segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Competitividade de fontes limpas no mercado livre de energia sofre redução

 Queda no Índice FDR sinaliza declínio de novas migrações de consumidores especiais em 2017.
A FDR Energia anunciou em 25/10/17 o lançamento da atualização de outubro do Índice de Atratividade do Mercado Livre para Fontes Limpas de Energia. O levantamento mostra que o valor médio para todo o país ficou em “0,471”, o menor número desde janeiro de 2017.
“A principal razão foi o recente aumento do preço da energia negociada para o ano de 2018”, afirmou Erick Azevedo, sócio diretor da empresa, que ainda ressaltou: “O aumento é reflexo da escassez de chuvas em todo o País”. Segundo ele, um dos principais impactos dessa queda de atratividade das fontes limpas é a redução de novas migrações para o mercado livre de energia.
No ranking de atratividade entre as unidades da Federação, o Tocantins continua na liderança com índice “0,592”. Em segundo lugar o estado do Pará com “0,582”, seguido do Espírito Santo com “0,551”, Rio de Janeiro com “0,549” e Santa Catarina com “0,536”. “Caso se confirmem as previsões dos principais institutos de meteorologia de que teremos um verão com um índice de chuvas próximo à média, o preço para energia em 2018 irá cair e teremos uma retomada nas migrações para o mercado livre”, sinaliza Azevedo.
O índice, tal qual o modelo do IDH, elaborado pela ONU, é calculado em um intervalo de “0,000” (para a menor atratividade) e “1,000” para a maior atratividade. O levantamento mostra que estados que possuem valores no índice abaixo de 0,4 podem ser considerados inviáveis financeiramente para migração para o ACL. Já os que têm entre 0,4 e 0,6 podem ser considerados com viabilidade moderada e entre 0,6 e 0,8, com boa viabilidade. Acima de 0,8, com alta viabilidade. (canalenergia)

