segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Abiove a favor do uso de mais biodiesel nos ônibus de São Paulo

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) saiu em defesa da ampliação do uso de misturas autorizativas de biodiesel pela frota de ônibus da cidade de São Paulo. Em 20/09/17 a entidade decidiu entrar na polêmica e emitiu nota conclamando as autoridades municipais a cumprirem as determinações da Lei 14.933/2009.
Editada ainda na gestão de Gilberto Kassab, a lei estabelece a Política Municipal de Mudanças Climáticas. Em seu artigo 50, o texto determinava que a partir de 2009 o sistema de transporte públicos paulistano reduzisse o consumo de combustíveis fósseis em 10% ao ano até descontinuar completamente sem consumo a partir de 2018.
Inflexão
Não foi isso que se viu. Lançado ainda em 2011, o Programa Ecofrota que deveria estimular a adoção de energias limpas pelas operadoras do sistema – e que, a certa altura, chegou a ter a maior frota do mundo rodando com B20 – acabou perdendo impulso.
Em meados do ano passado, o Conar chegou a proibir parte da frota de circular usando os adesivos da Ecofrota porque entendeu que eles estavam fazendo “propagando enganosa” ao dizer a população que estariam usando volumes de biocombustível maiores do que os que, de fato, usavam.
Faltando cerca de três meses para o prazo final, menos de 1,5% dos 14.400 da frota paulistana atendem à lei.
Polêmica
A questão voltou a entrar em pauta em maio passado quando o vereador Milton Leite apresentou um projeto de lei que adiava em 20 anos as metas da Lei de Mudanças Climáticas para a energia limpa no sistema de transportes públicos. Além dessa, há mais duas propostas tramitando na Câmara dos Vereadores de São Paulo que procuram repactuar os prazos da Lei de Mudanças Climáticas.
No final da semana passada, foi realizada uma audiência pública para debater pontos desses três projetos.
Para aumentar a pressão, em 18/09/17 a Câmara paulistana foi palco de uma ação promovida pelo Greenpeace protestando contra a inação do governo paulistano. Os ambientalistas apontaram que a poluição do ar na capital paulista mata, em média, 11 pessoas a cada dia.
Em sua nota, a Abiove lembra que a substituição do diesel fóssil por biodiesel reduz as emissões de CO2 em até 70% além de diminuir substancialmente a concentração de poluentes locais nocivos para a saúde humana como material particulado e hidrocarbonetos. “Recente estudo do Greenpeace e do Instituto Saúde e Sustentabilidade revela que a adoção de combustíveis renováveis na frota paulistana de ônibus pode evitar 12,7 mil mortes nos próximos 33 anos. Nesse período, a poluição atmosférica terá um custo aproximado de R$ 54 bilhões se nada for feito para diminuí-la”, diz a nota.
“A indústria de biodiesel tem plena capacidade técnica e industrial para atender às necessidades de São Paulo de ampliação do uso de biodiesel em toda a frota municipal de ônibus”, completa o texto da Abiove. (biodieselbr)

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