Seria possível gerar cerca de 3.300 MWh somente com resíduos
enviados para aterros.
Somente nos EUA existem cerca de 87 usinas gerando
aproximadamente 2.500 MW.
O lixo recolhido anualmente no País seria suficiente para
gerar cerca de 3.300 MWh, ou 29 GWh/ano. Esse valor corresponde a cerca de 75%
da produção prevista de energia pela usina de Belo Monte – cujo valor total
esperado é de 4.500 MWh. O cálculo foi feito pela Keyassociados,
consultoria especializada em negócios sustentáveis.
“Essa é uma estimativa conservadora, pois é possível que a
quantidade de energia potencial a ser gerada seja maior ainda. Influenciam
nesse ponto o tipo de tecnologia utilizada ou uma eventual ampliação no
recolhimento e destinação correta dos resíduos”, afirma Ricardo Valente,
diretor da Keyassociados e autor da estimativa.
Calcula-se que o volume de resíduos sólidos urbanos
gerados, coletados e destinados no País seja de aproximadamente 63 milhões de
toneladas por ano. Desse total, em torno de 7% são de metais, vidros e outros
materiais que devem ser separados antes de se gerar energia. Ou seja, uma
montanha de 163 mil toneladas de resíduos poderia, diariamente, ser
transformada em energia.
Em relação à tecnologia capaz de gerar energia, existem
algumas delas como plasma, pirolise ou incineradores. “No nosso cálculo,
considero o uso de tecnologia de incineradores, que são menos eficientes, por
gerar menos energia, porém, mais baratas e conhecidas, assim sendo, mais
viáveis do ponto de vista econômico e com menos risco tecnológico”, afirma Valente.
Iniciativas como essas podem ser encontradas em países como
Estados Unidos, Canadá, Japão e Portugal. Apenas como exemplo, somente nos EUA
existem cerca de 87 usinas gerando aproximadamente 2.500 MW.
No Brasil, a dificuldade de se implantar esse tipo de
iniciativa está no baixo custo pago para destinação dos resíduos; falta
de incentivos governamentais (linha de financiamento com condições especiais) e
de interesse das empresas que dominam o mercado de resíduo sólido urbano;
aceitação de lixões (até agosto de 2014) e, paralelamente, dificuldade de se
conseguir licença ambiental e instalação de usinas de incineração de resíduos
sólidos. “Este cenário está mudando, as primeiras usinas já estão em
construção, porém, estamos muito atrasados, também, nesta questão de destinação
adequado do lixo e uso desta biomassa como fonte de energia”, comenta Valente.
(ultimoinstante)
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