Novas energias renováveis no Brasil: desafios e oportunidades

A questão ambiental, tanto global quanto local, e os recentes avanços tecnológicos transformaram as energias renováveis na escolha prioritária para a expansão de capacidade de geração elétrica. Segundo IRENA (2017), desde de 2012, a instalação de capacidade de renováveis ultrapassou as não renováveis de forma crescente. Em 2015, a capacidade instalada de renováveis representou 61% da capacidade total adicionada no mundo. Este aumento das renováveis no mundo se deve principalmente ao aumento das novas tecnologias de energia renováveis, em especial eólica e solar. Em 2015 o aumento da capacidade instalada das duas fontes mais importantes das novas renováveis, solar e eólica, superou a de hidráulica pela primeira vez.
O Brasil se posiciona neste cenário de forma bastante peculiar visto a importância histórica das hidráulicas na matriz elétrica nacional. Por um lado, as energias renováveis no Brasil são um caso de sucesso, a participação de fontes renováveis na matriz de geração brasileira é de 85%. Isto se deve, principalmente, à participação da energia hidroelétrica, uma tecnologia conhecida e amplamente aplicada no Brasil. A expansão das hidráulicas, no entanto, enfrenta progressivamente maiores custos e restrições. Assim, se o Brasil quiser manter uma matriz limpa terá que fazer face as novas oportunidades e desafios relacionados a introdução das novas energias renováveis.
Externalidade ambientais dos combustíveis fósseis e esforço internacional de mitigação
Historicamente, os combustíveis fósseis se tornaram o recurso central da matriz energética mundial. Desde a Revolução Industrial, os sucessivos paradigmas tecnológicos calcaram-se na utilização crescente de combustíveis fósseis. Em 2014, 80% da demanda energética mundial foi atendida por petróleo, gás natural e carvão (IEA, 2016). A base fóssil da energia, no entanto, gerou externalidades ambientais importantes que nas últimas décadas começou a ser colocada na pauta de política energética dos países (nacionalmente e internacionalmente). A dominância de combustíveis fósseis foi considerada determinante para o aquecimento global, e a redução dessa participação é vista como a principal política para evitar a ocorrência de catástrofes ambientais.
A 21ª Conferência das Partes (COP21), realizada em dezembro de 2015, em Paris, traçou ações efetivas para limitar o aumento da temperatura média no mundo abaixo de 2ºC até 2100, a partir de planos nacionais de compromisso de redução de emissões, chamados de INDCs.
A transição energética mundial para uma economia com baixa emissão de carbono dependerá, significativamente, da redução da utilização de combustíveis fósseis na geração de eletricidade, que responde, atualmente, por um terço das emissões globais. Além disso, o caminho para a redução das emissões de outros segmentos de consumo, como transporte e aquecimento, deve envolver maior utilização de eletricidade (com carros e sistemas de aquecimento de ambiente elétricos), indicando que uma matriz elétrica limpa, com elevada participação de fontes renováveis, será essencial para permitir que a eletrificação do futuro reduza os níveis atuais de emissão.
Especificidades brasileiras: da renovável para as novas renováveis
A inserção do Brasil neste contexto internacional tem suas peculiaridades. Por conta da disponibilidade de recursos renováveis, o Brasil seguiu uma trajetória distinta e, hoje, conta com uma matriz energética limpa em relação à média mundial.
A figura 2 compara a meta global de redução da intensidade de emissões de CO2 na geração de eletricidade condizente com o cenário 450 da Agência Internacional de Energia no horizonte 2040, que limitaria o aumento da temperatura global em 2°C, e a intensidade do sistema elétrico brasileiro em 2014. Se o esforço global mitigatório das emissões tiver êxito, a intensidade de emissão para a geração de energia global alcançará o índice brasileiro próximo do final do período de previsão. Ou seja, em matéria de matriz de geração limpa, o Brasil está 20 anos à frente da média global. O desafio que se coloca, no entanto, é manter a participação de renováveis na matriz de geração. Assim, a essa liderança não exime o Brasil de seguir políticas de mitigação de emissões.
Nesse sentido, na COP21, o Brasil comprometeu-se a reduzir as emissões de GEE em 37% em 2025 em relação aos níveis de 2005 e em 43% na mesma base de comparação até 2030. Para o setor de energia, o Brasil estabeleceu três metas (INDCs) no Acordo de Paris: (i) atingir participação de 45% de energias renováveis na matriz energética em 2030; (ii) aumentar a participação de bioenergia para 18% até 2030, expandindo o consumo de biocombustíveis, a oferta de etanol(inclusive segunda geração) e a parcela de biodiesel na mistura do diesel; e (iii) expandir o uso de fontes renováveis, além da energia hídrica, na matriz total de energia para uma participação de 28% a 33% até 2030 (EPE, 2016).
Para atender os objetivos propostos, o Brasil terá de repensar o papel das térmicas. Nos últimos anos, o papel desempenhado pelas termelétricas no Brasil tem sido inadequado em termos econômicos e ambientais. Baseada na perspectiva de utilização pouco frequente, a construção do parque termelétrico brasileiro priorizou a flexibilidade, através de tecnologias com menores custos de investimento e maiores custos operacionais. Essas tecnologias, como é o caso de sistemas térmicos em ciclo aberto, por não priorizarem a eficiência, acarretam em maior emissão por KWh produzido. No entanto, desde 2013, as térmicas brasileiras têm sido utilizadas intensamente, implicando em aumento dos custos de suprimento elétrico e das emissões de CO2.
O Brasil conta com posição privilegiada para acomodar uma expansão significativa de energias renováveis intermitentes (características das novas renováveis). Por um lado, o sistema elétrico brasileiro pode ser considerado dinâmico, com crescimento elevado projetado para o longo prazo, o que permite ajustes na expansão para adequar o sistema a maior geração de fontes renováveis intermitentes. Por outro, o sistema elétrico já dispõe de elevado grau de flexibilidade em decorrência: (i) da preponderância hidrelétrica (70% da capacidade instalada), (ii) da estocagem através dos reservatórios hídricos (211 TWh, equivalente a pouco menos de 5 meses da carga anual), e (iii) da possibilidade intercâmbio elétrico-energético através de um sistema de transmissão de dimensão continental (o SIN atende a 98% da carga do país).
Com estas características, a expansão renovável no Brasil pode ocorrer com custos de integração reduzidos. Os reservatórios acomodam a intermitência provendo flexibilidade e ainda estocam a geração intermitente sob a forma de água, com o deslocamento da energia hidráulica evitada.
Promoção de energia eólica e solar no Brasil: mix de política energética e industrial
Visto o potencial nacional tanto eólico quanto solar, o Brasil criou mecanismos de incentivos a promoção dessas fontes energéticas. Os principais elementos destes mecanismos são os contratos de longo prazo estabelecidos através dos leilões (PPAs) e o financiamento privilegiado do BNDES. Visto que grande parte dos financiamentos da indústria de energia passa pelo BNDES, isto não poderia ser diferente para novas renováveis. O financiamento do BNDES, no entanto, está relacionado com a política industrial de produção de componentes nacionalmente. Assim, O BNDES criou políticas de conteúdo local específicas para as novas renováveis.
Enquanto a evolução da indústria da eólica mostrou uma grande efetividade na internalização de componentes (Ferreira, 2017), a adaptação a política de solar ainda deverá ser avaliada.
Principal política de incentivo ao desenvolvimento da cadeia produtiva do aerogerador no Brasil, a PCL do BNDES teve início com a contratação de energia eólica no PROINFA em 2002. Os requisitos para concessão de financiamento eram os mesmos de outros setores econômicos (índice de nacionalização dos equipamentos de 60%). Por avaliar que esse critério distorcia escolhas de tecnologias e não era suficiente para impulsionar a nacionalização de equipamentos de maior intensidade tecnológica, o BNDES implantou uma nova metodologia a partir de 2013. A nova política do BNDES implementou regras que aumentavam gradativamente o requisito de conteúdo local dos equipamentos, especialmente da nacele, que é a parte do aerogerador que possui os componentes de maior complexidade tecnológica. Esses requisitos deveriam refletir a maturidade dos fornecedores locais para o suprimento. Ferreira (2017) aponta que a política obteve sucesso em desenvolver fornecedores locais e atrair empresas de equipamentos para o Brasil, ainda que persistam algumas lacunas de competitividade. Um tema crítico é a continuidade do ritmo de contratação de nova capacidade eólica no Brasil. A crise econômica estagnou a demanda de eletricidade e o leilão de energia de energia de reserva previsto para 2016 foi cancelado. Assim, os fornecedores domésticos podem ter problemas futuros para ocupar a capacidade instalada.
No caso da energia solar, apesar de uma participação importante nos leilões de reserva (6°, 7° e 8° LER), a capacidade efetivamente em construção é limitada o que vem levantando questões. Andreão et al (2017) mostram que as duas principais empresas que participam de projetos com maior capacidade contratada nestes leilões são a ENEL (envolvida com projetos que equivalem a 24% da capacidade solar contratada) e a Canadian Solar (envolvida em projetos que equivalem a 13% da capacidade solar contratada). As estratégias das duas empresas no que refere as exigências de conteúdo local do financiamento do BNDES são bastante diferentes. A primeira vem se apoiando em investimento próprio (sem financiamento do BNDES), com obras mais avançadas e sem restrições de conteúdo local. A segunda, conseguiu este mês a aprovação do primeiro financiamento de energia solar no BNDES (R$ 529,039 milhões para implantação do Complexo Solar Pirapora, em Minas Gerais, com cinco usinas fotovoltaicas e potência instalada total de 150 MW e potência fotovoltaica instalada de 191 megawatts picos MWp).
As diferentes estratégias parecem coerentes com as características das empresas envolvidas. A ENEL é uma empresa especialmente focada em energia (mesmo possuindo parcerias que fabricam painéis solares). A Canadian Solar é uma das principais empresas produtoras de placas solares no mundo (a principal que não é de propriedade de firmas chinesas). A empresa canadense possui ativos de geração solar em diferentes partes do mundo, no entanto, o que a destaca na indústria é a importância da mesma na manufatura de solar.
Agora resta saber se algumas destas estratégias será vencedora ou se conviverão na evolução do setor no Brasil. Certamente dependerá tanto do desenvolvimento tecnológico quanto da evolução da regulação setorial e da política de financiamento do BNDES. (ambienteenergia)

sábado, 28 de outubro de 2017

Eficiência energética dá desconto em troca de motores elétricos

Programa de eficiência energética da Celesc dá desconto pela troca de motores elétricos.
Expectativa do Bônus Eficiente Linha Motores é movimentar R$ 28 milhões na economia de SC, gerando reduções no consumo e nas emissões de aproximadamente 462 toneladas de CO2, volume similar ao plantio de 2.772 árvores.
A Celesc divulgou que indústrias, empresas de comércio e serviços, instituições públicas, condomínios e produtores rurais com CNPJ já podem se inscrever a partir de 24/10/17, para a troca de motores elétricos por outros mais eficientes com um desconto de até 40% oferecido pelo projeto Bônus Eficiente Linha Motores. Lançado pela Celesc em parceria com a WEG, o projeto irá beneficiar os cadastrados por ordem de chegada no site.
A inciativa, que terá investimentos na ordem de R$ 6,5 milhões, é mais uma promoção do Programa de Eficiência Energética da Celesc, que já realizou com sucesso os programas Bônus Eficiente, o qual substituiu eletrodomésticos com 50% de desconto, e Bônus Fotovoltaico, com instalação de 1.000 sistemas de captação de energia solar.
A força motriz é uma das maiores consumidoras de energia elétrica do Brasil, responsável por mais de 50% de toda a eletricidade utilizada no país. “Nosso objetivo é contribuir para a manutenção ou o aumento da atividade produtiva de Santa Catarina, com a redução do consumindo de energia elétrica, por meio de motores mais novos e eficientes”, explicou Cleverson Siewert, presidente da Celesc.
O engenheiro Marco Aurélio Gianesini, chefe da Divisão de Pesquisa, Desenvolvimento e Eficiência Energética da Celesc, conta que a expectativa é de que o programa movimente R$ 28 milhões na economia de Santa Catarina, além de gerar uma redução de consumo equivalente a 2,3 mil residências. Em termos ambientais, o projeto evita a emissão de aproximadamente 462 toneladas de CO2, volume similar ao plantio de 2.772 árvores.
A troca dos equipamentos será realizada para motores trifásicos de 1 a 250 cv ou monofásicos de 1 a 15 cv; com 2, 4, 6 e 8 polos; fabricados até 2009 e que operem, no mínimo, 2.640 horas por ano. O diretor de vendas da WEG, Fernando Garcia, explica que, entre os benefícios estão a economia de energia, o aumento da competitividade e maior confiabilidade, maior sustentabilidade, rápido retorno do investimento, redução de gastos com manutenção e garantia de fábrica.
No acordo, as empresas beneficiadas se comprometem a entregar os motores antigos para a WEG, que fará o descarte correto do material, incluindo destruição e reciclagem de peças. (canalenergia)

