quinta-feira, 24 de julho de 2014

Setor elétrico precisa ser modernizado

Para executivo, a descentralização da geração, maior participação dos estados na fiscalização e determinação das prioridades levaria a avanços.
O atual modelo do setor elétrico deveria passar por uma reformulação com o objetivo de modernizar a regulação com a descentralização, menor nível de intervenção do estado e maior participação do mercado. Essa é a opinião do presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, que defendeu ainda a estabilidade de regras para que o país possa voltar a atrair investimentos privados.
Entre os pontos que levariam a essa modernização está a realização de leilões regionais e por fonte, que traria maior autonomia aos estados. Para ele, possibilidade dos estados poderem realizar leilões por meio da geração distribuída é um embrião dessa ideia, que em sua opinião não avança porque não há interesse do poder central em desenvolvê-la.
“O governo não quer perder poder no setor elétrico. Essa política centralizada foi criada pelos militares para ter o controle e parece que é mantido porque a atual presidente tem como característica ser centralizadora”, alfinetou Pires.
Em sua análise, a descentralização pode levar a uma energia mais barata e de acordo com a região. Ele lembrou que o Nordeste não é o mesmo de 50 anos atrás, hoje há a energia eólica por lá que é muito forte, assim como a solar. No Sudeste, citou a biomassa como de grande potencial e o Norte com a sua capacidade hídrica. Com isso, e a regionalização de políticas de desenvolvimento a energia poderia ficar mais barata por desvincular, por exemplo, a necessidade de levar a energia das usinas do Madeira a São Paulo por meio de uma linha de transmissão de quase três mil quilômetros.
“Lá no Norte, ao lado das usinas, a energia é barata e a indústria que se estabelecesse por lá teria capacidade de ser mais competitiva”, afirmou Pires. “Não há instituição que conheça melhor as características e necessidades do que os governos estaduais, que deveriam ter poder de fiscalização e de multar, no caso da distribuição, diferentemente do que acontece agora”, acrescentou ele após sua participação no 11º. Congresso Brasileiro de Eficiência Energética, realizado pela Abesco, em São Paulo.
O executivo aproveitou e criticou abertamente o atual momento da Agência Nacional de Energia Elétrica a qual classificou como ‘partidarizada e esvaziada em sua autonomia’. Segundo ele, é necessário que a agência retome sua característica de promover o equilíbrio entre os concessionários e os consumidores. 
Além disso, o executivo do CBIE, disse que a 12.783/2013 deveria ser revista pelo próximo governo e consertar o que deu errado até o momento para incentivar os investidores a apostar no setor elétrico nacional e promover uma verdadeira diversificação de fontes de geração. Em termos de tributos, apontou ainda a possibilidade de que se eliminasse a cobrança de PIS/Confins em nível federal e defendeu a necessidade de se negociar com os estados a questão do ICMS e a disparidade que existe hoje em dia como formas de esforço concentrado no sentido de baratear a energia no país. (canalenergia)

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