cerca de 87 usinas gerando aproximadamente 2.500 MW.
O lixo recolhido anualmente no País seria suficiente para gerar cerca de 3.300 MWh, ou 29 GWh/ano. Esse valor corresponde a cerca de 75% da produção prevista de energia pela usina de Belo Monte – cujo valor total esperado é de 4.500 MWh.  O cálculo foi feito pela Keyassociados, consultoria especializada em negócios sustentáveis.
“Essa é uma estimativa conservadora, pois é possível que a quantidade de energia potencial a ser gerada seja maior ainda. Influenciam nesse ponto o tipo de tecnologia utilizada ou uma eventual ampliação no recolhimento e destinação correta dos resíduos”, afirma Ricardo Valente, diretor da Keyassociados e autor da estimativa.
Calcula-se que o volume de resíduos sólidos urbanos gerados, coletados e destinados no País seja de aproximadamente 63 milhões de toneladas por ano. Desse total, em torno de 7% são de metais, vidros e outros materiais que devem ser separados antes de se gerar energia. Ou seja, uma montanha de 163 mil toneladas de resíduos poderia, diariamente,  ser transformada em energia.
Em relação à tecnologia capaz de gerar energia, existem algumas delas como plasma, pirolise ou incineradores. “No nosso cálculo, considero o uso de tecnologia de incineradores, que são menos eficientes, por gerar menos energia, porém, mais baratas e conhecidas, assim sendo, mais viáveis do ponto de vista econômico e com menos risco tecnológico”, afirma Valente.
Iniciativas como essas podem ser encontradas em países como Estados Unidos, Canadá, Japão e Portugal. Apenas como exemplo, somente nos EUA existem cerca de 87 usinas gerando aproximadamente 2.500 MW.
No Brasil, a dificuldade de se implantar esse tipo de iniciativa está no  baixo custo pago para destinação dos resíduos; falta de incentivos governamentais (linha de financiamento com condições especiais) e de interesse das empresas que dominam o mercado de resíduo sólido urbano; aceitação de lixões (até agosto de 2014) e, paralelamente, dificuldade de se conseguir licença ambiental e instalação de usinas de incineração de resíduos sólidos. “Este cenário está mudando, as primeiras usinas já estão em construção, porém, estamos muito atrasados, também, nesta questão de destinação adequado do lixo e uso desta biomassa como fonte de energia”, comenta Valente. (ultimoinstante)

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