Brasil é o 7º maior gerador de energia eólica do mundo

Dentre os estados brasileiros, Rio Grande do Norte apresentou a maior parte na geração eólica em 2016 (34,7%).
O Brasil subiu mais uma posição e assumiu o sétimo lugar entre os países com maior geração de energia eólica no mundo, ultrapassando o Canadá, que caiu para a oitava posição. Em termos de expansão de potência, o País mantém o quinto lugar, com 2,5 GW em 2016.  Os dados são do “Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2016” produzido pelo Ministério e Minas e Energia (MME).
A situação favorável da fonte eólica brasileira também é destaque no fator de capacidade (FC). De 2000 para 2016 o Brasil passou de um FC médio de 20% para 41,6%.  No mundo, esses indicadores foram de 22% e 24,7%, respectivamente. Observa-se que de um FC abaixo do mundial em 2000, o Brasil evoluiu para um indicador 68% superior.
Segundo o Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), dentre os estados brasileiros, o Rio Grande do Norte apresentou a maior proporção na geração eólica em 2016, com 34,7%, seguido do Ceará com 18,8%. No fator de capacidade, o Piauí teve o maior indicador (48,4%).
Para  2026, a previsão do Plano Decenal de Energia é que a capacidade instalada eólica brasileira chegue a 25,8 GW (inclusive geração distribuída), respondendo por 12,5% do total. A Região Nordeste deverá ficar com 90% da capacidade eólica total.

Considerando a geração total de cada país, a Dinamarca apresenta a maior participação de geração eólica, de 42,5%, seguida de Portugal (22,1%), e Espanha (18%). (oportaln10)

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Brasil foi o 7° maior produtor de energia eólica em 2016

Brasil foi o sétimo maior produtor de energia eólica no mundo em 2016.
O Brasil ultrapassou o Canadá assumiu a sétima posição no ranking dos países com maior geração de energia eólica em todo o mundo. De acordo com dados do “Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2016”, produzido pelo Ministério e Minas e Energia, o país mantém o quinto lugar em termos de expansão de potência instalada, com 2,5 GW acrescidos entre janeiro e dezembro do ano passado. Além disso, o Brasil alcançou um fator de capacidade médio de 41,6% do seu parque eólico, contra uma média mundial de 24,7% – a evolução desse indicador no país saltou 68% entre 2000 e 2016.
O país com a maior participação de geração eólica é a Dinamarca, com 42,5%, seguida de Portugal (22,1%) e Espanha (18%). No corte nacional, o estado líder na geração por meio dos ventos no ano de 2016 foi o Rio Grande do Norte, com 34,7%, seguido do Ceará, com 18,8%. No quesito fator de capacidade, o Piauí teve o maior indicador (48,4%). Para 2026, a previsão do Plano Decenal de Energia é que a capacidade instalada eólica brasileira chegue a 25,8 GW – incluindo geração distribuída – e responda por 12,5% do total. A região Nordeste deverá ficar ter 90% da capacidade eólica total. (canalenergia)

União Europeia banirá biocombustível convencional após 2030

União Europeia vai banir biocombustíveis convencionais a partir de 2030.
Os biocombustíveis de primeira geração – fabricados a partir de commodities alimentares – serão banidos do mercado europeu a partir de 2030. Em 23/10/17, o Comitê de Meio Ambiente do Parlamento Europeu votou o texto da nova versão da Diretiva de Energias Renováveis (RED 2) que pretende estabelecer uma meta de 35% de energias renováveis para todos 28 países do bloco a ser atingida dentro do período que vai de 2020 a 2030. (biodieselbr)

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Poluição do ar reduz o potencial de geração de energia solar na China

A China está expandindo rapidamente seu fornecimento de energia solar, esperando satisfazer 10% das necessidades de eletricidade do país com energia solar até 2030. Mas há um problema: a severa poluição do ar está bloqueando a luz do sol, reduzindo significativamente a produção da energia solar, particularmente nas partes norte e leste do país.
 Esta questão é pior no inverno, quando – de acordo com pesquisas da Universidade de Princeton – a poluição do ar nessas regiões bloqueia cerca de 20% da luz solar que chegaria às matrizes do painel solar, em média. Isso faz com que o efeito da poluição atmosférica no inverno, sobre a produção de energia solar, seja tão significativo como o das nuvens, que há muito tem sido considerado o principal impedimento para a produção de energia solar.
Publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences, o estudo mostra que, nas áreas mais poluídas do norte e leste da China, a poluição por aerossóis está reduzindo o potencial de geração de eletricidade solar em até um quilowatt-hora por metro quadrado por dia, ou até 35%. Isso é suficiente para alimentar uma aspiradora por uma hora, lavar 12 quilos de roupa ou trabalhar em um laptop por até 10 horas.
A combustão de combustíveis fósseis aumenta as concentrações de aerossóis na atmosfera. Outros pesquisadores reconheceram que esses aerossóis, que incluem sulfato, nitrato, partículas de carbono preto e compostos orgânicos, estão contribuindo para o escurecimento solar em grandes partes da China. Mas nenhuma pesquisa anterior calculou apenas quanto os aerossóis na atmosfera estão reduzindo a eficiência da energia solar da China.
Para calcular a quantidade de radiação do sol que atinge os arrays solares no chão, os cientistas usaram o chamado modelo de desempenho solar fotovoltaico, combinado com dados de satélite de instrumentos da NASA que medem a irradiância do sol e analisam componentes de aerossóis e nuvens na atmosfera. Eles realizaram nove análises separadas, que abrangeram de 2003 a 2014 e cobriram toda a China, para comparar o impacto dos aerossóis em comparação com as nuvens na geração de energia solar com e sem tecnologia que rastreia o sol à medida que se move através do céu.
As descobertas do estudo deveriam estimular países como a China e a Índia a reduzir as emissões de aerossóis, de modo que reduzam a poluição e, assim, aumentem sua geração de energia solar mais rapidamente, além dos já conhecidos benefícios para a saúde. Existe também potencial para um ciclo virtuoso: expandir a produção de energia solar poderia reduzir a dependência de combustíveis fósseis, reduzindo assim as próprias emissões que prejudicam a produção de energia solar. Isso enviaria mais eletricidade solar para a rede – o que, por sua vez, deveria reduzir ainda mais a necessidade de combustíveis fósseis.
As descobertas também podem ajudar a determinar onde construir novos arrays solares. A poluição por aerossóis na China está fortemente concentrada em regiões industrializadas e urbanizadas, enquanto áreas remotas e pouco povoadas têm ar mais limpo. Se a pesquisa pode quantificar o quanto a poluição do ar está reduzindo a produção de energia solar, os formuladores de políticas podem pesar os custos de transmissão de eletricidade de regiões mais limpas para mais sujas, avaliando os benefícios de produzir mais energia construindo arrays onde mais luz solar atinge o solo.
Para o próximo projeto, os pesquisadores estão ampliando suas análises para outras regiões do mundo, incluindo a Índia, que sofre de níveis de poluição do ar tão altos quanto os da China. Além de como os poluentes atmosféricos na atmosfera reduzem a geração de eletricidade ao absorver a luz solar, eles também examinarão como os poluentes do ar podem reduzir a geração de energia, sujando os próprios painéis solares. (ecodebate)

