Tendências
de Arquitetura do Inversor nos Sistemas Fotovoltaicos Comerciais.
Como o mercado fotovoltaico no
Brasil deve crescer, o panorama do inversor fotovoltaico no mercado comercial
provavelmente irá evoluir. Esta evolução é decorrente do crescente papel que os
inversores têm nos custos de instalação e operação/manutenção dos sistemas
fotovoltaicos comerciais.
Como cérebro dos sistemas
fotovoltaicos, os inversores são responsáveis pelo monitoramento e
gerenciamento da energia produzida; enquanto os inversores representam apenas
cerca de 10% do custo do sistema fotovoltaico, eles influenciam cerca de 20% do
custo total (inversor, componentes de integração do sistema, mão de obra,
etc.), gerenciam 100% da energia produzida e definem os custos de operação e
manutenção ao permitir a gestão de ativos do sistema fotovoltaico. Por este
motivo, há uma tendência crescente na migração dos inversores de string para
tecnologia de Eletrônica de Potência a Nível de Módulo (MLPE, na sigla em
inglês) nos sistemas fotovoltaicos comerciais.
Os inversores centrais foram
o padrão para os sistemas comerciais na década passada. A razão fundamental
desta tendência foi a economia de escala que permitiu a redução do custo por
watt para grandes inversores e, portanto, reduzindo o custo inicial de um sistema fotovoltaico
comercial. Porém, como a indústria evoluiu, as desvantagens dos inversores
centrais tornaram-se mais aparentes: inversores centrais requerem maior uso do
solo; também requerem caros contratos de manutenção, que só pode ser prestada
por equipe especializada, o que leva a altos custos de operação e manutenção.
Além disso, o não
funcionamento de um inversor central geralmente significa inatividade de uma
grande quantidade de módulos fotovoltaicos,
o que provoca grande perda de faturamento de uma usina. Estas desvantagens,
juntamente com a redução do custo por watt dos inversores de string, levaram à
transição para a arquitetura descentralizada nos sistemas comerciais que
utiliza múltiplos inversores de string ao invés de inversores centrais.
De acordo com a empresa de
pesquisa IHS, a participação de mercado dos inversores de string para
instalações comerciais abaixo de 5MW cresceu de 76% em 2017 para 82% em 2018,
enquanto a participação de mercado dos inversores centrais caiu de 24% para 18%
no mesmo período.
Os principais motivos dessa
tendência são: facilidade de operação e manutenção; substituição menos complexa
(requer menos funcionários no local e não requer mão de obra especializada);
maior período de atividade do sistema fotovoltaico e menor uso do solo. Um
benefício adicional dos inversores de string, em relação aos inversores
centrais, é que eles fornecem múltiplos MPPTs e monitoramento em alta
resolução; mas ainda há espaço para aperfeiçoamento.
Por
estas razões, a arquitetura descentralizada está ganhando cada vez mais espaço
no mercado; porém, a topologia dos inversores de string convencionais, que é
utilizada na maioria das instalações comerciais, ainda tem um número
significativo de desvantagens. Em sistemas comerciais que utilizam os inversores
de string convencionais a saída de energia é limitada devido ao mismatch dos
módulos. Como os módulos são conectados em série, normalmente eles não operam
no seu ponto de máxima potência e, portanto, há perdas de energia.
Esta topologia também possui
limitações de projeto (por exemplo: as strings precisam ser do mesmo
comprimento, usarem o mesmo tipo de módulos e estarem posicionadas na mesma
inclinação/orientação). As condições de instalação mais comuns, especialmente
em sistemas fotovoltaicos instalados em telhados, levam a desperdício de espaço
ou duplicidade de gastos desnecessários com insumos. Outras desvantagens dizem
respeito à segurança e falta de insight na produção do módulo e solução remota
dos problemas.
Para atender os padrões de
segurança ou exigências do seguro, pode requerer a instalação de equipamentos
de alto custo. A falta de monitoramento a nível módulo e resolução remota dos
problemas, não apenas pode resultar na diminuição de receita devido à redução
do tempo de atividade do sistema, mas também aumentar os custos de operação e
manutenção.
Por estas desvantagens, a
mesma tendência que está mudando o layout do mercado comercial para inversores
de string continua a avançar em direção à otimização a nível de módulo. A
eletrônica de potência a nível de módulo oferece maior produção de energia, não
apenas por eliminar perdas de energia devido ao mismatch dos módulos, mas
também por permitir melhor aproveitamento do telhado e a instalação de mais
módulos por não haver restrições de design.
Além disso, a tecnologia MLPE
oferece manutenção aprimorada e resolução remota dos problemas o que reduz os
custos de operação e manutenção durante a vida útil do sistema fotovoltaico e
aprimoramento dos recursos de gestão de ativos, através da redução do número de
visitas e do tempo gasto no local para diagnosticas os problemas. Inerente à
tecnologia MLPE está a sua habilidade de reduzir os riscos de segurança para
bombeiros, instaladores e equipe de manutenção através do desligamento da alta
tensão CC a nível de módulo.
Apesar de a tecnologia MLPE
ter crescido no mercado comercial, ainda há espaço para mais crescimento. As
soluções com a tecnologia MLPE oferecem aos investidores e aos proprietários
dos sistemas faturamento potencialmente maior durante a vida útil do sistema,
porque possibilita maior rendimento financeiro do sistema fotovoltaico, além da
capacidade de blindar seus ativos contra variáveis inesperadas que poderiam
resultar em baixo rendimento devido ao mismatch a nível módulo. Lembrando que a
tecnologia MLPE reduz tanto os custos de instalação quanto os custos de
operação e manutenção durante a vida útil do sistema.
O mais importante é que, com
o maior faturamento e a redução dos custos operacionais, a eletrônica de
potência a nível de módulo, como a Solução de Inversor Otimizado SolarEdge,
oferece mais valor agregado durante a vida útil do sistema fotovoltaico para
‘EPCistas’, integradores/instaladores e para o proprietário do sistema
fotovoltaico. (portalsolar)
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