Condomínio
de GNL abre porta para elevar competitividade da geração térmica.
Abraget abre
chamada pública a partir de hoje para formar grupo de investidores interessados
em dividir custos de implantação da infraestrutura de fornecimento do
combustível.
A Associação
Brasileira de Geradoras Termelétricas lançou em 18/10/17 uma chamada pública
que pode representar um fator de melhoria na competitividade do setor em
leilões de energia nova da Agência Nacional de Energia Elétrica. A entidade
abriu as inscrições para interessados em participar do projeto de condomínio de
GNL. A meta é dividir os custos de logística no fornecimento de gás natural
liquefeito para os investidores em ativos de geração a gás, e assim atribuir
mais competitividade à fonte.
De acordo
com o presidente da Abraget, Xisto Vieira Filho, o GNL é a saída para o Brasil
nos próximos anos em termos de geração a gás. E dentre os custos fixos de uma
planta dessa natureza a logística possui um peso importante no processo de
implementação desse tipo de usinas. São necessários investimentos em terminais
de regaseificação flutuantes, ou mesmo em terra com a FSRU, estrutura de porto
e proximidade de gasodutos.
“Se o
investidor for sozinho no leilão ele terá que arcar com todos esses portes e
isso aumenta muito o seu custo fixo, deixando a sua geração menos competitiva”,
comentou executivo à Agência
CanalEnergia. “Com o condomínio é possível obter a redução dos custos
fixos e atrair mais investidores com o compartilhamento do investimento em
logística”, acrescentou.
Não há uma
estimativa de qual seria o percentual de ganho de competitividade. Vieira Filho
explicou que esse benefício depende do tipo de instalação, da tecnologia
aplicada, da origem do fornecimento do GNL, dentre outros fatores. Mas, apontou
que em um condomínio com cinco investidores, o custo que seria de apenas um
será dividido por todos o que reduz a necessidade de capex.
O formato
desse condomínio ainda não está definido. A ideia é de ter uma capacidade de
atender a uma geração térmica de 3 GW. A divisão entre as usinas pode ser
preenchida de diversas formas. Vieira filho destacou que há flexibilidade no
que diz respeito à capacidade das usinas, mas que está restrito ao máximo
apontado no edital. Contudo, diz que o ideal seria que cada condomínio
atendesse a seis centrais de 500 MW.
O executivo
lembra que o volume de gás importado dependerá do tipo de geração a ser
contratado. A Abraget vem defendendo com o governo a realização de leilões de
energia de segurança energética. Mas que isso depende do governo e de como ele
deverá promover a contratação. “O importante é que o condomínio pode colocar 3
GW de energia na base”, indicou.
Nessa primeira iniciativa o edital prevê a construção
do condomínio em uma de duas localidades a ser definida. Será no Porto do Açu
(RJ) ou no Porto Central (ES). Essa escolha deve-se ao fato de que ambos fazem
parte de seu quadro de associados. A decisão virá de acordo com o preenchimento
das condições prévias para receber o empreendimento e que estes sejam
economicamente viáveis. E, disse o presidente da Abraget, dependendo do
resultado, uma nova chamada poderá ser realizada no ano que vem. (canalenergia)
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