Para garantir o
fornecimento de energia no longo prazo, é importante que as duas frentes de
atuação ? aumento da oferta e consumo eficiente - sejam trabalhadas.
O Brasil possui centenas de empreendimentos de
geração de energia que entrarão em operação nos próximos anos, de modo a se
preparar para o aumento de demanda e reforçar a segurança energética do País. O
maior equilíbrio da matriz energética do Brasil com a construção de novas
usinas é um dos pontos fundamentais para o mercado atingir uma relação mais
igualitária entre oferta e demanda. Paralelamente, contudo, é possível um
resultado igualmente relevante via implementação de projetos de eficiência
energética, ou seja, pelo aproveitamento eficaz da energia já disponível.
Para garantir o fornecimento de energia no longo
prazo, é importante que as duas frentes de atuação – aumento da oferta e
consumo eficiente - sejam trabalhadas. No entanto, embora a eficiência
energética já se configure como uma alternativa difundida em mercados
desenvolvidos, como na Europa e nos EUA, no Brasil ainda há muito para se
avançar.
O maior esforço a ser explorado se concentra nos
setores de serviços, indústria e comércio. Devido a questões de escala e da
natureza das áreas de negócio, que demandam grandes quantidades de energia nos
processos produtivos e nas operações, naturalmente há um desperdício energético
maior, embora também haja significativo espaço a ser explorado no mercado
residencial.
O ambiente econômico desfavorável, marcado pela
retração econômica, aceleração da inflação e aumento nas taxas de juros, pode
desestimular muitos empresários a investir nesse momento. Entretanto, é
justamente em períodos de crise em que a eficiência energética se faz
necessária para as empresas, cujos gastos com energia podem superar o patamar
de um milhão de reais por ano. Ao adotar um projeto de eficiência energética, a
companhia aumenta a renda disponível para investimentos, por exemplo,
tornando-a mais competitiva para quando houver a recuperação da atividade
econômica. Desse modo, a eficiência energética é, sobretudo, uma questão de sobrevivência
para as empresas.
Há diversos modelos de contratos disponíveis para
demandar um projeto de eficiência energética, de modo que há farta gama de
opções para atender a todos os perfis. O mais comum é o contrato de
performance, no qual o cliente moderniza seus equipamentos sem realizar
desembolsos e com o risco transferido à empresa responsável pelo projeto. Nesse
contexto, é a contratada quem realiza todos os investimentos. O pagamento é feito
com uma parcela da redução na conta de energia e, após quitado todo o valor
estabelecido contratualmente, o cliente se beneficia com a redução integral da
conta de energia.
Esse modelo foi colocado em prática, por exemplo,
no Taubaté Shopping. Com a troca de equipamentos no sistema de iluminação e de
força motriz, a EDP Brasil reduziu em cerca de 70% o consumo nas áreas em que o
projeto de iluminação foi implementado e em 44% no sistema motriz, gerando uma
economia anual ao cliente estimada em R$ 328,9 mil.
Há outros modelos que podem ser contratados pelos
clientes. Entre eles está o B.O.T., destinado especialmente para projetos que
envolvem operação e manutenção de equipamentos. A contratada se responsabiliza
por construir e manter os equipamentos necessários para a eficiência
energética, transferindo a titularidade dos equipamentos ao cliente no final de
um prazo pré-estabelecido. Semelhante ao contrato de performance, o pagamento é
realizado via redução no consumo de energia.
Além do claro benefício econômico às empresas que
optam por implementar projetos de eficiência energética, toda a sociedade se
beneficia com as melhores práticas sustentáveis. Afinal, ainda mais ecologicamente
responsável do que produzir energia a partir de fontes limpas é, simplesmente,
reduzir o consumo. (fiepr)
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