Energia solar pode gerar economia de R$ 2 bilhões

Placas fotovoltaicas geram energia a partir dos raios solares.
Dados são de estudo divulgados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Os brasileiros poderiam economizar pelo menos R$ 2 bilhões na conta de luz, se houvesse complementação da matriz elétrica brasileira por meio da inserção da fonte solar fotovoltaica. É o que demonstrou estudo inédito divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A iniciativa apresentada em 17/10/17 pela entidade para o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho.
A pesquisa avaliou qual seria o impacto de uma inserção planejada da fonte solar fotovoltaica entre janeiro de 2013 e maio de 2017. Como resultado, notou-se um alívio imediato na operação do subsistema elétrico da região Nordeste. Também foi observada uma redução significativa na geração termelétrica fóssil e nas emissões de gases de efeito estufa no setor elétrico nacional, decorrentes do uso frequente de usinas termelétricas emergenciais.
Reduzindo essa utilização, a fonte solar fotovoltaica evitaria a liberação de 15,4 a 17,9 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera – o equivalente ao reflorestamento de uma área uma vez e meia maior do que a cidade Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Dessa forma, constatou-se que a medida ajudaria o país a cumprir as metas de redução de CO2, conforme exigências do Acordo de Paris, assinado pelo Brasil e outros 195 países na COP 21, em 2015.
Crise hídrica
Devido ao período crítico de falta de chuvas e baixa nas represas em todo o país, termelétricas caras tiveram de ser reativadas como medida de segurança, para suprir a demanda por energia elétrica, principalmente no Nordeste. A medida foi retomada em 2017 e, por isso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabeleceu a “bandeira vermelha nível 2”, tarifa que encarece a conta de luz para arcar com os custos altos dessas estruturas.
Com a complementação da energia fotovoltaica, seria reduzida a necessidade de utilização de termelétricas, pois a tecnologia é capaz de produzir energia elétrica principalmente em períodos de pouca chuva e sol intenso.
“A inserção planejada da fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira contribuiria significativamente para reduzir o acionamento das termelétricas fósseis mais onerosas ao país, diminuindo custos aos consumidores, reduzindo emissões de gases de efeito estufa e aliviando a pressão sobre os recursos hídricos na geração de energia elétrica. Simultaneamente, a medida promoveria a geração de empregos locais qualificados, proporcionando ganhos de renda para a população e contribuindo para a retomada da economia nacional”, afirmou, em nota, o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.
O estudo foi coordenado pela especialista em setor elétrico com 35 anos de experiência, Leontina Pinto, da Engenho Consultoria. Ele foi baseado na análise de dados reais do histórico de geração de energia elétrica do país, publicadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). (revistamineracao)

domingo, 22 de outubro de 2017

Brasileiros podem economizar energia com maior uso solar

Entrada da energia solar na matriz energética pode gerar R$ 2 bi de economia.
Estudo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) aponta que os brasileiros poderiam economizar pelo menos R$ 2 bilhões na conta de luz com uma complementação da matriz elétrica brasileira por meio da inserção da fonte solar fotovoltaica.
O trabalho, que avaliou qual seria o impacto de uma inserção planejada da fonte solar fotovoltaica no período histórico entre janeiro de 2013 e maio de 2017, mostrou um alívio imediato na operação do subsistema elétrico da região Nordeste, com redução significativa na geração termelétrica fóssil e nas emissões de gases de efeito estufa no setor elétrico nacional, decorrentes do uso frequente de usinas termelétricas emergenciais.
Ao diminuir o uso das termelétricas, a fonte solar fotovoltaica evitaria a liberação de entre 15,4 e 17,9 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera do planeta entre 2013 e 2017, equivalente ao reflorestamento de uma área uma vez e meia maior do que a da capital mineira de Belo Horizonte.
A medida ajudaria o país no cumprimento de suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, conforme os compromissos assumidos pelo Brasil junto ao Acordo de Paris, durante a COP21, em 2015.
As termelétricas mais caras do País foram reativadas nos últimos anos, como uma medida de segurança de suprimento, por conta da severa crise hídrica que diminuiu a capacidade de geração de energia elétrica das hidrelétricas, especialmente na região Nordeste.
A medida foi retomada em 2017, levando o país a estabelecer, pela primeira vez, a “bandeira vermelha nível 2”, maior nível da tarifa previsto no setor e que indica elevação no uso de termelétricas fósseis onerosas para suprir a demanda do País.
Como resultado da medida, que visa evitar um novo apagão, os consumidores brasileiros terão de pagar uma conta extra que já soma centenas de milhões de reais para cobrir os custos mensais de operação das usinas fósseis emergenciais em operação.
Em contrapartida, o estudo da associação aponta que existem formas de superar estes desafios econômicos e ambientais: diversificando a matriz elétrica brasileira com a expansão de novas fontes renováveis, especialmente com a emergente solar fotovoltaica, capaz de produzir mais energia elétrica justamente em períodos de pouca chuva e sol intenso.
“A inserção planejada da fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira contribuiria significativamente para reduzir o acionamento das termelétricas fósseis mais onerosas ao país, diminuindo custos aos consumidores, reduzindo emissões de gases de efeito estufa e aliviando a pressão sobre os recursos hídricos na geração de energia elétrica. Simultaneamente, a medida promoveria a geração de empregos locais qualificados, proporcionando ganhos de renda para a população e contribuindo para a retomada da economia nacional” destaca o presidente executivo da ABSOLAR, Dr. Rodrigo Sauaia.
A avaliação da associação, que traz um balanço entre oferta e demanda para o setor de energia elétrica no Brasil, foi baseada na análise de dados reais do histórico de geração de energia elétrica do país, publicadas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

A iniciativa integra as recomendações da entidade para o estabelecimento, pelo Governo Federal, de um programa nacional para o desenvolvimento do setor solar fotovoltaico brasileiro, que foi apresentado pelos dirigentes da associação ao Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, em 17/10/17.  (ambienteenergia)

