segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Hidrogênio verde pode ser competitivo até 2030

Hidrogênio verde pode ser competitivo até 2030, aponta Irena.
Relatório da entidade apresenta estratégias para reduzir custo dos eletrolisadores em 40% no curto prazo e em até 80% no longo prazo.

O hidrogênio produzido com eletricidade renovável pode competir em custos com alternativas de combustíveis fósseis até 2030. Essa é a conclusão de um relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). Intitulado Redução do custo do hidrogênio verde: ampliando os eletrolisadores para atender à meta climática de 1,5°C (em inglês) a publicação analisa os impulsionadores da inovação e apresenta estratégias que os governos podem examinar para reduzir o custo dos eletrolisadores em 40% no curto prazo e em até 80% no longo prazo.

De acordo com a entidade, uma combinação de custos decrescentes para energia solar e eólica, melhor desempenho, bem como economias de escala para eletrolisadores podem tornar essa equação viável. Entre as aplicações, relaciona o desempenho de um papel crítico nas estratégias de descarbonização, especialmente quando a eletrificação direta é um desafio em setores mais difíceis, como aço, produtos químicos, transporte de longa distância, navegação e aviação.

Contudo, destaca ainda que regulamentações, o desenho do mercado e os custos de produção de energia e eletrolisador ainda são uma grande barreira para a absorção do hidrogênio verde.

Na avaliação do diretor geral da Irena, Francesco La Camera, o hidrogênio renovável pode mudar o jogo nos esforços globais para descarbonizar as economias. Mas ainda é necessário atuar para reduzir a diferença de custo entre os combustíveis fósseis e o hidrogênio, que a um custo competitivo pode ajudar a construir um sistema de energia resiliente que prospera em tecnologias modernas e adota soluções inovadoras adequadas para o século 21.

A Irena aponta que ainda é de duas a três vezes mais caro do que o hidrogênio azul, produzido a partir de combustíveis fósseis em combinação com a captura e armazenamento de carbono (CCS). O custo de produção do hidrogênio verde é determinado pelo preço da eletricidade renovável, o custo de investimento do eletrolisador e suas horas de operação.

Lembra ainda que a geração por fontes renováveis ​​já se tornaram as mais baratas em muitas partes do mundo, com leilões atingindo preços recordes abaixo de US$ 20 por MWh. Agora estima que os custos de investimento para instalações de eletrólise também devem cair significativamente.

Entre as principais estratégias e políticas para reduzir esses custos estão a padronização e a fabricação em massa das pilhas do eletrolisador. Além disso, aponta que a eficiência na operação, bem como a otimização da aquisição de materiais e das cadeias de suprimentos serão igualmente importantes para reduzir os custos. Para isso, a capacidade de fabricação de hoje de menos de 1 GW teria que crescer para além de 100 GW nos próximos 10 a 15 anos.

Se o rápido aumento de escala e a implantação de eletrolisadores acelerarem na próxima década, o hidrogênio verde poderá então começar a competir em custos com o hidrogênio azul até 2030 em muitos países, tornando-o mais barato do que alternativas de baixo carbono antes de 2040 mostra a análise da Irena.

Produção de hidrogênio verde a partir de biocombustíveis pode acelerar a descarbonização do setor de transportes.

A produção de hidrogênio verde utilizando biocombustíveis pode contribuir e acelerar a descarbonização do setor de transporte, que está entre as áreas que mais emitem gases de efeito estufa no mundo. (canalenergia)

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