Petrobrás vai gerar energia
eólica no mar.
Inédita
no Brasil, a geração de energia eólica no mar começa a dar seus primeiros
passos no País pelas mãos da Petrobrás. O negócio promete ser tão bem sucedido
quanto a geração eólica em terra, disse o diretor de Estratégia, Organização e
Sistema de Gestão da estatal, Nelson Silva. A licitação para a instalação de
uma planta-piloto da empresa no Rio Grande do Norte será feita ainda este ano,
revelou o executivo, que aguarda o licenciamento do projeto no IBAMA para
iniciar o processo.
Atualmente,
a geração eólica abastece 10% da população brasileira, ou 22 milhões de
pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
A
ideia é instalar torres de geração eólica, ou aerogeradores no jargão do setor,
ao lado de plataformas em campos rasos do Nordeste, região brasileira com maior
potencial para gerar energia a partir do vento. “A vantagem no offshore (no
mar) é que se espera um fator de capacidade maior do que em terra”, explicou
Silva. A previsão é que a planta-piloto comece a funcionar em 2022.
O
fator de capacidade do Brasil, índice que mede o grau de aproveitamento dos
aerogeradores para produzir energia eólica, é um dos maiores do mundo. Em
janeiro, complexo eólico no Ceará, de propriedade da Echoenergia teve média do
fator de capacidade superior a 60% ante 25% da média mundial. A vantagem da
geração no mar, dizem especialistas, é que os aerogeradores, ou turbinas
eólicas, podem ter capacidade maior do que os instalados em terra.
Pelo
vento: Petrobrás tem projeto para gerar energia eólica no mar.
O
Brasil começou a gerar energia eólica em 2005 – pouco menos do que 30 megawatts
(MW). Em 2009, quando ocorreu o primeiro leilão do governo incluindo a oferta
de empreendimentos eólicos, o Brasil gerava 600 MW. Hoje, essa geração
ultrapassa os 13 mil MW e, somente com os leilões já realizados, deve atingir
17,8 mil MW em 2023. Atualmente, a geração eólica abastece 10% da população
brasileira, ou 22 milhões de pessoas, segundo dados da Associação Brasileira de
Energia Eólica (Abeeólica).
“A
média da capacidade dos aerogeradores do Brasil em terra gira em torno de 2
megawatts, mas no mar já tem máquina operando com 8 megawatts”, informa o
presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne),
Jean-Paul Prates, um dos primeiros defensores da inclusão da energia eólica
como fonte de geração de energia no Brasil. Esta semana, ele promove no Rio
Grande do Norte o 10.º Fórum Nacional Eólico, onde o tema será discutido,
precedendo a maior feira do setor, a Brazil Windpower, que terá pela primeira
vez um painel dedicado apenas à geração eólica offshore, com participação da
Petrobrás.
Segundo
o IBAMA, a Petrobrás entrou com o pedido de licença ambiental para a
planta-piloto de geração eólica offshore em maio e o órgão já emitiu o Termo de
Referência para que a empresa elabore o Relatório Ambiental Simplificado (RAS)
para obter autorização. Pelo fato de já ter um equipamento no campo (plataforma),
o IBAMA já possui estudo ambiental do local, informou o órgão.
Se
o projeto se mostrar economicamente viável, a expectativa do diretor da
Petrobrás é de que seja a primeira de uma série de unidades que irão
comercializar energia elétrica no mercado brasileiro a partir da geração eólica
no mar. Para acelerar os investimentos, a estatal busca a parceria de empresas
com experiência no segmento, como a francesa Total e a norueguesa Equinor
(ex-Statoil).
“Vamos
utilizar a experiência dessas empresas e os próprios dados que temos das
medições das plataformas no Nordeste e da geologia do local, da medição de
ventos e das marés”, explicou Silva. Segundo ele, a Petrobrás já está mais
forte financeiramente e pode começar a olhar projetos de mais longo prazo e a
investir em energia renovável. (istoe)
Nenhum comentário:
Postar um comentário