GNL elevará competitividade da geração térmica

Condomínio de GNL abre porta para elevar competitividade da geração térmica.
Abraget abre chamada pública a partir de hoje para formar grupo de investidores interessados em dividir custos de implantação da infraestrutura de fornecimento do combustível.
A Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas lançou em 18/10/17 uma chamada pública que pode representar um fator de melhoria na competitividade do setor em leilões de energia nova da Agência Nacional de Energia Elétrica. A entidade abriu as inscrições para interessados em participar do projeto de condomínio de GNL. A meta é dividir os custos de logística no fornecimento de gás natural liquefeito para os investidores em ativos de geração a gás, e assim atribuir mais competitividade à fonte.
De acordo com o presidente da Abraget, Xisto Vieira Filho, o GNL é a saída para o Brasil nos próximos anos em termos de geração a gás. E dentre os custos fixos de uma planta dessa natureza a logística possui um peso importante no processo de implementação desse tipo de usinas. São necessários investimentos em terminais de regaseificação flutuantes, ou mesmo em terra com a FSRU, estrutura de porto e proximidade de gasodutos.
“Se o investidor for sozinho no leilão ele terá que arcar com todos esses portes e isso aumenta muito o seu custo fixo, deixando a sua geração menos competitiva”, comentou executivo à Agência CanalEnergia. “Com o condomínio é possível obter a redução dos custos fixos e atrair mais investidores com o compartilhamento do investimento em logística”, acrescentou.
Não há uma estimativa de qual seria o percentual de ganho de competitividade. Vieira Filho explicou que esse benefício depende do tipo de instalação, da tecnologia aplicada, da origem do fornecimento do GNL, dentre outros fatores. Mas, apontou que em um condomínio com cinco investidores, o custo que seria de apenas um será dividido por todos o que reduz a necessidade de capex.
O formato desse condomínio ainda não está definido. A ideia é de ter uma capacidade de atender a uma geração térmica de 3 GW. A divisão entre as usinas pode ser preenchida de diversas formas. Vieira filho destacou que há flexibilidade no que diz respeito à capacidade das usinas, mas que está restrito ao máximo apontado  no edital. Contudo, diz que o ideal seria que cada condomínio atendesse a seis centrais de 500 MW.
O executivo lembra que o volume de gás importado dependerá do tipo de geração a ser contratado. A Abraget vem defendendo com o governo a realização de leilões de energia de segurança energética. Mas que isso depende do governo e de como ele deverá promover a contratação. “O importante é que o condomínio pode colocar 3 GW de energia na base”, indicou.
Nessa primeira iniciativa o edital prevê a construção do condomínio em uma de duas localidades a ser definida. Será no Porto do Açu (RJ) ou no Porto Central (ES). Essa escolha deve-se ao fato de que ambos fazem parte de seu quadro de associados. A decisão virá de acordo com o preenchimento das condições prévias para receber o empreendimento e que estes sejam economicamente viáveis. E, disse o presidente da Abraget, dependendo do resultado, uma nova chamada poderá ser realizada no ano que vem. (canalenergia)

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Redução nas metas de biocombustíveis em USA

Redução nas metas de biocombustíveis nos EUA atraiu críticas de republicanos
Etanol: nos últimos 4 anos, aproximadamente 4,5 bilhões de litros de etanol de cana importados do Brasil abasteceram veículos norte-americanos.
A intensão do governo de Donald Trump de reduzir os volumes de biocombustíveis que as distribuidoras precisam adicionar a seus produtos como parte do Renewable Fuel Standard (RFS) não está sendo bem digerida nem por políticos do Partido Republicado – que formam sua base de sustentação política.

O governo dos EUA está estudando realizar um novo corte nas metas de biocombustíveis para 2018. A redução pode ser de mais de 1,5 bilhões de litros. (biodieselbr)

De cara com o lixo do Programa Nuclear Brasileiro

Lixo nuclear da primeira mineração de urânio ocupa uma área correspondente a 100 Maracanãs, em Poços de Caldas (MG)!

Pela primeira vez, com imagens inéditas e surpreendentes, reportagem em cadeia nacional de TV colocou a sociedade brasileira frente a frente com a assustadora questão do lixo nuclear. A produção de resíduos radioativos em toda cadeia de geração de energia nuclear é o principal impacto ambiental do uso desta tecnologia. O grande desafio global hoje é justamente como lidar com o “beco sem saída” do lixo atômico para o qual, em mais de 70 anos, nenhum cientista –entre os “gênios” que povoam o mundo nuclear– encontrou solução definitiva, e ameaça a Vida no planeta. Por esta razão, a tendência mundial é abandonar a fonte nuclear por fontes renováveis de energia, como a solar, eólica e biomassa. No Brasil ocorre o oposto. Apesar de todos os senões, o governo segue tentando impor a conclusão da usina atômica Angra 3 (RJ). A obra está no epicentro das investigações de corrupção e lavagem de dinheiro na Eletronuclear e, por sua própria essência, envolve riscos enormes e sérios para a natureza e a humanidade. https://globoplay.globo.com/v/6154036/
Foi em 1982, em Minas Gerais, que o Brasil começou a extrair urânio. Em 13 anos a atividade ficou inviável economicamente, deixando em Poços de Caldas: lama radioativa na cava da mina; bacias de contenção lotadas de rejeito; galpões e uma fábrica de beneficiamento de minério desativada. São mais de 12 mil toneladas de resíduos, que contem urânio, tório, rádio, radônio e outros contaminantes. Passaram-se 22 anos, e a área degradada não foi recuperada. Neste tempo, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) foi apontando irregularidades, determinando medidas corretivas, nunca efetivadas, e tolerando a incompetência, irresponsabilidade e erros reincidentes das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). A CNEN é proprietária e fiscal da INB, estatal responsável por todas as atividades do “ciclo do combustível nuclear”, desde a mineração até a fabricação do combustível que abastece as usinas atômicas de Angra dos Reis (RJ).
Segundo a reportagem, a INB teria apresentado o projeto de recuperação da área em 2012, calculando que precisará de US$500 milhões para fazer a descontaminação, durante 40 anos. Mas afirma não ter orçamento para isto. Ainda assim, apesar da grave situação evidenciada pela TV, a INB descartou o risco de contaminação do solo e da água na região. Mais uma prova que a mentira institucionalizada, a falta de transparência, a insegurança em radioproteção e a violação dos direitos humanos caracterizam o setor nuclear brasileiro. E por parte do Ministério do Meio Ambiente,  viu-se mais uma prova da omissão e conivência com os crimes socioambientais do Programa Nuclear. O IBAMA limitou-se a informar que o projeto está em fase de estudo, mas sem prazo de conclusão!
A TV não disse uma palavra sobre as pesquisas que indicam altos índices de mortes por câncer na região! Imagine o impacto que teria sobre a opinião pública, se além das toneladas de lixo, tivesse mostrado a dor das vítimas do Programa Nuclear em Minas Gerais, onde é alto o índice de adoecimento e morte por doenças causadas por radiação ionizante, segundo pesquisas sobre o assunto. E se tivesse revelado que as más condições da armazenagem do lixo nuclear não é privilégio de Poços de Caldas pois a precariedade é geral nos locais vinculados à CNEN?
Certamente, o impacto seria mais forte ainda, se ouvisse que a legislação brasileira sobre a seleção de locais e construção dos depósitos de lixo é caótica. Pois é! A Lei 10.309/2001, que dispõe sobre a seleção dos locais, construção, licenciamento, operação e fiscalização dos depósitos de rejeitos radioativos outorga à CNEN, funções antagônicas e inconciliáveis. Ela projeta, constrói, instala depósitos de rejeitos e, ao mesmo tempo, licencia e fiscaliza essas unidades, ferindo duas Convenções internacionais assinadas pelo Brasil: a Convenção Comum sobre a Segurança do Combustível Usado e a Convenção sobre a Segurança da Gestão dos Rejeitos Radioativos. Sobram desmandos, mas falta transparência e respeito ao princípio da precaução, muito embora a sociedade tenha o direito de opinar e decidir sobre  a instalação de equipamentos radiológicos e nucleares, que representam incontestável ameaça às suas vidas. 
Mesmo assim, a TV desencadeou críticas severas sobre a política nuclear na Bahia, onde o Programa Nuclear passou a explorar urânio, desde o ano 2000, após a exaustão da mina de Poços de Caldas. Em Caetité, no sudoeste baiano, funciona a única mina em exploração na América Latina. Curiosamente, as críticas mais ferozes vieram de pessoas e grupos que até passado recente davam o sangue pela INB. Gente que se aliou aos poderes públicos e empresa, condenando os movimentos populares e sociais, que denunciam os acidentes e vazamentos de urânio para o meio ambiente e a incompetência técnico-operacional dos gestores da mineradora. Pessoas que, há cerca de três anos, perseguiram implacavelmente o então pároco da Diocese de Caetité, padre Osvaldino, que defendia as vítimas do Programa Nuclear Brasileiro.
Mesmo sem saber quantas toneladas de lixo a mineração já produziu na Bahia, após a reportagem sobre Poços de Caldas, aliados da INB passaram a enxergar o caos da unidade de Caetité. Infelizmente, só por um olho. Por ele, estariam preocupados com o futuro da região e dispostos a combater os atuais gestores, chamados “contraventores nucleares” e vistos como o maior perigo nuclear, pelo “descaso total com o meio ambiente, a comunidade e seus empregados”. Com o outro olho, semiaberto, não veem que o perigo nuclear é intrínseco à tecnologia atômica e não aos homens que a manipulam. E que nenhuma tecnologia nuclear, por mais avançada que seja é capaz de evitar falhas humanas, consideradas incontroláveis e que têm causado catástrofes brutais mundo afora. (ecodebate)

