Similar a
helicóptero, mas movido a bateria elétrica e autônomo, veículo pode mudar
mobilidade urbana; previsão é que regulação saia até 2025.
Já
a Airbus tem três projetos diferentes: este é o City Airbus, com capacidade
para quatro passageiros.
Grandes
grupos de aviação, montadoras e startups estão na corrida para colocar no
mercado “carros voadores” com a ambição de tirar as pessoas dos engarrafamentos
das grandes cidades a preços inferiores aos das viagens de helicópteros. Estão
em desenvolvimento pelo menos 140 projetos de eVtol (sigla em inglês para
veículos elétricos de decolagem e pouso vertical) envolvendo empresas da
Europa, dos Estados Unidos, da Ásia e até do Brasil. Há promessas de que os
primeiros voos comerciais ocorrerão nos próximos cinco anos.
Embora
tratados como “carros voadores”, a maioria dos projetos tem design similar a
helicópteros. A grande mudança tecnológica, porém, é que não precisarão de
pilotos e serão elétricos. Por serem movidos a bateria, não vão emitir
poluentes e farão muito menos barulho do que os helicópteros. A ideia é que o
preço do voo, inicialmente, seja cerca do dobro do que cobraria um táxi.
Uma
viagem do aeroporto de Guarulhos até a Avenida Paulista, por exemplo, sairia
por R$ 300 em um carro voador, enquanto um táxi cobra cerca de R$ 130. “Mas o
veículo voador faria o trajeto em sete minutos e o carro em pelo menos uma
hora, dependendo do trânsito”, afirma Renate Fuchs, sócia da Porsche Consulting
no Brasil, que realizou um amplo estudo sobre o novo mercado.
Por
serem mais acessíveis que os helicópteros, as empresas esperam atender demanda
alta no mundo. Pelas projeções da Porsche, até 2035 devem estar em operação 23
mil eVtols, sendo 1.050 no Brasil. Segundo Renate, o mercado de passageiros dos
táxis voadores deve ser de US$ 32 bilhões, cálculo feito com base nos dados de
mobilidade para diferentes cidades considerando critérios como densidade
populacional, renda e uso de serviços de helicópteros. O Morgan Stanley aponta
que todo o setor de eVtols, incluindo infraestrutura, gerenciamento de frota e
softwares movimentará US$ 851 bilhões em 2040.
Parcerias
O
Uber é uma das empresas que mais aposta nesse mercado e pretende lucrar com ele
o quanto antes. A companhia fechou parceria com cinco fabricantes de aeronaves
para desenvolver eVtols que possam ser incorporados ao seu aplicativo de
transporte. A ideia é começar os testes no ano que vem em Los Angeles e Dallas,
nos EUA, além de Melbourne, na Austrália. Os voos comerciais ocorreriam a
partir de 2023 – prazo considerado apertado até pelas parceiras.
Conheça
os principais projetos de 'carros voadores' em desenvolvimento.
Táxi
aéreo fará teste em voos na cidade de Dubai neste ano.
Aeronave
da EmbraerX lembrará um utilitário esportivo por dentro.
Evtol
desenvolvido pela empresa brasileira terá duas asas e dez rotores, oito para o
deslocamento vertical e dois para o horizontal.
Uber
também tem parcerias com empresas como Bell e Boeing, além disso, empresa
também desenvolveu conceito de 'aeroportos' para carros voadores.
Já
a Airbus tem três projetos diferentes: este é o City Airbus, com capacidade
para quatro passageiros.
Projeto
CityAirbus não será comercializado; trata-se de uma aeronave conceito; aeronave
é pilotada remotamente e tem autonomia para 15 minutos de voo.
Vahana
é o eVtol autônomo da Airbus, com capacidade para apenas um passageiro;
aeronave pode voar por 50 quilômetros e atinge a velocidade de 220 km/h.
Já
o Pop.Up é uma parceria da Audi com a Airbus e é o único que, na prática, será
um carro voador.
Startup
alemã pretende iniciar serviço de táxi aéreo em 2025.
Aeronave
americana terá capacidade para cinco passageiros.
A
Embraer divulgou seu projeto, em parceria com o Uber em junho, mas não divulga
data de quando poderá realizar primeiros testes com aeronave.
