Brasil precisa de metas ambiciosas de eficiência
energética, dizem participantes de audiência.
O país precisa trabalhar com
metas ambiciosas de eficiência energética, afirmaram os especialistas ouvidos pela
Comissão Senado do Futuro. A iniciativa da audiência foi do senador Hélio José
(Pros-DF), segundo o qual o Brasil precisa melhorar a sua eficiência na
produção, distribuição e consumo de energia elétrica. O parlamentar ressaltou
que "energia não pode ser jogada fora", especialmente com a
expectativa de retomada do crescimento econômico.
— Deve-se aumentar os índices
de eficiência energética para podermos ter uma retomada do crescimento de
maneira saudável. Devemos trabalhar para reduzir as perdas elétricas. Devemos
educar os jovens para que aprendam a não desperdiçar energia, a poupar energia
— disse o senador.
Urbanista e especialista em
eficiência energética, Alexandra Albuquerque Maciel, coordenadora de mudanças
climáticas do Ministério do Meio Ambiente, destacou que a máquina pública tem
uma importante parcela no consumo de energia no país. Ela explicou que o
ministério está realizando projetos de redução do consumo de energia em várias
instalações do governo. Alexandra também afirmou que a legislação do Brasil
para o setor é considerada avançada, mas é preciso colocá-la em prática.
Hélio José lembrou que
atualmente, o Brasil produz apenas um gigawatts de energia a partir de fontes
renováveis, como a eólica e a fotovoltaica. E que a China, que tem 30% menos de
captação solar que o Brasil, produz 100 gigawatts somente nessas duas fontes
não-poluentes e renováveis.
Em resposta, a coordenadora
de eficiência energética do Ministério das Minas e Energia, Samira Sana Carmo
explicou que o Brasil trabalha com as metas do Acordo de Paris, que preveem o
aumento da participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para
18% até 2030. Além disso, o país mira na economia de energia, disse Samira.
— Estamos trabalhando para em
2030 termos poupado quase um terawatt na produção brasileira. Isso é quase o
produzido por uma hidroelétrica como Itaipu — declarou.
Presidente da Associação
Brasileira de Empresas de Conservação de Energia (Abesco), o engenheiro
Alexandre Sedlacek Moana lembrou que a eficiência energética é realizar o mesmo
trabalho com menos energia. E salientou que os países que tiveram políticas que
determinaram a eficiência energética, como o Japão, conseguiram reduzir seus
custos e seus desperdícios.
— Programas como a
etiquetagem dos eletrodomésticos, como Procel [Programa Nacional de Conservação
de Energia Elétrica], tiveram grande efeito nos fabricantes e nos consumidores.
Devemos fazer o mesmo na área de consumo, como em indústrias e no comércio, com
metas e planos de eficiência para a redução do consumo — completou. (12.senado)
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