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Produção de energia eólica cresceu mais de 25% até agosto

Produção de energia eólica no Brasil cresce mais de 25% até agosto, diz CCEE.
A produção de energia eólica em operação comercial no Sistema Interligado Nacional (SIN) aumentou 25,7% entre janeiro e agosto de 2017 ante o mesmo período do ano passado, informou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
produção das usinas da fonte chegou a 4.032 MW médios, frente aos 3.208 MW médios gerados no mesmo período do ano passado.
A representatividade da fonte eólica em relação a toda energia gerada no período pelas usinas do Sistema alcançou 6,5% em 2017, enquanto a energia hidrelétrica representou 73,8% do total e as usinas térmicas responderam por 19,7%, segundo a CCEE.
Ao final de agosto, a CCEE contabilizou 470 usinas eólicas em operação comercial no país, que somavam 11.951 MW de capacidade instalada, incremento de 25,5% frente ao potencial das 374 unidades geradoras existentes em agosto de 2016, informou a câmara em nota.
boletim indica que, por Estado, o Rio Grande do Norte segue na liderança da produção eólica no país com 1.316,7 MW médios de energia entregues em 2017, aumento de 26,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em seguida, aparece a Bahia com 833 MW médios produzidos (alta de 26,4%).
A geração eólica no Nordeste tem ajudado a região a lidar com uma severa escassez de água que tem limitado a geração hidrelétrica.

O Rio Grande do Sul alcançou 583,5 MW médios (+21%) em energia eólica, seguido pelo Ceará, com 552 MW médios (alta de 2,8%) e o Piauí com 443,6 MW médios, aumento de 48% frente à geração alcançada em 2016. (udop)

Usinas eólicas geraram 10% da energia elétrica em agosto

Usinas eólicas geraram 10% da energia elétrica do país em agosto.

É a primeira vez que a fonte atinge os dois dígitos de representação na matriz mensal.

O mês de agosto trouxe consigo um fato inédito para a matriz energética brasileira: a geração de energia eólica foi responsável por 10% da eletricidade do país, com 5.825 MWmédios. É a primeira vez que a fonte atinge os dois dígitos de representação na matriz. Os dados são da CCEE e constam do boletim de “Dados Mensais ABEEólica” de outubro de 2017, que apresenta dados consolidados pela ABEEólica e informações da contabilização da CCEE.

“Estamos em plena safra do vento, batendo recordes notáveis de geração. Este dado nacional representa um novo patamar para o setor. E se formos avaliar regionalmente, temos algo muito importante acontecendo no Nordeste, onde estamos atendendo acima de 60% da carga em vários dias, um resultado que está salvando a região em tempos de reservatórios baixos. Além do fato de estarmos passando um momento de seca, é necessário entender que eólica e hidrelétrica têm ciclos diferentes e se complementam, já que em tempos de mais chuvas, temos menos ventos e vice-versa. A inclusão de mais eólicas na matriz aumenta, portanto, a segurança do sistema, especialmente considerando que as ferramentas para trabalhar com a variabilidade natural da fonte eólica evoluíram muito nos últimos anos e hoje o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) atua com altíssima previsibilidade em relação à geração eólica. Este cenário nos mostra que a eólica é uma fonte madura, segura e pronta para se expandir ainda mais na matriz”, explicou Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica.

Os dados mensais da ABEEólica também mostram que o Brasil chega a outubro com 12,33 GW de capacidade instalada de energia eólica, em 491 parques eólicos. Em construção e contratados, há 5,12 GW em outros 228 parques que estarão prontos até 2020.