A
brasileira Embraer é uma das participantes do projeto e apresentou o desenho de
seu eVtol em junho. Ainda não há um protótipo, só uma maquete, e a companhia
não dá datas de quando terá uma aeronave para testes. Em evento do Uber no mês
passado, em Washington, o presidente da EmbraerX (divisão responsável pelos
eVtols), Antonio Campello, disse que em menos de uma década a aeronave da
empresa estará voando, mas afirmou que os estudos estão em fase “preliminar”.
A
fabricante de helicópteros americana Bell é outra parceira do Uber, mas, por
enquanto, seu projeto é de uma aeronave híbrida, que necessita tanto de
baterias como de combustível para voar. O engenheiro chefe da Bell, Carey
Cannon, acha improvável que alguma aeronave esteja certificada até 2023. “Um
processo de certificação leva, pelo menos, 30 meses. E os reguladores ainda não
estão acostumados com o que estamos desenvolvendo.”
Diretor
do projeto de transporte aéreo do Uber, Eric Allison afirmou acreditar que ao
menos uma ou duas empresas estarão com seus táxis aéreos prontos até 2023.
Apesar de considerar o prazo apertado, um executivo do setor destaca que o
papel do Uber é essencial para que os “carros voadores” virem realidade.
Isso
porque a empresa está trabalhando, ao mesmo tempo, com fabricantes das
aeronaves e com companhias que desenvolverão a infraestrutura necessária para
recebê-las – um conceito chamado de “vertipontos”. São locais equivalentes a
helipontos, equipados com carregadores de baterias. “Todo o ecossistema precisa
estar azeitado”, diz ao Estado um executivo do setor que preferiu não ser
identificado. “Será preciso checar se a demanda estará apta a pagar uma taxa
que remunere todos os envolvidos, desde o fabricante da bateria até o dono do
local onde a aeronave vai pousar”, acrescenta.
Segundo
o executivo, apesar de mais de 140 projetos estarem em desenvolvimento no mundo,
não mais do que cinco empresas terão capacidade de fabricar eVtols em massa. A
Porsche Consulting aponta que só o custo para desenvolver e viabilizar a
comercialização das aeronaves gira entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão, o que
deve barrar muitas startups.
Empresas
apostam corrida pelo “carro voador”.
São
pelo menos 140 projetos em desenvolvimento em empresas da Europa, dos Estados
Unidos, da Ásia e até do Brasil, com promessas de ter voos em 5 anos
Demonstração.
Há
empresas, entretanto, mais otimistas e adiantadas em seus projetos. Entre elas
está a alemã Volocopter, cuja aeronave, que leva o mesmo nome, deverá realizar
demonstrações públicas no centro de Cingapura até o fim do ano. A startup já
fez um teste em 2017 em Dubai e pretende iniciar a primeira rota de transporte
de passageiros em 2021, quando espera ter a licença dos órgãos reguladores.
Fundada
em 2011, a Volocopter já recebeu aportes de cerca de US$ 40 milhões. Entre os
investidores está o grupo Daimler, dono da Mercedes-Benz. A montadora alemã
afirma que o apoio financeiro está em linha com sua política de participar do
desenvolvimento de conceitos de mobilidade inovadores envolvendo conectividade,
autonomia, compartilhamento e eletrificação.
A
japonesa Toyota é outra montadora que colaborou em um aporte de US$ 130 milhões
para a Joby Aviation. A empresa aeroespacial americana trabalha na criação de
um eVtol para cinco passageiros e preços acessíveis de viagem.
Outra
montadora, a Audi, é a única que tem um projeto de fato de um carro voador. O
Pop.Up, desenvolvido em parceria com a Airbus, é uma espécie de mini automóvel
que pode ser acoplado a um módulo aéreo. Já foram feitos testes com protótipo
em escala reduzida e, no fim de 2020, será apresentada uma versão em tamanho
real. A empresa admite, porém, “que deve levar um longo tempo até que um
conceito de táxi modular como esse entre em produção”. Já a Airbus diz não ser
possível comercializar um veículo desse tipo em menos de 25 anos.
Em
maio, a alemã Lilium testou em Munique a decolagem e o pouso vertical de sua
aeronave controlada remotamente do solo. Agora, trabalha na transição do voo
vertical para o horizontal e acredita que poderá oferecer o serviço em 2025.
Cofundador do Google, Larry Page é outro que tem se envolvido com startups do
setor: ele já fez investimentos em três empresas do ramo – a Kitty Hawk, a
Opener e a Zephyr. (OESP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário