O plano da Ucrânia é
transformar o lugar do desastre em uma enorme fonte de energia. Falta encontrar
quem esteja disposto a colocar dinheiro nisso.
O desastre de Chernobyl ainda
custa caro para a Ucrânia. A radiação na região poder demorar mais 24 mil
anos para chegar a níveis seguros. Hoje o governo gasta até 7% dos
impostos para garantir o isolamento e a segurança de uma região maior que um
Parque do Ibirapuera e meio.
A
Ucrânia já aceitou que a Zona de Exclusão não vai servir de moradia, plantação
e nem madeireira tão cedo. A nova proposta é criar uma enorme usina de energia
solar no local do acidente nuclear, capaz de gerar mil megawatts de potência,
suficiente para abastecer uma média de 164 mil residências. Se fosse
terminada hoje, seria a maior planta solar da história.
Pela
localização, os painéis poderiam ajudar a manter "ligada" parte
da cidade de Kiev, o maior centro urbano do país, que também é o que consome
mais energia.
A
Chernobyl Solar ainda tem que ultrapassar alguns desafios para se tornar
realidade. O primeiro passo é aprovar uma lei amplie o acesso e o uso da Zona
de Exclusão - a primeira versão dessa legislação já está passando pelo
Parlamento ucraniano.
Depois,
é uma questão de dinheiro. O custo total da instalação da planta solar deve
passar dos R$ 3 bilhões e a Ucrânia quer atrair investidores dispostos a
financiar o projeto. Como a região está abandonada, o custo do terreno é
extremamente baixo. Além disso, a instalação poderia tirar vantagem dos cabos
de transmissão de alta voltagem que já estão instalados por conta da antiga
usina nuclear.
Chernobyl
fica no norte da Ucrânia, que recebe bem menos luz solar que a porção sul
do país. Mas o país como um todo ainda recebe bem mais radiação solar que a
Alemanha, que é líder europeia em energia renovável. Além das possibilidades
energéticas, outra etapa decisiva vai ser a avaliação dos riscos por parte dos
investidores: afinal, eles precisam se comprometer com a segurança das equipes
de construção que vão instalar os painéis solares.
Acima dos aspectos técnicos, porém, a Ucrânia tem divulgado o projeto como o renascimento de Chernobyl e um esforço para que nada parecido volte a se repetir. Ainda hoje, metade da energia do país vem de usinas nucleares. Já as novas instalações em Chernobyl seriam o primeiro passo para "limpar" a matriz energética. O plano é que, até 2020, 11% da energia ucraniana venha de fontes renováveis. (abril)
Acima dos aspectos técnicos, porém, a Ucrânia tem divulgado o projeto como o renascimento de Chernobyl e um esforço para que nada parecido volte a se repetir. Ainda hoje, metade da energia do país vem de usinas nucleares. Já as novas instalações em Chernobyl seriam o primeiro passo para "limpar" a matriz energética. O plano é que, até 2020, 11% da energia ucraniana venha de fontes renováveis. (abril)
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