O balanço mensal contém atualização sobre a divisão da matriz elétrica, geração das diversas fontes, gráficos com informações sobre capacidade instalada e em instalação nos diferentes estados, dados de geração e fator de capacidade, além dos valores de emissão de CO₂ evitados pela fonte eólica. (canalenergia)

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Crise hídrica no Nordeste impulsiona mercado da energia eólica

"Cata-ventos gigantes" permitem o aproveitamento dos ventos para gerar eletricidade.
Os números não deixam dúvida quanto à condição favorável do Brasil, com ventos fortes e contínuos, para a geração de energia eólica. No ano de 2016, por exemplo, a média da relação entre a capacidade instalada nas usinas eólicas no país e a efetiva geração de energia foi de 40,7%, enquanto a média mundial é de apenas 23,8%.
Essas usinas têm sistema muito parecido com o de um cata-vento gigante, que permite o aproveitamento dos ventos para gerar eletricidade. Os aerogeradores, como são chamados, têm três pás que se movimentam e propulsionam um rotor, conectado a um eixo, que move um gerador elétrico. Uma engrenagem multiplica a velocidade o suficiente para garantir energia para a geração da eletricidade, que desce da torre por cabos que vão até a rede de transmissão.
Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), essa modalidade em 2016 representou apenas 6% da matriz elétrica brasileira. No entanto, o avanço do uso da geração eólica, com um aumento de 55% de capacidade instalada em usinas espalhadas principalmente pelo litoral, mostra um mercado promissor alavancado pela crise hídrica severa na Região Nordeste.
Diretor de engenharia da empresa responsável pelo complexo eólico de Taíba, em Fortaleza (CE), Luciano Freire acredita que a geração por essa fonte renovável tende a se expandir e ocupar o espaço das usinas termelétricas nas novas demandas. Ele explica que é exatamente no período em que as hidrelétricas menos produzem energia que os ventos sopram mais forte no país. “O Brasil é privilegiado do ponto de vista energético, a nossa matriz é superlimpa, a geração hidrelétrica predomina, mas cada vez mais a gente vai perceber a inclusão da geração eólica e da geração solar. Sem falar da geração de biomassa, que nas regiões Centro-Oeste e Sudeste tem também uma importância muito grande.”
Na Região Nordeste, essa já é uma realidade. É lá que funciona o complexo Taíba, formado por três usinas que somam 27 aerogeradores. Com potência instalada de 57 megawatts (MW), o gerador foi vencedor do primeiro leilão de energia de reserva, em 2009, e hoje se soma aos 10,75 GW de potência eólica, espalhados pelo Brasil, em 430 parques. O estado do Ceará está entre os quatro maiores produtores de energia eólica do país, junto com Rio Grande do Norte, Bahia e Rio Grande do Sul. “A geração eólica tem uma importância capital hoje para o Nordeste. Ela representa cerca de 40% da necessidade de energia para a região. Em alguns períodos do ano, ela chega a suprir mais de 60% da demanda de energia daqui”, acrescenta Freire.
A empresa em que Luciano Freire trabalha tem quatro parques eólicos em funcionamento e dois em construção. Um deles funcionará de forma híbrida – geração eólica e solar fotovoltaica – devido ao regime de vento da região, que tem maior intensidade à noite. “Durante o dia você tem vale de vento, consequentemente um vale de produção de energia, que é totalmente complementar com a geração solar. Com a baixa geração eólica, se constrói nas adjacências um complexo solar que vai atuar como complemento”, explica Luciano. A estimativa, segundo ele, é de que o projeto que está em desenvolvimento em Caldeirão Grande, no Piauí, resulte em uma produção de 400 MW de geração eólica e 120 MW de geração solar. (ebc)

Volks fabricará caminhão elétrico no Rio

O e-Delivery será produzido em unidade da MAN, em Resende.

e-Delivery, caminhão elétrico da Volks, produzido na fábrica da MAN, em Resende.
A MAN Caminhões, braço da Volkswagen para veículos pesados, apresentou em 11/10/17 na Alemanha, a versão de seu caminhão elétrico, que foi desenvolvido pelo centro de pesquisas da montadora em Resende (RJ).
O modelo, chamado de e-Delivery, deve chegar ao mercado em 2020 e faz parte do plano de investimentos da montadora para o Brasil, de R$ 1,5 bilhão, até 2021.
De acordo com o presidente da MAN na América Latina, Roberto Cortes, o caminhão elétrico será testado a partir de 2018 aqui, em serviços de distribuição urbana.
— A autonomia da bateria é de 200 quilômetros, uma distância percorrida por esse tipo de empresas — explicou.
O veículo, ressaltou Cortes, foi desenvolvido em conjunto com três outras empresas: WEG, Eletra e Enel Energia. E, inicialmente, será produzido só na fábrica da MAN no Rio.
Carregar completamente a bateria do e-Delivery pode levar três horas. Mas, em 15 minutos o caminhão já tem 30% da carga total. A capacidade da bateria é o maior desafio do projeto, por ser muito cara. Por isso, Cortes diz que a ideia é ter um sistema de leasing para esse componente, reduzindo os custos para o transportador.
— Nos testes que serão feitos ao longo dos próximos dois anos, vamos verificar a vida útil dessa bateria e, com isso, definir como será estruturado o leasing.
Volkswagen lança nova linha de caminhão.
A produção do modelo seguirá o conceito de consórcio modular, em que as fornecedoras operam junto à linha de montagem. MAN e WEG já negociam para produzir o motor elétrico na unidade fluminense.
Foco na América Latina e África
Segundo Cortes, o e-Delivery será destinado aos mercados da América Latina e África. A venda para a Europa, um grande mercado de veículos elétricos, é outra possibilidade.

A MAN não é a primeira fabricante de caminhões a desenvolver um modelo considerado verde no Brasil. A Volvo investiu cerca de R$ 20 milhões em uma linha para ônibus híbrido (elétrico/combustão) em Curitiba, e os 80 veículos, produzidos em 2012, ainda rodam na capital paranaense. (oglobo)

sábado, 14 de outubro de 2017

A Disparada do Carro Elétrico

Ao anunciar que proibirão a venda de carros a gasolina, França, Inglaterra, China e Índia promovem uma revolução silenciosa. E o Brasil come poeira.

Michelli Almeida, dona de um raro carro elétrico em São Paulo.

“Há seis meses tenho um carro elétrico. Com ele, trabalho, pego filho na escola, vou à academia, pego marido no trabalho, vou ao supermercado... O dia a dia é parecido com o de qualquer outro carro. A diferença é que ele não tem o problema de jogar fumaça no ar. Quando busco meu filho com outro carro, comum, ele pergunta ‘mãe, o que você está fazendo com esse poluente?’.” Ao lado de seu carro, a empresária Michelli Almeida tenta arrebanhar seguidores em um estande no Salão Latino-Americano de Veículos Híbridos-Elétricos, em São Paulo. Michelli faz parte da Abravei, grupo de donos de carros elétricos, criado há cinco meses, que tenta convencer donos de carros a combustão – movidos a álcool, gasolina ou diesel – a apostar num veículo que abastece na tomada. No Brasil, a pregação do carro elétrico alcança poucos seguidores. O salão de híbridos e elétricos atraiu 6 mil visitantes, menos de 1% do público do último Salão do Automóvel. Em 2016, o Brasil tinha uma frota de 2.500 carros elétricos (0,006% do total) – somando os de carregar na tomada, os com gerador adicional a combustão e os híbridos, com motores elétricos e a combustão combinados.

Noruega, país com maior parcela (45), de carros elétricos.

