Consumo de etanol evitou a
emissão de CO2 equivalente é a emissão 56 milhões de caminhões.
Entre janeiro e junho deste
ano, o consumo médio mensal de 2,2 bilhões de litros de etanol (anidro e
hidratado) pela frota flex evitou a emissão de 32 milhões de toneladas de CO2
na atmosfera. O consultor de Emissões e Tecnologia da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc, destaca que o volume equivale ao que é
emitido, em média, por cerca de 56 milhões de caminhões pesados, movidos a
diesel, que trafegam entre São Paulo e Rio de Janeiro. Ou seja, não fosse o
biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar, a quantidade de CO2
lançada pelo transporte motorizado seria muito maior.
As emissões mitigadas neste
primeiro semestre também representam uma das melhores performances ambientais
do etanol em carros flex desde 2003, quando os primeiros modelos começaram a
rodar no País. Nestes últimos 15 anos, o uso do biocombustível já acumula uma
redução superior a 480 milhões de toneladas de CO2, gás responsável
pelo aquecimento global. Utilizando a mesma comparação, o total de emissão
evitado pelo renovável da cana é comparável a cerca de 840 milhões de viagens
de caminhão entre as duas cidades.
Estudos da USP revelam que a
substituição da gasolina pelo combustível renovável produzido da cana
proporciona uma queda significativa no número de internações e óbitos
decorrentes de doenças respiratórias e cardiovasculares no sistema público de
saúde. "Se usássemos apenas combustível fóssil em cidades como São Paulo,
Rio de Janeiro e Porto Alegre, teríamos um aumento de quase 10 mil novos casos
de internação hospitalar em função somente dos poluentes gerados pela gasolina
e diesel", afirma Alfred Szwarc, citando dados do Laboratório de Poluição
Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP.
Tendo como pano de fundo as
metas de desenvolvimento sustentável assumidas pelo Brasil até 2030 no Acordo
do Clima, os pesquisadores da USP também projetaram os efeitos socioambientais
e econômicos da maior participação dos biocombustíveis na matriz de energética
no longo prazo. Nos próximos 12 anos, o etanol de cana, sozinho, proporcionaria
uma redução adicional de emissões estimadas em 571 milhões de toneladas de CO2,
o que evitaria 11 mil internações e quase 7 mil mortes no período. Segundo
cálculos da USP, haveria uma economia de até 23 milhões de dólares para o
Sistema Único de Saúde (SUS).
Outra forma de entender a importância da
"descarbonização" proporcionada pelo uso biocombustível sucroenergético
em carros flex no Brasil, seja na forma de anidro (misturado na gasolina na
proporção de 27%) ou hidratado (direto na bomba), é a comparação com a redução
que seria necessária para zerar a soma das emissões de quatro grandes nações
sul-americanas ou de países industrializados em 2016.
"A frota flex brasileira
deixou de emitir uma quantidade de CO2 maior do que foi lançado em
conjunto por Argentina (209 milhões de toneladas - Mt), Chile (87 Mt), Colômbia
(85 Mt) e Equador (40 MT). O mesmo pode ser dito sobre a emissão individual
ocorrida no ano passado por potências europeias como Itália (359 Mt.), França
(344 Mt) e Espanha (261 Mt)", afirma o especialista. Estes e outros dados
sobre os fluxos de carbono resultantes de atividades humanas e processos
naturais estão disponíveis no site do Global Carbon Atlas –
www.globalcarbonatlas.org –, uma plataforma online de consulta, lançada em
2013, com a participação de cientistas de diversos centros de pesquisa ao redor
do mundo. (noticiasagricolas)
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