No mundo, os elétricos representam apenas 1% da frota, mas ensaiam uma aceleração impressionante. Fala-se deles há muito tempo, mas 2017 se tornou um marco em sua adoção. Em julho, a França anunciou que proibirá a venda de carros com motor a combustão a partir de 2040. “É uma revolução”, diz Nicolas Hulot, ministro da Ecologia do governo Emmanuel Macron. Dias depois, a Inglaterra prometeu o mesmo. Na Alemanha, o governo da presidente Angela Merkel discute proibir a partir de 2030. País com maior participação de elétricos – 40% das vendas de zero-quilômetro –, a Noruega pretende proibir já em 2025. As duas nações mais populosas do mundo, Índia e China, anunciam planos.

Em estados e cidades com dinheiro, a mudança acelera. A Califórnia pretende ter 15% de carros elétricos em 2025. Paris planeja proibir a circulação de carros a gasolina ou diesel a tempo dos Jogos Olímpicos de 2024. “Até lá, a cidade deve banir veículos particulares com motor a combustão”, diz o vice-prefeito Jean-Louis Missika. Fruto de um plano urbanístico do século XIX, uma era pré-carro, a capital da França pode se tornar a primeira metrópole da era pós-carro. Uma cidade com menos ruído e ar mais puro.

Carros elétricos emitem tão pouco ruído que o departamento de trânsito dos Estados Unidos os obriga a produzir um som apenas para evitar o atropelamento de pedestres distraídos. Ruas mais silenciosas melhorarão a qualidade de vida na região central das cidades. O maior impacto dos elétricos, porém, se dará na qualidade do ar. A Organização Mundial da Saúde registra 3 milhões de mortes, por ano, devido à poluição atmosférica. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o setor de transportes responde por 14% das emissões de gases de efeito estufa. O Acordo de Paris para restrição da emissão desses gases, assinado por 195 países, entre eles o Brasil (mas abandonado pelos Estados Unidos), dificilmente se cumprirá sem formas alternativas de mobilidade.

Os carros elétricos ajudarão a enfrentar o problema por terem o triplo da eficiência dos modelos convencionais. Transformam 60% da energia abastecida em energia cinética, em comparação com os 20% nos carros a gasolina. Mesmo quando a fonte da eletricidade é suja – segundo o Banco Mundial, 40% da eletricidade no mundo vem de usinas a carvão –, o carro a pilha traz vantagens. Se gerada numa usina, a fumaça fica distante da população e pode ser filtrada com mais controle do que milhões de escapamentos. O carro elétrico beneficia a cidade também por funcionar como reservatório de energia. “Parece um carro, mas não é apenas um carro. É uma bateria com rodas”, diz Masaki Toriumi, vice-presidente da Nissan, sobre a nova geração do Leaf, o elétrico mais vendido do mundo. “Ele pode carregar energia em horários de tarifa barata e fornecer de volta à rede em horários de tarifa cara.” Graças à integração dos carros, o edifício sede da Nissan, em Yokohama, no Japão, reduziu seu impacto no sistema de distribuição de energia na área. Nos horários de pico, três carros, plugados a pontos de recarga, dão uma força. Se faltar luz, eles mantêm o prédio aceso por quatro horas. O carregador dos carros Tesla vai além, ao integrar painéis de captação de energia solar. A empresa enviou centenas desses aparelhos para socorrer Porto Rico, devastado pelo Furacão Maria. Fundada em 2003 para fazer carros elétricos, entre abril e junho a Tesla foi a montadora com maior valor de mercado dos Estados Unidos, à frente da General Motors.

A transição para os veículos elétricos afeta a geopolítica e a dinâmica econômica global. Como metade do petróleo hoje se destina a produzir gasolina, a nova perspectiva já desacelera o trabalho de prospecção e perfuração de poços. Produzir petróleo não se traduzirá mais em tanta influência internacional. As reservas que o Brasil encontrou no pré-sal podem permanecer eternamente lá. “A janela do pré-sal já fechou”, disse David Zylbersztajn, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Países ricos em substâncias usadas na fabricação de baterias – como a Bolívia, dona da maior reserva de lítio – ganham importância. A evolução reembaralha a disputa entre montadoras. Em abril, o governo da China anunciou que não mais classificará como elétricos os carros híbridos. A decisão envolve questões ambientais (híbridos produzem bem menos fumaça, mas produzem) e comerciais. Hoje coadjuvantes, as montadoras chinesas querem ganhar com a mudança. Maiores consumidores de carros do mundo, os chineses tentam assumir a ponta na nova tendência. A indústria acompanha: Volvo, Jaguar e Land Rover anunciaram que, a partir de 2020, lançarão apenas carros elétricos ou híbridos. Especialistas divergem sobre quando eles ultrapassarão os modelos a combustão. Para a empresa de energia francesa Total, os elétricos representarão 30% das vendas em 2030. A partir daí, a demanda por petróleo deverá se estabilizar ou cair, diz Joel Couse, economista-chefe da Total. Daniele Schillaci, vice-presidente da Nissan, diz acreditar que o custo de produção alto ainda seja o principal fator a conter o avanço dos elétricos – mas ele cai constantemente. Entre 2010 e 2016, o preço das baterias de íon de lítio caiu 73%.

Enquanto o mundo acelera, o Brasil engata a primeira marcha. O código de obras de Brasília será o primeiro do país a exigir tomadas em estacionamentos. Postos de combustível, shopping centers e supermercados vêm instalando voluntariamente pontos de recarga – na cidade de São Paulo, há cerca de 200. Mas não podem cobrar pela eletricidade, pois a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não regulamentou o comércio. Em 2015, o governo zerou o Imposto de Importação dos carros elétricos – mas manteve o das motos em 20%. “Os carros elétricos pagam 25% de IPI, em comparação com os 11% de um veículo a combustão. Não faz sentido”, diz Helder Boavida, presidente no Brasil da BMW, única marca a vender carros elétricos no país. 

Maior fábrica chinesa de carros elétricos, a BYD inaugurou em abril linhas de produção de ônibus e baterias em Campinas, São Paulo. Ela aguarda planos de renovação do transporte público das capitais – como a Lei de Mudanças Climáticas, que a prefeitura de São Paulo aprovou em 2009, mas não pôs em prática. O governo federal está prestes a apresentar o Rota 2030, programa que pretende nortear o desenvolvimento da indústria automotiva no país nos próximos 15 anos. No rascunho em negociação com a Anfavea, a associação dos fabricantes, os elétricos têm papel secundário. “Se taxar os carros por eficiência energética, o Rota pode incentivar híbridos e elétricos”, diz Ricardo Bastos, diretor de relações governamentais da Toyota e vice-presidente da Anfavea. A Nissan, que há anos planejava fabricar o Leaf no Rio de Janeiro, desistiu. Antes de importar o novo modelo, a empresa negocia com prefeituras e universidades a criação de um microcosmo capaz de aproveitar o potencial do produto – algo parecido com o que a cidade de Rio Claro, em São Paulo, fez, em 1975, para atender ao Gurgel Itaipu. (globo)